Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 1 Feirense

Não foi o melhor regresso de férias nem tão pouco um bom jogo que o FC Porto fez hoje à noite no Dragão. Mas foi maisdo que suficiente para conseguir vencer um jogo que esteve tão inclinado para o nosso lado que a culpa para este empate só pode ser nossa. Temos de fechar os jogos mais cedo e nem as várias alterações explicam esta incapacidade de enfiar a bola na baliza de uma forma consecutiva até que o resultado esteja de tal maneira indiscutível que até podemos atirar com o Sá para ponta de lança. Vamos a notas:

(+) Teixeira. Não temos um novo Óliver, mas podemos ter uma alternativa interessante ao nosso espanholito maravilhosito. Rápido na finta, intenso no drible e no entendimento com os colegas, foi dos poucos a procurar o remate à entrada da área (junto com Ruben e Herrera, a fazerem o que os médios devem procurar sempre fazer quando possível) e agitou o jogo ofensivo da equipa enquanto aguentou. Baixou de produção na segunda parte e saiu para a entrada de Óliver. No futuro, talvez aconteça mais vezes o inverso.

(+) José Sá. Fez duas defesas extraordinárias, ambas pelo ar e a impedir que o resultado fosse ainda mais injusto. Continua a mostrar que é nos postes que se sente melhor e que a elasticidade e reflexos fazem dele um elemento activo e válido no plantel.

(+) O público. Quarenta e uma mil pessoas numa quinta-feira fria de inverno para ver um jogo contra uma equipa mediana a contar para uma competição desinteressante é um excelente número. Aproveitamos bem o regresso pontual de muitos emigrantes que decerto se deslocaram ao Dragão à espera de uma vitória e só podem voltar da próxima vez que por cá estiverem. Espero que com um melhor resultado.

(-) Fechar os jogos mais cedo. Não podemos continuar a ter tantas oportunidades de golo sem conseguir fechar os jogos. Não é possível criar tanto caudal ofensivo e não concretizar quase nenhumas das chances que criamos. O jogo parece fechar-se, a baliza tapa-se e começamos a horizontalizar tanto o jogo que a bola acaba por não conseguir chegar à baliza em condições. Não é um problema que tenha começado em Dezembro e apesar da expectável falta de entrosamento dos rapazes que hoje estiveram em campo, foi mais um jogo em que não conseguimos acabar com o jogo em tempo útil e lixamo-nos à grande.


Dois jogos, dois empates, apuramento a meio. Temos de vencer o Moreirense e esperar que o Belenenses não vença o Feirense. Enfim, mais matemática, nada a que não estejamos habituados…

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 1 Chaves

Há jogos assim. Certo, já usei esta frase várias vezes este ano, especialmente quando tentávamos acertar na baliza e parecia mais fácil fazer uma cratera na Lua com um ponteiro de laser a partir da minha varanda. Mas este foi um jogo estranho, com uma primeira parte muito má e uma segunda parte muito boa, ao mesmo tempo que o Chaves mostrou tudo o que uma equipa pequena tem de ter para tentar roubar pontos a um grande: intensidade, contra-ataque rápido, garra, capacidade tremenda para anti-jogo e a complacência do árbitro para que isso aconteça. Pesando os prós e contras, a vitória é justíssima e só podia ser nossa. Vamos a notas:

(+) Casillas. Iker salvou o FC Porto hoje, muito à imagem do que tinha feito no jogo do ano passado na Luz. Um jogo tremendo, com celebrações conjuntas, uma defesa quase impossível, outras de elevadíssimo nível e uma presença sempre permanente no comando da defesa e da equipa. Os campeões são feitos disto mesmo, de jogos complicados onde brilham e mostram porque têm o nome nos livros de histórias até à eternidade. Grande.

(+) Maxi. Lutou, atacou, conquistou terreno contrário como um mouro (historical pun intended) e esteve sempre na busca de um melhor resultado. Apanhou com adversários pouco complicados na defesa, o que fez com que ajudasse bem nos ataques da equipa, acabando num deles a sofrer um abalroamento não autorizado que devia ter sido causa justa para penalty. Não foi porque Vasco Santos fez vista mais grossa que as pernas do central que abalroou o nosso defesa direito.

