Baías e Baronis – FCP vs Vitória Guimarães





(foto retirada do MaisFutebol)


Mais um jogo a um Domingo à noite. Saí de casa a pensar que ainda poderia haver muito trânsito mas nem isso. Pensei que ia chover, mas nem uma gota. Sonhei que o FC Porto ia fazer uma boa exibição, mas mais uma vez saí do estádio com um sabor a pouco. Valeu pelo pré-jogo, onde tive o prazer de conhecer o Vila Pouca do Dragão até à morte e de reencontrar o BlueBoy do Bibó Porto, carago!. É malta que gosta e que sofre com o clube como eu, por isso aposto que saíram do estádio a pensar: “Eh pá, ganhámos, mas se ao menos jogássemos bem isto tinha outro gosto.” Pelo menos foi isso que eu pensei…

BAÍAS
(+) Falcao. Poucos têm lutado tanto como Falcao em todos os jogos. A vida costuma correr-lhe bem, marca golos e dá vida ao ataque da equipa, esforça-se e os colegas esforçam-se por lhe meter a bola. Hoje foi mais uma exibição de garra e de vontade daquele que parece ser o único jogador que ainda luta por ganhar alguma coisa esta temporada: o título de melhor marcador. Falcao continua em luta directa com Cardozo, empatado em número de golos no primeiro lugar. Espero que ganhe.
(+) Beto. Chamado a substituir Helton devido a uma lesão no dedo do brasileiro, Beto esteve a grande nível todo o jogo. Perfeito nos cruzamentos, rápido e eficaz a defender remates fortíssimos de Desmarets e companhia, teve ainda de lidar com as constantes armadilhas que Bruno Alves lhe colocava, com passes “à queima” que testaram a qualidade de Beto a jogar com os pés. Está a fazer por merecer a chamada à Selecção.
(+) Fernando. Parece que o brasileiro regressou às boas exibições. Impecável no corte e na antecipação, foi o único elemento do meio-campo que jogou de forma coerente de início a fim, já que Valeri andou perdido, Guarín trapalhão (apesar do golo) e Belluschi inconsequente. Gostei de ver o tampão à entrada da área que sempre foi, e infelizmente como a equipa tende a recuar em demasia, Fernando acaba por ser o garante da estrutura defensiva do meio-campo, já que os rapazes que estiveram hoje à sua frente não defendiam nem faziam por isso.


(+) Álvaro Pereira. A grande maioria dos lances de ataque do FC Porto foram conduzidos em claro excesso de velocidade pelo seu flanco, e notava-se uma fome de Álvaro em marcar um golo, que por várias vezes lhe foi negado pelas luvas de Nilson, sempre em boa forma. Algumas falhas em passes fáceis foram colmatadas pelos arranques que fez, deixando Rui Miguel e depois Jorge Gonçalves a descer no terreno para tentar apanhar o uruguaio. Mais uma vez, gostei.
BARONIS

(-) Bruno Alves. Mais uma voltinha, mais um jogo ridículo. Parece estar a fazer de propósito para enervar os adeptos, com falhas incompreensíveis na saída para o ataque, quando se lança sozinho com a bola a rolar…quando atrasa a bola para Beto, deixando-a mais próxima do avançado do que seria considerado seguro…ou até quando tem entradas faltosas violentas que põem em risco a defesa de um resultado por parte dos colegas. Continuo a não perceber como é que um jogador que marcou dois ou três golos de livre durante a vida toda insiste em tentar marcar todos os lances de bola parada da equipa que possam permitir remate directo. Todo o estádio susteve a respiração a pensar que ia ser expulso quando entrou de uma forma brutal sobre o jogador do Guimarães. Se o fosse, ninguém contestaria.

