Jornada 14 – Arnaldo Pedro

Mais uma jornada com boa disposição do povo, entremeada com um par de discussões bem sérias sobre o pós-Bessa, apontando o foco para a oscilação do estrategizar do Sérgio quando enfrenta rivais fortes ou fracos, a opção AA/Óliver ou a forma como o Vassalo assume que é um gajo que se enerva rapidamente, porque esteve por pouco o segundo rant completo do Cavani! Esse par de tres discussões seguiu-se ainda a antevisão do jogo contra o Leipzig, polvilhado com tiradas sobre Football Manager, conferências de imprensa e nepotismo. Really.


Quem quiser continuar a ouvir pelo site, tranquilo, é só usar o leitor que está embutido no post de cada episódio. Quem ouvir usando uma app, seja iTunes, Podcast Addict, Pocket Casts, Podcast Republic ou tantas outras que por aí andam, pode encontrar o Cavani aqui:

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Baías e Baronis – Boavista 0 vs 3 FC Porto

foto retirada do twitter do FC Porto

Derby que se preze tem vários pontos que devem persistir ao longo dos tempos: a) o Boavista está em campo para dar molho e o FC Porto responde; b) o FC Porto não ganha com facilidade no Bessa; c) o FC Porto ganha no Bessa. E foi isto que aconteceu mais uma vez, com mais um jogo em que três passes consecutivos eram interrompidos por uma falta (afinal não somos só nós que fazemos muitas, pois não, Simão?) e onde uma exibição fraquinha deu lugar a três bons golos, cada um ao seu estilo e com um homem a destacar-se acima de todos os outros na partida: Brahimi. Boa e importante vitória, de qualquer forma. Notas abaixo:

(+) Brahimi. Jogaço, mais uma vez. Um golo, uma estupenda exibição e mais uma vez a figura principal da equipa em termos de construção de jogo pela relva, alheados que estamos (aparentemente) da necessidade de ter mais um médio para construir a partir do centro do terreno. E enquanto Brahimi estiver nesta forma vamos continuar sem optar em acondicionar o meio-campo com mais um homem, porque parece que o homem está com uma garra que nunca antes tinha visto, continuando a levar paulada atrás de enormíssima paulada e mantém-se de pé, pronto para agir, assistir e marcar, num golo que teve tanto de merecido como de bonito.

(+) Ricardo Pereira. Muito melhor a defender do que tinha mostrado no início do campeonato, está mais rápido e muito mais eficaz no corte, em particular nos carrinhos que fazem lembrar uma espécie de Otamendi contido, porque raspa mas não arranca e até consegue manter a bola em sua posse. Esteve pouco subido muito por culpa de Kuca que o encostou (bem) sempre atrás, mas deu segurança a defender e se ainda não tinha garantido o lugar, só uma tremenda falta de empenho nos treinos lhe tira a titularidade. Uínque.

(+) Danilo na primeira parte, Herrera na segunda. Danilo foi um gigante na primeira parte porque foi dos que mais depressa conseguiu perceber que não iríamos lá sem usar o corpo e usou-o muito e bem. Herrera errou bastante na primeira parte porque demorou muito mais a perceber o mesmo que disse na frase anterior. No entanto, o mexicano esteve muito interventivo em zonas subidas mas também em áreas mais recuadas, onde conseguiu recuperar várias bolas e criou sempre perigo quando a soltou. Só faltou marcar aquele golo quando apareceu isolado em frente ao guarda-redes, mas a falta de pernas lixou-o. Uma última nota para Hector: perfeito a atrapalhar Mateus num lance que podia colocar o Boavista na luta pelo resultado. Excelente!

(+) O nosso povo portista. Cantar a “rotunda”? Check. Cantar o “orgulho”? Check. Invadir o Bessa com milhares de adeptos, passar o jogo todo a apoiar a equipa e criar uma simbiose vísivel com ela? Check. Sair de lá com três pontos, as vozes gastas e um sorriso na face? Check, check e oh sim, check!

(+) O sentido prático do Marega. É como tem de ser. O gajo é prático e ainda bem, se colocava a bola ainda tirava a vista a um adepto (viram o remate ao poste? Aquilo foi com a parte de dentro do pé e a baliza aposto que ficou a abanar mais que meia-hora!) e assim foi lá para dentro. Já naquela parvoíce do keeper do Boavista ficar meio minuto a tratar a relva como se fosse parte de uma espécie biológica em vias de extinção, Marega chegou lá, duas pisadelas à Samaris e siga a rusga. Gosto disto.

