Now. I mean now. Now. Really. Now.

now-clock

Deixei assentar a poeira depois do fim-de-semana para ver como paravam as modas. O post anterior bateu o recorde de comentários aqui do tasco e não sendo nada que mereça uma celebração acima de um auto-high-five, sempre mostra que a malta está disposta a vocalizar o apoio e/ou a crítica nos fóruns por aí espalhados, nos quais me incluo com alguma dose de orgulho. E preocupa-me alguma da prosa que vou lendo.

Há um estranho imediatismo que se foi criando nos adeptos do FC Porto desde há alguns anos e que tenho vindo a acompanhar com um misto de curiosidade e desconfiança. E um bocadinho de nojo nalgumas circunstâncias, mas tento não o mostrar muito. E é uma sensação curiosa esta de ver um núcleo que habitualmente era tão unido e tão focado na busca de um objectivo comum a desagregar-se em guerriúnculas e picardias sobre figuras que noutras épocas, com outros nomes e outros passados, serviam como fonte de proximidade e harmonia.

Tomemos o exemplo do treinador, que se tornou uma entidade de discórdia tão grande que urge parar para pensar na forma como encaramos os lugares de chefia numa qualquer organização e na aparente necessidade de destruir a imagem e a capacidade de trabalho, de desprezar o dia-a-dia que qualquer um de nós dava um rim e dois dedos dos pés para poder partilhar, tudo para o bem de uma causa que parece menos comum a cada hora que passa. As decisões são contestadas com a volúpia de uma self-righteousness (não consigo encontrar um termo em português, perdoem-me o anglicanismo) que tolhe o pensamento. A frieza da análise desaparece perante o monstro devorador da vitória, da necessidade de angariar opiniões conjuntas que criem a ilusão que a massa funciona como um todo, onde a parte não é mais que um rolamento na máquina e está lá, robótica, para fazer o servo-mecanismo da equipa registar os rendimentos esperados. Desaparece o homem, foge a identidade pessoal, insulta-se porque sim e porque parece bem e porque eu bem disse que ia ser assim. Os jogadores são atirados para a fornalha como qualquer outro, mercenários nas derrotas e ilustres nas vitórias, incapazes no sofrimento e valentes no combate. Tornámo-nos na turba que tanto desprezámos durante anos a fio, maralhando aqui e além com o pin bem cravado no peito e a cartolina erguida com uma qualquer deambulação proto-poética que deveria transmitir o que pensamos mas só se ficar bem na televisão ou na visão pública. Esquecemo-nos da qualidade pela quantidade, desaparecemos num mar de diatribes e opiniões formadas com a opinião dos outros e abafamos a forma de ver as coisas pela crítica da forma como os outros as vêem.

Hoje em dia, ser portista tem de ser mais que isto. Tem de ser. Recuso-me a emitir declarações de uma síntese tão autoritária como tenho visto por essa bluegosfera, em que a coerência vale tanto como um saco de cebolas podres e o bater no peito parece tão vazio como a liteira do Schrödinger. E se continuarmos por este caminho … *sobe para um palanque no meio da praça* … vamos a caminho do abismo. Fundo, escuro, de onde não há saída a não ser após muitos e longos anos. Vamos aprender a aprender, vamos perceber os erros e corrigir as falhas, melhorando. Não há clubes perfeitos, não há sociedades utópicas, por muito que More tenha tentado fazer perceber que a hipótese seria real. Ou não.

Sejamos melhores pessoas. Sejamos melhores portistas. Novos ou velhos, não vai haver melhor altura.

39 comentários

  1. Como sempre, grande post.

    Também eu fico preocupado. Na caixa de comentários do meu blogue fala-se de zbordenguização, quando não se ganha um campeonato com tudo a começar de novo e um gamanço descomunal, critica-se tudo e o seu contrário e faz-me pensar que ainda bem que este nosso Clube é governado de dentro para fora.

    Uma das coisas que os nossos rivais querem está a ser plenamente conseguida – a fragmentação.

    E o self-righteousness que falas é bem patente, e nojento e preocupante.

    Vamos todos tentando dar o alerta.

    A ver se entra.

