Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 2 Rio Ave

Uma equipa que depois de estar a ganhar sofre um golo cheio de azar ao fim da primeira parte e logo no arranque da segunda parte tem a infelicidade de ter um jogador a fazer uma partida horrível e a conseguir piorar a exibição com um penalty absurdo…e consegue dar a volta ao resultado com três golos consecutivos enquanto batalha contra o cansaço e um adversário muito bem estruturado…só nos pode encher de esperança para o futuro próximo. E preocupação, mas atravessemos essa ponte quando lá chegarmos. Por agora, aproveitemos o sorriso de uma excelente tarde de Sábado e vamos às notas:

(+) Os centrais, especialmente Marcano. Não quero exagerar ao dizer que temos uma excelente dupla de centrais. Há ainda algumas falhas de posicionamento, alguma fragilidade em vencer bolas aéreas e as coisas complicam-se quando é preciso sairem com a bola controlada ou em passes longos. Mas quando comparo estes dois com o que tínhamos desde há vários anos, há algo que se nota de diferente e que não via desde o entendimento quase perfeito de Rolando e Otamendi com AVB: cumplicidade. Ambos jogam um com o outro e um para o outro, em dobras, coberturas recuadas, atrasos ao guarda-redes com protecção, nota-se uma preocupação em serem um bloco em vez de dois elementos separados. Somando Danilo temos os marcadores dos três primeiros golos do FC Porto e talvez os homens mais consistentes do plantel até agora. Belo jogo.

(+) Telles. Três assistências em situações de bola parada. Três cruzamentos impecáveis. Três lances com o mesmo protagonista no arranque da jogada. Alex Telles? Alex Trelles!

(+) Herrera. Um jogo esforçado, multi-posicional e positivo daquele que foi o melhor mexicano em campo hoje no Dragão. É preciso inclinar para a direita e ajudar o Jota? Cá vou eu. Dava jeito chegar um bocadinho mais à frente e correr para pressionar o guarda-redes contrário? Arriba Arriba! Agora querem que venha para defesa direito porque o Miguel passou-se das ventas e não tarda nada vai prá rua? Andale Andale! Pode continuar a cometer muitos erros e a ser o homem errado para a posição onde joga, mas não lhe posso pedir para fazer coisas que não sabe. Hoje esteve bem, ao nível da braçadeira que usa.

(+) 43 mil adeptos no estádio. Ah, se as televisões não mandassem e não conseguissem atirar tanto dinheiro para os bolsos dos clubes…e teríamos bem mais jogos aos sábados à tarde, com um tempinho a ajudar e um ambiente agradável, cheio de famílias e malta que apareceu bem disposta e pronta para apreciar o seu clube a jogar no seu estádio. Aposto que se o jogo se tivesse disputado à hora “normal”, ou seja, quatro horas mais tarde, o número de pessoas presentes no estádio pouco passava dos trinta mil. É preciso continuar a incentivar esta cultura de futebol durante o dia, com luz natural, com vida e uma noite ainda para passar e apreciar! Raios, soube mesmo bem!

(-) Layún. Upa, rapaz, que hoje não vais dormir bem! De parvoíce em parvoíce até saíres, não foi, rapaz? Compreendo que não tenhas ritmo e que estás com vontade de mostrar serviço, mas hoje não foi o dia ideal para saíres da cama porque sempre que tocavas na bola lá havia de sair asneira. Então o penalty nem se fala, homem, porque tu viste bem o que fizeste e o teu sorriso de estupefacção perante a idiotice não engana ninguém. Nem a ti, obviamente. Agora deixa-te estar descansado, afasta-te de twitters e comentários ao jogo, fecha os olhos, arranja o mantra que quiseres e dorme. Amanhã vai ser um dia melhor, prometo.

(-) Inencaixabilidade do meio-campo. Posso estar a inventar uma palavra nova, mas é o termo certo. Continua a ser muito complicado enfrentar equipas que têm elementos fortes e dinâmicos no meio-campo. Com Danilo quase colado aos centrais e os laterais também surpreendentemente recuados, cabia sempre a Corona, André Silva e a Jota a primeira linha de defesa para tentar, como os aliados entrincheirados no Loire, afastar os boches que subiam facilmente pelos montes de terra virgem que apareciam pela sua frente. Atrás deles, Óliver e Herrera tentavam sem sucesso cobrir o terreno que o adversário e recuam porque não têm a capacidade moral nem a disponibilidade física para essas andanças. Não têm, ponto. Trocam a marcação, na busca de cobrir mais espaço mas não conseguem porque o adversário, bem preparado, rápido e acima de tudo prático, coloca pivots nos locais certos para fazer o jogo fluir como uma jogada de bilhar, passes angulares e trajectórias rectilíneas sem grandes floreados mas em incessante procura da lateral para enfiar a bola no meio. Ruben Rubeiro, muito bem entre linhas enquanto teve pernas (como já tinha feito no jogo do campeonato do ano passado no Bessa) e Tarantini no meio a construir fizeram do Rio Ave uma equipa que pôs a nu as nossas falhas, ampliando-as. E o meio-campo continua a ser uma das principais dores de cabeça para mim, especialmente na postura defensiva. E não tarda nada está aí a Juventus. Coisa pouca.


Mais dois pontos ganhos ao Sporting e a pressão mantém-se sobre o Benfica. Não terá uma tarefa fácil…psych!

12 comentários

  1. Faltou outro BAÍA ao Jorge Sousa a abrilhantar o seu escandaloso histórico onde já deve ter muitos mais: os não-amarelos ao Layun são a cereja em cima do 1ºgolo desbloqueador.

    1. ei, tanto cliché junto, cuidado não te caia uma perninha. olha, outro! quanto aos factos, viste o jogo? é verdade que podia ter levado mais do que um. mas houver várias jogadas na primeira parte em que jogadores de ambos os lados escaparam ao primeiro e ao segundo amarelos. o critério do Sousa é sempre largo e ele abusa um bocado disso e depois arrisca-se a este tipo de críticas. mas esse comentário é só venenoso por isso reservo-me o direito de achar que não viste mesmo o jogo. se viste, enfim, Alguém tenha pena de ti :)

      um abraço,
      Jorge

    2. Tem razão sim senhor. Aliás, muito na esteira da brilhante exibição no derby da segunda circular. Cá pelo Nuorte, trocamos de bom grado um golo com o dedo mindinho em fora de jogo, pelas três oportunidades canceladas pelos erros do fiscal de linha. E também trocamos o Layun pelo colinho dos lampiões. Anyday dude.

  2. Ainda ha-de vir o jogo em que NOS e ELES nao perdemos uma linha de caracteres a falar da arbitragem, mais do que explorar a sua tecnicalidade. Eu acho que se fosse treinador ou era sempre despedido ou a minha equipa seria sempre a que perderia para o criterio do arbitro. Isto porque honestamente ja nem sequer e cliche, e chavao gasto e mediocre estarmos sempre com esta dos arbitros. Quem entra num jogo e espeta logo 2 ao adversario muito raramente se tem que preocupar com a parcialidade de criterio de um arbitro. E mais? Chega a haver gente que se lembra da ma arbitragem de ha 4/5 anos atras. Jesus!!!

    Quanto ao jogo, desliguei a televisao no 1-1 porque achei ridiculo a sorte tratar-nos daquela forma e porque o intervalo se aproximava. Enchi-me de coragem para ver a segunda parte mas no momento em que ligava a televisao estava o Rio Ave a marcar a penalidade. E depois ja nao vi mais. Mau adepto? Certamente. Por minha culpa minha tao grande culpa, ate porque passo a vida estes ultimos anos a pedir a Virgem Maria, aos Anjos e Santos e a Vos irmaos que rogueis por nos a Deus Nosso Senhor.

  3. Acho que faltou um Baroni para o Corona… Está a transformar-se num Brahimi, complica muito e demora a soltar a bola… Tem que ser mais pratico…

  4. Mais um jogo que não jogamos patavina, e os problemas que temos tido desde do inicio da época continuam, uma tremenda dificuldade em condicionar o jogo do adversário, pressionar e roubar a bola, houve uma grande parte do jogo que o Rio Ave foi muito superior que o Porto, e simplesmente nós não tínhamos nenhuma ideia do que fazer para ganhar a bola, e quando a ganhávamos perdíamos com uma rapidez absurda, ou porque queríamos ir rápido para o ataque ou com um passe longo disparatado, ou seja, mais um jogo que poucas jogadas de perigo construímos, e nesta altura da época já devíamos estar bem melhor no momento defensivo e ofensivo. O pior é que se não conseguimos abafar as equipas adversarias no nosso campo, muita mais dificuldade vamos ter de o fazer nos jogos fora, e é mesmo isso que tem acontecido, e ao que parece é o que continuará a acontecer. Para além disso a alteração de sistema porque não há alas para jogar levou a que perdêssemos a influencia do jogador mais inteligente e com mais capacidade de desequilibrar no meio-campo (Oliver) e sempre que vejo Nuno a encostar o miúdo a uma ala ou a substitui-lo só porque acha que ele é pequenito e não deve aguentar os 90 minutos dá-me a volta ao estômago e uma enorme vontade de vomitar por cima da careca de NES.

    Infelizmente ainda não vejo este dragão com fogo suficiente para chegar a qualquer lado e meter respeito aos adversários, e muito menos vejo uma equipa a criar situações ofensivas que me deixe com esperança que a qualquer altura possamos fazer um golo. Mas talvez seja eu que esteja demasiado exigente e as coisas até estejam melhores do que as eu estou a ver.

    1. Nao ha tal coisa como ‘demasiada exigencia’ num clube como este. O Porto e o bastiao daqueles que rejeitam amar o Benfica so porque a soberba Salazarista assim o ditou, ou gostar do Sporting so porque o padrinho tem brazao e ia chamar uma riqueza o menino defender o nosso leao.

      Com o Porto o espirito e ‘ou tentas ganhar com tudo o que tens, ou podes ir embora jogar para o Benfica ou para o Sporting’. Esse tem que ser o espirito, ou pelo menos deveria ser sempre.

      Agora vejamos. A jogar mal e desestruturadamente como estamos, passamos a 2a fase da champions porque a sorte nos ditou o grupo mais facil do mundo. Temos uma (!!!) unica derrota no campeonato e ainda com total possibilidade de chegar a primeiro se nao houver condicionantes de secretaria e conseguirmos vencer os jogos todos, acima de tudo os derbies.

      O que falta ao Porto? NES nao trouxe nada mais do que uma vontade de sublimacao, e e isso que tem feito da mediocridade, energia suficiente para se conseguir uma posicao de destaque no campeonato. O RIO Ave de NES era uma motor de luta, o Valencia de NES era criticado por nao saber jogar a bola, mas era um motor de luta, davam tudo e desde que de la saiu (estavam em 7o) que tem sido o descalabro ha quase duas epocas. O Porto de NES mesmo sem o brilhantismo de outrora e um motor de luta, porque a perder muitas vezes se distingue dos demais por nao desistir (tirando o Herrera em 98% dos jogos).

      NES era o que faltava ao Porto para comecar a sentir o que e ser Porto outra vez. Mas o que falta realmente ao Porto agora nem sequer e um novo treinador, mas sim um titulo. Um titulozito de merda que faca as hostes acreditarem que afinal dar tudo vale a pena. So depois se poderia entao comecar a preparar as tropas para jogar um futebol de equilibrio em todas as areas, um futebol dinamico e veloz. Num primeiro ano, sem saber jogar futebol, o Porto esta a jogar futebol. O Marcano passou de merdano a marcador de golos. Os nossos centrais sao os menos batidos da liga. Os nossos avancados sao jovens e tem imenso futuro pela frente (Silva, Pedro, Jota, e o Oliver como construtor quando o deixam ser construtor). Anda tudo maravilhado com o Benfica mas o goal average deles e so +4 que o nosso.

      Eu se fosse presidente as coisas seriam muito simples para o Nuno. Ganhas um titulo que seja (taca da tuga, taca da liga, campeonato ou champions) e renovamos-te o contrato. Agora ja se vao duas boas hipoteses. A Champions seria quase milagre. O que resta? Entregar-mo-nos com tudo o que temos no campeonato e vence-lo, nem que seja por goal average no final da ultima jornada, minuto 90+8 como o Arsenal de Wenger e com um golo do Depoitre depois de fintar em velocidade 4 adversarios.

      E isso que o NES precisa para permanecer no clube, caso contrario, venha outro. As vitorias sao potenciadoras de equilibrio, e e essa aunica razao pela qual o Benfica sem ser exuberante esta mascarado de um quase falacioso brilhantismo.

      Nao facamos de NES outro Vitor Pereira caso o primeiro venca o campeonato. Ja se viu que foi ma opcao despedir um vencedor.

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