(-) Centrais em posse. “Não batas nos meninos que a culpa não é deles, os médios é que não estão tão disponíveis para lhes dar cobertura e não chegam dois para isso, não é? Ainda por cima não te esqueças que agora os médios trocam de posição e os laterais sobem como se fossem receber ofertórios em igrejas católicas, tanta vez que sobem e descem aquelas bandas, por isso os centrais têm de ir à procura do espaço e de saber o que fazer com a bola. Para lá disso, os avançados estão muito subidos, os médios muito distantes, os alas muito abertos e o meio-campo dos outros também existe e pressiona mais do que uma bexiga depois de seis finos! Não sejas assim, Jorge, tem lá paciência e não censures os passes longos para as couves ou as hesitações horríveis do Felipe hoje no Bessa que já duram há umas semaninhas…ou o Marcano, que espera mesmo até o outro gajo botar o pé para passar a bola e ressaltar nele, ou então quando tem oito horas e meia enquanto a bola vem pelo ar e ele pode pensar onde a colocar mas parece que oh foda-se lá vai a bola para o Boavista. Pronto, Jorge, não te chateies com eles, não? Vá lá.” Com todo o respeito, vá lá o caralho. São bons, são muito bons, mas também fazem jogos de caca e hoje foi um deles. Se na quarta-feira jogarem o dobro do que fizeram aqui, apanhamos outros tantos como na Alemanha.

(-) Hugo Miguel. Marcano protesta? Marcano leva amarelo com cara de mau. Gajo-indiscriminado-do-Boavista protesta? Leva aviso. Herrera corta a bola? Herrera leva amarelo. Vários-gajos-do-Boavista acertam nos tornozelos/calcanhares/o que funcionar para mandar o gajo abaixo? Levam amarelo. Slow. Fucking. Clap.


Continuamos na frente depois do primeiro derby e só pode ser bom sinal para o futuro. Agora, na ante-estreia marcada para a próxima quarta-feira, o épico “Leipzig: A Vingança”. Num Dragão perto de si.

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Ouve lá ó Mister – Boavista

Camarada Sérgio,

Escrevo-te com as beiças mais caídas que o Mário Soares nos últimos anos, rapaz. Depois de uma semana em que andei a tentar pontapear uma gripe com a mesma facilidade com que o Galeno controla uma bola pela relva, acabo de tomar o terceiro comprimido do antibiótico a que tive de recorrer para mandar esta merda desta bactéria abaixo e ainda deve ter sobrado alguma coisa para o vírus, que se foi abatendo com um ou outro camião de benuron e brufen e coisas do género. E não estou em condições de ir ao Bessa e desfazer-me todo, arriscando ainda por cima contagiar metade do povo à minha volta.

É então com muita tristeza que te digo: não vou ao estádio do clube da rotunda.

Sendo assim, como não terás a tremenda vantagem de me teres ali à tua esquerda na bancada do topo norte, peço-te que dirijas todas as tuas energias e as energias dos teus moços para ganharmos o jogo. É essencial continuarmos a vencer e é especialmente essencial ganhares isto. Sabes tão bem como eu o tipo de derby que cá temos e o gozo que dá bater naquela malta, por isso ajuda a criar a aura de campeão que todos esperamos conseguir vislumbrar num futuro próximo e triunfa perante o mal de xadrez. Se não o fizeres por ti, que seja por mim, que estou doentinho! Viril e pujante à homem…mas doentinho.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 0 vs 0 Leixões

foto roubada ao zerozero

É um tipo de jogos que me chateia porque vemos sempre uma equipa a tirar o pé (a nossa) e outra que mete o pé a tudo (a deles), porque a disparidade de motivação é tão grande que se torna evidente em campo. E o que se nota ainda mais é que treinadores atrás de treinadores, cada um com graus variáveis de sucesso, não têm conseguido transmitir aos jogadores aquela coisa do “são todas para ganhar”. Não são e foi óbvio que não são, apesar da equipa ter tentado e lutado para que conseguisse sacar os três pontos, a forma como o fez foi desinteressada, pouco estratégica e demasiado lenta. Vamos a notas:

(+) Felipe. Não foi por ele que empatámos o jogo, porque o capitão de equipa tentou tudo que pôde para levar a equipa à vitória. Foi o que se mostrou mais inconformado com a forma como o jogo estava a decorrer e se há uma coisa que podemos tirar deste jogo foi a vontade de mostrar que há liderança em campo.

