Baías e Baronis – Rio Ave vs FC Porto

Foto retirada do MaisFutebol

Não foi um jogo bonito, mas ganhámos com mérito e com valentia. A equipa jogou um futebol enfadonho, mas eficaz. Simples, mas prático. Pouco inteligente durante largos minutos, mas directo ao assunto e sem grandes invenções. Esteve aí a marca da diferença do FC Porto de Villas-Boas esta noite no Estádios dos Arcos, uma marca que se vai tornando notória à medida que os jogos vão decorrendo: estamos aqui para vencer, vamos vencer e quando fôr preciso, joga-se bonito, como no caso do segundo golo, uma obra de arte em forma de contra-ataque. Vamos a notas:

(+) Hulk Dois golos hoje e mais um no primeiro jogo colocam-no na liderança dos melhores marcadores. Hulk está em boa forma e isso reflecte-se na forma como joga. Apesar de continuar a enervar os adeptos quando por vezes parece “guloso” demais ao aparecer a rematar quando deve passar e vice-versa, é uma unidade que neste momento rende mais que vários Varelas a jogar em paralelo. É a força-motora da equipa, o homem que pega na bola e arranca para o ataque, quer venha da ala ou do centro do terreno, substituindo muitas vezes os médios criativos, já que hoje nem Moutinho nem Belluschi estiveram nos seus melhores dias. É actualmente insubstituível no FC Porto.

(+) Rolando+Maicon Depois da miserável exibição frente ao Genk, a dupla de centrais redimiu-se hoje, principalmente Rolando, bem mais activo e alerta, a sair a jogar e a interceptar bola atrás de bola que chegavam perto de si. Maicon, por outro lado, foi prático e não inventou nada. Deve ter ouvido das boas do André quando chegou ao balneário no final do jogo contra os belgas, deve…

(+) Sapunaru Foi (mais) um jogo esforçado do nosso bebedolas, que lutou contra um adversário muito complicado como é Bruno Gama e safou-se muito bem. Depois dos primeiros 5 minutos em que pensei que se fosse ver à rasca para parar o nosso ex-extremo, conseguiu limpar o flanco quase sempre com facilidade e até aparecer a ajudar o ataque. Teve azar na lesão e pode ter dado o lugar a Fucile…se este não sair até terça-feira.

(+) Fucile Há grandes diferenças entre Fucile e Sapunaru, como é óbvio para quem vê os jogos do FC Porto. Fucile é ofensivo, acelerador, inteligente e espalhafatoso. Sapunaru é calmo, defensivo e parece estar sempre preocupado com o que vem aí pelo flanco dele “ai senhores que o gajo sabe fintar, deixa-me recuar para ver se ele não me ultrapassa já e…pronto, já cá está a bola!”. Mas para grandes equipas, Sapunaru, apesar de não ser mau jogador, é limitado, arrisca pouco e perde em relação a um Fucile em forma. É que dá gosto ver o uruguaio, tirando o ridículo penacho louro no cabelo, a correr pelo flanco fora em auxílio do ataque, e faz falta vê-lo na posição dele. Se sair é uma perda muito grande para a equipa.

(-) Varela Não dá, rapaz. Assim não dá. Continua com medo de meter o pé à bola e temo que regresse da Selecção ainda com mais medo. Apesar de ter feito a assistência para o segundo golo e ter estado envolvido no primeiro, durante o resto dos minutos que esteve em campo andou a passear sem lutar muito com os adversários, fugindo do choque como um gótico de água fresca e deixou várias vezes Álvaro Pereira à rasca com dois gajos pela frente. Não está a merecer a titularidade.

(-) Álvaro Pereira Já no jogo contra a Naval “deu” um penalty aos adversários que não foi assinalado e hoje em Vila do Conde mais uma vez fiquei com a impressão que fez falta sobre Tarantini dentro da área. Felizmente o árbitro achou que tinha sido simulação do vilacondense e Álvaro safou-se mais uma vez. Mas tem de ter calma com os carrinhos, um dia destes vai sofrer com isso e arrasta a equipa com ele. Para além disso continua muito distraído na defesa e não pode continuar a falhar como tem falhado.

Chegamos à primeira paragem do campeonato em primeiro lugar com três vitórias em três jogos. Podemos não estar a ofuscar as outras equipas com a qualidade do nosso futebol, mas acima de tudo estamos a ser práticos e eficazes. É isso que se pede a uma equipa que está em construção, que vá ganhando para continuar a crescer e a melhorar o entrosamento entre elementos e sectores. Vamos pelo bom caminho e os sócios começam a ganhar alguma fé na equipa. Espero que a paragem não traga lesões e que consigamos manter o mesmo nível depois dos rapazes regressarem dos jogos pelas selecções. Ah, e já agora, que se feche o mercado rapidamente…

9 comentários

  1. O nosso FCP não começou esta partida da melhor maneira, mas acabou por terminar gerindo e muito bem o resultado. Achei o Varela um pouco cansado, e um Hulk que continua um pouco guloso, mas com um pulmão a 100%.

    Cumprimentos,
    ultrasfcportomatosinhos

  2. Sabes que a maneira como a equipa resolve jogos como o de hoje,lembra-me N jogos da época passada que a equipa NÃO resolveu.

    Nem jogava um futebol bonito nem era prática e muito menos eficaz!

    Até agora,parece que as coisas são diferentes e a equipa faz o que tem que fazer para ganhar o jogo.Em primeiro lugar,e mais importante de tudo,marca golos sem precisar de fazer uma dúzia de remates.Passeia a bola quando tem que o fazer,vai insistindo até estar tranquila.Encosta atrás e manda a bola para o mato ou sai a jogar para o contra-ataque conforme a situação.
    Não inventa mas adapta-se bem ao jogo.

    O treinador puxa-lhes as orelhas ao intervalo(mesmo) ou mexe no sistema táctico ou nos intervenientes se alguma coisa deixar de funcionar.

    Bom,esta é a minha maneira bonita,trabalhada e engonhada de dizer que o Porto é uma equipa PRÁTICA e EFICAZ,coisa que pouquíssimas vezes foi na época passada e que lhe custou tantos e tantos pontos…

    Foi muito importante termos terminado este pequeno ciclo com uma vitória,e muito "útil" vencermos os jogos todos.Que a pausa sirva para recuperar fisicamente alguns jogadores e trabalhar o que precisa de ser trabalhado.Esteja quem esteja.

  3. Óptimo comentário. Já andava há uns minutos a fazer refresh à página a ver se ainda postava hoje. Concordo com a apreciação global: um Porto algo lento, com um um meio-campo a emperrar – principalmente o Moutinho, esperava já ver outra genica dele – mas que quando embala é fortíssimo. O Álvaro Pereira e os seus carrinhos dentro da área é que continuam. Isto já vem do ano passado e a verdade é que arrisca muito e pode vir a ser muito prejudicial. Felizmente, hoje não foi marcado penalty… Quanto ao resto da equipa, prefiro o Fucile ao Sapu, queria ver o Souza a entrar de início, por troca com o Moutinho, e o Varela tem mesmo que parar. O Hulk continua igual a si: individualista e decisivo. E está tudo dito.
    Nuno Neves

  4. Primeiro ciclo concluído com nota muito positiva.

    Frente a uma boa equipa, que ninguém tenha dúvidas, o F.C.Porto entrou bem, dominou e se não foi muito perigoso no último terço, foi claramente superior durante toda a primeira parte, com excepção dos 10 minutos iniciais, em que o jogo foi equilibrado e os últimos 5, em que perdemos concentração, relaxamos, deixamos de marcar, controlar e o conjunto orientado por C.Brito arrebitou e teve alguns lances de perigo, mas sem por em risco a baliza de Helton. Pode-se dizer, sem exageros clubísticos, que ao fim dos primeiros 45 minutos, sem ser exuberante, sem deslumbrar, o F.C.Porto chegou ao intervalo a vencer com justiça e pelo resultado certo.

    Na etapa complementar não entramos bem, não dominamos, fomos, em alguns momentos, complicativos, conformados, deixamos correr e quando chegamos ao segundo golo, um hino ao futebol, concluído por Hulk, tinhamos feito pouco para ter dois golos de vantagem. Com a vitória a desenhar-se e o Rio Ave a arriscar tudo, apelando a um futebol directo, o conjunto de Villas-Boas teve algumas dificuldades, não controlou, não pressionou, não jogou bonito, mas defendeu bem – apenas por uma vez, a equipa vilacondense podia ter marcado, através de Yazalde -, foi eficaz e podia, tivesse Hulk e a equipa, atrevo-me a dizer, mais frescura, ter dilatado a vantagem, o que a acontecer, seria injusto para a equipa do Rio Ave.

    Chegamos ao fim do primeiro ciclo, seis jogos oficiais, totalmente vitoriosos, com 15 golos marcados, apenas 2 sofridos, Supertaça conquistada, entrada na Fase de Grupos da Liga Europa e estamos na liderança do campeonato – Liga Zon/Sagres. Não se podia pedir mais ao conjunto de Villas-Boas, nem ao treinador do F.C.Porto, que a cada dia que passa vai surpreendendo, pela positiva, os mais cépticos com um discurso correcto, à Porto e uma equipa que sabe o que quer e para onde quer ir.

    Não ganhamos nada, é verdade, mas já demos mostras que temos gente com capacidade, para lutar por todos os objectivos, principalmente pelo objectivo número 1 da época, a reconquista do título.

    Um abraço

  5. Boas pessoal,

    Será que eu sou o único a achar a falta de classe dos nossos centrais gritante? São falhas de marcação, não há um passe em profundidade de jeito ou até mesmo para o meio campo, passam a vida a passar a bola ao Helton… Quero ver o Otamendi a jogar já!

    Em relação ao jogo de ontem, concordo. Agora somos eficazes sem o sofrimento à moda do Jesualdo :)

    abraço a todos.

  6. @ Jorge

    porque não vi o jogo e só escutei a segunda parte do relato, confio na tua análise.

    sobre a questão Fucile/Sapunaru, subscrevo na íntegra.

    abraço

    saudações PENTAcampeãs!

    Tomo I

  7. Bom dia,

    Ontem não fizemos um jogo deslumbrante, o que não impediu que tivéssemos sempre o adversário controlado e dominado. Eu apostava na entrada inicial de Ruben, para actuarmos em 4-4-2, face à valia do meio campo vilacondense, contudo Fernando, que encheu o campo novamente, Moutinho e Belluschi estiveram muito bem, e ganharam a batalha no miolo.

    Adivinhavam-se dificuldades no terreno do Rio Ave, que até nem entrou mal no jogo.
    Todavia, a forma agressiva e pressionante como o nosso meio campo actua, a juntar à disponibilidade para lutar pela bola do trio ofensivo, fez com que depressa controlasse-mos o jogo, e sempre que metíamos velocidade criávamos dificuldades ao Rio Ave. Marcamos com naturalidade … assim tudo parece simples!
    Tirando os últimos minutos na primeira parte, o Rio Ave pouco ou nada incomodou. Mas aí apareceu um Helton ao melhor nível, sempre seguro e a dar tranquilidade à defesa.
    Aquele erro de Alvaro, que ontem acusou o cansaço natural de muitos jogos, poderia ter dado a possibilidade de empate aos vilacondenses, mas da maneira que o FC Porto está a jogar, de nada serviria pois ganharíamos o jogo.
    Ganhamos um homem para as bolas paradas: Belluschi tem estado muitissimo bem, e cada bola parada apontada por ele ou Hulk representam uma ameaça à baliza adversária.
    Falcao lutou imenso na frente de ataque, participou na jogada fantástica, ao primeiro toque, que deu o nosso segundo golo.
    Varela esteve melhor que nos últimos jogos, fazendo assistência para golo.
    De lamentar a lesão do azarado Sapunaru, que dá muita consistência à nossa defesa.
    Os nossos defesas centrais ontem não comprometeram. O Rio Ave tirando aqueles últimos minutos na primeira parte, nunca teve oportunidade de incomodar.
    Foi uma boa vitória num campo muito díficil. Desenganem-se aqueles que pensam que vai ser fácil vencer nos Arcos. O Rio Ave tem uma excelente equipa, com um misto de experiência e irreverência, muito bem orientada por Carlos Brito.
    Espero que a paragem do campeonato não nos traga perde de ritmo, e que voltemos fortes para vencer Braga e Nacional, dois jogos muito importantes, que poderão servir de ponto de partida para uma boa época, que nos permita conquistar aquilo que por meios travessos nos foi roubado: o ceptro de campeões nacionais!

    Abraço

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.com

  8. O FC Porto ainda não apresenta um futebol cativante, contudo, joga para ganhar e com maior ou menor dificuldade vai conseguindo atingir os objectivos traçados: seis jogos, seis vitórias! (liderança isolada da Liga, qualificação para a fase de grupos da Liga Europa e o primeiro troféu da época – Supertaça).

    É verdade que ambiciono uma equipa que consiga juntar aos resultados as boas exibições.

    Sei que é necessário tempo para a completa assimilação dos novos processos e ideias. Enquanto isso não acontece que os objectivos se vão cumprindo.

    Um abraço

  9. Já tudo foi dito em relação à análise do jogo com a qual concordo em pleno. Queria apenas referir que para além da garra demonstrada em campo e da atitude vencedora gostei muito da forma como a equipa festeja os golos, apresentada na foto. Parece-me mesmo que o AVB está a conseguir construir uma "família" como diz Hulk, parece existir entre os nossos jogadores uma união muito diferente da era JF que é essencial para sofrer/vencer jogos.

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