Iturbo

Estive aqui todo entretido a ver o jogo da Argentina contra a Coreia do Norte (esses rapazes tão sortudos que terão decerto um regresso a casa que lhes vai proporcionar uma boa forma de emagrecerem os corpos já franzinos em qualquer campo de trabalhos forçados), alheando-me dos comentários do fulano da Eurosport, que se saiu com frases como: “Ora reparem agora em Luque. Vruuuum, parece um míssil!”, ou “Ei, os coreanos estão zangados!”, e que se pôs a ler mensagens do Facebook a meio do jogo, para ver Iturbe.

Não fez um jogo famoso (foi dele a assistência para o segundo golo mas pouco mais conseguiu de positivo durante o jogo), mas já deu para perceber melhor o que é que o puto vale. Tem talento, não haja dúvida, joga atrás do ponta-de-lança com boa técnica, rápido com a bola com uma aceleração brutal quando se aproxima do adversário. É jogador para romper, para rasgar defesas de bola controlada e pode ser ainda mais perigoso em jogos grandes, onde há mais espaços e a velocidade é vital. Tem de melhorar no sentido prático e na decisão do último passe, mas são coisas naturais num rapaz de 18 anos.

Só vejo um pequeno problema: conhecendo o actual estilo de jogo do FC Porto, com o 4-3-3 móvel mas sempre mantendo dois homens na ala e outro no meio, não o vejo a jogar a não ser numa estratégia mais virada para um esquema com dois avançados, um mais fixo e outro (Iturbe) mais móvel, que estará pronto para criar espaços e apanhar as bolas que vão sobrando. Se Iturbe chegar, vir e começar a mostrar que pode vencer, mudará Vítor Pereira a formação base?

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