Baías e Baronis – Leicester 1 vs 0 FC Porto

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Pá, podia ter sido pior? Não, não podia. Perdemos com um lance que aparece por falhas individuais (Telles a permitir a recepção e cruzamento, Felipe a deixar-se antecipar por Slimani…outra vez) e criámos mais do que situações suficientes para espetar dois ou três no lombo de um Leicester que é do mais fraco que me lembro de ver naquela ilha. A foto ilustra isso mesmo, com aquele petardo do Corona a bater no poste e as nossas esperanças a fazerem o mesmo. A culpa é só nossa e se não conseguimos marcar um único golo, a nós o devemos, não a eles. Vamos a notas:

(+) Óliver. É uma diferença enorme ver o mini-espanhol a jogar atrás ao lado de Danilo ou mais adiantado e mais próximo dos avançados. Creio que o 4-3-3 o beneficia imenso mas se Nuno insiste no 4-4-2, acredito que Óliver vai arranjar maneira de criar como tão bem sabe, só vai demorar mais tempo a chegar lá à frente. Num jogo em que precisávamos de ter a bola nos pés, foi o único (juntamente com Otávio) que conseguiu fazê-lo em condições do meio-campo para a frente, pelo menos enquanto a fase parva da equipa estava em vigor. Tem de subir no terreno para ser mais eficaz.

(+) Danilo. O oposto do que se tinha passado na passada sexta-feira contra o Boavista. Rijo, prático, com passes verticais e a procurar sempre colocar-se de frente para o jogo e na busca das melhores soluções para colocar o jogo no meio-campo adversário. Nem sempre conseguiu mas nunca parou de tentar. E deu um pontapé na cabeça do Slimani, meio sem querer, meio de propósito, o que é sempre um bónus.

(-) Tacticamente falando. Há um momento para tudo. 4-4-2 para jogos grandes, 4-1-3-2 para jogos assim-assim, 4-3-3 para os outros. Ou não, porque Nuno anda a complicar tudo o que tem sido opções tácticas e está a deixar a equipa sem saber como há-de estar em campo nestes últimos jogos. A mudança para o 4-3-3 trouxe enormes vantagens na segunda parte não só pelo apoio que os laterais passaram a ter na frente de ataque mas também pela forma como o meio-campo começou a conseguir furar um poucochinho mais para o interior da zona defensiva do Leicester, que como uma boa equipa inglesa dos anos 80 (com valia técnica um pouco acima mas criatividade idêntica), fechava tudo o que podia e atirava com a bola a sessenta metros para tentar apanhar o Vardy sóbrio durante dez segundos. A entrada no jogo acabou por dar num golo do adversário mas podia perfeitamente ter sido um empate a zero no final da primeira parte, o que seriam quarenta e cinco minutos desperdiçados num terreno que é complicado mais pelo barulho do público do que propriamente pela classe do oponente. Há que assentar o esquema de uma vez por todas.

(-) A pressão da putativa primeira. Deixou de haver pressão para o FC Porto em Inglaterra. É uma lógica muito simples e que me parece ainda mais fácil de entender: esta foi de longe a pior equipa inglesa que defrontamos desde há muitos anos. Muitos. Anos. E não conseguimos sequer marcar um golinho, fruto da já tradicional ineficácia, da incapacidade de agir como equipa grande e também de algum azar. Mas continuamos a pensar que somos pequenos, frágeis e infelizes, quando precisamos de nos agigantar e de nos virarmos para eles a dizer: “ouve lá, ó bife, tu não vales uma ponta dum corno e vais lamber-me as botas hoje, percebes?”. Falta arrogância a esta equipa, que se encolhe e acobarda quando precisava de elevar o queixo e mostrar que é melhor. Nunca conseguiremos vencer estes ou outros cabrões lá na ilha enquanto não mostrarmos isso.

