O Mundial já rende


Sabendo-se que a FIFA paga cerca de 1000 euros/jogador/dia aos clubes que os cedem (aos jogadores, não aos euros) para as respectivas selecções e tendo em conta que o FC Porto vai ter previsivelmente um mínimo de 5 jogadores (potencialmente 11) no Mundial, parece uma boa safra. Reparemos:

Convocáveis:
Portugal – Bruno Alves, Rolando, Raúl Meireles, Beto, Varela, Orlando Sá
Brasil – Helton, Hulk
Argentina – Bolatti
Uruguai – Fucile, Álvaro Pereira, Cristián Rodríguez
As opções a bold são as apostas quase certas, enquanto que as que estão em itálico podem ou não ser convocados, segundo critérios puramente…meus. Rodríguez tem a atenuante de não poder estar presente nos dois primeiros jogos devido a castigo, enquanto que os outros dependem de opções técnicas dos respectivos seleccionadores. Não coloco alguns jogadores que são também convocáveis como Mariano, Farías, Tomás Costa, Stepanov, Nuno, entre outros porque não creio que, salvo qualquer evento cataclísmico, não terão grandes hipóteses de entrar no lote final de convocados.
Assim sendo, se todos estes fossem convocados, o FC Porto teria direito logo à cabeça a cerca de 279 mil euros pelos 31 dias em que os jogadores estariam ao serviço das suas nações. Caso alguns ou todos se qualificassem, o valor ia subindo, como é lógico.
279 mil euros. Já pagava um Cissokho…
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Beto: O momento da verdade


Há algum tempo que Beto esperava por uma oportunidade para jogar na baliza do FC Porto, se excluirmos o jogo da Taça frente ao Sertanense, que deu para aquecer mas não muito. Tenha sido devido à lesão de Helton no jogo frente ao Marítimo ou por pura opção técnica da parte de Jesualdo numa tentativa de rodar o plantel, Beto tomou o lugar no jogo contra o Chelsea e manteve-o frente ao Rio Ave.

O Grande Pimparel (como poderia ser conhecido tivesse optado pela carreira de mágico) está no momento decisivo da sua carreira. Com Helton a fazer uma boa época mas a ser ainda e constantemente criticado pelos adeptos pelo facilitismo com que encara alguns lances, Beto tem tudo para manter a confiança de Jesualdo. Ontem, frente ao Rio Ave, vi um guarda-redes imperturbável, a agarrar as bolas com confiança e a lançar rapidamente contra-ataques sem inventar, a lançar-se para algumas boas defesas na relva, a mostrar os dotes de impulsão que são tão importantes quando não se têm a altura de outros e a dar confiança à defesa.
Beto tem de mostrar serviço. Queiroz tem Eduardo como titularíssimo da Selecção mas Beto esteve habitualmente entre os convocados, perdendo esse estatuto no play-off contra a Bósnia em função da maior experiência de Hilário. Beto é um bom guarda-redes mas é exactamente nesse ponto que precisa de capitalizar: na experiência. E que sítio melhor para a ganhar que na baliza dos campeões nacionais, com os holofotes sempre apontados a qualquer falha quer no campeonato quer na Champions League?
Gosto de Hélton e não lhe quero mal como muitos colegas meus de Porta, mas talvez tenha chegado a altura de dar hipótese de brilhar a Beto. Se Jesualdo, como é costume, não alinhar pelas minhas palavras e mandar Beto de novo para o banco…não vem mal ao mundo. Mas admito que estou a gostar do que vejo, e Beto, para se afirmar a sério, precisa de um teste de fogo. Aí sim, vamos ver se Beto é o Fernando que ano passado “apagou” a Luz, ou se é um Costa que em 1997 foi “apagado” em Manchester…
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Comparações

A curta entrevista com Tiago Machaísse que o Record hoje publica é notável. Tiago, o treinador que lançou o novo provável reforço do Sporting, Mexer (obrigado, Deus do futebol, por nos trazeres mais um nome em forma de verbo), a uma dada altura compara o jovem a um Frank de Boer…ou um Ricardo Rocha.

Quem ler na diagonal poderá cometer o lapso, perfeitamente racional, de não interpretar tal declaração como algo estranho, mas o que está dito, está dito. Proponho-me a outras comparações do género, assim como assim não podem ser mais díspares que aquela que Tiago Machaísse proferiu. Cá vão:
  • Mariano González assemelha-se a um Marc Overmars com o talento de um copo misturador;
  • Tomás Costa tem a capacidade de organização de um Hagi ou um Michael Thomas;
  • Ivica Kralj tem a elasticidade de um Higuita e os reflexos de um iaque;
Se se lembrarem de mais, sintam-se à vontade de colocar nos comentários. Este blog não reserva o direito de quase nada.
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Baías e Baronis – FCP vs Rio Ave


(foto retirada d’A Bola)

Não tive hipótese de ver o jogo ao vivo no Dragão porque me encontrava na altura aos saltos como um louco no Pavilhão Atlântico a ver os Muse (obrigado, foi excelente!) e apenas vi o jogo quando cheguei a casa, por volta das 3 da manhã, o que leva a que a minha percepção do que se passou em campo possa estar um pouco torcida. Ainda assim, vamos lá à escalpelização dos factos…e olhem que escrever isto direitinho com 3 horas de sono não é fácil. Onward:

BAÍAS
(+) Varela. É quase impossível não gostar do rapaz, especialmente quando pega na bola vindo de trás e arranca por lá fora, tentando não driblar muitos defesas mas sim passar por eles em velocidade. É rápido, é agressivo e é um jogador para ser titular, por muito que custe aos outros dois avançados que jogam nas alas, eles que também estão a subir de forma. Varela pode ser uma das pedras-chave para o regresso do nosso clube ao lugar que se espera meritório mas que, por agora, nos contentamos que seja apenas estatístico.
(+) Notei algo de diferente na equipa, particularmente após a entrada de Varela. Houve maior agressividade, maior empenho em cada um dos lances disputados e uma tentativa de fazer mais e melhor. Gostei de Hulk e de Rodríguez a lutarem pela bola, gostei de Meireles menos esticado no terreno e gostei de ver a equipa como um todo a rodar a bola cada vez mais em cima do adversário.
(+) Fucile esteve bem, apesar do penalty ter sido absurdamente marcado pelo árbitro. A forma como sobe desinibido pelo flanco dá muito apoio ao ataque, fazendo constantes overlaps de posição com Hulk e terminando as jogadas sempre em cima dos adversários. É este Fucile que queremos!!!
(+) Estou a começar a gostar de Beto. Ontem, com a relva molhada, a ser pressionado por constantes cruzamentos e remates traiçoeiros do Rio Ave, esteve impecável. Sem culpa no golo (onde andavam os centrais?), o nosso Pimparel esteve em todas, defendeu algumas complicadas e muitas simples, sempre a agarrar a bola com segurança e a lançar imediatamente o ataque…com certeza no envio da bola, não me lembro de o ver a fazer como Helton, que normalmente lança a bola com a mão para 50 metros longe da baliza…só para a bola ir para fora. É assim que um guarda-redes deve lançar os ataques, pelo chão, para os pés dos jogadores, tal como Baía fazia na era Mourinho.
BARONIS
(-) Chuva + vento + frio + Domingo + 20h15 = Pior assistência da época. Estavam à espera de quê?!
(-) Belluschi. Entrou muito bem em jogo, mas não me dá grande hipótese de louvar a capacidade técnica quando se afasta da partida durante tantos minutos e quando aparece acaba por falhar passes fáceis e não criar os desiquilíbrios que se esperam dele. Ainda não chega, miúdo.
(-) Fernando ontem foi o exemplo paradigmático das falhas técnicas da equipa. Finta quando não deve fintar, falha passes fáceis e só sabe jogar para o lado. Teve um mau jogo e espero que não volte a acontecer.
(-) Hesitei em dar um Baroni a Maicon e decidi que tenho de o fazer. O rapaz não esteve mal de todo mas é demasiadamente lento. Falhou um passe absurdo quando tentou mudar de flanco em frente a João Tomás (se não estou em erro, o que é possível) e quase dava o golo do avançado do Rio Ave. Mediano tecnicamente, esteve em falha no golo do adversário, bem como Bruno Alves. Não me venham dizer que é o Fucile que está responsável por marcar Tarantini. O rapaz bem saltou…
(-) Continua a mediocridade técnica. Com todo o respeito que Jesualdo me merece, se o treinador fosse Sir Bobby, no final das partidas lá iam todos de volta para o campo, o Rui Barros espalhava uns pinos pela relva fora e punham-se todos a tentar acertar nos mecos a 20 metros de distância. Quem falhasse tinha de dar uma volta ao campo a sprintar. Era ver o Fernando e o Álvaro a deitarem os bofes de fora ao fim de 15 minutos…ou seja, 15 voltas…
Como disse no início, ver o jogo na TV é diferente de o ver ao vivo, e por isso preferiria não embandeirar em arco e pensar que a equipa está a crescer de produção, apesar de ainda longe do desejável e exigível. Mas pode ser que (mais) este pequeno susto tenha ajudado…
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