Um curto desvio

Já não falo do Benfica há que tempos e acreditem quando vos digo que não tenho sentido falta de o fazer. Há muito mais sumo no FC Porto e é aí que tento focar as minhas energias para produtivo em prol do meu clube, por isso deixo o Benfica-slamming para outros que têm mais talento e pachorra para isso que eu. Mas fica um pequeno apontamento sobre as eleições presidenciais que hoje se realizam, na forma de um infografismo retirado do site oficial da campanha de Vieira e que me chegou aos olhos porque leio regularmente o “Ontem Vi-te no Estádio da Luz“, e que espelha bem a diferença entre Vieira e os presidentes anteriores a ele:

Façamos apenas uma pequena comparação entre Vieira e Pinto da Costa quanto ao palmarés no futebol:

  • Campeonato Nacional: 8
  • Taça de Portugal: 5
  • Supertaça Cândido de Oliveira: 7
  • Liga dos Campeões: 1
  • Liga Europa (ou antiga Taça UEFA): 2
  • Taça Intercontinental: 1
Nas modalidades:
  • Andebol: 13
  • Basquetebol: 13
  • Bilhar: 45
  • Boxe: 4
  • Hóquei em Patins: 19
  • Natação: 8

Ao todo dá a bela soma de mais que muitos. Sem futsal nem voleibol. E se nos focarmos só no futebol para simplificar as coisas, é fácil perceber que as vitórias em campeonatos equivalem a todos os títulos que o Benfica conseguiu no futebol nos últimos 18 anos. Ou que vencemos tantas Ligas Europas como o Benfica venceu Ligas Portuguesas. E por aí fora.

E logo à noite, por entre o mediatismo bacoco e as palmadinhas nas costas que toda a imprensa vai projectar na eleição mais entediante que me lembro naquele clube, vamos continuar a ver Vieira à frente do Benfica. Ainda bem.

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Respect

Costumo jogar futebol aos sábados de manhã, já há quase dez anos, com o mesmo grupo de canastrões com quem partilho há muito tempo um grande naco da minha vida. Jogamos dentro de portas sobre um piso de relva sintética e os resultados vão alternando entre as goleadas e os desníveis milimétricos, com lesões e frangos e golaços e penalties e grandes defesas e público e insultos e discussões. O normal nas futeboladas entre amigos. E há sempre respeito, muito embora durante o jogo possa não parecer. Ambas são decididas no início do jogo à boa moda dos liceus, com escolhas alternadas entre dois capitães nomeados por anti-aclamação (que é como quem diz: “faz tu que eu não quero”), e o que sucede numa fatia considerável dos confrontos é que uma das equipas dá ideia de ser mais forte que a outra e prova-o em campo, conseguindo uma vantagem considerável sobre  a outra ao fim de meia-hora e desnivelando a competição. É normal que tal aconteça, mas muitas das vezes que acontece há algo que se segue e que me põe doente: a malta que está à frente começa a facilitar. Não avança como deve, perde bolas na defesa, começa a tentar jogadas de calcanhar, bolas aéreas, combinações ao primeiro toque e desbarceloniza o jogo com uma facilidade tremenda. E não raras vezes o que acontece (e aconteceu nas últimas duas semanas de competição, por exemplo) é que o jogo inverte o sentido e a vantagem se vai perdendo e vai baixando em moral, em inteligência, em alma e, finalmente, em números. Tanto que a outra equipa, os underdogs ou assim tratados durante um extenso período, recuperam o mesmo que os primeiros perderam e acabam por triunfar no meio da anarquia e descoordenação geral da equipa teoricamente mais forte.

E é o que vejo em tantos jogos do Futebol Clube do Porto contra equipas mais fracas que não nos assustam à partida e que ao fim de dez ou vinte minutos provam que não jogam com as mesmas armas que nós. E muitas vezes os nada humildes combatentes portistas olham para baixo e pensam: “Não vale a pena correr muito nem jogar a sério, mais tarde ou mais cedo as coisas hão-de encaixar e vamos ganhar sem problema.”. E olho para um jogo como este contra o Santa Eulália e só penso na falta de respeito que mostrámos em campo e gostava de pedir desculpa ao adversário. Porque os tratámos sem o respeito que merece e que todos os clubes merecem ter da nossa parte, grandes ou pequenos, vermelhos ou verdes, portugueses ou estrangeiros. Sim, mesmo o Benfica.

Se fosse adepto do Santa Eulália tinha ficado chateado. Preferia que o FC Porto tivesse vindo jogar contra nós com vontade de jogar e nos tivesse espetado cinco ou seis a zero porque é essa a real diferença entre nós. Assim tinham-nos mostrado um mínimo de respeito e tratado como iguais.

A Aretha e a UEFA tinham toda a razão. Respect. Também gostava de o ter visto.

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I Encontro da Bluegosfera – LIVE

Hoje, o Porta19 está em modo tertúlia. Ou melhor, em modo relato-de-tertúlia. Após o primeiro painel, onde estarei ocupado em afazeres moderatórios, as actualizações no blog serão feitas à medida que a conversa vai decorrendo, com a eventualidade de colocar fotografias e/ou citações em directo. Esta tentativa de salto tecnológico será feita a partir daqui do Porta19 mas será enviada para outros dois locais nos tubos:

É a primeira vez que vou tentar algo do género, como um relatador do MaisFutebol ou da UEFA ou de tantos outros sites que colocam os relatos play-by-play enquanto vão acompanhando o decorrer da partida, ou neste caso, da conversa. É uma forma de manter as pessoas que não se puderam deslocar ao Auditório José Maria Pedroto…presentes, de uma forma virtual. Porque em espírito, sei que todos lá estarão.

Assim sendo e correndo tudo na perfeição (espero que me perdoem se houver alguma falha, afinal sou um virgenzinho nestas coisas dos relatos em directo) acompanhem-me hoje à tarde, pelas 15h, em directo aqui no Porta19. Estarei à vossa espera.

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Baías e Baronis 2011/2012 – Os pontas-de-lança

Fecho os jogadores com os pontas-de-lança. Em frente, companheiros:


KLÉBER

Herdar a camisola nove não é fácil, mas parece que a onze também não. Kleber entrou a medo e com uma titânica pressão em cima dos ombros que nunca conseguiu sacudir nem fintar, muito à imagem do que fez em campo contra os defesas contrários. Sempre que o via pensava aquilo que um adepto crente nas boas opções dos dirigentes do seu clube pensa: “Ele vai atinar, o puto vai atinar!”. Mas nunca atinou. Meses após meses se passaram sem que Kleber conseguisse atinar. Com a baliza, com os colegas, com a relva, com a bola, com tudo. Boa vontade? Sim, definitivamente. Alguma técnica? Certo. Instinto de goleador? Meh, mais ou menos. Nervosismo? Podem apostar o escroto que sim. Kleber não é Falcao, percebamos isso de uma vez por todas. E foi comprado para evoluir ao lado de Falcao, para aprender e servir como uma alternativa digna no caso de ausência do colombiano. Mas Falcao decidiu sair para Madrid e a opção, muito à imagem do que foi feito com o treinador, foi a de apostar num cavalo desconhecido. Correu mal. E agora? 2012/2013 é “vai ou racha” para o brasileiro, porque a época que agora acaba não foi boa. Longe disso.

Momento Baía: Marcou um golo ao Benfica no Dragão, mas os jogos fora contra Leiria e Rio Ave foram os mais produtivos.

Momento Baroni: Montanhas de jogos em que andou inconsequente a galgar relva sem que produzisse um mínimo de lances de perigo para a rede adversária.

Nota final 2011/2012: BARONI


WALTER

Alguém se lembra dele? Depois de tanto se falar de Kleber e actualmente de Janko, parece tão longínqua a utilização de Walter na equipa do FC Porto e ainda mais estranho perceber que em determinadas alturas da primeira volta o enorme carequinha chegou a ser pensado como alternativa ao ex-Marítimo. Alguns jogos a titular em Outubro de 2011 puxaram o ânimo de tanto portista para cima mas a moral foi curta e vivida com pouca paixão. Walter nunca convenceu treinador e adeptos e foi despachado de volta para o Brasil. Teve problemas pessoais, que não ajudaram a subir a rentabilidade em campo mas é uma das grandes apostas furadas dos últimos anos.

Momento Baía: Os quatro golos ao Pêro Pinheiro para a Taça.

Momento Baroni: O peso. É impossível para um jogador de topo ter aquela quantidade de gordura e continuar a ser um jogador de topo.

Nota final 2011/2012: BARONI


JANKO

O pinheiro austríaco chegou e pôs todos com dúvidas. Não podia jogar na UEFA mas vinha com nome de goleador, tinha ar de bom rapaz mas a capacidade técnica de um guaxinim alcoolizado e uma altura que deixa sempre toda a gente sem confiar a cem por cento no potencial de se adaptar a um jogo “à latina” como todos gostam de dizer que fazemos. A questão é que Janko chegou em Janeiro e não tendo tido o impacto de um Jardel (cinco golos em doze jogos não é muito…), a verdade é que esteve acima de um Mielcarski ou um Quinzinho. Não imagino se Janko ficará no plantel para 2012/2013 mas a verdade é que a experiência do rapaz pode vir a ser uma mais-valia em alturas complicadas. Porque a altura dele pode complicar. O adversário. Com a altura. Já falei na altura dele?

Momento Baía: O golo ao Nacional na Madeira. É para aquilo que se quer um ponta-de-lança!

Momento Baroni: Diversos lances com falhas em cima da linha de golo. Lances demais.

Nota final 2011/2012: BAÍA


Mais uma pequena nota para…chuiff chuiff…Falcao, que como Ruben Micael fez os dois jogos contra o Guimarães…we miss you, please come home!

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Madjer e Messi e mais nada.

Esta é a equipa do ano para muitos portistas:

Mas se eu fosse mesmo, mas mesmo doente, especialmente depois de ver o jogo da final do Campeonato do Mundo de Clubes, escolheria esta equipa.

E só lá faltavam Busquets, Pedro e Villa. Como não sou…fico-me pela do topo. Votem aqui, no site da UEFA.

Para fechar o tema Barcelona, aqui há uns vinte e quatro anos o carro era diferente, o futebol era diferente, o jovem com as chaves nas mãos era diferente e as condições atmosféricas eram completamente diferentes. Mas há semelhanças. Os vencedores tinham riscas azuis verticais, o carro ainda era um Toyota e o rapaz que amealhou um novo bólide também tinha um apelido começado por M e as iniciais dos países de origem de ambos também são partilhadas.

É um orgulho poder dizer que partilhamos um pódio com uma das melhores equipas de sempre. É a melhor que já vi a jogar desde o Milan de Sacchi que Capello herdou e treinou naquele eterno 4-0 na final da Taça dos Campeões…ao Barcelona. Sic transit gloria mundi. E a glória, neste momento, é blaugrana.

PS: subscrevo inteiramente as palavras do José Correia e do Zé Luís sobre este assunto.

PS2: já agora, voltando ao tema de cima, não havia imagens do Álvaro e do Falcao no FC Porto? Há critérios que não entendo.

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