Baías e Baronis – KRC Genk vs FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

Não foi um jogo fácil, claramente. A ausência de Hulk teve um peso grande na performance da equipa que se começa a habituar em demasia a jogar com ele e especialmente a depender dele, e quando não o tem as coisas complicam-se. Felizmente conseguimos dar a volta por cima e com a ajuda dos rapazes do Genk, com vontade e empenho mas pouco mais, lá chegamos a um resultado que só uma catástrofe superior ao jogo contra o Artmedia é que nos punha fora da fase de grupos. Vá lá, rentabiliza-se o Dragon Seat. Vamos a notas:

(+) Helton. Não tem havido pai para este rapaz desde o início da época. Esteve brilhante, defendeu tudo o que lhe apareceu à frente, com saídas destemidas aos pés dos adversários, deixando os desgraçados dos Belgas a pensar que estaria um super-herói na baliza dos tipos de amarelo. Evitou, acima de tudo, a chatice de sofrermos um ou mais golos e termos de facto de trabalhar para passar a eliminatória. Resto dos meninos do plantel, ponham os olhos no vosso capitão. Foi o único, a par dos rapazes aqui nos próximos dois parágrafos, que não dormiu em sentido.

(+) Fernando. Para ter sido um jogo perfeito só faltou um golo. Roubou pelo menos 10 bolas aos adversários, com cortes perfeitos, passes perfeitos, posicionamento perfeito e empenho perfeito. Parecia, a dada altura, que os dois colegas do meio-campo é que eram os toscos e que ele era o talentoso, o Fernando, o nosso Fernando, o gajo que não consegue passar uma bola a 20 metros sem rezar à santa para não acertar no treinador com muita força. Já disse que foi perfeito?

(+) Souza. É como se tivessem clonado o Guarín com as devidas alterações genéticas para lhe dar mais uns milhões de neurónios a funcionar. Sai muito bem do meio-campo com força e bom domínio de bola e parece que joga sempre com a cabeça levantada. E aquele golo é um portento, se descontarmos o entusiasmo do José Manuel Marques, que relatou um “grande golo” e o “momento da noite” com toda a euforia de quem está a cortar as unhas antes de ir para a cama. Gostei, quero ver mais.

(-) Permissividade defensiva. Foi algo que ainda não se tinha visto este ano. Vercauteren viu bem que Maicon tem a velocidade de uma tartaruga manca e aproveitou para colocar os avançados a fazerem-no correr pelo ordenado. Pois o nosso rapaz lixou-se e depois de uma primeira parte razoável acabou por ser quase sempre papado por quem quer que lhe aparecesse à frente. Álvaro também não cobriu a zona defensiva como devia, a somar à pouca força do meio-campo Moutinho-Belluschi, que só começou a ganhar bolas e a sair para o ataque quando ficamos a jogar contra 10. Villas-Boas esteve bem (talvez tenha experimentado demais quando ainda estava 1-0, mas compreendo dado o ritmo quase de treino) e “tapou” a zona com Souza. Melhorou mas não muito, então toca de inventar um 4-5-1 só mesmo para ver se colava. E colou, Ruben ajudou a bloquear qualquer hipótese de ataque decente do adversário a não ser pelas laterais. Ficou-me no entanto a impressão que contra 11 rapazes que saibam jogar à bola, podemos ter aí alguma chatice.

(-) Varela. Falei cedo demais depois do jogo contra o Benfica. Ainda está com ritmo lento e nota-se perfeitamente que não tem discernimento para ajudar na defesa, sabendo que não vai conseguir recuperar para pressionar no ataque. Mais uma vez muito trapalhão.

