Balanço 2017/2018


Quatro anos depois, o campeonato é nosso. Segue o balanço, analisando cada jogador com uma simples comparação entre ele e outro que já tenha por cá passado. Sem desculpas nem grandes preocupações com exactidão na equiparação. É isso tudo, estou fartinho até aos cabelos do Brahimi de análises sérias. Don’t hate me just yet, leiam já aqui abaixo:


2b – Duplo Baroni (muito mas muito fraquinho)
b – Baroni (fraco)
Bb – Baía em Barcelona (jeitoso mas longe de ser memorável)
B – Baía (bom, acima da média)
2B – Duplo Baía (época de grande nível)


 

GUARDA-REDES:

Casillas – Baía depois de voltar de Barcelona até ser campeão europeu. 2B
José Sá – Beto na fase final de 2009/2010. Grandes defesas, espantosas falhas. Bb
Vaná – Jorge Silva nos 90s. Bb
Fabiano – Paulo Ribeiro nos 00s. Bb

DEFESAS:

Maxi – João Pinto em 1995. Ainda dá para correr, mas a ratice fala mais alto. B
Layún – Marek Cech. Não faz grande coisa, mas não é mau de todo. Dá para sacar uns cobres. Bb
Alex Telles – Intensidade de Álvaro Pereira e capacidade de cruzamento de Esquerdinha. 2B
Osorio – Ricardo Silva com rins mas também com um sistema nervoso em overdrive. Teve o azar de apenas ter jogado um dos piores jogos da época. 2b
Ivan Marcano – Semi-Aloísio com jet bronze invertido. Tenho pena que saia. 2B
Felipe – 70% de Fernando Couto. 2B
Ricardo Pereira – Bosingwa em 2007. 2B
Reyes – Uma espécie de Rolando com menos velocidade e melhor leitura de jogo. B
Dalot – Um jovem Sapunaru com mais velocidade e técnica. Bb
Jorge Fernandes – Pouco tempo para mostrar serviço. Ricardo Costa em 2001. Bb

MÉDIOS:

Paulinho – Carlos Eduardo quando estava lesionado. b
Danilo Pereira – Emerson. E chega. 2B
Héctor Herrera – Oscilou entre Valeri em 2009 e Moutinho em 2011. B
André André – Kazmierczak com menos 80 kg. b
Óliver – Óliver em 2014, com menos brilho. Bb
Otávio – Deco em 2001. You know what I mean. Bb
Sérgio Oliveira – Tomás Costa depois de sair de Dachau, reaprender a jogar à bola e enfardar seis faisões por refeição. B
Luizão – Guarín em 2009 nos As, Guarín em 2011 para o nível da B. Bb
Bruno Costa – Temi que fosse Costa. Acabou por ser apenas normal, inofensivo. Evandro na A, Belluschi na B. Bb

AVANÇADOS:

Aboubakar – McCarthy no início da época, Vinha no final. B
Corona – Oscilou (como sempre) entre Alessandro e Tarik. Bb
Marega – Uma espécie de Hulk mais alto e mais forte. Exactamente. 2B
Hernâni – Clayton sem bola. Marco Ferreira com bola. Ugh. b
Brahimi – Melhor que Ricardo Quaresma nos tempos de Jesualdo. 2B
André Pereira – Esforçadíssimo na A e na B. Um misto entre Pena e Cebola. Bb
Soares – Jackson Martinez na forma como falha golos consecutivos até marcar. B
Galeno – Maciel, até na forma como se esquecia da bola. b
Waris – Mariano González. Muito menos talentoso. b
Gonçalo Paciência – Janko com talento. Trabalhou sem marcar. Bb

Link:

Baías e Baronis – Guimarães 0 vs 1 FC Porto

O último jogo do campeonato foi igual em espírito a grande parte dos outros que o antecederam. Vi um FC Porto a querer ganhar, a tentar sempre ganhar, a procurar a melhor opção para chegar à vitória. Do treinador aos jogadores, o clube ganhador que me habituei a ver há tantos anos está de volta. Finalmente. Vamos a notas:

(+) Óliver. Gostava de te ver jogar mais vezes, rapaz, a sério que gostava. E já sei que és um tipo que separa portistas em vez de nos unires, porque há muito jovem que não gosta de ti e culpa-te pela perda de força no meio-campo, pela incapacidade de jogar com duas unidades pelo centro e pelas bombas do IRA nos anos 70. Eu não sou desses. Eu gostava muito de te ver a jogar mais e talvez no futuro consigamos fazê-lo juntos, puto. Não vai ser nada fácil, mas eu sei que tu consegues. E a jogar como fizeste hoje, cheio de personalidade, passes excelentes e vontade de pegar no jogo, tens mais hipóteses.

