Até…sempre, Mariano?

É sempre triste ver um jogador que se lesiona sozinho, ainda por cima quando é da nossa equipa. Este sábado vimos a lesão de Mariano González em Coimbra, que acabou por afastar o argentino para o resto da temporada, como foi já confirmado pelo site oficial do FC Porto.

Tratando-se de Mariano, o jogador que todos amamos detestar, acaba por ter um sabor agridoce. Por um lado, o lamento de ter um jogador que se esforça sempre até ao limite, que nunca desiste e que luta sempre por todas as jogadas em que se envolve, nunca dando um lance por perdido, a somar ao facto de termos vários avançados impossibilitados de contribuir para a equipa, por lesão ou castigo, o que limita ainda mais as opções do treinador; por outro lado, temos a boa nova de não contarmos com um rapaz que pouco mais costuma fazer que perder bolas fáceis, esquecer-se do esférico quando parte para o contra-ataque ou andar de gatas atrás dos jogadores contrários.

Tendo em conta uma previsível rearrumação da casa no final da temporada, o jogo contra a Académica pode ter sido o último em que vimos Mariano a vestir a nossa camisola. Não sei se chore se ria.

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Baías e Baronis – Académica vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)


Este era mais um jogo que era aguardado com grande expectativa, depois de uma semana terrível nas hostes portistas. Acabou por ser mais do mesmo, só que desta vez vencemos, uma vitória que apareceu quando já não havia grande esperança, pelo pé esquerdo de Cristián Rodríguez, ele que foi provavelmente o melhor em campo. Continuam as falhas técnicas, continua o jogo pouco imaginativo e aos repelões, continua uma instabilidade terrível na organização defensiva e acima de tudo na criação de jogadas de ataque. Valham os três pontos! Notas abaixo:

BAÍAS
(+) Rodríguez. Já fazia falta o Cebola de ano passado, lutador e a carregar a equipa para a frente com força e alguma cabeça. Foi guerreiro desde o arranque e acabou por ver o esforço compensado com um golo que dá três importantes pontos. Ao longo de todo o jogo andou a lixar a cabeça aos laterais, principalmente pelo lado esquerdo. Admito que sou fã do rapaz e tinha muita pena que estivesse tanto tempo lesionado, até porque acho que é um elemento importante no ataque portista e fez muita falta. Quem dera que esteja sempre feliz como hoje…
(+) Belluschi. Teve alguma clarividência num meio-campo onde Ruben esteve fraco e a notar-se muita fadiga nas pernas do madeirense. Belluschi, provavelmente por ter jogado menos minutos, parece mais fresco e acabou por ser um dos jogadores mais perigosos da equipa do FC Porto. Acertou passes que costuma falhar e pressionou zonas que tem por hábito esquecer, para além de vários remates à entrada da área que causaram relativo perigo.
(+) Miguel Lopes. Com o castigo/sabática forçada que Fucile está a cumprir, Miguel Lopes fez o possível para agarrar o lugar e saiu-se bem. Muito mais atento do que no jogo contra o Olhanense, esteve bem defensivamente e apoiou o ataque (particularmente Varela) sempre que foi possível. Não tem a fibra de Fucile nem tão pouco a sua capacidade técnica, mas pareceu querer mostrar que é uma segunda opção que pode ser utilizada sem problemas de maior. É preciso confirmar o crescendo de forma.
(+) Beto. Esteve seguro durante todo o jogo, agarrando bolas com firmeza, saindo bem aos cruzamentos e até fora da área, onde parece gostar imenso de jogar. Com Helton lesionado e Nuno a ser o habitual escolhido para a Taça da Liga, Beto parece ser opção apenas para a Taça de Portugal, o que não torna fácil ganhar muitos minutos por isso tem de aproveitar todas as oportunidades. Hoje, ao contrário do que aconteceu noutras alturas, saiu-se bem.
BARONIS
(-) Bruno Alves. Hesitei antes de dar uma nota negativa a Bruno Alves, mas decidi fazê-lo de qualquer forma. Apesar do golo que marcou e que nos recolocou no jogo depois de um penalty por si cometido e que será no mínimo um pouco forçado, o que mais entristece é a forma como Bruno Alves se tem vindo a comportar durante os jogos na qualidade de capitão de equipa. Bruno Alves reclama com árbitros com uma atitude quase intimidatória e excessivamente agressiva; age impulsivamente e sempre com nervos em franja perante os adversários, arriscando inúmeros cartões vermelhos com pequenas quezílias que um dia destes, quando os árbitros perderem o medo, lhe vão mostrar; está a facilitar em demasia em zonas defensivas, raramente pressionando o avançado que lhe aparece na frente (lembram-se do Bruno Alves a fazer um carrinho em algum jogo este ano?) e acabando por fazer faltas em áreas recuadas que levam perigo para a própria baliza. Bruno parece instável e nervoso, e essas são qualidades que num capitão de equipa se acabam por transmitir para o resto dos jogadores.
(-) Azar de Mariano. Nada directamente contra o argentino desta vez, apenas contra a lesão que lhe pode ter custado o resto da temporada. Pode ser uma sorte disfarçada para o resto da equipa, já que se sabe a influência infeliz que Mariano muitas vezes tem no fluxo de jogo ofensivo…mas nesta altura, com Orlando lesionado, Farías amuado (segundo “O Jogo“, algo que a SAD veio desmentir em comunicado) e Hulk castigado, é uma limitação ainda maior ao nosso ataque-esqueleto.

(-) João Capela. Lá pelo Olegário ir ao Mundial, quer dizer que todos os árbitros têm de começar a apitar como ele?! Sempre que alguém ia ao chão era falta, quer fosse portista ou academista, era uma parvoíce de quedas e atiranços para o chão, sempre com o proverbial assobio estridente do senhor de vermelho fluorescente. É com árbitros destes que queremos evoluir o nosso futebol?!…


Ganhámos um jogo que tanto podia dar vitória do FC Porto como um empate, o que seria merecido dada a pouca acuidade ofensiva da nossa equipa e a boa organização defensiva da Académica. Ainda assim, três pontos são três pontos e nesta altura tudo o que vier à rede é sável…
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FC South America

Estejam descansados, não estou a virar a casaca e a transformar-me em vermelhão. Cá vai uma citação direitinha do MaisFutebol, proferida por Ramires em entrevista ao site da FIFA, um dos melhores jogadores brasileiros a jogar no nosso país:

«Fiquei verdadeiramente chocado com a quantidade de jogadores brasileiros que há em Portugal. Quase todas as equipas portuguesas têm brasileiros nos seus plantéis que não conseguiram construir uma carreira no Brasil. Há até pessoas que eu nem sabia que eram brasileiros, antes de ouvir o sotaque»

Que venha o primeiro que me diga que o rapaz não tem razão. Ele, que tem mostrado qualidade muito acima da média para o que se costuma ver por estas bandas, consegue ver facilmente que há jogadores brasileiros a mais neste campeonato, onde muitos deles acrescentam pouca ou nenhuma valia à nossa Liga. E quem diz brasileiros podia perfeitamente dizer argentinos, uruguaios, cabo-verdianos, sérvios, enfim, as dezenas e dezenas de estrangeiros que entram para o nosso campeonato aos contentores e que podiam perfeitamente ser substituídos por dezenas e dezenas de rapazes portugueses, que já conhecem o estilo e os hábitos e que ajudariam sem dúvida a melhorar o actual estado do nosso futebol.

E nós, cá na Invicta, temos tido muito bons exemplos disso, com quantidades absurdas de jogadores de duvidosa qualidade a serem cá colocados, ao passo que algumas eternas promessas acabam por ser colocadas na proverbial prateleira, condenados ao exílio forçado em clubes de menor dimensão, onde muitas vezes desmotivam-se e perdem o gosto de vencer e de melhorar cada vez mais, vergados ao infortúnio de uma política de decisões estranhamente globalizadora.

É lógico que há bons valores no estrangeiro e muitos deles acabam por suprir falhas directas que o clube ou o país não conseguem colmatar, posições específicas que são complicadas de conseguir produzir ou jogadores com um estilo mais adaptado ao treinador que o pretende. O problema está quando se escolhem jogadores para posições que facilmente se podiam arranjar 3 ou 4 jogadores dos juniores e que fariam o mesmo lugar tão bem ou melhor.

É tudo uma questão de “os” ter no sítio e arriscar a aposta. Só custa no início…

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Quanto vale isto?

Esta mensagem foi afixada no balneário da equipa visitante na passada quarta-feira, no Estádio Santiago Bernabéu:

«Esta noite é de vida ou morte. Não podemos deixar este estádio sem ter dado tudo. Não se arrependam de nada. Boa sorte para todos.» 


Quem escreveu isto? Lisandro López.
O Porto ganhou 24 milhões com a venda de Lisandro ao Lyon.
A questão é: quanto terá perdido em valores não-tangíveis com a perda deste espírito…


Parabéns, Licha. Vou torcer por ti na Champions.


lido aqui, no MaisFutebol

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