    Abraço Azul e Branco,

    Jorge Vassalo | Porto Universal

    1. Se há fragmentação a culpa é exclusiva do clube e dos seus adeptos.

      Herrera foi o espelho da revolta com o treinador Lopetegui, tendo confrontado o espanhol à entrada da cabina, após o empate naLuz. O técnico não gostou da atitude do jogador e puxou-o pleos colarinhos à entrada do balneário. O médio mexicano que foi um dos jogadores preteridos no onze inicial, entrou na 2ª parte e mexeu com a dinâmica da equipa. Talvez por isso se tenha sentido injustiçado num jogo em que os dragões estavam obrigados a ganhar, de preferência por 2 golos de diferença do Benfica. A confusão prosseguiu dentro do balneário mas desta vez com Oliver Torres. Também o gesto de Quaresma, outro dos preteridos do onze, que abraçou JJ, é revelador do ambiente de divisão que se vive no plantel portista.

      Antero pediu desculpa a técnicos e responsáveis do Benfica no relvado da Luz após o desentendimento entre Lopetegui e Jesus. Segundo fonte próxima das águias, o vice-presidente dos dragões terá dito, “desculpem lá, o espanhol é maluco”. A mesma fonte contou ao CM que o ambiente entre os treinadores aqueceu quando o espanhol chamou “cabrão” a JJ e acrescentou “não tens piada nenhuma”. Jesus ficou irritado com estas palavras. Fonte dos dragões negou que o espanhol tenha insultado Jesus.

      Os adeptos estão em choque pelos abraços no final do jogo de Quaresma e Helton ao treinador o Benfica. Junte-se isso aos conhecidos problemas financeiros que “obrigaram” a vender Danilo a meio da época e percebe-se bem que o clube caminha para o destino que se antevia quando começassem a faltar os títulos.

      1. Certo Jorge!
        O pior de tudo não é a fragmentação, o pior são as infiltrações!
        – E cá vamos para mais uma rodada de respostas… porque tem de ser!

        Amigo Anónimo, como se diz no Brasil: “Vá catar coquinho! ”
        Acha que nós somos ingénuos, burros, atrasados, acéfalos, idiotas, trouxas, bestas ?
        Vá contar estorinhas de adormecer para as pulgas que infestam o seu colchão!

        1. Este tipo tentou que eu autorizasse esta mentira DUAS VEZES na minha caixa de comentários, Reine. Mas é lixado que eu não acredito nas histórias da carochinha.

          E este benfas esquece-se que quem parece ser um bocado mais rough é justamente o chiclas!

          Abraço Azul e Branco,

          Jorge Vassalo | Porto Universal

      2. Isso veio no CM, logo vale 0. Aliás, menos de 0, porque são tretas com o único intuito de envenenar o clube, e agradar aos milhares de benfiquistas que leem diariamente esse lixo.

  2. COMPLETAMENTE DE ACORDO! Bolas, partilho exactamente os mesmos sentimentos em relacao ao “cla das redes sociais” que tao mal tem feito ao clube. Passam lá (nas redes sociais) muito tempo em picardias e em pensamentos esquizofrénicos que nao servem de nada.
    Em relacao ao rumo ao abismo (espero q nao), mas para esses talibans dos comentários, só tenho um exemplo muito simples para eles….o abismo sportinguista! e é tudo!
    Parabéns por sintetizares tao bem num post simplesmente excelente!

  3. fico com ideia que a nação portista ficou mudou muito após a ultima conquista da Liga Europa.
    havia uma grande esperança que acabou numa grande frustração. alem disso parece que passou a haver menos coesão entre os adeptos. ganhamos mais dimensão e que será extremamente difícil fazer com que os adeptos mais recentes mantenham o mesmo entendimento do tipo de clube que somos.
    também fruto da frustração pós LE passou a ser mais fácil verbalizar a insatisfação.
    honestamente, achei inacreditável ver tantos portistas a atirar a toalha ao chão nas duas épocas do VP.

  4. Caro Jorge
    É uma realidade preocupante. E tentamos descobrir as origens. Eu tenho uma teoria: 1º – como grupo, nós tripeiros – não esgotamos o universo de portistas mas somos a matriz – temos características/qualidades que outros grupos-base não têm e que fazem a diferença entre nós e eles; 2º – mas temos naturalmente muito em comum com eles, sobretudo nos defeitos; 3º – quando como agora o líder de longa data aparenta estar em estado catatónicoide com breves ressurreições, o farol não brilha, o povo fica na escuridão, desorientado, nervoso, conflituoso: os defeitos potenciam-se, as qualidades embaçam.

  5. Soberba seriam os meus dois cêntimos para o anglicismo.

    Gostaste da ironia da adaptação do “dois cêntimos” só para reclamar do anglicismo? Foi mesmo com vontade de chamar a atenção para o velho paradigma do “diz o roto ao nu” tão evidenciado por tanto portista nos últimos (aí de 2004 em diante) anos.

    Concordo contigo palavra por palavra, mas que queres, a malta ficou mal habituada com 3 épocas nos últimos 15 anos, e agora achamos que de Mourinho ou Vilas Boas e respectivos plantéis para baixo, nada serve.

    Assim de repente vem-me à cabeça o exemplo do Nottingham Forest que pós Brian Clough também nada lhes servia, que se não eram campeões naquele ano havia que mudar meia equipa e treinador e afins, até ao Cloughie estar de volta e fazer notar que os tempos não eram os mesmos e que o futebol também muda e que quem não se adapta se lixa, e hoje em dia lá andam eles, bi-campeões europeus pelas divisões baixas do futebol inglês.

    Ou às tantas um Ajax que ainda espera os passos do Cruijff (Cróife seria tão mais engraçado) numa qualquer manhã de nevoeiro.

    Não creio que seja o nosso caso, temos géneses algo diferentes (dos primeiros, dramaticamente, dos segundos nem tanto, mas fico-me na média), mas dá que pensar…

    Os vermelhos lá de baixo adaptaram-se, “imitaram-nos” o modelo do compra barato vende caro. e aguentaram um Messias que não sendo vitorioso ia mostrando melhoras de época para época, vamos a caminho do bi-campeonato deles, sem perceber (embora todos percebamos à mesa do café e na portoesfera, cada um percebe algo diferente, mas todos nós percebemos de peito feito) o que fazer daqui para a frente.

    Mas independentemente das ondas e manias, a verdade é que os rapazes nos vão dando momentos de alegria e tristeza, de discordia e união, de insulto na boca e abraços a estranhos, e se assim não fosse, a minha (e a tua, e a de todos nós) vida, seria um pouco mais vazia.

  6. se é importante sermos melhores na vitória, muito mais o é na derrota.
    subscrevo inteiramente, com especial incidencia na parte das turbas.
    se nao queremos atirar a toalha ao chao, mesmo que por uma questao de Dignidade, continuamos a precisar de todos, mesmo todos, até ao fim.
    aí fazem-se as contas. as do campeonato. e as de quem for para outros campeonatos.
    até lá, lutar e preparar o futuro.
    um abraco

  7. Cada vez que penso nisto, penso que há uma manipulação terrível neste processo, feita pela preguiçosa comunicação social. (A conivência é muito amiga da preguiça.) E, de um erro grande – que também fizemos – que foi não entender que os jogadores de hoje não são os de ontem.

    Então, indo por partes:
    1) preguiça da comunicação social – não sei se é só preguiça, mas não vejo entrevistas aos jogadores e aos treinadores. afinal são eles os intervenientes. São eles que sabem o que é difícil, ser-se homem e ao mesmo tempo ter de se ser super-homem! ser-se hoje bestial e amanhã besta.
    Era bom que falassem. Há entrevistas aos miúdos dos sub-19, mas nada aos restantes.
    Duas perguntas no fim do jogo – sempre,invariavelmente,idiotas, para respostas – sempre, invariavelmente, idiotas: “Há que levantar a cabeça!” “O que interessa é a equipe!” “Foi um jogo de sacrifício”, etc, etc etc…
    Falar de futebol, que é o que interessa, quem fala?

    2) os jogadores são outros, o mundo mudou:
    Sinceramente andam por aí a fazer entrevistas aos jogadores que sentiam o clube… mas para quê? Achava muito bem que se fizessem sempre entrevistas para não deixar morrer, para ser agradecido. Não, o intuito é dizer que aqueles é que eram os verdadeiros jogadores. Portistas! Olhem, eu quero lá saber se o Lima Pereira nunca trocou uma camisola com um jogador do fifica! – Lá não gostava do cheiro, das cores, eu sei lá! Já passou. Nessa altura fazia todo o sentido, até porque era provável que do outro lado o gajo não ficasse com ela… – Mas que atestado é esse? O que é que isso quer dizer na verdade? – Provavelmente que era assim naquele tempo. Que não havia managers a acenar com contratos e promessas de fortuna! Que tudo se jogava aqui, e para isso era preciso ser-se mais do que um jogador. Era necessário ser-se adepto.
    Agora o que é que isso vai interessar a um jogador argelino, que andava pelo Granada e foi convencido a vir, para dar o salto, e está a pensar no que poderia estar a ganhar se estivesse no Paris St Germain ?

    O que temos de pedir é que os jogadores sejam profissionais competentes, e dêem o seu melhor enquanto cá estiverem. Que não passem “inside information”, que treinem como se não houvesse amanhã, que joguem ou fiquem no banco com o mesmo fair play, que se alegrem pelas façanhas dos companheiros, que queiram ser sempre os melhores…
    – O resto são mesmo acessórios para a imprensa cor de rosa (i.e. adepta das galinhas!)

    1. Agora é que disseste tudo, o mundo mudou!
      O rescaldo do clássico do passado Domingo, entre Benfica e Porto, trouxe mau-estar ao ambiente vivido no clube da Invicta. O empate a zeros, na Luz, gorou as possibilidades do FC Porto depender de si próprio para atacar o campeonato, aproximando os portistas de um jejum que não se repetia desde o ano de 1986.
      A frustração do mau resultado e a paupérrima exibição trouxeram tensões ao balneário portista, com Julen Lopetegui no epicentro da contestação. O treinador basco abordou, de forma assertiva e crítica, os centrocampistas Herrera e Óliver Torres, a caminho do balneário, logo após o apito final de Jorge Sousa.
      Julen Lopetegui criticou os níveis exibicionais dos dois jogadores, chegando mesmo a intensificar os ânimos quando abordava, em acalorada discussão, o mexicano Herrera, que começou a partida no banco de suplentes. O caloroso cumprimento entre Jorge Jesus e Quaresma também desagradou ao técnico basco, por ter acontecido em público e não nos confins do túnel (exemplo de Jackson Martínez).
      Os índices anímicos da equipa portista desceram de forma gritante, com o conjunto nortenho a demonstrar descrença na liderança do técnico Lopetegui. Com a ausência de triunfos, a dúbia gestão do plantel (Fabiano foi preterido no clássico, Herrera e Quaresma perderam o estatuto de titulares e Brahimi saiu de campo agastado) e os atritos internos do pós-clássico, está tremida a integridade técnica do treinador junto do plantel.

        1. Pessoalmente acho que não deve aprovar, a discussão pretende-se elevada e entre Portistas e não mercenários da net que vivem para destabilizar.

          Quanto ao post em si, dou-lhe inteira razão, é preciso apoiar nas horas difíceis também e discernir o que é bom do que é mau e não por tudo e todos nos mesmos patamares.

          Creio que Julen Lopotegui é o homem certo, agrada-me o trabalho que faz e penso que pode evoluir muito mais a equipa independentemente das entradas / saídas.

          Se analisarmos friamente este plantel tem mais 4/5 soluções que o ano passado mas nenhuma delas era á partida indiscutível, foi Lopetegui que potenciou essas soluções pois na maioria eram jogadores que vinham de campeonatos e / ou equipas inferiores e todos com muito pouca rodagem tirando o avançado espanhol que veio do Atlético de Madrid.

          É mais que obvio (pelo menos para mim) que apesar do empate as papoilas ainda não acreditam no campeonato, tão escaldadas e sabem o que jogam e só isso explica o lixo escrito esta semana para destabilizar.

          Como já disse no post anterior, eu em face do que se tem passado nesta época não acredito que sejamos campeões no entanto espero que a equipa do F.C.P. vença os 4 jogos que faltam e dignifique a camisola.

  8. Parabéns pelo post, Jorge. Partilho exactamente da mesma opinião. O Portista da pipoca, espelho do que se passa a Sul, só tem vindo a estragar o que de bom foi sendo construído durante décadas. Só temos que ser nós próprios e acreditar na competência de quem lá está…que mesmo não ganhando, tem mostrado que já sabe o que é ser do Porto.

    Veja-se como tratamos Jesualdo, ou – pior ainda – Vítor Pereira.

    O SL Andante continua a mexer-se bem fora dos relvados, como sempre, e agora juntou bons jogadores e um treinador competente a milhões de dívida com %s perdoadas. Contra isto, nada a fazer.

    Continuamos a ser o melhor clube Português e o mais reconhecido “lá fora”. Só temos que deixar livre o verdadeiro espírito do velhinho estádio das Antas e dos primeiros anos de Dragão.

  9. So para resumir esta suposta crise do porto tenho um amigo benfiquista que nos seus 34 anos tava a fazer contas e nao se lembrava se alguma vez tinha festejado um bi-campeonato. E nos supostamemte em crise!!!!!Este ano nao ganhar nada é ruim mas uma clara melhoria do ano pasado. Espero que mantenha se treinador e maximo de jogadores pra crescermos como equipa e proximo ano voltarmos as victoriasemai ja sem hipotese de falhas ou deslizes ;)

  10. Boa tarde,

    Antes de mais quero felicitar o autor deste blog pela sua dedicação e empenho à causa portista, ao FC Porto. Sigo atentamente as suas publicações embora este seja o meu primeiro comentário e como em tudo na vida, concordo com umas e discordo (um pouco) de outras. Une-nos no entanto, e não é pouco, o amor pelo Futebol Clube do Porto. Quero também frisar que não sou sócio, apenas adepto.
    Subscrevo o seu post na integra, contudo quero apenas apontar algumas das causas que, a meu ver, deram origem a esse “estranho imediatismo” dos adeptos como o autor lhe chama.
    Com efeito, às gerações mais jovens de adeptos, o FC Porto da década de 80 e 90 e os valores que se cultivavam nessa altura pouco ou nada dizem. Não recuo mais no tempo porque também não sou assim tão velho.
    Excluindo os acéfalos, que os há em todo o lado, o símbolo FCP nestes últimos anos está associado a vitórias, a conquistas europeias, a sucesso. Daí que, alguns adeptos tenham dificuldade em digerir épocas frustrantes como estas duas últimas. Paciência e tolerância não são valores que a sociedade actual cultive e incuta nos dias que correm, tudo é de e para consumo imediato. Os adeptos querem resultados imediatos.
    A forma como o clube comunica com os adeptos deveria, por isso, merecer outra atenção por parte de quem dirige o FCP. A atual política de comunicação do Clube, que é praticamente inexistente tem, por isso, a sua cota de responsabilidade neste processo de “imediatização” do adepto.
    A figura maior do clube já não é tão consensual nem possui o carisma de outrora, mercê talvez do achincalhamento a que foi votada em face de processos judiciais, filmes de terror e concubinatos que não abonaram nada a favor da sua imagem e bom nome.
    Há que também há que terminar com a relação promiscua existente com as claques, que mais não são que um grupo de javardos, acéfalos, alguns criminosos, escumalha não dignifica o clube e a cidade.
    Compete assim, ao FCP educar ou reeducar os adeptos transmitindo-lhes os valores do clube, o que o distingue dos demais. O museu, por si só, não chega.

    1. obrigado pelas simpáticas palavras, meu caro! e era só o que faltava concordar sempre comigo. seria uma chatice!

      um abraço,
      Jorge

  11. Bom, eu falo por mim. Não me parece bem aqueles portistas que só veêm defeitos, depois desta semana, mas tambem nao me parece bem a atitude mais branda de muitos portistas para com Lopetegui e a direcção.

    Lopetegui tem qualidade bolas. É que tem mesmo. E deve continuar o ano que vem. A equipa joga um futebol que para alem de nos dar garantias em Portugal, pode levar-nos sempre longe na Champions. Não está tão dependente da qualidade dos executantes como alguns julgam e isso vai notar-se no proximo ano, em que perderemos muitas figuras importantes, mas manteremos o estilo e a autoridade dentro de campo.

    Só que Lopetegui errou de uma forma grotesca nesta ultima semana. No momento das decisões. E o facto de eu saber que ele vale muito mais do que isso, ainda me deixa mais irritado! Quem renuncia às suas convicções, merece-me sempre um ponto de interrrogaçao. Gostei do artigo do MST sobre isso, muito na linha do que penso. E parece-me que muitos interpretam com exagero esta frustração e estes desabafos de muitos portistas. Não é a massa adepta que está mudada, não é a perda da mistica, nem outras amplificações trágicas que tenho lido por aí. O portista continua igual. Exigente.