(+) Corona. Estava com uma bebedeira das grandes no autocarro que chegou aos Aliados e fez por merecer Esteve em foco durante o jogo pela forma empenhada como se dedicou a fazer alguma coisa que pudesse limpar a imagem de algumas semanas (meses?) em baixo de forma. Corona é uma das grandes dúvidas na minha cabeça porque não sei muito bem se vale a pena mantê-lo no plantel. No entanto, tendo em conta o meu track record recente, sou menino para dizer que o quero levar ao aeroporto…hey, funcionou com o Marega e com o Herrera!!!

(+) O espírito da equipa. Num jogo que valia menos que feijões, a equipa não parou. O treinador não parou. Deu oportunidades a dois guarda-redes, algumas peças alternativas e até mudou o esquema, mas esteve sempre a puxar para a frente. Sempre para a frente. Goste-se ou não do estilo, o homem não desiste. E os jogadores, com aquele banho na conferência de imprensa, estão obviamente com ele. E dão-nos a todos um orgulho enorme.

(-) Demasiada pancada sem amarelo. Certo, Capela. Era o último jogo da época, querias sair com a folha limpa e sem cascar em ninguém. Mas havia limites, moço, porque o Jubal e os outros capangas andavam a bater em tudo que lhes apetecia, com patadas e encontrões e tudo que é tradicional acontecer-nos quando vamos a essa terra. Afinal, se formos a ver, não havia grandes limites, ao que parece.


Agora descansem, rapazes. Copos, comida, cama, Guronsan. Bom Mundial para quem lá for e boas férias para o resto da malta. Mereceram.

Link:

Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 1 Feirense

Milhares pelo país fora. Milhares na alameda. Milhares fora do estádio. Milhares dentro no estádio. E eu, num misto de leve alcoolização e descompressão no crepúsculo de uma época muy intensa, que culminou numa celebração de várias horas antes do jogo e se prolongou pela noite dentro. Campeões, carago!!!

(+) Campeões, carago! Nada a dizer. Tudo a dizer. Tudo a dizer mais tarde, no próximo episódio do A Culpa é do Cavani. Até lá, um abraço a todos. Portistas, desportistas, treinador, jogadores, presidente, claques, marketeers, directores de comunicação, roupeiros, enfermeiros, médicos, todos. Estamos todos de parabéns porque trabalhou tudo para o mesmo lado, sem dispersões, sem enfoques fora da nossa meta. Tentamos ser campeões, fizemos tudo para o conseguirmos e o prémio chegou, tão justo quanto importante. Campeões. Saudades, malta.

(+) Sérgio Oliveira. Durante o jogo foi o maior. Depois do jogo, com o pontapé de polvo que mandou o peluche para a bancada, ainda mais. Ele e Gonçalo foram dos mais efusivos nos festejos, talvez porque fariam o mesmo se estivessem fora do relvado, numa bancada qualquer de camisola ao peito a saltar e a aplaudir o clube deles. No fundo foram adeptos activos, em campo. Mas Sérgio esteve bem também durante o jogo, com um excelente golo e uma exibição firme, segura, com garra e com mais pernas do que pensei que tivesse à 33ª jornada. Mais um rapaz recuperado às trevas e uma aposta segura no plantel 2018/2019. I think.

(+) O golo de Brahimi. Que maravilha, rapaz. Que coisa mai linda. Era embrulhar aquilo e enviar para Deus ou Alá ou Snowden ou seja lá o gajo que tu veneres, porque foi uma obra de arte digna dos Uffizi. E se fores parar a Florença ou a Liverpool ou a Madrid, fizeste por merecer.


Descansem, rapazes. Fizeram por merecê-lo.

Link:

Baías e Baronis – Marítimo 0 vs 1 FC Porto

foto retirada da conta de twitter do Otávio

Um bom jogo de uma boa equipa com bons jogadores, liderada por um bom treinador. Ninguém é genial, ninguém é maravilhoso e merece estátuas. Ao mesmo tempo todos são maravilhosos e merecem esculturas de bronze com peitorais bem definidos, feições heróicas e sorrisos de quem sabe que a conquista é quase inevitável. Uma equipa que esteve sempre focada no objectivo, que tentou o golo de uma forma constante mas tranquila e que acabou por lá chegar pelo homem que marca a diferença nesta época. Moussa é, sem qualquer dúvida, a figura do ano. Notas abaixo:

(+) Marega. Já não sei muito bem como qualificar o rapaz. Ele sabe, ele tem de saber que não é um excelente jogador de futebol. É um atleta estupendo, um ser humano com uma capacidade física acima da média, mas como jogador de futebol é mediano. Jeitosito, vá, como o Carsten Jancker era jeitosito. Mas a forma como Marega se tem mostrado é uma evidência do aproveitamento que o treinador lhe deu e da maneira como adaptou o jogador ao esquema (ou criou o esquema a pensar no jogador, que é quase tão brilhante como assustador), que no fundo acaba por oferecer um campeonato a um clube que não chegou lá com portentos de técnica, esquemas inteligentes, abordagens cautelosas ou inovadoras. Foi com um maliano de cem quilos. E funcionou.

