Sir Bobby Robson (1933-2009)

Estive em Lisboa na 5ª e 6ª feira (fui ver o concerto do Leonard Cohen e só vi o jogo contra o Aston Villa em diferido) e tive de apanhar um táxi para me colocar mais depressa na Gare do Oriente para apanhar o kimbóio. A dada altura, estávamos a dar duas de treta sobre futebol, o taxista pergunta-me: “Olhe, sabe quem morreu? O Robson! Ele chegou a ser vosso treinador, não foi?”. Estava muito bem disposto até esse momento, e fiquei de ombros caídos. Já sabia da doença que o estava a matar aos poucos, e como sou fã do Newcastle há muitos anos (mais uma história que um destes dias conto), tenho um ainda maior apreço pelo indivíduo.

Fiz-me sócio do FC Porto em 1992 (ver aqui a evolução) e quando Robson chegou, tornei-me um fã incondicional do inglês. Lembro-me de jogos em que ele punha a equipa a treinar no fim do jogo, em frente aos adeptos todos, só porque achava que não tinham corrido o suficiente. As expressões robsonizadas (o pass precise, o cento e vinte percent e o killer instinct, entre muitas outras) enchiam-me de gosto pelo futebol, não tanto pelo clube mas pela atitude e pelo espírito daquele grande homem do futebol mundial.
Teve os seus bons e maus momentos no FC Porto, entre contratações falhadas (entre muitos outros o grande, o único…Baroni!) e opções tácticas no mínimo impopulares (aqueles habituais 80 minutos sem alterações enervavam-me tanto!!!), criou um laço entre ele e a massa adepta do clube que parecia impossível depois do fosso criado pela saída de Ivic.
Até a minha mãe, habitualmente uma estranha no mundo do futebol, dizia-me regularmente que gostava imenso de conhecer Sir Bobby, que até lhe fazia uma feijoada à maneira para ver se ele aprendia a falar português de uma vez por todas. Não era preciso. O que ele dizia entendia-se em qualquer língua, foi o treinador que mais me fez interessar pelo futebol e foi o meu preferido de todos os que vi no meu clube.
Cheguei a dar-lhe meia-dúzia de palavras (“Good luck, Mr.Robson, you are the best!”) num hotel em Chaves, onde a equipa estava a estagiar e onde por sorte me encontrava com a minha família. Sorriu para mim, assinou-me o livro de autógrafos e seguiu caminho. Se pudesse dizer mais algumas, seria: “Thank you, Sir Robert. Thank you for making me enjoy the game like you did.”
Link:

Baías e Baronis – FCP vs Aston Villa

Um jogo que infelizmente acabou por penalizar a primeira parte muito fraca da equipa, com desconcentrações e falhas graves na defesa e pouca criatividade no ataque. É melhor ler abaixo, Baías e Baronis aguardam:

