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Portismo

Sou sócio desde 1992, e comecei a gostar de futebol uns anitos antes disso. Nunca fui grandemente influenciado pela minha família, que parecia mais interessada em que eu fosse uma pessoa decente e equilibrada e não partilhava o meu gosto pela bola. “Olha que te magoas!”, dizia a minha mãe sempre que ia dar uns pontapés no esférico, preocupada que estava com a minha aparente falta de talento natural para o desporto activo. Optei pela estrada da passividade, mantendo a competição activa a nível de jogatinas com amigos, e nesse ano decidi fazer-me sócio do FC Porto, já que gostava muito do clube e assim era mais barato comprar bilhetes para os jogos nas Antas. Além disso, era um orgulho. Hoje em dia o “ser sócio” está um pouco em desuso, o que interessa é comprar o Dragon Seat ou a Gamebox ou lá o que raio chamam na cesta de pão a que chamam estádio ali em Lisboa, em frente ao Colombo.
Quando me fiz sócio, acabava por ir à grande parte dos jogos na Superior Sul do Estádio das Antas, longe das claques porque era um puto cheio de medo de levar no focinho e eles eram muitos e não muito amigáveis. Mantinha-me activo a ver o jogo, esbracejava e berrava, junto com um amigo que me acompanhava religiosamente nos protestos e celebrações. Lembro-me de muitos jogos, e um destes dias vou começar uma série de posts sobre esses jogos clássicos que me ficaram na memória. Hoje não, que é tarde.
Fica a minha sequência de portismo, a forma como a minha dedicação ao clube foi variando ao longo dos anos, os melhores momentos e as alturas em que fraquejei, quer por ingenuidade ou por falta de convicção. Atenção que os momentos são meus e só não coloco mais porque não cabiam! Há tantos que ficaram de fora…a derrota com o Panathinaikos em casa, a morte de Rui Filipe, a vitória ao Benfica numa noite de nevoeiro intenso, a vitória frente ao Man Utd no Dragão…entre dezenas e dezenas de outros!
Enfim, cá vai! Agradeço comentários e deambulações nostálgicas!

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Ano Zero

Há algo que me continua a intrigar nos plantéis do FC Porto dos últimos anos e que se prende com os extensos períodos de experiência que damos a alguns dos jogadores que contratamos e que parecem não justificar imediatamente o investimento. Fazemos inclusivamente algum espectáculo sobre o assunto, dada a incapacidade notória de outros clubes (leia-se Benfica) de fazer o mesmo. Quem não se lembra da permanente comparação de Lisandro com Bergessio? Em todos os jornais, toda a imprensa falada e escrita gritava a plenos pulmões: “Se isto fosse no FC Porto, o Bergessio era o melhor marcador porque eles sabem esperar que os jogadores assentem!”.

Desde a olvidável época de 2004/05, o annus horribilis em que a maior parte dos nossos hábitos foram quebrados em função do dinheiro investido e da incapacidade de lidar com a fama adquirida, e quando despachamos Diego e Luís Fabiano por meia dúzia de tostões por não sabermos regressar a esse tempo, o clube voltou a uma lógica de aguardar e de tentar trabalhar os jogadores como deveria ter feito desde antes: tentando adaptar o homem e não só o atleta.

Lembro-me quando Deco chegou às Antas no início de 1999, a equipa estava numa fase consistente, coroada com a conquista do pentacampeonato. Deco teve de ocupar uma vaga ao lado de Zahovic, o cérebro da equipa e o movimentador de todo o ataque, e o brasileiro não brilhou. O clube soube esperar, e Deco passou as próximas épocas a tentar liderar a equipa, com resultados mais ou menos negativos. Aquando da chegada de José Mourinho, Deco despontou para uma das melhores épocas de sempre em 2002/03, continuou a brilhar em 2003/04 e acabou vendido ao Barcelona, valorizadíssimo. O mesmo se pode aplicar a Lisandro, com uma primeira época não muito produtiva; Tarik, ostracizado por Jesualdo na primeira temporada; Alenichev, encostado por Octávio; ou Mariano González, que depois de uma época absurdamente má foi recuperado para uma segunda temporada com melhor rendimento, golos e aceitação pelos adeptos.
Mas há exemplos contrários, como Clayton, um homem que apesar da pouqíssima produção em campo acabou por passar 4 (QUATRO!!! PORRA!!!) anos de dragão ao peito, e acaba por ganhar uma Taça UEFA sem saber bem como.
Isto não serve por isso para louvar a política recente do clube. Por cada Lisandro ou Mariano há sempre um Benítez, Stepanov ou Guarín. Compreende-se que esperemos por alguns jogadores para tentar que eles se adaptem e melhorem o seu rendimento na segunda temporada, mas onde é que se coloca um stop? No fim da segunda? Na terceira? Quando o rapaz se reforma?
Se formos ao passado não muito longínquo, temos exemplos de jogadores que foram contratados para 4 ou 5 meses, sendo “cuspidos” no final da temporada com alegações de falta de adaptação e de incapacidade de transmitir melhorias ao plantel de que fugazmente fizeram parte. Homens como Kaviedes, Mareque, Bolatti, Maric, Ibarra, Chippo…todos jogaram de Dragão ao peito mas quase não tivemos tempo de perceber a diferença que fazem de Benítez, Guarín, Stepanov, Clayton ou Mariano González, todos jogadores que pouco tendo feito para o merecer, continuaram no plantel para a(s) época(s) seguinte(s).
Há que depositar esperança na equipa técnica. Eles tomam as decisões, eles escolhem os jogadores, eles decidem quem entra e quem sai. Mas a cabeça que está no cepo também é a deles, e se os resultados com estes jogadores não forem positivos, é a eles que se terá que pedir responsabilidades.
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Brochura para vender jogador

Como adepto do FC Porto, fico sempre satisfeito quando vejo figuras proeminentes de clube rivais a sairem. Tal como certamente os adeptos de Benfica e Sporting deverão ficar quando viram na última semana jogadores como Lisandro e Lucho a sairem do FCP. Assim sendo, fico muito feliz pela saída de Katsouranis. Vai e não voltes, mongo.
Continuando. Aqui há uns dias vi que Michael Owen foi apresentado a diversos clubes através de um dossier que foi criado para tentar convencer as pessoas a adquiri-lo ao despromovido Newcastle (ver aqui a brochura completa, sem se rir com a palavra “brochura”). Vale a pena ler porque é simplesmente absurda a maneira como se tenta impingir um jogador com fraca produtividade nos últimos anos e com uma propensão para lesões quase imbatível, e apesar do aparente sucesso (o Manchester United chegou-se à frente) a onda de gozo na web já começou. Inspirado por estas tentativas, segue a minha brochura simples para a venda de Katsouranis a qualquer clube.
Comentários? Sugestões? Ideias para fazerem a vossa própria broch…desisto, esta palavra é má demais…
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Álvaro Pereira? Qual, o do SLB?


Isto de acordar com estas notícias é dose. Está um gajo ainda cheio de sono e ouve logo na SIC Notícias: “O FC Porto contrata Álvaro Pereira, defesa esquerdo uruguaio que vinha a ser negociado para o Benfica” (cito de cabeça). Saio de casa, chego ao trabalho e confirmo a notícia no site d’O Jogo, apesar de o site oficial não fazer qualquer menção. Pelos valores que vejo (2 milhões por metade do passe), não me parece extraordinariamente caro, mas isto pode significar uma de três coisas: Benítez sai (aleluia, PdC seja louvado); Cissokho sai; O Uruguai é a nossa nova Argentina. Se a primeira não me tira o sono, aliás diria que me atira mais descansado para as terras de Morfeu, a segunda já me chateia um bocadinho, mas talvez a terceira seja a melhor hipótese.

Se a posição de defesa-esquerdo não abunda com grande qualidade em qualquer lado neste planeta da bola, a contratação de um novo quando o que cá está dá algumas garantias pode significar uma boa aposta para o futuro. Como sempre faço quando contratamos um moço novo, dou-lhe tempo…
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O brilho de Rui Santos


Aos domingos à noite quando me sento no sofá para assistir a mais uma extraordinária crónica dissertativa do Rui, acabo sempre por me aperceber que a linha que define a diferença entre a estética visual agradável e a náusea é no mínimo ténue. Ah, os fatos brilhantes e as gravatas laranja. O cabelo meticulosamente oleado. As pausas teatrais. Único.
O que passa mais rapidamente da tela para as mentes das pessoas, para além do tradicional fastio com que fala, é a capacidade camaleónica com que transforma um tópico noutro, qual Woody Allen da Brandoa. Pobres membros da régie da SIC Notícias que tem de adaptar o cenário nos plasmas por trás do oráculo da bola, quando começa a falar do Porto e rapidamente muda antenas para o Benfica…ou então quando se lança num raivoso ataque perante um qualquer moínho de vento, sejam as (por si) badaladas novas tecnologias ou o seleccionador nacional ou um árbitro que claramente em prejuízo do Benfica tornou mais um campeonato numa mentira pegada.

É de rir. Mas pouco.

Não custa perceber que arde de inveja do FCP. Que gostava de emular o nosso modelo no seu clube. Que ano após ano apercebe-se da parvoíce que impera na sua zona e que vê campeonato após campeonato a ser perdido por erros contínuos que não parecem ter fim. Este fim-de-semana proferiu uma das frases que acredito mais lhe tenha custado nos últimos tempos: “Uma selecção dos melhores jogadores de Benfica e Sporting não ganhavam mais de metade dos jogos a este Porto”. Quão verdadeiro, Rui. E quanto te deve ter custado essa percepção.
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