(+) Fome. Herrera e Brahimi são os elementos em que mais se nota esta vontade de comer. Esta intensa e imensa vontade de ganhar, de ser campeão. Não digo que não se veja esta garra nos outros rapazes (Marega, Ricardo e Telles, por exemplo), mas estes dois rapazes são as duas figuras de maior vontade, de maior empenho em finalmente vencer alguma coisa, eles que estão num clube que lhes foi vendido como ganhador e que até agora, também por culpa deles, estava a seco. E Iker, o que dizer de Iker Casillas, que tudo venceu como jogador menos o terrível título de campeão português? Todos os jogadores estão com uma tremenda vontade de vencer e conseguiram manter-se com a estabilidade mental e a capacidade física para vencer um jogo que era historicamente complicado e que lhes possibilita ser campeões na próxima semana, em frente aos seus adeptos que os incentivaram desde o início do ano. Mar azul, amigos, mar azul para todos.

(-) Otávio. Não teve um bom jogo. Perdeu-se muitas vezes na não-zona que costuma ocupar e é essa uma das desvantagens que mais se fazem notar no meio da agilidade táctica que oferece à equipa: nunca tem um espaço próprio. É ala quando precisamos de construir, médio de cobertura na primeira fase defensiva e quase lateral a defender. Mas também lhe pedimos para cobrir o centro. E ajudar a pressionar. E, claro, a tapar na linha. E Otávio tem mostrado vontade mas não chega para tudo e fica sempre a meio termo de uma exibição decente. Hoje foi mais um desses dias, que deve mostrar ao treinador que nem sempre um faz-tudo consegue…aham…fazer tudo.


Um. Ein. Un. One. один. وا حد. Estamos quase lá.

Link:

Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 1 Setúbal

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

Entrar a bater. Entrar a marcar. Marcar de novo. Limpar a testa do suor. Marcar novamente. Ufa que está calor e tal. Pum, outro golo. Ah, que coisa estranha, ainda ontem estava a chov…oh pronto, vamos lá outra vez. Pum. Chega? Mais um? Certo, podes ser tu agora, hipsterzuca. Tau. Problem solved, next! Notas abaixo:

(+) Marega. O terceiro golo mostra bem a diferença que se verifica quando Marega não está disponível para jogar numa equipa com o modelo do actual FC Porto. Mostra porque nunca aconteceria, porque se fosse Ricardo tinha caído ao fim de dez metros em luta com o central, se fosse Otávio nem chegava a dez metros, Corona tinha sido arremessado contra um painel publicitário e Soares ganharia em força mas não em velocidade. Marega, numa única jogada, mostrou tudo: força, velocidade, visão de jogo e capacidade técnica para manter a bola controlada e para a endossar com aviso de recepção para Brahimi encostar. Este é o mesmo Marega que por vezes tropeça na bola, cai sozinho e finta a relva. Yup, também não consigo explicar.

(+) Telles. Duas assistências e um excelente golo de livre directo num jogo que até foi relativamente tranquilo e onde os números falam mais alto que a exibição. Mas é e continua a ser um dos melhores laterais esquerdos que já passou pelo FC Porto, por tudo que tem mostrado em campo, pelos cruzamentos, pelos livres, pelas assistências e pelo empenho. Só lhe falta um título.

(+) Sérgio Oliveira. No início do ano, quem diria que este badocha iria ser titular no FC Porto? Muito embora o seja através da infelicidade alheia, a lesão de Danilo veio trazer um Sérgio cheio de moral, garra e esforço, bem acima do que esperaria dele nesta fase da carreira. Esteve mais uma vez em bom nível, com discernimento na saída com a bola, prático a movimentar a bola (às vezes demais, com uma falha que merecia que fosse levado ao poste, em alta velocidade, pelo Marega) e afoito na recuperação defensiva.

(-) Arbitragem. Pressão alta? Recuperação da bola em zona ofensiva? Capacidade de impedir o adversário de começar a construção no seu próprio meio-campo? Sim, sim e oh bébé sim. Tudo características do FC Porto de Sérgio Conceição que seriam colocadas em campo…se o árbitro não marcasse falta em 90% das bolas disputadas nestas circunstâncias e onde nem era preciso o jogador do FC Porto tocar no adversário para se ouvir o apito.


Tudo à Madeira. Não é decisivo mas é muito importante sair da ilha com os três pontos. Temos mais que equipa para isso.

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