
Exactamente o tónico que era preciso antes da viagem a Turim, que vai ser tão complicada quando seria para o Arouca conseguir vencer o FC Porto na noite de ontem. A diferença entre as equipas foi tão notória, a produção em campo era tão díspar que parece complicado enfiar na cabeça que são clubes que jogam no mesmo escalão competitivo. Na verdade, estivemos muito bem e eles bastante mal, mas há mais mérito do FC Porto que demérito do Arouca. Vamos a notas:

(+) Brahimi. Não há como não gostar deste rapaz quando está em forma e com confiança. Passeia pelo campo com elegância, deambulando na relva e arrancando para um galope solto, livre, oscilando por entre as pernas dos defesas como se estivesse a negociar uma tremenda rampa descendente com skis cobertos em banha. É um dos principais desequilibradores do campeonato. Corrijo, não apenas do FC Porto nem do nosso campeonato, é um dos principais desequilibradores do Mundo! Hoje esteve mais uma vez em excelente forma e aquele passe de costas para Soares (que o brasileiro não conseguiu converter em golo) foi mais uma prova que Yacine é um dos elementos que nos pode dar o título. E está a fazer por merecê-lo.
(+) O meio-campo. Ontem sim, ontem gostei finalmente do meio-campo do FC Porto. Danilo sempre atento, a estender o controlo do centro do terreno até às laterais, onde apareceu várias vezes com a bola controlada; Óliver sempre atento às coberturas defensivas e a subir no terreno de cabeça levantada, controlando os timings de ataque com a perfeição que tem vindo a habituar a malta; André², num bom jogo, muito lutador e pressionante, a fazer o papel que lhe foi entregue com determinação e garra. Foi dos jogos que mais me agradou ver a zona central do terreno cheia dos nossos homens sem que o jogo ficasse preso a fintas excessivas e a olhar de uma forma pragmática para o encontro e para a maneira mais indicada com que conseguiriam chegar à baliza. E fizeram-no muito bem ao contrário de outras partidas.
(+) Golos que não parecem acabar. Lembram-se daquela sequência de jogos em que a bola não entrava? Até ao jogo contra o Braga e aquele miraculoso golo de Rui Pedro, parecia algo saído de um livro de Lovecraft, com o terror a assolar as nossas mentes e a incapacidade de produzir um único golinho a deixar marcas profundas jogo após jogo. E agora? Nos últimos quatro jogos, uma média de quatro golos por jogo, tudo com zero golos sofridos. Estamos a atravessar a melhor fase da época e a influência de Soares nota-se bem não só com os golos (óbvio!) mas pela forma como fez com que a pressão fosse retirada dos ombros de André Silva e permitisse que houvesse muito mais impacto na zona central com apoio em condições. É continuar assim pelo menos até à Luz!

(-) Machado. Fraquinho, este Arouca, mas ainda mais fraco Machado. Depois de uma semana onde alimentou uma ridícula tentativa de polémica como se fosse uma criança mimalha a pedir atenção (corrigiu tarde demais a petulância), acaba por mostrar uma equipa que teve tanto de bom futebol como de vermelho na camisola. Para lá da forma como qualquer jogador se atirava para o chão de cada vez que havia um contacto mais intenso, há ali muito jogador que tem mais pedigree que talento e que prova que nomes nem sempre são sinónimo de qualidade.
A crónica chegou atrasada porque ontem fui atacado por um vírus qualquer que me deixou prostrado. Consegui acabar de ver o jogo mas não tive energia para escrever, as minhas desculpas!
Link: