SWOT – 2010/2011 – Resultados a meio da época

No passado mês de Agosto fiz uma análise SWOT sobre a nova temporada do FC Porto e o facto de ser uma época de mudança para todos, com um novo treinador e alguns novos jogadores a pegarem no touro pelos cornos. Chegou a altura de um pequeno balanço nesta fase de descanso natalício. Segue abaixo:

Os vistos verdes representam items que estavam correctamente estimados, os vermelhos foram especulações rotundamente erradas e os amarelos são pontos de incerteza. Não quer portanto dizer que os items que estão marcados a verde são benéficos para o clube nem que os vermelhos são prejudiciais (se bem que como todos sabemos, o vermelho tende a sê-lo), apenas traduzem uma análise correcta ou não.

Vamos lá perceber então se a época está a corresponder às (minhas) expectativas:

STRENGTHS (Pontos fortes):

Nem preciso de entrar em detalhe, certo? Tudo o que se assumia veio a ser comprovado.

WEAKNESSES (Pontos fracos):

Aqui já há pontos que não foram previstos na mesma medida correcta dos pontos fortes no que acabou por resultar em benefício do clube:

– Falta de alternativas na frente de ataque na ausência de Falcao, já que Walter precisa de forma física e não há mais nenhum ponta-de-lança. – Continuo a achar que Walter ainda não é uma alternativa credível a Falcao para ser titular, e caso o colombiano não jogue terá sempre de haver alguma adaptação de Hulk a ponta-de-lança ou então mudar o sistema para um 4-4-2 que, admita-se, não está ainda oleado na perfeição.

– A saída de Bruno Alves ainda não foi suprida e internamente Maicon ainda não tem experiência suficiente para se afirmar em pleno. – Já a saída de Bruno Alves parece não ter feito grande mossa, apesar das bolas aéreas já não serem quase sempre dominadas em voo, mas a forma de Maicon (quando não se põe a brincar como em Alvalade) colocou o ex-capitão quase no esquecimento precoce e Otamendi parece cada vez mais um valor seguro.

– Fecho tardio do plantel, com elementos a chegar ainda não integrados e outros que estando integrados podem facilmente sair. – O plantel fechou a horas, sem compras loucas (Prediger e Valeri no ano passado, lembram-se?) e não fossem os casos Walter e Kléber e não tínhamos tido grandes motivos de conversa no defeso. Bruno e Raul eram já sabidos que iam sair, só não havia a certeza para onde…

– Em alguns casos as diferenças entre os titulares e as alternativas é grande demais para garantir segurança, seja por período de adaptação curto ou por falta de qualidade. – O ponto mais importante é mesmo este último. É verdade que temos alternativas mais credíveis que no ano passado mas a equipa ressente-se quando as alterações são grandes ainda que pontuais, como aconteceu com Emídio no lugar de Álvaro, Walter em vez de Falcao ou Ukra/Cebola a substituir Varela. Apenas para o final de 2010 é que houve uma mescla mais produtiva, com Ruben a crescer de forma, Fucile e Sapunaru ambos em bom nível, Otamendi mais calmo e James a mostrar o que vale. Espero que continuemos a melhorar em 2011, porque os primeiros 3 meses não foram seguros caso os titulares se lesionassem. Como sempre tenho dito, aceita-se mas é preciso mais e melhor.

OPPORTUNITIES (Oportunidades):

– Possibilidade de chegar mais longe na Liga Europa que na Liga dos Campeões. – Na Liga Europa ainda não chegamos aos 1/8s por isso o patamar standard da Champions ainda não foi atingido, por isso esperamos todos para ver…

– Menos pressão para vencer da parte da imprensa pode levar a boa gestão de expectativas. – Numa palavra: balelas. Mal a comunicação social começou a ver que havia ali material de qualidade e que a primeira derrota não surgiu, foi automática a forma como as pressões se intensificaram, culminando com o jogo frente ao Paços. Pressão? Venha ela!

– Permitir a gestão do plantel por forma a rentabilizar o máximo dos jogadores, permitindo utilização de todos em várias competições. – Todos os jogadores foram utilizados até esta altura. Mais uma vez, excelente gestão do plantel.

