Baías e Baronis – FCP vs Leixões

Ah…que saudades de ver o meu clube a jogar!!! Até a feijões dá gosto ver o azul e branco (ainda que com o equipamento do ano transacto) em campo! Enfim, um jogo de pré-época bem disputado com ritmo acima do esperado para esta altura. Vamos às notas!

BAÍAS
(+) Belluschi não é Lucho nem será. Já li noutros blogs que faz lembrar Roger e foi exactamente isso que me fez lembrar em campo (palavra!), mas com menos brincadeira e mais esforço. Gostei do primeiro esboço, ainda que fisicamente esteja pouco amadurecido.
(+) O ritmo de jogo na primeira meia-hora foi bastante elevado, com boas transições e a estratégia bem delimitada.
(+) Fernando está bem e recomenda-se. Joga simples e faz jogar, como no ano passado. A continuar assim temos nº6 para o futuro.
(+) Hulk é o ponto fulcral da estratégia de Jesualdo, nota-se perfeitamente a forma como a equipa joga. O rapaz continua a ser fisicamente imponente e quando as coisas lhe correm bem é imparável. Muito bem na assistência para Belluschi no primeiro golo.
(+) Mariano continua muito esforçado, é um exemplo que outros jogadores do plantel deveriam seguir. A bola nem sempre rola para onde quer e presumo que insista em jogar com sapatilhas de futsal porque passa a vida a escorregar, mas não desiste e recupera muitas bolas atrás da linha de meio-campo. Útil.
BARONIS
(-) Guarín é estranho. Perde demasiadas bolas por displicências infantis e depois faz passes magistrais a rasgar a defesa toda. É demasiado inconstante e não devia estar neste plantel.
(-) Benítez. Mesmo vendendo Cissokho ao Lyon (a acreditar nas histórias) não pode ser 2ª opção. Mesmo. Continua agressivo a mais quando não é preciso e sempre que apanha um gajo pela frente há duas escolhas: ou ceifa as pernas ou cai na finta. Não servia e continua a não servir.
(-) Nuno André Coelho estava muito nervoso e não pode ser levada a sério a experiência como lateral-direito. Pode vir a ser um bom jogador (lembro-me que o Ricardo Carvalho marcou um auto-golo no primeiro jogo nas Antas…) mas precisa de calma e paciência.
(-) O penalty é ridículo. Tomás Costa podia ter evitado lançar-se como Sapunaru sobre Postiga em Alvalade, mas não há falta.
(-) 1ª parte do Leixões. Se uma equipa num jogo de pré-época começa logo a defender como forma de treino…o que é que isso diz quanto à disposição para a época que vai começar?!
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Olha a estrela fresquinha!

No ciclo diário pelos blogs que costumo visitar, descobri uma análise interessante no Soccerlens sobre as vendas do FC Porto. O que é mais curioso é que eles só falam desta época, com aquela mentalidade tipicamente anglófila de quem se esquece do passado recente.

Gosto particularmente da frase: “Tenho a certeza que os campeões portugueses estão sentados numa pilha da dinheiro depois de vender estrelas como Lopez e Gonzalez ao Lyon e Marselha”.
A ler aqui.
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Jesualdo dixit


“Não é possível a um clube vendedor contratar jogadores de valor afirmado superior aos que saíram.”

Esta frase foi dita por Jesualdo Ferreira hoje à noite em entrevista à TVI. Achei bastante interessante e por isso creio que merece ser dissecada, retalhada, autopsiada e quiçá extrapolada.
O FC Porto é um clube que se coloca sempre no leme das campanhas nacionais em Agosto para tentar atingir o verdadeiro triunfo da época: o campeonato. Essa vitória, de há uns anos a esta parte, transformou-se no grande objectivo pois com ele vem a chegada à fase de grupos da Liga dos Campeões e o consequente bónus monetário que é a pedra basilar dos orçamentos dos “grandes”…ou pelo menos os que lá conseguem chegar…ok, pronto, do nosso orçamento!
Já correu tanta tinta sobre o facto dos clubes terem de vender para manterem estabilidade financeira, indo ou não à Liga dos Campeões. Não vou juntar-me aos muitos que dizem que é fundamental vender e que as equipas não vivem sem o fazer; nem tão pouco me vou adicionar à malta que diz que é uma vergonha termos salários tão altos que tenhamos que o fazer para poder sobreviver. O que me preocupa é a segunda parte da frase, já que a primeira constata-se que é verdade, seja por que razão fôr.
Em teoria, se o objectivo de uma equipa é manter-se equilibrada, por cada jogador que se vende, seja ele importante para a equipa (Lucho ou Lisandro) ou não (Alessandro, Baroni, Mareque e mais 97 gajos parecidos), dever-se-ia contratar um outro para a mesma posição, assumindo manutenção de treinador e filosofia. Supõe-se que o novo jogador teria uma influência e uma valia individual que poderia igualar-se, se não melhorar, o que o seu predecessor estava a executar em campo e fora dele. O que Jesualdo diz é o contrário, ou seja, que o FC Porto não pode contratar jogadores de valia acima de Lucho e Lisandro mas sim criá-los a partir de moldes mais ou menos toscos. Esta tem sido, de facto, uma filosofia ganhadora no clube, pese embora o mau rácio que continuamos a ter entre boas e más contratações. Ainda hoje escutava Mário Fernando na SIC Notícias a discorrer sobre o assunto, dizendo que o FC Porto contrata muito e nem sempre bem, mas que quando calha um rapaz jeitoso (sei lá, assim tipo um miúdo que se vende por 31,5 milhões de euros para o Man Utd) acaba por esmagar uma série de más escolhas pelo simples peso dos números gerados.
É uma táctica já usada no ano passado. Guarín para substituir Paulo Assunção, acabando por ser Fernando o pedaço de carvão a ser calmamente transformado em diamante; a dinâmica de Rodríguez para o lugar da chaise longue do Quaresma; Sapunaru para tomar a posição de Bosingwa, com Fucile a voltar a ocupar o lugar. E Hulk, só porque sim. Rodríguez aparte, são nomes desconhecidos que tentamos usar para colmatar saídas, com fracos resultados para mostrar.
A questão coloca-se: será que vamos manter este rácio? Com dezenas de jogadores emprestados, vários provenientes das camadas jovens mas muitos contratados à experiência para vários anos, poderemos conseguir um Lucho por 5 Edsons? Um Lisandro por 4 Pitbulls? Um Hulk por 197 Sonkayas?
Para concluir, e porque são 2:06 da manhã e começa o parolo do João Pestana a espalhar as proverbiais areias pelas minhas incautas pálpebras, temos matéria-prima comprada e espalhada por este mundo fora. Já mostramos que a sabemos rentabilizar, por isso estou convicto que vamos continuar a fazê-lo.
É como capital de risco. Investe-se e espera-se pelo retorno. Se correr bem, compra-se uma piscina. Se correr mal, fecha-se a empresa. Ou empresta-se ao Covilhã.
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