(+) Hernâni. Sim, é verdade, uma nota positiva para Hernâni. Porque o rapaz tem tudo para dar certo, tem velocidade, joga com os dois pés, é ágil e consegue rematar de longe. Só lhe faltam duas coisas: acalmar a jogar (o Galeno pode ir fazer a mesma aula de Yoga, também ganhava com isso) e apontar para a baliza. O resto…não está mal para um gajo que eu pensei no início do ano que nunca ficaria no plantel.

(-) Sei lá. Quase tudo? Há anos que se repete a mesma coisa e eu não tenho cada vez menos pachorra para isto. Lembram-se do Alex Sandro e da forma como ele se passeava em jogos da Taça da Liga? E esse é só um dos exemplos que me lembro, porque vejo muita malta com atitude suficiente, mas pouco mais. Vejo demasiado empenho em manter a integridade física e em não lutar a 100% pelas bolas todas. Vejo, também, uma tremenda ineficácia posicional, para lá da capacidade concretizadora que me dá uma urticária como nem imaginam. Esta é uma competição que tem regras mais obscuras que aquelas que a minha filha impõe aos bonecos dela (“não podes dar beijos na barbie senão ficam logo casados!”) e se estamos a pensar em rodar o plantel aqui, integram-se elementos titulares e alternativos de uma forma interessante, mas nunca se conseguiu criar uma dinâmica que a equipa consiga entranhar e viver com mentalidade de vencedor.

(-) Otávio Vamos todos olhar para Otávio. Vamos todos olhar para um jogador que ainda não percebeu que não vai conseguir jogar a titular da mesma forma que o faz quando sai do banco. Um homem que perde aí uma bola por minuto e só está em campo 60 minutos. Gostam do moço? Fixola. Mandem-no começar a jogar futebol, fazem favor.

(-) A pontaria Estive aqui a discorrer shakespearianamente durante uns minutos mas a verdade é que se apenas uma bolinha tivesse entrado, o tom da crónica seria semelhante mas os pontinhos tinham ficado c’a gente. Pá, não é possível falharem quase todos os remates, não é ACEITÁVEL que a maioria das bolas vão parar à bancada e é ainda menos aceitável não acertar na baliza com remates na pequena área. NA PEQUENA ÁREA, PORRA!!! Juro que gostava imenso de um destes dias passar no Dragão e ver um ou outro jogador a dar voltas ao estádio pela parte de fora, descalço, com uma boombox nos ouvidos a tocar Mantovani e apenas vestindo um top a dizer: “EU FALHO REMATES. EU SOU FEIO. EU SOU MUITO, MUITO FEIO.”. Qualquer que seja o treino específico, algo tem de ser feito, porque a falta de motivação não explica a diferença entre os seis golos de sábado e a pobreza de hoje. Se explica, ainda pior.


A somar a um jogo de trampa, estou doente e todo rebentadinho. Andei a dizer todo o dia que parece que fui pontapeado por uma tribo senegalesa mas acho que pediram aos vizinhos para aparecerem e trazerem os amigos. Ou seja, se a crónica estiver pior do que é normal, as minhas desculpas. Reclamações para a merda da virose que se me possuiu a alma ou para o Otávio, depende do que responder primeiro. Aposto na virose, é bem mais eficaz.

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Ouve lá ó Mister – Leixões

Camarada Sérgio,

Buenos dias, compadre! Estamos todos bem dispostos e prontos para arrancar mais uma competição (já é a quarta que entramos este ano e espero não entrar em mais nenhuma!) nesta época que queremos que acabe em grande, pelo menos ao nível a que começámos. E para isso não há que desistir antecipadamente de qualquer uma dessas taças e ligas e coisas, porque já sabes que aqui se entra sempre para ganhar. Se conseguirmos agilizar as opções para dar jeito a todos e ires levando a proverbial auguinha ao moínho, so be it, desenrasca-te da melhor maneira que conseguires e limpa o que puderes. Mas nunca desistir antes de jogar! Jamé!

Se fosse a ti, dava uns minutinhos a três gajos que podem ser muito importantes. O Reyes, porque o Felipe aproxima-se da suspensão e precisamos de um substituto com ritmo; Óliver porque…man, porque é um gajo com um talento enorme e precisamos disso na equipa; e Galeno, para conseguirmos uma alternativa enquanto o Soares recupera da enésima lesão. A sério, um gajo tão grande que se parte tantas vezes seguidas, pá, vê lá isso! Vamos para cima deles! Leixões é sempre um clube a abater, quanto mais não seja pelo amor que nos tem. É rebentá-los já hoje!

Sou quem sabes,
Jorge

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