– Voltar a apostar na “prata da casa” por forma a não gastar verbas astronómicas na contratação de jogadores de valor não confirmado. – Não posso dizer que tenha havido uma aposta clara nos putos da formação, apesar da chamada constante de Badr, Maia, Kadu ou Tiago Ferreira (entre outros) aos treinos dos seniores. Castro e Ukra tem sido usados de forma intermitente, com menos jogos que outros jogadores “caros” que existem no plantel como Walter, James ou Souza, mas a diferença está na qualidade. Castro poderia perfeitamente ser alternativa a Souza ao passo que a diferença de produção entre Ukra e Cristian Rodriguez não é suficiente para que o uruguaio tenha levado a melhor. Espera-se pelo mercado de inverno para saber se ficam ou se vão rodar.

– Juntar os adeptos à equipa depois do desânimo geral causado pela má época 2009/2010. – Sem comentários. Estamos todos com a equipa e o número de espectadores no Dragão é prova disso.

THREATS (Ameaças):

– Pouca paciência dos adeptos para sequências de resultados negativos. – Ainda não houve uma “sequência” de resultados negativos, e os três empates (dois para o campeonato e um na Europa League) não são propriamente negativos já que um foi em Guimarães, outro em Alvalade e outro frente ao Besiktas, e em todos terminamos o jogo em inferioridade numérica. Já se ouviram assobios no Dragão mas espero que os pipoqueiros se acalmem.

– Reforço do plantel em desespero de causa se não conseguirmos os acordos com os jogadores pretendidos. – Nada a comentar. O investimento foi normal e o facto de Kleber não jogar agora de azul-e-branco serve para provar que não fomos gastar dinheiro à louco.

– Pouca utilização pode levar a baixa de moral para alguns jogadores (Beto, Castro, Ukra…). – Qualquer um destes rapazes tem vindo a dizer que não está insatisfeito, apesar de querer jogar mais. Assumo que a gestão de plantel é complicada mas moralmente parece-me tudo bem.

– Inexperiência do treinador pode ser aproveitada por oponentes com mais “calo”, particularmente com resultados negativos. – Mais uma vez…é preciso para isso ter resultados negativos. E não incluo aqui a irascibilidade de Villas-Boas nos empates em Guimarães e Alvalade porque, sinceramente, foi extrapolado em demasia pela imprensa.

– Acumulação de jogos em fases cruciais (Setembro), a somar a ausências pontuais de alguns jogadores em competições internacionais – A qualificação para a fase de grupos da Europa League passou sem espinhas e os jogos da Selecção deixaram poucas mazelas. O plantel deu conta do recado.

Estamos perto de terminar a primeira volta. Será que a segunda parte do campeonato vai trazer novidades?

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Neste Natal…

Que o Falcao continue humilde e a marcar golos como o Van Basten se jogasse na 3ª divisão búlgara…

Que o Hulk permaneça até ao fim da época…

Que o Fucile faça o mesmo…

Que o Helton se mantenha bem-disposto e confiante, que toque lá a música dele mas que não a passe para o campo…

Que o Sapunaru não se meta no álcool de novo…

Que o Álvaro trate bem das pernas porque vai precisar delas na segunda volta…

Que o Varela recupere rápido porque faz falta…

Que o Guarín não regrida um ano e continue a ser prático e objectivo a jogar…

Que o Walter passe a semana de Natal no ginásio do Biggest Loser…

Que o Maicon deixe de brincar na defesa…

Que o Otamendi continue a ver bem ao longe porque os carrinhos são bons mas arriscados…

Que o Villas-Boas consiga motivar os rapazes até ao fim em todas as provas e lhes mostre que a vitória só chega quando se levanta o troféu…

Que os adeptos voltem a encher o Dragão em 2011…

E acima de tudo…que sejamos campeões!

Link:

Memória Azul – Nº 6 – Benfica vs FC Porto



foto retirada da Record “Revista da época 1996/1997”

No dia 11 de Outubro de 1996, o FC Porto visitou a Luz para o Campeonato e venceu por 2-1 com golos de Jorge Costa e de um rapaz que na altura já estava a começar a dar que falar: Mário Jardel. Esta foto consegue o raro feito de reunir duas duplas que fizeram história em Portugal, por motivos totalmente diferentes: Aloísio e Jorge Costa, pela solidez defensiva, classe e profissionalismo; Paulinho e João Pinto, pela rivalidade extrema dentro de campo. E umas cotoveladazitas.
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