    Lopetegui tem que sentir essa exigência e tem que sentir muita pressão neste momento, um bafo quente na nuca. Um “confiamos em ti, mas não voltas a acagaçar-te nas fases decisivas ouviste? Essa merda não é para repetir entendido?” Não é momento de “quem nao apoia Lopetegui não é bom portista!” Nada disso.

    A direcção merece igualmente criticas. Estão demasiado acomodados. Querem comportar-se com recato, prudência e sofisticação. Uns bons rapazes. Mas este clube não é historicamente um clube de bons rapazes. Não foi assim que chegámos ao topo! Enquanto assim eramos, bem comidos fomos. Num país, onde naturalmente o Benfica domina em todos os quadrantes, só se consegue reverter a situação com atitude de guerrilha. Intimidação quando for preciso! Já temos a fama…

  12. Não terá sido a nossa SAD e direcção que quiseram tudo “now, now, now” – constrangidos por limitações de tesouraria e mercado? Se a parcimónia, que o Jorge tão bem exige, estivesse por trás da nossa planificação, como explicar que mais de metade do nosso 11 titular tenha futuro imediato incerto?

    Eu acho que esta equipa foi construida para ganhar já, com um forte investimento em talentos seguros, ainda que emprestados. A ideia era aproveitar o ciclo de vendas do Benfica, que se depauperava no defeso com muitas saídas importantes, respondendo com um plantel de qualidade excelsa, que não desse qualquer hipótese nas competições internas, e tivesse boas prestações europeias. Os 3 anos de contrato oferecidos a Lopetegui apenas reforçam o grau de confiança imediata que havia. Ponto. Não perceber isto é estar em negação. Não vou discutir se Lopetegui deva ficar, ou não. Eu nunca gostei do seu modelo de futebol, acho que esta desadequado e não lhe encontro qualquer sinal que separe a mediania de processos do verdadeiro talento na liderança. Minha opinião.

    Mas uma coisa tenho por certa: – olhando para a estratégia de aquisições que assistiu a construção do actual plantel, e em face dos quase nulos resultados desportivos obtidos, aposto dobrado contra singelo que Lopetegui não estará cá para o ano. Porque? Porque ironicamente será a SAD a primeira a pedir a cabeça do treinador, ao contrario da opinião de muitos adeptos.

    Note-se que será impensável não responder com uma temporada afirmativa na próxima época – em títulos e exibições. Qualquer argumento de “imaturidade” e “paciência com o projecto” não terão acolhimento em nenhuma parte. E Lopetegui continua a ser uma grande incógnita. Quem manda e paga quererá garantias de que a presente temporada não se repetirá. Para começar, quem construiu o plantel foi Lopetegui com carta-branca da SAD, que se diz estar muito incomodada com deficiências-chave no nosso plantel, sobretudo no sector defensivo (ie falta de alternativas aos laterais titulares e ausência de qualidade no eixo). Que farão agora caso se confirmem as vendas de certos titulares e regresso de emprestados aos clubes de origem? Carta-branca outra vez? Mediação superior das propostas do treinador? Em suma, a época foi mal planificada entre treinador e SAD, mas nestas circunstancias sabemos quem prevalece.

    Poucos terão também feito as contas ao facto, mas as boas miguinhas entre os indivíduos mais influentes do nosso clube e o SLB, amplamente relatadas sobre o passado clássico (acham coincidência que tenham sido precisamente os símbolos máximos do plantel aos beijinhos a Jesus?), evidenciam o divorcio entre estrutura dirigente e Lopetegui. Para quem manda no FCP, a responsabilidade máxima pela temporada não esta nas manobras do Benfica, mas noutro lado. Adivinhem onde?

      1. Olá Jorge.
        Percebo bem o teor do post apesar das cores que nos separam…
        Ganhar faz isso, ganhar muito faz ainda pior, toma-se tudo por adquirido, esquece-se de se manter pés no chão….a forca vem da união, quando nao é preciso grande força, malta dispersa…estou MT curioso acerca do teu FCP para a próxima época… E ainda mais acerca de meu Benfica, não faço a puta d ideia que se vai passar para o ano….

        Abraço, M.

  13. Boa noite, camaradas!
    Concordo com o post, inteiramente!
    Mas também afirmo que os ratos existentes no nosso barco têm de lá sair…
    Só uma pergunta, a quem souber responder: o que fazia um jogador nosso (titular), por volta da meia noite, na noite de quinta feira passada na foz – Av.Brasil?

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