É feio. É rasca. Compensa?

 

De cada vez que abro a página oficial do FC Porto tenho uma nova surpresa. Nada de novidades sobre jogadores emprestados, notícias sobre deslocações das equipas de qualquer das nossas modalidades e informações acerca dos recintos adversários, nem penso sequer em ver informação detalhada sobre as estatísticas oficiais de cada jogador ou pelo menos uma fotografia para os miúdos dos planteis de formação de futebol. Isso seria sonhar a um nível tão longínquo como um qualquer quasar.

A surpresa que me apanha sempre desprevenido é a publicidade. Este é um excelente exemplo da forma como quem gere a comunicação não quer saber da imagem que o clube passa para fora e se submete aos interesses de qualquer contrato publicitário que eventualmente acabam por colocar a nossa página nesta amálgama de cores, publicidade de gosto duvidoso e completamente fora do âmbito das nossas parcerias comerciais. Estas publicidades, para lá do aspecto de pelintra que dá ao nosso site, ao nível de um qualquer blog que espeta com anúncios da Google ou do Sapo ou parcerias com casas de apostas (como é o meu caso…já lá foram?), são mais um ridículo passo atrás no principal objectivo que deve ter a morada do clube na internet: ser a fonte principal de informação e de divulgação da marca, história e actualidade sobre o clube.

Se temos parceiros comerciais como a Nike, a Unicer ou o Grupo Amorim, até compreenderia que lá aparecessem banners a mencionar alguns dos produtos que essas marcas comercializam, independentemente do bom gosto do anúncio que depende de quem estiver a ver. Aliás, esta é uma prática comum por esse mundo fora e basta darem um salto a outros sites oficiais de clubes europeus que ficam logo a perceber o que estou a dizer. Mas associar o clube a outras marcas, que para além do destaque cromático – que fere a vista de tal maneira que pensei que tivesse entrado no site do Paços de Ferreira por engano – não têm nenhuma relação com o FC Porto, parece-me errado. Em dois dias que abri o site surgiram-me referências à Pixmania…e à Swiffer. A não ser que seja uma forma de nos rirmos de nós próprios pelos atrasos na construção do museu, não acho piada.

Por isso, quanto à pergunta do título deste post, não sei responder. Mas posso afirmar com toda a certeza que as primeiras duas frases são verdadeiras.

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Procurem a calma depois da tempestade, não busquem outra tempestade

Devo ser dos poucos portistas que depois do jogo da Luz não começou a estrebuchar em todas as direcções contra jogadores, treinador, tácticas, bloqueios, arbitragens, foras-de-jogo, presidentes, treinadores, jornalistas, uruguaios, professores e outras personagens variadas. Porque qualquer alvo serve para despachar a ira depois de uma derrota, ainda mais quando a derrota acontece no estádio do principal rival.

Faço um apelo à calma. Ninguém está mais chateado com a derrota que os próprios jogadores. Ninguém está mais enervado que o treinador quando vê a equipa a definhar fisicamente e não consegue inverter o rumo dos eventos. E os adeptos, com todo o direito mas nem sempre com o sangue frio que se exige nestas circunstâncias, parecem enlouquecer com todo e qualquer pormenor que transformam em pormaior depois de perceberem que foram lesados, na cabeça deles ou de facto no campo. E tudo isto numa altura em que é vital…o apoio dos mesmos adeptos.

Frentes? Uma. A nossa e a que procuramos. São sete jogos, meus amigos, sete míseras sequências de noventa minutos em que se pede sangue e suor para podermos acabar em lágrimas de alegria. Não nos percamos na soberba de acusar os outros de actos que nós próprios seríamos os primeiros a enaltecer se as cores fossem diferentes. Lembrem-se do Barcelona de 1994 contra o Milan, o Bayern de 1999 contra o Manchester United ou então, mais perto de nós, lembrem-se do FC Porto de Fernando Santos de 1999/2000 que perdeu o título quando tinha tudo na mão para conseguirmos o hexa. Lembrem-se dessa soberba. É que parece que uma grande parte de todos os portistas começou a considerar um jogo contra o Benfica (ainda por cima em Lisboa, sacrilégio!) como um jogo de “must-win”. Esquecem-se que é um jogo de tripla, quando muito inclinado mais para o 1 que para o X ou o 2. Oh, hubris, thy name is Porto, indeed.

Notem as declarações de Moutinho logo na flash-interview, à saída do relvado:

“Sofremos três golos e só conseguimos marcar dois. Fizemos um excelente jogo, criámos oportunidades que podiam ter dado a vitória, mas no futebol passam-se outras coisas e o adversário também está a jogar. Era uma competição que queríamos ganhar, apesar de não ser prioritária. A prioridade é o campeonato, mas viemos para vencer. Infelizmente, às vezes as coisas não são como queremos”

Simples. Prático. Objectivo. Sem querelas, sem insinuações, sem provocações. Como precisamos. Como todos devemos fazer enquanto estamos na luta pelo campeonato.

O tempo para balanços não é agora. É mais tarde, lá para o meio de Maio. Até lá, exige-se apoio. O clube exige apoio. O nosso coração devia dizer o mesmo.

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Os não-blogs


Desde Maio de 2009 que por aqui ando. Não sou propriamente o decano dos blogs portistas, muito longe disso, mas o tempo que já passei a escrever (quase 1200 posts no curriculum começam a dar alguma bagagem) já me permitiu perceber algumas coisas sobre a forma como se deve encarar a criação e desenvolvimento de um blog. Se a primeira é feita de impulso, de vontade rápida, do instinto imediato de fazer a diferença, de contribuir com um pedaço de nós para uma discussão, para que possamos ter um espaço para libertar a nossa própria pena, encher a ponta de tinta (não sejam porcos, vá lá) e escrever o que nos vai na cabeça sem ter de esperar pela moderação de um comentário noutro blog ou de arrancar uma guerrícula num qualquer fórum de comentário alheio. A segunda…é outra conversa.

Gosto de me manter atento ao desenvolvimento da blogosfera portista. Não sou um particular fã de Facebook ou Twitter, admito, e uso-os primordialmente porque são excelentes meios para transmitir a palavra e espalhar o nome do blog para que seja cada vez mais visível. Que diabo, seria parvo se não o fizesse e hipócrita se não o admitisse. Mas é por isso que trabalho exclusivamente no blog, escrevendo e pesquisando para textos a serem aqui publicados. Disclaimer aparte, continuemos. Tenho reparado que há uma quantidade de blogs que aparecem na nossa pequena/grande comunidade e ao passo que vários se mantém activos, energéticos e dinâmicos, há outros que rapidamente perdem a força com que arrancaram a demanda. É verdade que isto dá algum trabalho e depende um pouco da forma como encaram o que querem fazer com o vosso próprio esforço. Se optarem por um blog orientado para cobertura noticiosa, precisam de estar permanentemente atentos a vários canais de informação sobre o nosso clube, entre televisão, rádio, sites nacionais e internacionais. Escolhendo uma via mais adaptada à crónica, não precisam de manter qualquer tipo de periodicidade e podem apostar na análise pausada e pensada sobre qualquer evento que queiram comentar.

Mas têm de se manter activos. É muito giro abrir um blog cheio de pompa e escrever dois posts cheios de garra, criar gráficos para pós-jogo, estabelecer contactos…para depois deixar tudo cair por terra como um penso rápido que se usou enquanto o sangue gotejava. Se chegarem à conclusão que não vão conseguir manter um ritmo de publicação razoável, seja por que motivo fôr (e todos os motivos são bons, mesmo os maus), pelo menos avisem o povo. Se calhar não é o vosso caso, mas vejo a criação de um certo laço de empatia com alguém que escreve como algo de muito interessante e quando uma das partes desaparece sem sequer deixar dinheiro para o táxi, a outra parte sente-se traída.

Por isso pensem bem antes de abrir um blog. A recompensa é simpática e para quem gosta de escrever é um excelente escape e uma boa maneira de comunicar com a comunidade. Mas só funciona se o mantiverem vivo.

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