Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 2 Portimonense

Na sala de aula, a professora perguntou ao…estou farto de anedotas com um “Joãozinho”, há outros nomes, carago…pode ser ao Jorge, pronto. A professora da história virou-se para o Jorge e perguntou quanto eram dois mais dois. Jorge, com cabelo farto à beatle e sem ponta de barriga (era outro Jorge, obviamente), respondeu com uma voz agradável: “Quatro, senhora professora”. A professora, satisfeita com a resposta, retorquiu: “Muito bem, Jorge”, ao que o petiz protestou com veemência: “Não é muito bem. É perfeito!”. E perfeito é também o arranque deste FC Porto, com sete vitórias em outros tantos jogos e hoje, finalmente, com bom futebol. Notas abaixo:

(+) Grande futebol, não só naqueles dez minutos. Foi a melhor exibição da época até agora e se considerarmos apenas aqueles dez minutos que nos deram três golos, talvez tenha sido a melhor exibição da década. Futebol vibrante, fluido, com uma orgânica simples e directa, que surge em grande parte por uma decisão do treinador em abdicar do criativo e glorificar uma espécie de estoicismo romano aplicado ao futebol. E que melhor forma de ver isso senão na substituição de Óliver por Herrera e tudo que isso conseguiu trazer ao futebol da equipa, transformando-a de uma equipa que tentava ser pensante numa equipa bem mais executante e prática com a bola nos pés, agora que a bola está menos nos pés e mais na relva. Hoje foi uma equipa onde os jogadores pareceram aprender com um dos jogadores menos cotados do plantel antes da época começar (e hoje em dia em grande nos cânticos que ecoam pelo estádio fora…), retirando a tentativa do fino recorte pelo sentido prático e remate pronto. Foi uma equipa brava que teve os seus momentos de descompressão aproveitados na perfeição pelo adversário mas que soube controlar o jogo e nunca o deixou fugir. Foi uma noite jeitosa que espero se repita em breve, mesmo que isso signifique que terei de abdicar de ver Óliver em campo tantos minutos. Mas o empirismo manda no futebol como na vida e como em equipa que ganha não se mexe…não é preciso mexer mesmo.

(+) Brahimi. De longe o melhor jogador na partida de hoje, esteve em acção durante todo o jogo não só pela forma como continua a driblar os adversários como se fossem pinos no Olival mas acima de tudo pela forma como conseguiu arrastar os defesas e criar espaços para as movimentações dos avançados que beneficiaram e muito com a maneira irreverente com que o argelino hoje se mostrou. Marcou o primeiro com alguma sorte e o segundo numa combinação harmonizada, fluida e elegante que faria um encenador do Bolshoi corar de vergonha por não se ter lembrado de algo tão belo, envolvendo Aboubakar (calcanhar) e Herrera (túnel em simulação) para o próprio Brahimi finalizar na perfeição. Está em boa forma numa altura importante e ainda bem.

(+) Os mexicanos. Dizia-me um amigo durante o jogo, antecipando a frase com o aviso que se seguiria uma piada: “Devia haver terramotos todas as semanas”. E piadas aparte, que a situação não tem mesmo piada nenhuma, a verdade é que os dois mexicanos estiveram estupendos em campo, com uma leveza de toque e de movimentos como há muito tempo não via. Corona a brilhar na linha mas especialmente no centro (onde aparece sempre com mais intensidade e vida) e Herrera a justificar a aposta em detrimento de Óliver, sempre muito activo no apoio ao ataque e a tentar interceptar lances pelo miolo com garra e determinação. Até Reyes entrou ara cumprir, numa experiência que Sérgio quis fazer (já depois de ter experimentado com o 4-3-3, quis inventar uma espécie de 3-4-3 no caso de precisarmos de detectar qualquer problema cardíaco num futuro próximo. De qualquer forma foi um excelente jogo dos mexicanos. E olhem o quão é raro dizer isso, especialmente no plural!

(-) Ricardo a cruzar. Tenho estado razoavelmente desapontado com a performance do nosso novo lateral direito sem que fique muito preocupado em relação a isso. Não que tenha feito jogos muito maus, mas não está a brilhar e a fazer a diferença para Maxi de uma forma que me deixe em êxtase pela opção. E uma das facetas que tem sido longe de estelar é a dos cruzamentos, porque Ricardo tem um rácio de aproveitamento dos seus cruzamentos pelos colegas que deve roçar a bolinha que separa o eixo positivo do negativo. Ou seja, para os menos matematicamente inclinados, zero. Tem de melhorar e muito o acerto porque desperdiça uma boa parte da sua participação activa no jogo ao falhar consistentemente na assistência directa aos colegas da área.


Sete vitórias em sete jogos. Impecável. E não creio que Sérgio abdique de ir a Alvalade tentar a oitava.

7 comentários

  1. excelente mas o portimonense apresentou se macio, macio e com equipas macias ate corona aparece. Cuidado, bom jogo, boa vitoria, pareceu facil, os lampioes viram se arrasquinha e sem os padres nao tinham ganho. Agora pes assentes e nao se esqueçam faltam nos 2 a 3 medios ibntensos para ficarmos intrataveis ate a nivel interbnacional.

    1. falta-nos muito mais do que isso e garanto que não os vais ter. mas podemos jogar a um nível superior que fizemos contra o Besiktas, não duvido.

  2. Boas,

    Segunda vez no estadio este ano e que bom jogo do FCP.

    Brahimi MVP, fácil. Corona logo a seguir. Achei que fez o Corona fez dos melhores jogos no FCP.

    Achei que a equipa relaxou com o 3-0 e não pode acontecer: sem tirar o mérito ao Portimonense, vi depois os golos dele pela TV e sim sra! Nomeadamente o 1 .
    Acho também que desta vez o Sérgio Conceição podia ter feito substituições mais cedo. 4-1, podia ter rodado mais cedo.

    Siga para bingo!

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