(-) Em capacidade física, AA = AA / 100. Se António André, pai de André André, estiver naturalmente a acompanhar a carreira do filho, decerto que terá orgulho no seu rebento pela braçadeira que usa, pelo clube que representa e pelo empenho que exibe em vários momentos. Mas aposto que um destes dias, num almoço dominical que junte a família à volta de uma farta mesa, lhe dirá com mais ou menos gritaria: “meu filho, ou começas a criar um corpinho que não te faça ser confundido com uma jovem adolescente de treze anos ou vamos ter problemas, porque esse conjunto de ossos fazem a kate moss ficar deprimida. e vê lá se consegues ganhar uma bola dividida, parecendo que não dava jeito. podes levar os videos que eu tenho ali na cave, se precisares de tirar ideias…”


Faltam quatro jogos. Faltam doze pontos. Têm de ser nossos. Não há outra maneira de salvar esta merda.

23 comentários

  1. por outro lado, o brugge parece inesperadamente fraco. têm que ganhar os 2 jogos com eles e voltam à corrida.

    o oliver pode render em 442. mas é no 442 losango mourinho de 2004. solto à frente dos outros 3 médios. danilo faz de costinha, herrera faz de maniche e dependendo dos jogos ou ruben faz de pedro mendes ou otavio de alenichev. andre andre? suplente do oliver…

  2. Tempo de compensação, bola do FC Porto, e ninguém foi capaz de mandar um chutão e colocar a bola na área. Passes laterais, passes para trás, a 2 e 1 min do fim. Isto espelha bem o desnorte da nossa equipa. Eu acreditava, a 10 segundos do fim ainda acreditava, não no empate, mas que era possível a reviravolta, mas não vi nenhum jogador a acreditar sequer que conseguiam fazer um remate! Aqui tem de ser o treinador a mandar um berro, e isso, infelizmente, em NES, não se vê…

  3. Quando o Andréx2 veio para o Porto, pensei que ele se fosse tornar numa espécie de João Moutinho. Mas pouco tempo depois constatei que é apenas um gajo que é esforçado. Não acho que ele seja uma mais valia para o Porto. E até posso ir mais longe… não serve para o Porto.
    O Danilo ganha um Baía só se for pela segunda parte. Um gajo daquele tamanho não pode ter medo de disputar um lance de cabeça com o Slimani.
    Uma equipa que quer vencer o campeonato e fazer uma boa campanha na LC, não pode jogar apenas 20 minutos. Continuamos lentos na troca de bola, tenrinhos a defender, demasiados passes inúteis entre os jogadores sem progressão no terreno… começo a temer pelo resto da época.
    Gostei da entrada do Jota… é de louvar alguém que chega à área e não pede licença para rematar. Ultimamente até já festejo remates.

  4. quatro jogos 12 pontos?! ahahah… prepara-te mas é para, por aí, 4×15 ou 20 minutos de futebol aceitável, e se correr muito bem 5 a 7 pontos.

    é um suplício ver este Porto jogar (e isso com tanto talento, em campo e no plantel…)

  5. Eu achava que não era possível descer abaixo do Otávio Machado como treinador…enganadinho que eu estava. Até o Lopinegui tinha uma ideIa de jogo. Eu não gostava dela mas havia identidade na equipa. Isto é horrível. E ninguém acha curioso o Adrian, o Jota e o NES terem todos o mesmo agente? Alguém compreende como pode ter passado o Adrian a titular indiscutível? Ou em que planeta faz sentido convocar o Jota e o Brahimi não? Ou meter o Jota antes do Corona? Eu ainda estou para entender como é que este foi parar ao atlético de Madrid. Claro que o Simeone mal o viu o mandou logo pastar. Enfim. Para o ano há mais. Valha-me a PlayStation para descarregar a frustração futebolística. Ao menos lá os tipos jogam nas posições devidas :)

  6. por acaso nesse lance mesmo no fim de que falam, reparei… é verdade, ninguém colocou a bola na área. mas o layun levantou a cabeça para o fazer e viu… o andré silva SOZINHO no meio de 5 ingleses. aos 93 minutos.

