Porta19 entrevista João Paulo Meneses (reisdoave.blogspot.com)

Como já não publicava uma entrevista destas há algum tempo (a última foi com os Light-Fans, adeptos ucranianos do Shakthar Donetsk já no longínquo mês de Setembro de 2011), lembrei-me de voltar ao contacto com João Paulo Meneses, credenciado jornalista da TSF, professor no ISLA e co-autor do blog Reis do Ave, um exemplo na blogosfera nacional pelo ritmo de publicação e afecto clubístico. Se bem se recordam, o João Paulo já teve a amabilidade de me aturar em Agosto de 2010 naquela que foi a segunda mini-entrevista que conduzi aqui no Porta19. Desta vez num estilo mais telegráfico, para não se entediarem do formato:

 

Porta19: Haverá uma reedição da épica vitória de 1981?

João Paulo Meneses: Isso gostava eu. Mas apesar do FC Porto não estar (parece-me) muito forte, o Rio Ave atravessa uma crise de confiança. Não estou optimista.

 

Porta19: Adérito, Zé Manuel e Quim…ou Braga, Wires e Vitor Gomes?

João Paulo Meneses: O Vítor Gomes ainda não estará completamente operacional, penso, mas é um dos melhores do Rio Ave. Prevejo mais Wires, China e Braga ou Jorginho. O meu meio campo ideal seria Vilas Boas (pela raça), Vitor Gomes (pela qualidade) e Braga (pela ousadia).

 

Porta19: É desta que João Tomás marca ao FC Porto pelo Rio Ave?

João Paulo Meneses: É muito provável; preparem-se…

 

Porta19: O plantel do Rio Ave é curto? Mau? Adequado?

João Paulo Meneses: O plantel tem 24 jogadores, portanto não é curto (há, até, excesso de médios, embora com as lesões nunca se saiba…); tem muita qualidade em certos sectores mas, como todos, nunca é perfeito. Falta um defesa-direito inquestionável, mas de resto seria suficiente para estar na parte de cima da tabela.

 

Porta19: Carlos Brito tem condições para terminar a época?

João Paulo Meneses: Já tive mais certezas disso; a verdade é que 14 jornadas depois (e uma eliminação inaceitável na Taça de Portugal) o Rio Ave joga demasiadas vezes mal, ganha à rasca ou com sorte e, pior, falta ânimo à equipa. Há solução para isso?

 

Porta19: Huanderson ou Paulo Santos?

João Paulo Meneses: Nenhum deles é, parece-me, um fora de série, mas nenhum tem comprometido e até têm sido dos melhores. Neste momento Huanderson.

 

Porta19: Kelvin e Atsu devem ficar no Rio Ave até Maio?

João Paulo Meneses: Por nós sim; por vocês, penso que isso também vai acontecer; Kelvin ainda tem muita farofa para comer (e parece-me que extremo não é a posição mais adequada às suas características) e Atsu tem de evoluir bastante para poder ser titular no FC Porto (defende mal, é muitas vezes inconsequente no ataque), independentemente de não haver duvidas de que é um excelente jogador.

 

Porta19: Depois do negócio Júlio Alves, há hipótese de reconciliação com os rivais da Póvoa?

João Paulo Meneses: A zanga é institucional; entre adeptos há e haverá sempre rivalidade, nada mais; mas desde que eles não ganhem estará sempre tudo bem…

Como nota de rodapé, gostava de agradecer novamente ao João Paulo Meneses pela disponibilidade. Não o conheço pessoalmente mas sinto que identifico perfeitamente a forma como vive o seu clube em todas as vertentes, tanto pelo contributo para a preservação da história como para a divulgação das modalidades amadoras e dos escalões de formação. O intuito é sempre o de engrandecer o Rio Ave FC e o próprio clube tem muito que agradecer aos autores deste blog incluindo o outro co-autor, Gil Ribeiro Silva, a quem estendo os meus agradecimentos e elogios.

Link:

É por estas e por outras do género que a imprensa desportiva em Portugal está mais no fundo que o Bolama

Faço um pequeno intervalo no meu ostensivo alheamento da es(tupida)peculação sobre o mercado de inverno para me referir brevemente a esta pérola.

Ora deitem os olhos nesta pseudo-notícia que surgiu de pseudo-redacção de um pseudo-jornal:

Quando pararem de rir, posso continuar? Obrigado. Várias frases soltas surgem-me em frente das vistinhas:

  • Se um jogador tem uma cláusula de rescisão de vinte milhões de euros e esse valor é atingido, em que medida é que o clube pode recusar? “Ah, não, mas vocês são vermelhos e assim não vale?” parece-me uma razão tão boa como qualquer outra.
  • Se alguma vez esse valor estratosférico tivesse sido oferecido ao FC Porto por Fucile, alguém que jogue com o baralho completo crê que o rapaz não estava a correr na relva de Anfield desde Agosto?
  • Presmiership. Na Presmiership. Deve ser onde joga o Menchester. Ou o Enberton. Talvez o Stoike.
  • “Contratado em na reabertura”. Escrita à pressa. “É preciso dizer mal de mais um dos de lá de cima, minha gente, toca a romper essas teclas, removam por favor os dedos do esfíncter e procedam a desbravar caminho. Escolham qualquer um, tanto me faz.”

A pressão do online e a demanda pela notícia rápida e bombástica leva a parvoíces deste nível. E eu, sinceramente, nem sei porque é que ainda me aborreço com estas coisas.

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Apostar na Dhoze pela Dhezanove


Se ainda não ouviram falar, não deve faltar muito para começarem a ter os sentidos invadidos pelo nome. A Dhoze é uma nova casa de apostas que está a arrancar em Portugal e para além de ter muito bom aspecto, teve o extremo bom gosto de escolher aqui o meu poiso para estabelecer uma parceria que ajuda todos os que de uma forma ou outra têm alguma intervenção no Porta19. Eu, que recebo alguma ajuda para pagar o alojamento da página, mas principalmente os próprios apostadores que têm a oportunidade de experimentar uma excelente forma de usar uma nova casa de apostas que tem recolhido boas opiniões de várias pessoas com quem já falei e estão habituados a esta vida. E ganham com isso, acreditem, até porque os rapazes estão a dar 50% de bónus ao primeiro depósito até 50€. Nada mau.

Não sou grande fã de pedinchices e por isso podem estar certos que não ando aqui a tentar chular as pessoas que cá aparecem. Não recebo um único cêntimo por cada inscrição de um novo apostador. A única coisa que me pode dar algum lucro são mesmo os próprios lucros das pessoas que, registando-se através do Porta19, tenham elas próprias…lucros. Por isso de uma certa forma estou a apostar em vocês e nos palpites fabulásticos que vos passam pelas cabecinhas. Acham que o FC Porto vence o Sporting? Pensam que os Lakers vão vencer a Detroit? Crêem que o Contador volta a vencer o Tour? Claro que sim, aposta-se e ganha-se. Com fé, mas com tino, vejam lá.

E não pretendo alterar nada em termos de conteúdo aqui no burgo com esta novidade. Aliás, foi a primeira coisa que perguntei ao simpático interlocutor da Dhoze, porque se me “forçassem” a qualquer tipo de alteração editorial ou à inserção de links até à parvoíce, levavam logo um “então vão bater a outra porta”. Parecendo que não, ainda acredito que tenho bem mais integridade que barriga. E quando vi o Freitas Lobo a dar a cara na publicidade, foi a gota de água para o ganho de credibilidade. Ora se o fulano que cunhou a expressão “Roberto Sousa. Profissão: ladrão de bolas” não merece a minha confiança, quem merecerá?!

A única coisa que podem notar é o anúncio na faixa lateral e nos feeds RSS, em vez dos Anúncios Google, um banner da Dhoze. Nada de mais. Com esta alteração vou retirar os anúncios da Google para não encher o site de quinquilharia que não interessa a ninguém e para que não tenham de aturar publicidade a “Gosta de vasos azuis e brancos? Compre já na Loja XPTO!” só porque apanhou os termos “azuis” e “brancos” aqui do site. A Dhoze possibilitou-me esta pequena mudança que faço com gosto mas sem ganância. Se não ganhar nenhum com isto, não vou deixar de escrever e continuo a pagar o que pago. Não será por isso que fico chateado com ninguém. Mas como é evidente se puder pelo menos cobrir os custos…seria hipócrita se não o tentasse e sei que não me levam a mal.

Assim sendo, fica o link e a sugestão: se forem gente que gosta de apostar, dêem lá um salto. Se conhecerem malta que gosta de apostar, digam-lhes para fazerem o mesmo usando este endereço aqui em baixo. Com boas apostas, um pouco de pesquisa e alguma sorte, ganhamos todos.

http://www.dhoze.com/pt/?from=PO19_ROS_128_Txl

Link:

Inventonas

Aos domingos, no RCP, houve durante algum tempo um grande noticiário de informação desportiva lido a duas vozes. A recolha da informação era do Firmino Antunes, que sacava resultados de clubes quase desconhecidos em modalidades e escalões praticamente ignorados. Estava lá tudo. Quanto às duas vozes eram de quem calhava de serviço. Certa vez, estavam de plantão ao noticiário o Paulo Fernando e o João Paulo Guerra, escasseava a informação de outras modalidades mas abundava a da Volta a Portugal em Bicicleta. Lemos a classificação da etapa até ao vigésimo lugar e… não resistimos:
11º Paulo Fernando, disse o João Paulo; 12º João Paulo Guerra, respondeu o Paulo; nos lugares seguintes entraram os técnicos de serviço do outro lado do vidro, o Oliveira, o Gomes ou o Leal, de serviço à portaria, o Barata, atarantado atrás do balcão do bar. E ao 20 º lugar lá retomámos a classificação real: 20º Perna de Coelho, disse o Paulo Fernando, acrescentando apenas um de ao nome de um conhecido ciclista do Benfica, Joaquim Dionísio Perna Coelho.
Perguntarão: então e a direcção, não deu por nada? Deu. Ligou um director a perguntar que brincadeira era aquela? Como se houvesse algum ciclista chamado Perna de Coelho, ou Perna Coelho, ou lá o que era!? Com certeza. Paulo Fernando e João Paulo Guerra é que eram ciclistas de grande pedalada.