(+) Os golos. Danilo devia procurar aparecer à entrada da área para criar desequilíbrios e rematar, ou pelo menos tentar fazê-lo. Já Depoitre fez talvez o melhor jogo com a nossa camisola, com uma cabeçada a enviar a bola com a força de sete Guaríns chateados para dentro da baliza. E ambos chegaram no melhor momento possível.

(+) O público. É tão fácil não assobiar os nossos, não é? Quando todos funcionamos unidos num objectivo comum, com a equipa em campo a ajudar mesmo quando não joga bem mas que dá imagem de trabalho e empenho contagiando a audiência. Trinta e cinco mil no Dragão a uma segunda-feira à noite é uma boa casa e com o frio que estava foi uma agradável surpresa depois da miséria da assistência contra o Marítimo. E esses trinta e cinco mil levaram a equipa às costas com apoio de início a fim. Gostei de ver e de contribuir.

(-) Zero de empowerment nas substituições. Nuno toma uma de duas opções possíveis quando se vê perante um resultado tremido: a mais fraca. Retira jogadores criativos e coloca organizadores defensivos, atrasa a equipa e age como um treinador de equipa pequena, partindo-a entre blocos de defesa e contra-ataque, que no fundo acaba por dizer à equipa que não confia neles o suficiente para os manter em campo até ao fim, procurando em alternativa minimizar a possibilidade do adversário criar estragos. A outra opção seria a de manter os homens em campo, fomentando a união e convencendo-os de que são capazes de manter um jogo consistente, organizado e controlando o jogo com ou sem bola mas com a estrutura assente nas mesmas peças, trocando um ou outro jogador por homens que façam o mesmo papel. Talvez não sinta que tenha profundidade suficiente no plantel para esse approach, mas desagrada-me que estejamos sempre a fazer figura subalternizadora em momentos críticos do jogo.

(-) A primeira parte. Estava a enervar-me tanto ver aquela equipa em campo. Tudo corria mal, desde as fintas consecutivamente mal inventadas por Corona às impossíveis combinações de Jota e André, passando pelas cabeçadas tortas de Felipe e pela incapacidade de Brahimi em endossar a bola a um companheiro depois de passar pelo defesa. Tudo em esforço, tudo com pouco discernimento e uma incrível falta de sorte que parecíamos condenados ao regresso da seca. O golo do Chaves é prova disso mesmo porque tudo lhes corria bem, em completo contraponto com o que nos ia acontecendo. Óliver corta a bola para trás e Felipe escorrega sem a conseguir alcançar, onde o avançado do Chaves a recupera, inclina para o interior e remata, a bola ressalta em Danilo e passa metros por cima de Casillas, entrando na baliza. Enervante. Impossível. Azarado.

(-) Aquele penalty sobre o Maxi…é tão evidente e foi de tal maneira ignorado pelo árbitro que se vestíssemos um rinoceronte com um fato de rena e lhe puséssemos um nariz vermelho aposto que Vasco Santos continuaria a dizer que era o Rodolfo.


Dois jogos complicados, duas vitórias arrancadas com garra, algum saber e muita, muita vontade. Agora, férias. Não 100% merecidas, mas esperemos por melhores momentos depois delas acabarem. Ou pelo menos momentos mais tranquilos. Boas férias, rapazes!

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 1 Marítimo

Numa noite de chuva e frio, tão tradicional nesta cidade que é tão minha como de qualquer um dos outros poucos milhares que hoje estiveram no Dragão, vimos um FC Porto que continua a evoluir mas que o faz de uma forma mais lenta do que seria expectável para uma equipa que tem já quatro meses de preparação no lombo. O resultado não podia ter sido outro mas pecou por escasso e com um final desnecessariamente enervante. Growing pains, indeed. Vamos a notas:

(+) Óliver. Ah, ser um caga-tacos em terras de ogres gigantes. Eh pá, eu gosto deste miúdo, gosto mesmo. Gosto da forma como joga de cabeça levantada, como CORRE de cabeça levantada, gosto da maneira como retira a bola do olhar dos adversários, escondendo-a atrás do seu franzino corpo. Gosto da visão periférica que mostra e de o ver a encontrar aquele buraquinho certo para onde faz rodar a bola. Gosto do espírito de luta que o faz procurar sempre recuperar uma bola que possa ter perdido (e hoje fê-lo várias vezes). Gosto deste puto. Quero ficar com ele por cá muitos anos e quero que tenha filhos e fique portista e depois de acabar a carreira quero colocá-lo em cima de uma coluna dentro do Museu para ir lá fazer-lhe uma vénia e agradecer o trabalho. É aproveitar enquanto por cá o temos.

(+) Brahimi. Quando está bem, é maravilhoso, mas mesmo quando está em dias menos fulgurantes é um jogador vital e só peca por tardia a sua recuperação mental para voltar a entrar com a nossa camisola em campo. Um golo de ângulo quase impossível e uma assistência ditam uma estatística fria e digital, mas a variação analógica ao longo do jogo é bem mais interessante de ver, até porque, como disse, não foi dos seus melhores dias. Mas tê-lo em campo é sempre diferente do que ter qualquer outro jogador do plantel actual. Mesmo Otávio, que tem talento mas não é Yacine. Quando Yacine quer, como todos os grandes talentos.

(+) O arranque em versão Star Wars. Quem me conhece sabe que sou um cromo. No bom sentido, claro. Acho eu. Sou um geekzinho a tender para o nerd e em relação a Star Wars faço parte da comunidade que conhece, discute e analisa ao pormenor as coisinhas mais parvas da saga. Tenho um bobblehead do Darth Vader ao lado do monitor no meu local de trabalho, que se soma a mais uma data de parafernália semelhante em casa, incluindo um Tie Fighter da First Order, uma Speeder Bike usada pelo Império em Endor, um stormtrooper em peluche, um R2D2 telecomandado, camisolas do confronto Han vs Greedo (Han shot first indeed), modelos em 3D do Millennium Falcon e de um X-Wing e um porta-chaves da Death Star. Entre outras coisas. E adorei o arranque para o jogo e o alinhamento das equipas em homenagem à estreia do Rogue One. Chamem-me cromo. Vá lá, chamem. Estou habituado e aceito com orgulho.

(-) Controlar um 2-0 não implica ignorar o jogo. Já vi equipas do FC Porto a alhearem-se do jogo como se estivesse completamente terminado com um resultado de 2-0. E já lamentei os empates (ou derrotas, fucking Artmedia) que acabaram por sair desse alheamento e que é completamente desnecessário. E hoje houve ali 15 a 20 minutos, depois do golo de André Silva, em que a equipa simplesmente deixou de jogar em tensão. E não falo da tensão má, daquela que faz falhar penalties ou tropeçar na própria perna porque a bola começa a fazer confusão de tão esférica que é. Refiro-me à atenção que o jogo exige, ao estado de alerta e de domínio da própria zona e ao controlo da zona dos colegas. E vi equipas do FC Porto a terem esta mesma atitude quando os jogadores tinham muito mais maturidade e experiência que estes rapazes que hoje jogam com as nossas cores, por isso não é nada de novo. Mas, tal como acontecia nessas alturas, chateia-me que tenhamos de passar um mau momento porque não houve cabecinha para gerir melhor o jogo e deixar passar mais vinte minutos que fossem com o jogo nas mãos.

(-) Consistência nas más decisões dentro da área. Não sendo tão radical como um dos meus colegas de bancada que insiste que os jogadores devem rematar mal entram na grande área, devo confessar que também me chateia que não apareça ninguém a espetar uma biqueirada na bola de vez em quando ao invés de estar a fazer passes de dois metros para o colega do lado. Verticalizar o jogo de forma definitiva acaba por ser importante para desbloquear algumas situações complicadas e a falta de instinto para isso leva a complicar lances potencialmente perigosos com excesso de cerimónia. Chutem a bola de uma vez, malta!

(-) Horários e falta de cultura de clube. Falta-nos cultura desportiva quando vemos um jogo do FC Porto a ser presenciado por poucos milhares de espectadores. Chegaram aos vinte mil? Não sei mas não me pareceu ver mais do que esse número nas bancadas. Há excesso de comodismo e ausência de cultura de clube, que se está a agravar quando há tanta gente que não vai porque não dá jeito ou porque chove ou porque vão fazer compras ou porque está frio. Vi demasiados lugares anuais comprados e vazios. Não gosto.


Mais três pontos e mais um jogo que começou bem e acabou razoavelmente bem. A jogar contra onze é mais complicado, sem dúvida…

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Baías e Baronis – Feirense 0 vs 4 FC Porto

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Não há fome que não dê em fartura, mas não estava à espera de um resultado tão positivo hoje na Feira. A expulsão de Ícaro ajudou e muito mas hoje houve mais uma vez eficácia, sentido prático e inteligência em jogo, algo que faltou em vários jogos até ao confronto contra o Braga. É de notar exactamente isso, a tranquilidade com que a equipa esteve em campo e a forma como encarou o jogo de uma forma séria mas sem o peso da necessidade de obter um resultado positivo durante uma hora e meia…talvez por ter conseguido chegar lá aos três minutos. Foi jeitoso e merecido. Bora lá a notas:

(+) Óliver. Gostava de ter os teus pés, Óliver. E também gostava de ter a tua visão de jogo, a tua capacidade de rotação em posse e a tua inteligência em campo. Gostava também de ter uma máquina para poder extrair essas tuas mais-valias e colocá-las na cabeça de tantos outros moços que por cá passaram e que não conseguem mostrar em campo um microscópica parte do que tu fazes regularmente no relvado com tanta naturalidade. Perfeito, perfeito!

(+) Danilo. Quando virem uma bola do adversário a ser enviada para a frente em ataque organizado ou em lançamento longo e virem uma enorme parede núbia a deslocar-se rapidamente para a intercepção, é possível que estejam a fazer contas e a acreditar no insucesso da iniciativa. Porque Danilo estende-se pelo campo e consegue colocar entraves suficientes à construção de lances ofensivos de uma forma constante, especialmente na cobertura do espaço que tão bem tem vindo a fazer. Mais um excelente jogo.

(+) Brahimi. Dinâmico e acima de tudo dinamizador, esteve muito bem na criação de lances ofensivos individuais (um golo e várias outras tentativas) mas também brilhou na forma como se entendeu com os colegas e com o “seu” lateral, que o apoiou sempre muito bem. Presumo que Nuno já tenha decidido de vez que Otávio não pode ser opção daquele lado…mas estou à espera de saber quem lá vai jogar quando o Yacine for para a CAN em Janeiro…

(+) Defesa a zeros. Montanhas de minutos consecutivos sem sofrer um único golo para o campeonato; cinco golos sofridos em treze jogos; sem sofrer um golo fora desde Agosto. São números interessantes de uma defesa que se está a mostrar segura, prática, intensa e rija. Marcano e Felipe em bom destaque mas Maxi e Telles (com Layún também ao barulho) em bom plano até agora. Só posso esperar que continuem assim.

(-) Não podemos lamentar a sorte e passar a depender dela. Vários jogos sem golos, com penalties roubados e/ou não concretizados, ineficácia absoluta e superioridade no relvado a não se fazer reflectir no resultado. Depois, milagre, tudo se encaixou, os golos começaram a entrar, os penalties também e a superioridade numérica, que no período negro já se tinha visto (em casa contra o Belém para a Taça da Liga) e não tinha ajudado, tem sido figura omnipresente nos últimos dois jogos do campeonato. Curiosamente, vencemos ambos. Não questionando nenhuma das expulsões (ambas semelhantes e legítimas, do que me lembro, se bem que me podem sempre relembrar a tripla punição e o facto de poder ou não ser usada), é preciso reaprender a jogar contra onze e não contar com este facilitismo numérico. Sim, posso estar a exagerar mas fica já o aviso.


Venha o que vier da Luz…nunca será mau de todo. Fizemos o nosso trabalho e estamos de parabéns por isso. Agora, venha o Marítimo na quinta-feira para continuar a boa onda!

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Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 0 Leicester

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Às vezes há noites assim, em que tudo parece correr bem, o adversário não consegue conter a nossa organização e vontade, os lances surgem com fluidez nascida da tranquilidade e os golos aparecem naturalmente, orgânicos, fáceis, a espaços com a grandiosidade das escolhas certas nos momentos certos. Foi assim ontem à noite e poderia ter sido bem mais complicado se o Leicester não tivesse optado por alinhar com uma segunda equipa, mas fizemos bem mais do que o suficiente para vencer. Noutros jogos não chegou. Ontem sobrou e ainda bem. Vamos a notas:

(+) Todos. Não consigo encontrar uma única nota negativa na exibição de ontem. A equipa jogou com harmonia, entrega e boas decisões. Abriu quando precisava de abrir, fechou quando era necessário conter, travou a batalha do meio-campo de uma forma inteligente, criando os espaços necessários para que os melhores conseguissem brilhar e mostrou-se calma nos momentos certos. A organização de Óliver foi perfeita, os lances individuais de Brahimi estiveram quase sempre no ponto, o trabalho de André Silva e Jota foi bem delineado e melhor executado, o controlo de bola de Corona foi Messiesco e a disponibilidade física de Maxi foi de topo. Quando tudo corre bem nem precisamos de destacar o individual porque ontem quem brilhou mais foi a equipa como um todo, numa mensagem de paz para fora do relvado e o regresso da empatia com os adeptos. Sim, foi só um jogo. Sim, o adversário não era tão forte como o que nos defrontou no jogo em Inglaterra, com menos rotinas e muito menos talento. Mas quem não consegue ganhar a um Tondela, um Setúbal, dois Belenenses ou um Chaves não tem suporte moral para assumir que vai conseguir vencer um Leicester B. E esta vitória é, tal como a do Braga, um resultado que ajuda a fazer uma equipa. Esperemos que dure.

(+) Os golos. Marcaram-se alguns golaços ontem à noite, desde o remate de primeira (com o pé esquerdo) de Corona ao calcanhar de Brahimi (um argelino tem de marcar assim na Champions, está no contrato moral), seguindo o tiro de Jota, a cabeça de André Silva e o penalty do mesmo. Várias opções, várias formas diferentes de enfiar a bola lá dentro. A prova de que quando tudo corre bem não há Marafonas que evitem os golos.

(+) O penalty do André. Tomemos como comparação o que fez este mesmo menino no passado fim-de-semana contra o Braga. O nervosismo na corrida, o ligeiro inclinar do corpo para o lado, suficiente para denotar para onde iria chutar, na tentativa de acertar na baliza esperando que o guarda-redes falhe a aposta. Os ombros encolhidos, tensos, trémulos. O lamento no falhanço, mais um falhanço, mais uma oportunidade adiada para celebrar. E depois olhemos para o jogo de ontem e o lance em tudo parecido e ao mesmo tempo tão diferente. A leveza no movimento. O enganar do guarda-redes, a colocação da bola, a facilidade aparente de uma oportunidade que é tudo menos fácil. Há uma enorme diferença entre marcar um penalty quando se está confiante ou quando se imita Atlas a suportar o peso do mundo nos braços erguidos acima da cabeça.

(-) Talvez seja preciso rever as regras da Champions. Este ano correu tudo bem mas podia ter sido bem diferente. Sei que é uma opção técnica de cada treinador e se Ranieri deixou metade da equipa em Inglaterra só podemos ficar satisfeitos e pensar que nos sorriu a sorte. Mas o FC Porto teve uma vantagem que outros não tiveram e se daqui a uns anos estivermos no lugar do Copenhaga a pensar “porra, aqueles gajos levaram os mancos para Portugal mas nós jogámos contra uma equipa em condições!”, talvez fiquemos a criticar a organização por permitir este tipo de alheamento competitivo que favorece terceiros sem querer. Não sei se é viável ou sequer desejável, mas gostava muito de não ter de escrever um post a lamentar este tipo de facilitismos dados ao adversário…


Objectivo conseguido, oitavos da Champions no horizonte e mais alguns milhões no bolso. Noites perfeitas destas não aparecem todos os dias, por isso festejemos…pelo menos até Domingo!

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