  7. Bom, desta vez estive atento e não percebo o fascínio pelo oliver. O herrera fez melhor que ele em 15 min. O herrera.

    Só jogamos a fim da 2ª parte, é uma pena porque podiamos ter ganho se jogassemos minimamente bem. Estou com um compincha nos comentários acima: não é este ano.

  8. Hoje acho que todos concordamos que demos muitas ofertas e que jogamos muito mal grande parte do jogo, e que jogamos bem os últimos 20 minutos.
    Claro que depois as razões dessa forma desastrada de jogar após o golo deles é alvo de opiniões diferentes. Até há quem ache que o NES é pior treinador que o Octávio-vocês-sabem-do-que-estou-a-falar-Machado !…

    Eu só gostaria é que houvesse um pouco mais de coerência nos comentários;
    a) faz sentido ver o jogo contra o Boavista a projetar o jogo contra o Leicester e depois ver o jogo do Leicester sem ver o jogo contra o Nacional ? porque não se aprecia os jogos, jogo a jogo, sem previsões ?
    b) não serve de argumentou dizer que já não se acredita na equipe este ano; quer dizer, para o ano vai-se acreditar ? ou já se espera esperar 19 anos ? esta visão miserabilista é baseada em quê ? parece que há uma necessidade de se ser um coitadinho ; eu acerto nas previsões os outros é que não me ouviram! Fantástico!
    c) depois vir dizer que deveria ter jogado A ou B não faz sentido. Alguém sabe se A ou B não estavam mal ? ou porque é que o C que jogou tão bem no treino, chegou ao jogo e fez merda ?

  9. Acho que a questão é menos o 433 ou 442 (ou 4231 ou 4141 ou 4411) e mais a ideia de jogo, como diz o Nuno. Com um plantel cheio de jogadores franzinos mas com IMENSA qualidade (no passe, na técnica, na finta, na movimentação) o modelo que NES tenta é “bola no lateral e estica prós avançados”. BRAVO.

    Só no ultimo fôlego, e quando o Leicester já tinha perdido a capacidade de responder com transições rápidas é que se decidiu jogar COM a bola. Too little too late.

  10. Vamos com calma, rapaziada. Isto é apenas a pré-época. O objetivo é ver quem tem garra e vontade de jogar no FC Porto. E, na próxima época, está prometido que regressam jogadores da casa, daqueles que nasceram a sonhar darem a pele pelo dragão. Se não for possível, veem mais dois ou três jogadores que o At. Madrid não queira nem dados. E temos sempre o Kelvin 92 no Museu by não me recordo quem. Enjoy.

  11. Descricao do golo do Leicester:

    Mahrez recebe lancamento longo vindo do lado contrario. Telles faz contencao entre ele e a baliza (bem). Otavio e Oliver recuam rapidamente para providenciar cobertura caso Mahrez passe por Telles (bem).
    Junto a pequena area estao Filipe e Marcano e Vardy (2 vs 1 e aceitavel, mas nao genial). Layun vem a recuperar do lado contrario. Slimani galopa para junto de Filipe e agora o Leicester tem igualdade numerica na zona de finalizacao (situacao absolutamente inaceitavel a este nivel).

    Qual e o jogador que falta, no que toca a tarefas defensivas?
    Qual e o jogador cuja posicao lhe requer recuar para terceiro central para cobrir esquemas de 2 avancados?
    Qual e o jogador que tem sempre tao boa imprensa pela sua capacidade fisica e cabeceamento exactamente para acudir em situacoes destas?

    POIS!!! Esse jogador vinha a fazer jogging de volta para a area e esta na meia lua a cobrir os adversarios com os olhos em vez de fazer o que deve.

    (Nada disto desmente o facto de que o NES tem pouco mais ideia de jogo que o Jose Mota…)

    1. Isso, o passe pra Mahrez que não devia ter saído e o Filipe que estava tão confiante que Slimani estava nas suas costas que, em vez de atacar a bola pra limpar, ficou à espera que ela passasse enquanto o Slimani (numa boa movimentação) o comeu de gingeira pelas costas.

      De resto foi tudo uma miséria, dum lado e doutro.

