Baías e Baronis – Nacional 1 vs 3 FC Porto

retirada de desporto.sapo.pt

E porquê, perguntarão vocês, pelo menos os que viram o jogo em directo, porque é que um jogo do FC Porto não se desenrola em moldes similares ao que se verificou hoje na Madeira? Entrar em grande, pressionar alto, atacar com as várias armas que temos ao nosso dispôr continuando a ser fiéis ao nosso estilo e ao que o treinador tenta implementar com sucesso pontual. Depois de um arranque forte, três golos lá dentro, resultado pretendido e conseguido, sem stresses. E a gestão segue já dentro de momentos. Deveria ser esta a matriz habitual de um jogo oficial do FC Porto. Atacar, vencer, gerir, descansar. Estivemos bem na Madeira e gostei de ver a equipa a jogar. Vamos a notas:

(+) Varela. Alguém ainda me vai explicar porque é que este camelo se lembra de fazer um jogo destes nesta altura. O Varela de hoje foi excelente, lutador, prático quando era preciso, a correr pela linha como o Varela que nos encantou em 2009/2010. O lance do primeiro golo é sintomático, o esforço por chegar à linha e evitar que a bola saísse, sem desistir, sem travar, sem duvidar das suas capacidades. Trocou bem a bola com Danilo e Mangala, independentemente do flanco por onde ia jogando. Só foi pena não marcar um golo, mas fez talvez o melhor jogo da época. A questão que coloco é sempre a mesma: continuará assim na próxima semana?

(+) Lucho. Bom jogo do capitão. Muito acima da média dos últimos tempos em relação aos passes, foi o deambulador do costume no meio-campo contrário mas serviu acima de tudo a equipa no seu todo, controlando os tempos certos nas alturas certas, com passes adequados sem exageros na criatividade e com a certeza que o jogo poderia fluir com a velocidade necessária. Ah, e não esquecer: marcou o penalty, que nos dias que correm e na equipa que comanda em campo…é obra.

(+) James. Muito bem a jogar a “10”, a rodar e a fazer rodar a bola por entre tantos colegas que mais parecia um jogo de pinball no centro do terreno, mas sem tilts e com as patelas bem controladas. Quando encontra espaço é um jogador com visão de jogo acima da média e aproveitou na perfeição o espaço que o Nacional lhe deu na primeira parte para marcar um e estar muito activo na procura de mais. Continua a meter pouco o pé na luta e já me habituei que não vamos ter outro Deco nas mãos. James é James e apesar de acreditar que o que mostrou hoje deveria ser o patamar exibicional normal para ele, já me dou por satisfeito se mantiver o nível até ao fim da época.

(-) Os adeptos do Nacional e os cânticos pelo Benfica. Nem vou falar da guinchadeira das apoiantes do Nacional que me fizeram baixar o volume da televisão. E tendo em conta a postura símia de muitos portistas, que continuam a trazer a um jogo o nome de outro clube que não está em campo, até posso compreender a ironia de vir agora reclamar com adeptos contrários por fazerem o mesmo. Como sou completamente contra esse tipo de atitudes, creio que posso falar à vontade. Mas quando comecei a ouvir as vozes a gritar pelo nosso rival, juro que pensei que era uma estranha forma de provocar o adversário. Porém, rapidamente me dei conta que a maioria do povo que ia gritando não o fazia com uma simples (ainda que parva) estratégia de desestabilizar a equipa em campo, mas estaria a apontar os guinchos não só aos jogadores mas também aos adeptos que se opunham a eles no resto das bancadas. E como não creio que haja problemas em somar dois e dois e perceber que os adeptos do Nacional que o fizeram são eles próprios adeptos do Benfica, resta-me perguntar: “É assim que apoiam a vossa equipa? Gritando um cântico de apoio e louvor a outra equipa que por acaso também apoiam? São adeptos do Nacional ou do Benfica? Naquele momento são benfiquistas a apoiar o Nacional ou nacionalistas puros (no pun intended)? Gostam de ser assim? Há algum orgulho que se possa ter numa postura tão ridícula?”. Não entendo. Estarei a reagir a quente? E não se dêem ao trabalho de me insultar por ser faccioso. Se fossem os meus, diria exactamente a mesma coisa.


Não há Baronis para o FC Porto porque, sinceramente, ninguém esteve mal ao ponto de merecer uma nota negativa. Fernando, um pouco distraído, mas mesmo assim nada de especial. Estranho, não? Not really. E insisto que ainda nada está perdido. Talvez seja melhor reformular a frase anterior. Nada está perdido em provas que exigem regularidade exibicional, já que se vamos considerar as taças, estamos bem tramados porque só sacamos uma e nem sequer é desta época. Assim sendo, mais uma semana em que jogamos primeiro e amandamos mensagens a todas as potenciais divindades para que se lembrem de nós, bons cristãos/budistas/muçulmanos/judeus/agnósticos/whatever. E sigamos sorridentes até esta trampa acabar.

5 comentários

  1. Caro Jorge,

    Antes de mais, parabéns pelo blog, como adepto do Glorioso, é o único blog portista que consigo ler.

    A interpretação que faço dos cânticos de ontem, é de um “mau-estar” de alguns adeptos nacionalistas pela postura do Manuel Machado, na conferência de imprensa da semana passada, e com o 11 escalado ontem pelo professor…

    Saudações desportivas
    Deusébio

    1. Não sei o que o dono do blogue acha, mas eu confesso – sem ti, este blogue era muito melhor! – Olha, e se em vez de dares explicações patéticas (quase direi putéfilas) viesses explicar o que o presidente do marítimo disse na semana passada.?….

      1. o dono do blog aceita todos desde que sejam coerentes e honestos. e moderadamente educados. tento deixar a malta opinar livremente, para bem de todos…

  2. Se o Porto joga-se como jogou ontem a 1ª parte, não teriamos razão de queixa do treinador e jogadores.

    Ontem houve atitude e voltade/táctica expressa de cair em cima e resolver cedo.

    Após o golo do Nacional, a equipa conteve-se e na 2ª metade passou ao estilo sonolento habitual mas aì já o resultado estava controlado e nesses momentos “aceita-se” a falta de intensidade.

    Agora alguem explique ao VP a diferença entre ontem na 1ª parte e na 2ª, e a diferença para 90% dos jogos em que a equipa joga com intensidade 0 porque o homem só sabe dizer que a equipa joga sempre “muito”.

    Onte, foi um resultado normal pelo caudal do jogo… 3 Casos polémicos…
    – Mangala não me parece fora de jogo mas é dificil saber ao certo;
    – Varela esperou pelo Penalty e ganho-o… ou seja parece-me demérito do defesa.
    – Penalty claro do Mangala.

    Para mim todos os lances pareceram-me bem julgados.

  3. Jogo para cumprir calendário já que a APAF já sentenciou o campeão. Resta-nos cumprir a obrigação e vencer os jogos que faltam.

    Espero que o próximo jogo seja a demonstração do querer, da classe, da ambição e do carácter. Evitar a festa dos lampiões no nosso Estádio é o mínimo que poderemos exigir.

    Um abraço

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