(-) 4-3-3 sem Hulk. Não vou falar de “Hulkodependência” ou qualquer chavão absurdo que a imprensa gosta de inventar. O que é certo é que a equipa perde sem Hulk em campo, e o 4-3-3 não é tão explosivo e dinâmico, especialmente com um meio-campo ainda sem ritmo. Ukra esteve nervoso todo o jogo e Varela, como disse acima, ainda não rende o que pode. Se calhar o 4-4-2 não está assim tão longe de ser uma realidade, pelo menos nestes próximos tempos…

(-) Genk. Juro que pensei que o Genk desse mais luta. É verdade que o penalty (onde não percebo que dúvidas haverá, palavra que não) não ajudou e a expulsão também não (mais uma vez, justíssima), mas estava à espera de mais da equipa que lidera o campeonato na Bélgica. Se estes estão em primeiro…como serão os que vão atrás?!…

Não estava à espera de um jogo fácil e houve alturas em que me enervou a displicência nalguns lances, mas estivemos bem. Uma vitória por 3-0 num jogo europeu é sempre positivo e retira pressão para a segunda mão. Lá estarei a bater palmas, mas antes…venha Domingo e o Beira-Mar!

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Prestígios

Dizer que o FC Porto é favorito não só para a eliminatória contra o Genk como também para vencer a Liga Europa porque tem coeficiente mais alto e porque está habituado a jogar a Liga dos Campeões é o mesmo que dizer que o Braga venceu o Sevilha por 1-0 e como o Sevilha venceu o Barcelona por 3-1, que venceu a Liga dos Campeões há dois anos, o Braga é o maior candidato a vencer a Liga dos Campeões este ano.

Ou seja, uma falácia.

Como disse Villas-Boas, e bem:

“Grandes e pequenas equipas não se diferenciam dentro de campo pelo orçamento ou pelo prestígio. Se não enfrentarmos o jogo como devemos, com uma predisposição competitiva e agressiva, amanhã estaremos fora do estádio com um resultado negativo. Se formos agressivos e respeitarmos o Genk e mostrarmos qualidade, poderemos alcançar um bom resultado.”

in O Jogo

Ponto final.

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O não-site

Palavra que não entendo. Não é a primeira vez que estas notícias são transmitidas aos adeptos através de outros sites que não o oficial e não compreendo a não-necessidade de dar a conhecer aos adeptos (para não falar nos sócios) as novidades pontuais do clube. Perdem-se oportunidades consecutivas de criar laços com os sócios e de fazer com que o site oficial seja o ponto de acesso primário a notícias do FC Porto.

Sem entrar em assuntos financeiros, até porque não sei que comunicados à CMVM fazem sentido e quais é que são para regulador ver, tome-se o caso de Sérgio Oliveira. É um jogador que foi elevado pelo clube a um patamar de grande vedeta e sustentáculo do futuro do clube, renovando até 2014 com uma cláusula de 30 milhões de euros. Apareceu como notícia no site oficial, cheio de pompa, até figurou na revista Dragões depois de jogar meia-hora na equipa principal.

Marty McFly, acelera o carro até uns meses à frente, faxabor. Obrigados.

Ontem, Sérgio Oliveira foi (e bem) emprestado ao Beira-Mar, onde vai ter hipótese de crescer, aprender a jogar entre os graúdos e começar a mostrar o talento que todos dizem que tem. Site oficial? Nada. Foi através do fórum SomosPorto e depois do MaisFutebol e da Bola que soube a notícia. Não faz sentido.

Grandes clubes têm sites oficiais com imensa informação e conteúdo e não se limitam a debitar wallpapers e a criar mini-lojas para vendas de produtos com o selo oficial. Acompanham os jogadores que emprestam (vejam estes exemplos, do Man Utd ou do Arsenal)

Desde já me candidato para fazer um site oficial como o do FC Porto. Arranjando um designer que há para aí aos pontapés e um semi-programador que saiba procurar scripts em sites gratuitos e temos um site funcional e bonitinho, que agrada claramente a quem não sabe o que procurar e que se contenta com decorações graciosas e comentários formatados.

É na comunicação, no contacto com os sócios que os clubes vivem, florescem e melhoram a relação com aqueles que, para todos os efeitos, fazem deles o que são. E lamento dizê-lo, mas os blogs fazem um serviço muito melhor ao FC Porto que o próprio site oficial. E não recebem por isso.

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