  12. meus amigos comentar as jogadas agora é facil,toda a gente viu como como se sofreu o golo,agora tem que haver é o antes:alguem apostava no adrien lopes?o porquê de nao haver passes longos nao haver remates a baliza os cantos terem sido marcados sempre da mesma maneira o estando a perder a faltar 2 minutos o porquê manter os 4 defesas a faltar pouco o andre silva comtinuava sozinho a acabar andavam a trocar a bola entre centrais bla bla bla

  13. Se me permitem simplifico a equacao com uma questao. Ha quantas epocas nao vem no Porto um jogador do calibre, carisma, raca e entrega de jogadores como Couto, Costa, Baia, Carvalho, so para mencionar exemplos +/- recentes. Vou deixar aqui alguns nomes do ultimo plantel nosso que venceu um campeonato:

    Helton, Lucho, João Moutinho, James Rodríguez, Hulk, Fernando, Otamendi …

    Mais que jogadas de agentes, declinio da direeccao, falta de acerto do treinador, falta um representante em campo da atitude e daquilo que e ser-se Porto mesmo. Por isso e que insisto tanto em ver Ruben Neves a titular, jogue ele mal, muito mal, ou terrivelmente mal.

  14. Seria este o pior jogo da época? Claro que não foi, teve uma boa oportunidade de ganhar em Inglaterra mas não jogou contra uma equipa qualquer, jogou contra o campeão de uma liga que tem Chelsea, Man. Utd., Arsenal, City, Liverpool, etc… tem um orçamento muito superior ao nosso e uma capacidade financeira que nós nunca iremos atingir. Para além disso tem um tipo de futebol muito complicado, com muito jogo directo nos avançados ou então à espera que o maior talento deles desequilibre, a juntar a isto jogam no limite da falta e da agressividade (ai como o Silimani encaixou tão bem naquele futebol), uma equipa com o perfil que tem este Porto terá sempre dificuldades a jogar contra uma equipa assim. E para sermos francos é muito pior empatar contra o Tondela do que perder contra o campeão inglês super motivado pelo primeiro jogo da champions na sua casa.

    Mas o maior problema do Porto neste jogo foi exactamente o mesmo dos anteriores:
    Completa falta de organização ofensiva, com bola ninguém sabe o que vai fazer, os que não tem bola correm para onde se lembram, quantas vezes caiem 2 jogadores no mesmo metro^2, e o que tem bola está infinitamente à espera de uma boa opção que aparece muitas menos vezes do que devia.
    Transição defensiva/pressão, não há qualquer tipo de pressão definida para além disso quando se perde a bola e tenta-se condicionar o adversário há uma gritante falta de agressividade, no golo do Leicester, havia e bem uma clara zona de pressão de onde a bola não poderia sair, a verdade é que conseguiram sair e a partir daí a jogada ficou nos pés do melhor jogador adversário com um equilíbrio numérico para duelos individuais, individualmente Teles e Felipe foram batidos mas já antes muitos outros foram batidos onde não o podiam ser.

    “Há um momento para tudo. 4-4-2 para jogos grandes, 4-1-3-2 para jogos assim-assim, 4-3-3 para os outros. Ou não, porque Nuno anda a complicar tudo o que tem sido opções tácticas e está a deixar a equipa sem saber como há-de estar em campo nestes últimos jogos.”

    Pois o problema pode ser mesmo este, experimentar e voltar a experimentar, mexer e remexer, não é a altura para isso, Nuno tem urgentemente de definir um sistema, aplicar um modelo, escolher 11 homens e ir mexendo numa ou noutra pedra, depois é corrigir e trabalhar, trabalhar muito nos treinos.

    Só mais uma nota, por muito vontade que Andre^2 tenha é muito curto para uma equipa como o Porto e era claramente pior que qualquer um de todos os outros jogadores que estavam no banco, e para sermos melhores devemos jogar com os melhores!

    1. “Nuno tem urgentemente de definir um sistema, aplicar um modelo, escolher 11 homens e ir mexendo numa ou noutra pedra, depois é corrigir e trabalhar, trabalhar muito nos treinos”
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