Baías e Baronis 2011/2012 – Os defesas laterais

Depois dos guarda-redes e numa altura em que parece que toda a gente já está a olhar para o Europeu com aquela ridícula voracidade pelas estrelas da Selecção, pelos hábitos e absurdas intromissões num estágio que se quer sério e que está a ser rodeado pelo circo dos media…vamos voltar ao nosso clube e à época que agora acabou. Os defesas são os próximos, começando pelos laterais. Vamos a isso:


DANILO

Se ao início a perspectiva de o ver durante meia-época já trazia excitação a muitos adeptos, o facto de se ter estourado contra o Manchester City no Dragão cedo fez com que Danilo fosse a primeira aposta para capa do Jogo numa qualquer entrevista lá para Julho com o título: “Reforço 2012/2013”. Do que mostrou pareceu um rapaz entusiasmado pelo futebol, rápido e com boa técnica, apesar da tendência para descair sempre para o centro do terreno quando leva a bola nos pés. Espero para ver, mas até agora o primeiro impacto foi positivo.

Momento Baía: Nenhum que mereça ser realçado.

Momento Baroni: A lesão contra o Manchester City. Não teve culpa mas foi o momento pior da temporada.

Nota final 2011/2012: BAÍA (pelo potencial, não pela produtividade)


ÁLVARO PEREIRA

Foi uma época com pouco andamento do Palito. Entrou mal, não melhorou muito, cresceu um pouco na fase decisiva e acabou como segunda opção atrás de um miúdo brasileiro que veio para o substituir. Parece pouco? E foi, porque esta terá sido a época mais fraca dele com a nossa camisola e sei que o rapaz sabe muito mais do que o que mostrou esta época. Talvez saia, talvez não. Mas já saiu do coração dos adeptos há uns meses e tanto ele como a Direcção sabem disso…

Momento Baía: Salvou o couro da equipa em Alvalade pelo menos com dois cortes em cima da linha.

Momento Baroni: O jogo em Braga foi tão mau que nem precisava de reclamar por ser substituído…

Nota final 2011/2012: BARONI


FUCILE

Ah, rapaz, que meia-época de merda que tu fizeste! Constantemente distraído, sem vontade, sem garra e com a cabeça noutro lado, pareceu fazer quase tudo para poder sair do clube rapidamente. Não sei se estava chateado com o treinador, com os adeptos, com o presidente, mas Fucile sempre foi um rapaz “difícil” de lidar, não Balotellico mas aí ao nível Zahovíquico. É um puto com a mania que é grande, sempre foi e isso sempre foi uma das forças dele…até que se transformou num handicap intolerável. Saiu emprestado e não creio que volte, com muita pena minha porque sempre vi nele num futuro capitão da equipa. Enfim.

Momento Baía: Em 2011/2012? Só os dois primeiros jogos contra o Guimarães (Supertaça e abertura da Liga, curiosamente ambos no lado esquerdo da defesa)…pouco mais.

Momento Baroni: Aquela estupidez em São Petersburgo que o fez ser expulso. Juro que ainda hoje me apetece ir ter com ele e dar-lhe dois estalos.

Nota final 2011/2012: BARONI


SAPUNARU

O romeno preferido dos portistas no século XXI não teve grandes facilidades durante a temporada. Começou bem como opção principal no lado direito mas algumas lesões e a rotatividade do lugar fez com que fosse despromovido para a reserva. A chegada de Danilo parecia não ajudar mas a lesão do brasileiro a somar à má forma de Rolando e Otamendi alternadamente a fazer com que Maicon voltasse ao centro fez com que Sapu regressasse ao seu lugar natural…de onde não voltou a sair até ao final do campeonato. Nunca desistiu, nunca reclamou, nunca amuou. Excelente relação com os adeptos, começa a ser um símbolo do plantel e este ano até apareceu mais vezes na frente, ele que subia tão pouco.

Momento Baía: Nenhum em particular mas a forma como aceitou o banco e a reserva como um jogador de equipa. Gostei.

Momento Baroni: O jogo em casa contra o Paços de Ferreira onde agiu como um verdadeiro Briguel. Ou seja, não fez nada de jeito.

Nota final 2011/2012: BAÍA


ALEX SANDRO

Começou mal. Lesões, agravamentos de antigas lesões e uma dúvida permanente: demos 10 milhões por este moço e ainda não o vimos a jogar? A verdade é que sempre que o via parecia reparar nalgum talento que estava escondido por uma enorme camada de ingenuidade e absurda infantilidade no approach aos lances e no posicionamento defensivo que parecia sempre alternar entre o “exageradamente agressivo” e o “zzzzzzzzzzzzzzzzzz”. Quando substituiu Álvaro Pereira na fase pós-pedreira pareceu crescer e começar a exibir o valor que o fez chegar cá com rótulo de “próximo defesa-esquerdo titular da selecção brasileira”. Esperemos por 2012/2013 para confirmar o talento.

Momento Baía: O jogo em casa contra o Beira-Mar, onde se mostrou pela primeira vez “a sério” aos adeptos. Gostei.

Momento Baroni: A estreia contra o Pêro Pinheiro em Sintra, a par do jogo no Dragão contra o Olhanense. Se o primeiro teve a atenuante de ser o jogo de estreia, no segundo já devia ter aprendido a lição.

Nota final 2011/2012: BAÍA (por muito pouco)


7 comentários

  1. Engraçada esta tua relação amor ódio pelo Fucile, gostas tanto dele que até foi o único jogador que te fez (até este momento) utilizar o belo calão Português:)

  2. Mesmo sabendo que só trará confusões nesta casa que é (e se quer) arrumadinha, parece-me que o Maicon deveria estar nesta lista de defesas laterais: fez mais jogos a lateral que alguns que foram analisados. E mesmo sabendo que estará na análise dos defesas centrais, e certamente digno de um Baía, a sua prestação como lateral foi, apesar de ter sido «brincar às experiências» e uma «catástrofe» (segundo opiniões entendidas), ela própria digna de um Baía. Ou não?
    Um abraço,

    1. pela atitude do rapaz, sem dúvida. o talento, já contesto, mas por vezes todos temos de fazer sacrifícios…
      ainda assim é melhor e mais rápido que Otamendi na adaptação, o que faz com que toda a mediática maralha comentadora se desfaça em vergonha.

  3. Caro Jorge,

    Gostei da análise dos guedes, não comentei pois não há grande coisa a dizer. E eu não sou tão fã do Helton como tu, embora tenha feito uma grande época. Ainda nenhum me fez esquecer o Baía. Nem perto disso.

    Quanto aos laterais, excelente análise.
    Não seria tão duro para o Álvaro pois acho que houve vários jogos em que não jogámos nada e ele era dos que tentavam sempre atacar. Concordo que foi a pior época dele no Porto, mas não foi assim tão má (Prefiro este em baixo de forma do que a maior parte dos que por lá passaram desde o Nuno Valente).
    Quanto ao resto, tenho a mesma opinião.
    Em particular na relação com o Fucile. Também o via desde há uns tempos como um futuro capitão. Sempre concentrado e com raça. Mas de facto, desde o Campeonato do Mundo, o homem mudou. Mudou o discurso e mudou a concentração em campo. Com muita pena minha. Não era nenhum Maicon (o do Inter do Mourinho), nem seria melhor que o Bosingwa ou o Paulo Ferreira, mas para lateral, para mim servia muito bem.
    Uma última nota para o Danilo. Tenho muito medo que haja um plano para vender o Fernando. Se for o caso o Danilo deve passar para o meio e vamos precisar de mais um lateral. Volta o Miguel Lopes? Gostava de o ver disputar o lugar com o Sapunaru.
    Já agora, quem será o banco do Alex Sandro? Rafa?

    Abraço,
    PeLiFe

    1. não sei se o Mbola é realmente bom e se é para ficar, mas pode ser a alternativa caso o Rafa (ainda) não possa jogar. temos sempre o Addy ou então pode ficar o David Bruno no plantel. mas sou só eu a pensar alto, como é lógico…

Responder a Tiago Reis Cancelar resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.