BAÍAS
(+) A reviravolta mental na segunda parte foi reminiscente do jogo de Kiev, em que saímos de um arranque amorfo para uma boa exibição. Neste caso acabou por não compensar o esforço mas de facto foi bem melhor e compreende-se, tendo em conta o cansaço da equipa, que não tenha tido mais e melhores frutos.
(+) Álvaro Pereira não esteve mal de todo, apesar do primeiro golo ter saído de uma palermice sua. Acaba por ser um dos jogadores mais utilizados na pré-época, e tem feito esquecer Cissokho. Temos lateral esquerdo, ainda que tenha de aprender a defender um pouco melhor.
(+) Hulk sofreu montes de faltas em muito pouco tempo, resultado da capacidade de arranque e de arrastar os defesas, em que é quase imbatível. Marcou novamente e continua a marcar a diferença pela positiva…
BARONIS
(-) …mas não chega. Hulk está forte e pujante, mas está a cometer os mesmos erros consecutivamente. Ouço-me a dizer “passa a bola!” em casa, para uma sala vazia. Ainda mais preocupante é a sua influência na equipa. Lembram-se de Quaresma? Quando as coisas corriam bem todos lhe passavam a bola, ele tomava conta do assunto. Mas quando a bola não ia sempre parar ao destino, quando os defesas eram mais rápidos e mais agressivos…a bola não chegava lá, e Hulk pode ter esse efeito depreciativo na equipa.
(-) Falcao é, até ver, outro Farías. Um jogador sul-americano, com um nome de 6 letras, lento, tecnicamente não muito mau mas não extraordinário, que joga quase sempre a fugir dos centrais e raramente a consegui-lo. Já tínhamos um, e eu não gostava. Mas este foi só o primeiro jogo a titular, depois de poucos treinos e no início do que promete ser uma época bem dura. Há que dar tempo, mas as primeiras indicações são de um substituto de Lisandro que não estará à altura do argentino.
(-) A equipa está muito cansada e isso notou-se. A primeira parte, apesar de extremamente fraca, acaba por ser quase expectável, tendo em conta os treinos intensos que têm pautado o nosso mini-estágio em Espanha.
(-) O onze inicial é absurdo. Um meio-campo com Fernando, Meireles e Guarín?! Já reparei que há quem não concorde comigo, mas Guarín não é jogador para o FC Porto, e quem acha que ele está a melhorar só porque joga mais tempo, está enganado. É um jogador indeciso, que não protege convenientemente a bola, demorando muito tempo a soltá-la e a maior parte das vezes que o faz, faz mal. E se tem jogado tanto tempo só pode ser porque Jesualdo está a tentar dar as últimas hipóteses para ele se afirmar como opção válida. A não ser isso é para ver se aparece algum clube árabe que pegue nele.
(-) Tenho pena que Mariano não possa ter nascido com mais talento. O empenho é inquestionável, e foi dos poucos que ainda conseguiu cerrar os dentes e partir para a luta enquanto esteve em campo. A questão é que não podemos apostar nele para ser titular, porque é sinal que não há melhor. E aí estaremos mesmo em maus lençóis.
(-) Preocupou-me alguma instabilidade psicológica da equipa. Houve alturas em que senti que os jogadores estavam demasiado chateados por estarem a perder e se perderam em parvoíces com os adversários em vez de continuarem a jogar futebol a sério. É certo que o Aston Villa estava a ser exageradamente agressivo nas disputas de bola, muitas cacetadas e demasiadas picardias individuais, mas não podemos cair nesse tipo de jogo porque perderemos. Sempre. Até quando ganharmos.
Derrotas em pré-época não me preocupam. O Aston Villa não é uma equipa melhor que o FC Porto mas jogou com mais inteligência, eficácia e melhor capacidade física, para não falar no cabrão do Carew que consegue proteger a bola como poucos. O que me lixa é que o futebol jogado não tem sido bom, e o cansaço é evidente. A Supertaça é já prá semana e ainda não consigo atirar um onze. É uma época que começa a meio-gás, mas é o que temos e é o que vamos atirar para a fogueira!
Link:

Baías e Baronis – FCP vs Besiktas

foto tirada do site d’A Bola

Um jogo a pensar no resultado e para experimentar uma variação da táctica habitual. A mudança para o 4-1-3-2 foi estranha, no mínimo, e pareceu desfasada da realidade e longe da produtividade da equipa. Enfim, o jogo foi horrível mas o empate era o suficiente e agora encontramo-nos com os ingleses do Aston Villa na 6ª feira. Siga a rusga que hoje há bem mais Baronis que Baías:

BAÍAS
(+) Como disse contra o Lyon, acima de tudo, o resultado. Pouco mais a nível de exibição (ver Baronis abaixo).
(+) Fernando fez quase tudo bem. Muito bem nas dobras, excelente nas antecipações, rápido e prático a soltar a bola para o ataque, continua a mostrar porque vai ser sem dúvida uma das figuras do FC Porto desta época.
(+) Beto esteve impecável. Seguro, com boas defesas e a gritar como um louco quando orientava a defesa nos cantos e livres directos, a fazer lembrar Baía nos (muito) bons velhos tempos. Helton terá de ter muita atenção, o que só pode beneficiar a equipa.
(+) Álvaro Pereira esteve muito afoito no ataque, especialmente na segunda parte, onde apareceu muitas vezes a fazer o corredor todo e a ajudar Hulk no flanco esquerdo. Mostra já confiança e capacidade para segurar o lugar. Espero não vir a engolir estas palavras, mas Cissokho já era!
BARONIS
(-) Por onde começar…Guarín, claro. Continuo a não gostar dele e sempre que está em campo e perto da bola, tremo. Nunca se sabe o que vai fazer e não traz mais-valia nenhuma à equipa, mesmo tendo jogado numa posição que gosta, no meio-campo descaído para o lado direito. Passes erradíssimos, mau domínio de bola, fraca visão de jogo e uma displicência com a bola nos pés que faz do Kulkov um jogador rápido. Muito mau.
(-) Belluschi e Farías estão lentos, fracos e com pouca agressividade. Não me parece que Belluschi tenha o lugar garantido, e nos últimos dois jogos está a mostrar muito pouco. Farías é o costume, anda sempre escondido do jogo e quando aparece raramente mostra o suficiente para ser titular.
(-) O 4-1-3-2 até pode dar jeito nas competições europeias, mas terá que ser trabalhado e muito. A organização de jogo começa muito mais atrás, não há alas para se lançar a bola num “ai jesus toma lá e corre” que por vezes parece ser o credo dos nossos centrais, e a única coisa que se salva é mesmo Hulk não jogar fixo no centro mas sim atrás do ponta-de-lança a tentar ganhar espaços. Se é para apostar neste sistema, não vai ser para breve.
(-) A arbitragem deste jogo é um bom “vai à merda” a todos os que criticam os apitadores portugueses. Dois penalties claríssimos sobre Hulk que não são marcados e a impunidade com que os turcos (e o Miguel Lopes, diga-se) se safavam com as faltas que cometiam era absurda.
(-) Toda a defesa esteve bem, excepto Miguel Lopes. Muito nervoso, excessivamente faltoso (e com demasiada agressividade, algumas entradas parecia o Peixe) e pouco inteligente na marcação, terá que melhorar muito para ser alternativa a Fucile ou até a Sapunaru.
(-) O relvado estava num estado ridículo. Ainda bem que não houve lesões.
Se contra o Lyon a exibição tinha sido suficiente, contra o Besiktas nem pouco mais ou menos. Foi fraco, muito fraco. Acredito que a equipa esteja cansada, têm tido muitos jogos com pouco tempo de recuperação e realmente nesta altura não vale a pena andar feito louco a correr pelo campo fora para depois se lesionarem. Há que melhorar, no entanto, o ritmo de jogo, o nível de agressividade (da boa, não do Miguel Lopes) terá que aumentar e o futebol tem de ser mais prático e eficiente. Talvez o teste contra os Villains seja uma boa maneira de marcar a diferença!
Link:

Votação: Guarda-Redes para 2009/10?


Numa época com mais de uma dezena de contratações, uma delas foi a concretização de um sonho para o transferido e uma boa opção para o plantel. Beto fez uma boa época no Leixões e acaba por receber o prémio que decerto desejaria.

Assim sendo, é natural que a pergunta se coloque, quem deveria ser o guarda-redes titular para a época 2009/10. As respostas (ao todo 32) foram:
  • Helton: 25%
  • Nuno: 3%
  • Beto: 50%
  • Stepanov: 21%
Previsivelmente, Beto recolhe as preferências dos votantes, relegando Helton para o banco e até Stepanov parece ganhar a Nuno (devo admitir que não devia ter colocado o grandalhão sérvio na votação mas como penso que o rapaz, agora no Málaga, não serve para jogar a defesa-central, podia dar uma mãozinha na baliza. Enfim, parvoíces.
No entanto a nível pessoal devo discordar da votação. Helton parece-me melhor guarda-redes que Beto, pelo menos por agora. Agora é um facto que Beto estará pronto para arrancar o lugar das luvas de Helton caso ocorram os tradicionais lapsos por confiança a mais que o brasileiro invariavelmente comete (com o Lyon já mostrou a primeira enormidade da época e se fosse um avançado decente em frente a ele em vez do Cris, a bola tinha entrado sem problema), e isso é uma mais-valia tremenda.
Mais uma vez obrigado pela votação, vamos para a próxima: Qual o tridente ofensivo para a nova época?
Link: