Baías e Baronis – FCP vs APOEL


(foto retirada do MaisFutebol)


Ufa. Foi um jogo mediano em qualidade mas elevado em emoção. Quando saí do estádio fiquei com a sensação que podíamos e devíamos ter vencido por uma diferença maior e que o sofrimento era evitável, mas como já tive tantas surpresas negativas em jogos da Liga dos Campeões, saí conformado. Seguem os B&Bs:

BAÍAS
(+) Fernando. A única falha que teve em todo o jogo foi a hesitação que permitiu ao jogador do APOEL o cruzamento que resultou no auto-golo de Álvaro Pereira. Se descontarmos esse lance, o brasileiro esteve simplesmente genial. Cortou bolas atrás de bolas, cada uma mais perigosa que outra, foi um apoio incansável à nulidade que esteve de azul-e-branco com o número 3 (ver abaixo) e até “tirou” algumas bolas à outra nulidade, o número 11, para evitar que este as perdesse. Como dizia um colega de Porta, “o Paulo Assunção não tinha a maturidade deste gajo desde tão novo”. Pura verdade. Fernando é classe e eficácia e se não ficar no Porto será um futuro internacional A brasileiro. Se por cá permanecer terá de lutar mais por isso mas com exibições a este nível é já uma certeza.
(+) Os laterais do FC Porto continuam em grande forma. Álvaro até marcou um golo (ah ah, que piadinha, caro amigo!) e tudo! Fucile está confiante, com a garra e empenho mas sem as displicências a que nos habituou. Álvaro é um verdadeiro coelhinho da Duracell, corre todo o jogo e apoia o ataque com eficiência e muita velocidade, acabando muitas vezes por ter de travar a corrida enquanto espera que os outros cheguem para o cruzamento. São os melhores elementos na transição ofensiva dada a ausência (quer esteja em campo quer não) de Belluschi e a inexistência competitiva de Raúl Meireles.
(+) Hulk está de novo em forma. Todos esperam que continue a criar jogadas incríveis em velocidade e técnica e a passar a bola mais algumas vezes, como fez a Falcao para o colombiano desperdiçar em frente à baliza, e Hulk está a mostrar que pode ser um jogador (quase) completo. Dois golos na estreia a marcar na Champions’ não é para qualquer um e o brasileiro mereceu.
(+) Rodríguez subiu muito de produção na 2ª parte, quando Jesualdo enviou Mariano para um flanco e puxou o uruguaio para jogar no meio-campo. Cebola mostrou estar mais talhado para essa posição que o pobre maluco argentino e foi o autor de algumas boas jogadas de entendimento quer com Álvaro quer com Hulk, ajudando a equipa a subir no terreno e a arrastar jogo como devia, ao nível do relvado.
BARONIS
(-) Já estou farto dele. Ainda vou começar a sonhar com ele e por muito que me custe sonhar com homens, será um gosto poder imaginar que ponho o gajo num saco de serapilheira e lhe acerto com um fueiro como se faz a uma piñata. O problema de hoje é que a culpa nem é tanto dele mas sim do treinador. Jesualdo já sabe que Mariano não rende naquela posição mas insiste em colocá-lo lá. É certo que não havia Belluschi nem Valeri, e o professor emendou (tarde) a mão ao trocar Mariano com Rodríguez, e a equipa sentiu logo uma melhoria significativa. Mariano não só não produziu como também impediu em várias ocasiões que a equipa pudesse ser produtiva, porque quase sempre que tocava na bola havia de a perder em falhas de concentração e incapacidade técnica. Carago, era o público que o avisava quando tinha um adversário à perna!!! Ah, e ainda conseguiu ser expulso por uma infantilidade que um jogador da experiência dele não pode cometer…
(-) Meireles esteve…facilmente reconhecível, tendo em conta o que tem feito este ano. Horrível no passe, fraquíssimo na recuperação e a mostrar um medo de meter o pé à bola que nunca vi. Está a fazer a pior época da vida dele e só mantém o lugar porque não tem tido alternativas à altura, pelo menos para Jesualdo. Devia passar um ou dois jogos no banco ou na bancada para descansar a cabecinha, precisamos de um Meireles em condições e há muito tempo que não o vejo por estas bandas.
(-) Contra uma equipa como o APOEL, muito fraquinha, não se percebe o nervosismo até ao golo sofrido. É certo que o relvado estava molhado e era um jogo da Liga dos Campeões que costuma colocar uma pressão maior nos jogadores, mas os cipriotas trocavam a bola entre eles sem serem pressionados e assim não pode ser. Acredito que a equipa ande cansada das viagens para os jogos das selecções, mas é preciso outra dinâmica e outra disciplina para evitar chatices contra equipas mais fortes.
(-) 32 remates à baliza. Um deles deu golo e o outro foi um penalty que nem sei se conta. Fizemos TRINTA-E-DOIS remates!!! Alguém se lembra de algum com perigo? Bem me parecia.
Um bom resultado com uma exibição razoável, com muitos golos falhados, um golo sofrido com azar e dois marcados com sorte. Ganhando no Chipre ficamos muito perto de nos qualificarmos por isso vamos lá à ilha sacar 3 pontinhos!
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