in kuandoosradioseramclubes.blogs.sapo.pt

Esta brincadeira aconteceu nos anos 60. Talvez nos 70. Nada de malicioso, nada de extraordinariamente ofensivo nem pejorativo, apenas uma brincadeira. Mas é uma imagem da falta de ética e de correcção jornalística que pauta o típico lusitano. Desde essa altura, se formos a ver pela grande maioria das notícias nos jornais que temos hoje em dia, não me parece que a evolução dos elementos que os compõem tenha sido positiva. O que mais enoja é o enaltecimento da classe, o elogio das figuras que constituem o núcleo do jornalismo desportivo português como se de cientistas sociais se tratassem, quando uma inacreditável percentagem deles é facciosa, descaradamente parcial e sem qualquer problema em escondê-lo e agir como armas de arremesso para interesses de vários clubes por aí fora.

Entretanto, os Nolitos deste mundo vão continuar a voar para o relvado, os Javis vão continuar a insultar e os Maxis a cotovelar. E quando vestem de azul-e-branco, como um qualquer Lisandro, Bruno Alves ou Quaresma aqui há uns anos, são gente vil e uma praga para o futebol moderno. Quando a camisola vermelha é usada com o orgulho que lhe injectam, a história muda.

Link:

B&W FCP

Já não é a primeira vez que falo neste assunto, mas tenho dois clubes que apoio para lá do FC Porto. Fora de Portugal, claro, e não com o mesmo nível de paixão, mas sigo as aventuras e desventuras, acompanho o dia-a-dia (quando posso), torço por eles e identifico-me com os adeptos e os valores que as instituições representam. Esses dois clubes, como alguns já sabem, são o Newcastle United FC e o FC Barcelona.

Focando-me um pouco no Newcastle, o meu FC Porto de preto-e-branco que joga em Inglaterra, estou mais que satisfeito pela temporada que estão a fazer. Actualmente em terceiro lugar, é a melhor defesa da Premier League e uma das únicas duas equipas até agora imbatíveis (a outra é o Manchester City), depois de um defeso em que tanta tinta correu com críticas ao treinador e às contratações e, imaginem, à contratação de apenas um avançado quando os adeptos pediam mais um. Mas o que mais impressiona nesta equipa que este ano está a desafiar todos os limites é mesmo a solidariedade e entreajuda que faz com que o onze que entra em campo seja unido, lutador, disposto a deixar tudo em campo e a combater alguma falta de talento e de grandes vedetas mundiais com o espírito de sacrifício que até agora tem sido vital no percurso invicto. A inspiração, quando falta, é substituída pela transpiração e os resultados estão aí para todos verem e se surpreenderem.

Jogadores como Jónas Gutierrez, Steven Taylor, Yohan Cabaye, Danny Guthrie, Demba Ba, Ryan Taylor, Fabricio Coloccini ou Danny Simpson são heróis em Tyneside com bons motivos. Quem conhece um pouco do passado dos Geordies sabe que não se pode comparar o talento de Gutierrez ao de Ginola ou Waddle, o de Ba ao de Shearer ou Beardsley, o de Cabaye ao de Gascoigne, Speed ou Rob Lee. E claramente Alan Pardew não tem o mesmo carisma de Keegan, Robson ou Joe Harvey, mas quem vê os seus meninos em campo percebe que há ali vontade de jogar, vontade de fazer o clube regressar ao que um dia já chegou a ser…um pouco como vimos no ano passado no FC Porto, de início a fim da época. Esta atitude enche os adeptos de orgulho e a alegria voltou a St.James’ Park. E a minha casa também.

É pouco provável (diria MUITO POUCO provável) que o Newcastle mantenha a posição que tem até ao final da época. Mas a forma como a equipa se tem vindo a exibir dá garantias aos adeptos que não será por falta de esforço que os resultados vão deixar de aparecer. Pardew, tão contestado quando chegou ao clube na época passada e sem tréguas desde o início da época, já está de parabéns. Só gostava de ver o mesmo acontecer aqui ao nosso Vitor, até porque o talento, ao contrário do que acontece em Newcastle, está presente em grande quantidade na Invicta. Só precisa de ser bem domado.

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