Adios, gordito!

Boa sorte, miúdo. Que produzas mais do que fizeste por cá. E vê se perdes uns quilinhos.

PS: Depois da descolombiização, chega a altura do desuruguaiamento. Fica já aqui a aposta que, pela primeira vez desde 2005/2006, o FC Porto não vai ter um único uruguaio no plantel principal de futebol.

Just sayin’.

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Baías e Baronis – Atlético vs FCP


(foto retirada d’A Mística Azul e Branca)

Era suposto ser um jogo que não traria nada de muito positivo, salvo a potencial enxurrada de dinheiro que nos encheria os bolsos (se me oferecerem 800 mil euros acreditem que não digo para irem pregar a outro burgo) e eventuais lesões nos principais jogadores. Acabou por haver uma lesão, um cheque gordinho da UEFA e uma exibição que, apesar de mais calminha na segunda-parte e a roçar a sonolência tal foi (novamente) a enormidade de falhas técnicas, acaba por ser provavelmente a melhor exibição do FC Porto esta época. Vamos a notas:

BAÍAS
(+) Bruno Alves. É raro dar Baías a Bruno Alves especialmente porque na minha opinião não se tem destacado tanto quanto as pessoas têm vindo a gritar e acho que ainda tem alguma coisa a evoluir (don’t we all?), mas o jogo do nosso capitão roçou a perfeição. A somar ao golo fabuloso que marcou, aparecendo pouco menos que a voar no centro da área do Atlético e colocando a bola num local inatingível para o sobrevalorizado Asenjo, esteve num nível soberbo durante todo o jogo, cortando tudo que havia para cortar e mandando de facto na defesa, tanto com Maicon como com Sapunaru ao lado. Excelente.
(+) Mais uma vez, Fucile. Depois do jogo menos bom, a facilitar como antigamente em Guimarães, voltou em grande. O pouco que Simão tentou fazer foi claramente eclipsado pelo uruguaio, que esteve brilhante a defender e a atacar, tendo inclusive dado origem ao lance do segundo golo, com um remate que mais uma vez o guarda-redes do Atlético defende para a frente e Falcao faz render como uma adolescente com filmes sobre jovens vampiros. Este Fucile não fica cá muito tempo, se bem que atrás de um grande Fucile acaba por revelar sempre o Fucile mais permissivo na jornada seguinte. Espero estar enganado.
(+) Os índices de pressão alta estão a subir. Durante toda a 2ª parte estivemos em cima do Atlético, abrindo um pouco de espaço no meio-campo mas ainda assim conseguindo impedir desenvolvimentos minimamente perigosos para a nossa baliza. Só me lembro dos espanhóis conseguirem criar perigo com lances pelo ar, o que diz muito da capacidade de organização e estrutura da equipa, bem mais madura e inteligente que aqui há umas semanas.
(+) Helton esteve excelente nos primeiros minutos da partida, impedindo a rápida recuperação do Atlético com boas defesas e uma segurança geral que se estendeu à equipa. Está de volta e está em grande, Beto terá que aguentar o banco porque o brasileiro não parece querer sair do onze.
(+) Guarín continua a surpreender-me pela simplicidade de processos e pelo forte remate. Se o gajo começa a acertar na baliza (“se”, não “quando”, que o homem não me surpreendeu ainda o suficiente para pensar que tem futuro) vai ser ainda mais útil.
BARONIS
(-) Pensei em dar um Baía a Hulk mas quando vejo a produção do brasileiro, golo/míssil aparte, verifico que quase nada fez de produtivo durante o resto do jogo. Continua com pouca inspiração e ainda menos transpiração, não ajuda na defesa e deixa-me com uma febre imensa quando vejo o gajo a perder bolas absurdas. Sei que é um jogador de decisões rápidas e que não se pode exigir que venha à defesa de 5 em 5 minutos, mas para quem teve Lisandro na ala agora ver este rapaz…ainda lhe falta um bocado para ser o jogador de classe mundial que todos queremos que seja.
(-) Rodríguez continua em baixa, apesar do bom jogo em Guimarães. Ontem correu muito mas fez pouco e acaba por ser a imagem de marca do uruguaio. Tem de ser mais eficaz, mais prático e mais interventivo nos lances.
(-) O Atlético é uma equipa fraca demais para ser credível. Com Maxi Rodríguez, Aguero, Forlán, Simão e mais alguns nomes grandes, jogar em futebol directo como se viu na segunda parte é absurdo. Devia ter ficado de fora da Liga Europa mas o Chelsea não deu o jeitinho.
(-) Tal como em Guimarães, a gestão de jogo em termos portistas acaba por se traduzir num recuo demasiado no terreno, com brechas a serem abertas que caso a equipa contrária tenha um mínimo de bom senso, pode aproveitar.
Deu para experimentar Valeri (ainda sem grande influência mas deu para ver que é mais Lucho que Belluschi, e Jesualdo pode aproveitar se o colocar mais vezes em campo), dar experiência a Maicon (e uma lesão) e um boost de moral que pode ser muito importante para as duas jornadas até ao final do ano. E agora sim, Champions’ só em Fevereiro!
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Baías e Baronis – FCP vs Atlético Madrid


Cheguei a casa cansado. Estava exausto com as emoções do jogo, com a indecisão da equipa, o cansaço de Belluschi, o calcanhar de Falcao e os carrinhos salvadores de Fucile…ah, a Liga dos Campeões! Estes são os jogos que trazem mais sal ao futebol, incomparavelmente mais emocionante que qualquer jogo contra o Leixões ou a Naval.
No estádio fiquei com a ideia que nem tudo vai bem com o FC Porto, apesar dos bons resultados desta última semana. Mas no meio das arreliações e da pseudo-melancolia que parece assolar-me nos piores momentos, há sempre algumas coisas que se safam. Vamos aos B&Bs (ou aos F&Ps, segundo alguns caríssimos amigos meus, onde F seria Frangueiro e P seria Perneta. Concordo com o segundo, discordo com veemência com o primeiro!):

BAÍAS
(+) Falcao foi o autor de um dos golos individualmente mais vistosos que já vi. Foi daqueles lances em que se tenta e reza-se para que corra bem…e desta vez correu mesmo. O colombiano acaba por ser um jogador importante na equipa, já com 6 golos este ano, e joga como ponta-de-lança puro. Homem de área, raramente descai para qualquer um dos flancos, o que transforma o jogo do FC Porto em relação aos anos transactos, em que se habituou a ter alguém lá…mas nunca sempre o mesmo. Falcao está a alterar a maneira do FC Porto atacar e isso nota-se bastante, particularmente na forma como os extremos acabam por tentar cruzar para ele, apesar de o fazerem, na maior parte das vezes, sem resultados práticos.
(+) Fucile. Que jogaço, menino! Parafraseando o meu amigo de Porta 19: “Se ele jogasse sempre assim já não estava no FC Porto…”. Não me lembro de ver Fucile a jogar com tanta certeza nas entradas, a ganhar muitas bolas de cabeça (é certo que contra o Simão não conta para muito, mas ainda assim ganhava-as) e a sair para o ataque em tabelinhas com Hulk. Genial nas entradas de carrinho, particularmente na segunda-parte, onde salvou várias vezes o couro dos colegas frente a Forlán ou Simão ou até Reyes. Uma entrega tremenda, fez um jogo quase perfeito. Aposto, para mal dos meus pecados, que o Jorginho vai fazer um jogo horrível no Domingo só para eu ter de engolir estes elogios todos…
(+) Hulk esteve bem enquanto teve pernas. Perea deve ter pensado que mal fez para ter de aturar a primeira parte de Hulk, que lhe desfez os rins sempre que pôde. Faz a assistência para o golo de Falcao e foi o autor das principais jogadas de perigo durante quase toda a partida, muito embora parecesse menos afoito que no jogo frente ao Sporting.
(+) Guarín entrou muito bem e acabou por equilibrar a equipa, algo que Jesualdo deveria ter feito desde o início, na minha opinião. Quando se pede ao colombiano para criar jogo, para atacar e arrastar a bola para a frente…sai borrada. No entanto, quando se lhe diz para ter calma, para jogar com o corpo e com cabecinha bem assente nos ombros, rodar a bola e segurar o jogo, é valioso.
(+) Não sendo muito adepto dos insultos às equipas adversárias, sou adepto da pressão directa sobre os jogadores. Se essa é uma estratégia que funciona…depende muito do jogador. Funcionava com o Marinho (ex-Sporting) nas Antas, mas hoje não funcionou nem com Simão nem com Paulo Assunção. O primeiro pior que o segundo, mas creio que os permanentes assobios não ajudaram a baixar a moral de nenhum deles. Agora uma coisa é certa: gostei de ver (ou melhor, ouvir) os adeptos a assobiar fortemente tanto o ex-benfiquista como o ex-nosso-trinco-titularíssimo desde o início até ao fim do jogo. Pode não fazer muito, mas nunca se sabe, o rapaz pode estar num dia mau e ficar deprimido!
BARONIS
(-) Tomás Costa. O rapaz andou perdido uma grande parte do tempo, e se serve de atenuante o facto de nunca ter jogado a trinco na vida dele (segundo as suas próprias palavras na zona mista), as constantes distracções e o nervosismo que mostra tornam-no numa arma perigosa. O número 20 do FCP parece querer ser o próximo Bandeirinha em termos de versatilidade: tanto joga a trinco ou a interior direito, como até pode jogar a lateral, direito ou esquerdo. Agora, como Bandeirinha, nunca o faz bem. E a continuar assim, nunca fará.
(-) Já começa a ser uma constante dar um Baroni ao Mariano, mas é impossível não o colocar aqui. A verdade é que a maior parte das vezes que está em campo a equipa acaba por parecer jogar com menos um jogador. Continua trapalhão, domina mal a bola (hoje ia conseguindo o feito extraordinário…a tentativa de controlar a bola com o pescoço!!!) e o ataque pára quando o argentino toca na bola. É o anti-Midas da equipa.
(-) Se contra o Sporting os primeiros 20 minutos tinham sido muito bons, aqui foram os últimos 20 que foram menos maus. Agora no resto dos 70 minutos…foi mais uma vez um FC Porto lento, muito estático nas marcações e demasiado trapalhão nas transições para o ataque. Era desesperante ver os jogadores do Atlético a correrem metros atrás de metros com a bola nos pés, e os nossos rapazes, cheios de medo dos papões do contra-ataque vermelho e branco, recuavam…recuavam…recuavam, até entrarem na própria área e dando todo o espaço do mundo para Forlán e companhia. Tomás Costa andava sempre perdido, Meireles continuava mau no passe e na criatividade, Belluschi raramente aparecia…e não fosse a entrada de Guarín e a passagem de Meireles para trinco para re-equilibrar a equipa, e provavelmente estaríamos a lamentar dois pontos perdidos. Muitos passes pelo ar, muito nervosismo e acima de tudo muito medo da velocidade adversária. É preciso ser mais, fazer mais, agir mais! A questão coloca-se: porque é que Jesualdo não apostou em Meireles para trinco desde o início?!
(-) A capacidade física de alguns jogadores está-me a preocupar. Belluschi não aguenta mais de parte e meia, e Hulk quase nem isso. Se somarmos Meireles a jogar mal, Mariano a preencher candidaturas para doses industriais de Prozac para ver se t
em mais calminha e as lesões de Varela e Rodríguez…as opções no plantel reduzem-se, e a rotatividade pode ser acelerada.
Acabada a partida, revi o calendário. Temos tudo a nosso favor, e se ganharmos os dois jogos frente ao APOEL, acabamos por apenas precisar de um ponto para dependermos só de nós. Como acredito que o Chelsea ainda vai dar um jeitinho ao ganhar ao Atlético, pode ser que tal nem seja preciso. Agora venha o Olhanense para voltarmos ao nosso triste fado da Liga Sagres…
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