Os preços do novo Dragon Seat

Este rapaz é um bom rapaz. É um rapaz simpático. E também é um rapaz que gosta de se dar ao trabalho de fazer recolhas estatísticas e coloca-as online para que todos possam ver. Com devida autorização do autor, cá vai:

Podem ler o resto do comentário em http://dragao-cronico.blogspot.pt

A verdade é que algo está a ser feito para tentar trazer mais pessoas ao Dragão, tentando combater o decréscimo de assistências das últimas temporadas. E a reformulação do esquema de preços parece querer uniformizar os valores que a malta tem de largar nos cofres do clube para que possa erguer os números do público ao vivo, o que é um bom plano mas pode não funcionar. Para mim, que tenho lugar na agora Arquibancada (uma medida que tem tanto de nostálgica como de pouco produtiva mas que será sem dúvida apreciada pelos saudosistas, onde me incluo), a poupança de 50€ é importante e ajuda sempre um bocadinho mais no orçamento familiar. É também interessante a forma como se tenta “convencer” a malta que detém lugares na Superior, Norte ou Sul, para que mudem para bancadas mais centrais, proporcionando uma melhor visão do jogo e da sua envolvência. Por pouco mais de 20% do valor que agora pagarão para ver o jogo de uma zona com pior visibilidade por trás das balizas, podem fazer um upgrade low-cost para poderem disfrutar da partida a partir de uma cadeira mais central, com maior impacto nas televisões e na aglomeração visual de público nas bancadas. Sim, é verdade que depaupera o “tribunal” em virtude de um maior conforto, mas quem já é cativo mental desses lugares em particular decerto não se importará de manter o lugar que, valha a verdade, também vê o seu valor reduzido. O único problema estará na fusão de alguns sectores da lateral e da sua incorporação nas centrais, na tentativa já acima descrita de puxar o público para zonas centrais por mais uma meia-dúzia de euros.

Sim, concordo. É uma boa medida, pelo menos no papel. Espero que os próximos tempos tragam a confirmação na caixa.

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Haters gonna hate

Estaria disposto a apostar que se perguntasse à grande maioria dos adeptos do FC Porto: “Que perfil deve ter o treinador ideal para o nosso clube?”, salientando que não se deveriam referir a nomes em concreto, a resposta inclinar-se-ia para três conceitos: ambicioso, trabalhador e portista. E por isso sempre achei curioso que Vitor Pereira fosse considerado por tanta gente como um treinador que nunca seria digno, virtuoso, adaptável a um clube como o nosso. Foi sempre uma espinha que se me atravessou na goela e deixei-me enredar pela minha tradicional postura de defender o trabalho e a honestidade acima de tudo, defendendo também por isso o nosso treinador. Porque sempre acreditei que um líder tem aquele rácio certo de inspiração vs transpiração que faz dele a pessoa certa no lugar certo e durante muito tempo acreditei nisso com todo o meu coração. E digo também que Vitor Pereira continuaria a ser um treinador perfeitamente capaz de continuar a liderar o FC Porto se lhe fossem dadas as condições que não teve no primeiro ano nem no segundo, por motivos completamente diferentes.

Acho curiosa a recepção dada a Paulo Fonseca depois da que foi dada a Vitor Pereira, dois anos antes. Quando Vitor chegou ao pouso, naquela tarde de Junho de 2011, foram muitos os portistas que torceram o nariz. Temiam o estigma do princípio de Peter, desconfiavam da capacidade de um adjunto desconhecido com pouca experiência como treinador, sem sequer ter passado pela primeira divisão antes de chegar ao Dragão. Era um gajo com ar de recém novo-rico, com discurso enrolado, nervosismo em frente às câmaras e uma aparente inadaptação a um mediatismo que lhe parecia tão alienígena como inevitável. E Vitor manteve-se forte para fora, por muito que estivesse fragilizado por dentro, em nada ajudado pela grande maioria dos adeptos, tão voluntariosos em afirmar que o futebol era brilhante quando as coisas correm bem e os primeiros de arma na mão, prontinhos a arremessar o primeiro saco de fezes verbais na direcção do treinador, da SAD, de Pinto da Costa, de Antero e de outros adeptos que apoiavam o treinador.

E vejo agora chegar Paulo Fonseca, que tem condições para triunfar no nosso clube (dependendo de qual venha a ser o vosso critério de sucesso), já começa também a ser visto com desconfiança. Porque é do sul, porque só fez uma temporada na primeira, porque só lhe compraram trampa, porque tem barba, porque assinou no Porto Canal em vez de o fazer no estádio ou porque usa blazer. É um eterno descontente, este adepto, e é tão fácil de arranjar desculpas para se poder colocar do lado dos naysayers daqui a uns meses. Dizer mal, é dizer mal, é sempre a dizer mal.

Por isso, Vitor, boa viagem para Riade. Vais apanhar árabes iguaizinhos aos nossos, porque o futebol, meu caro, é igual em todo o lado.

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ATENÇÃO! AVISO IMPORTANTE!

Ainda há lugares para quem se quiser inscrever no evento mais importante para discussão do que é o FC Porto de hoje e o que queremos que seja o FC Porto de amanhã. Já temos um número agradável de inscritos, mas quantas mais vozes melhor. Mostrem que são interessados pelo vosso clube e não se limitam a discutir pelos tubos da internet!!!

É só ir a https://docs.google.com/forms/d/1fhF3BDmDUMpVa5tc-AOFtCNZAvfrd_mOa9KuMJlujww/viewform!!!

Mais informações em: http://www.facebook.com/Bluegosfera

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O novo, o antigo e os de sempre

Não conheço Paulo Fonseca. Nunca falei com o homem, raramente vi o Paços a jogar este ano que agora acabou e nem sequer me lembro do que fez o Pinhalnovense na tal quase-gloriosa jornada no Dragão. Das poucas coisas que conheço dele é que quase vestiu a nossa camisola aqui há uns anos valentes mas que acabou por ir para o Leça e estourou-se todo passado uns tempos. Talvez esteja a soar um pouco brusco, mas para não pensarem que o primeiro post sobre o novo treinador serve para o criticar ou para usar recursos sarcásticos para criar já uma imagem de discordância com a opção, vou começar por outro lado, com a tábua limpinha de qualquer cinismo, desconfiança e aquele portugalidade tão vincada que nos corrói por dentro sempre que procuramos encontrar razões para desconfianças preconceituosas. E não me vou esquecer do trabalho do seu antecessor, estejam descansados, mas isso fica para outro post.

Paulo Fonseca aparece depois de uma temporada interessante, muito acima das expectativas criadas num clube que trabalha bem, parece ser gerido de acordo com regras de decência e ética desportiva louváveis e onde conseguiu desenvolver um trabalho tão produtivo como o que se vê na qualificação para a Champions. Os paralelismos com Villas-Boas e Mourinho são fáceis de fazer e apesar da escola não ser a mesma já que a teoria desses dois nomes parecem substituídas por uma ascensão baseada em trabalho de campo e menos de gabinete, a verdade é que é um nome que me agrada per se. Só por isso porque não consigo falar do futebol até que o possa ver em campo ou, em casos menos oportunos, via televisão. Parece ser um tipo empenhado, com ambição, com garra e com vontade de fazer o clube chegar mais longe do que fez nos últimos anos.

Entusiasma? Não faço ideia. A mim, não. Mas não me entusiasma por motivos que serão talvez diferentes dos da maior parte da malta que já vi a criticar a escolha. Tem pouco tempo de bola, dizem uns. É treinador de equipa pequena, dirão outros. As equipas dele jogam feio e são resultadistas, opinarão terceiros. Não olho a nomes, CVs, companhias ou palavreado fácil. Reservo o direito de acreditar na equipa que o escolheu e acreditar ainda mais que vai fazer um trabalho sério e ao nível do nosso clube. Que vai saber dar o salto qualitativo que esperamos possa acontecer, que lhe sejam dadas condições para que tal seja possível e que saiba marcar a diferença pela positiva porque há sempre aspectos a melhorar em qualquer clube, em qualquer instituição, em qualquer panorama.

Vejo um nome novo a chegar. E à imagem do que fiz há dois anos, só me resta desejar-lhe boa sorte. Bem vindo, Paulo. De mim terás o que todos os outros treinadores tiveram no início das suas carreiras de azul-e-branco: honestidade. Só posso esperar o mesmo de ti.

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