(-) Ritmo do jogo. Continuo a achar que o público do Dragão está como que adormecido perante a falta de qualidade do jogo colectivo do FC Porto. Jogamos com uma tristeza, uma falta de garra e de ambição que é sintomática da classificação que ocupamos. Não sei se estamos em terceiro por jogarmos assim, ou se jogamos assim por estarmos em terceiro, mas entendo que uma não se pode dissociar da outra.


(-) Meio-campo. Mais uma vez Jesualdo surpreendeu-me com 8 sul-americanos em campo e um meio-campo que não lembra ao demónio. Valeri, Guarín e Belluschi? Really?! Valeri, dos três, foi a maior decepção, até porque tinha gostado dele na passada quarta-feira, mas andou perdido todo o jogo, falhou poucos passes porque teve a bola poucas vezes; Guarín esteve ao estilo dele, marcou um golo com alguma sorte mas o resto do jogo andou trapalhão, a passar a bola com força a mais e discernimento a menos; Belluschi, como de costume, andou indeciso a mais, sem grandes soluções para acelerar o jogo. Tudo fraco.

(-) Hulk. Chamam-lhe o incrível mas continua a ter jogos destes, eles sim incríveis. Incrível a forma como displicentemente perde bolas fáceis quando tenta fintar o adversário, acabando por se fintar sozinho; incrível a maneira como não luta por UMA bola que venha pelo ar; incrível quando só aguenta três jogos seguidos a bom nível físico, quebrando logo depois. Continua a ter de melhorar bastante.


Com a extemporânea entrega do troféu de campeão no início do jogo (seria este o melhor momento para entregar a taça do ano passado? até parece que senti fel na boca…) lá vencemos um jogo tradicionalmente complicado. Foi um jogo fraquinho, mais um, que valeu pelo convívio, pelo esforço de Falcao e pela boa disposição nas bancadas. Só falta mais um jogo em casa este ano…

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Baías e Baronis – Guimarães vs FCP


(foto retirada d’A Bola)

Depois do sorteio do Mundial, encarei este jogo com algum nervosismo. Ia ser uma partida muito complicada, na terra da equipa que está nos nossos corações como uma cambada de apunhaladores pelas costas e que nos tenta sempre lixar a vida. Acaba por ser um jogo em que entramos bem, sofremos um bocado no meio mas vencemos com toda a justiça. A notas:

BAÍAS
(+) Varela. A excelente entrada em campo deve-se em grande parte ao nosso número 17. Arrancadas com vigor, rápido e agressivo, sempre a dar o litro e a lutar bastante. É este tipo de jogadores que o público gosta de ver, particularmente em fases menos boas como a que a equipa está (estava?) a atravessar. É titular de caras.
(+) Os níveis de empenho e agressividade, principalmente na primeira meia-hora do jogo, estiveram sublimes. É este Porto que queremos ver em campo, um que não vira a cara à luta, leal ou desleal, que se apresenta perante os jogadores. Fernando e Meireles a meter o pé, Belluschi a recuperar bolas, o ataque pressionante e a garra portista a vir ao de cima. Vulgarizámos uma equipa que ataca bem e que não o conseguiu fazer porque lhes cortamos o fundamental: a bola.
(+) Falcao já merecia um golinho. Depois de uma bola na trave e de uma defesa quase impossível de Nilson, o colombiano desembaraçou-se do defesa que o marcava no livre e apareceu no sítio certo no segundo exacto. É isto que um avançado deve fazer e Falcao, por já não marcar há umas jornadas, nunca deixou de tentar. Ontem correu bem e pode trazer mais motivação ao rapaz.
(+) Belluschi esteve no melhor e no pior da equipa, mas merece um Baía pela primeira parte (até à perda de bola que deu no livre que deu no golo (ufa!). Muito mais activo, graças à fraca marcação do meio-campo do Vitória, esteve na recuperação de bola para o golo de Varela e fez um remate estupendo de primeira para boa defesa de Nilson. Parece mais vivo, mais desperto para o jogo e a equipa só tem a ganhar com isso.
(+) Cebola está de volta. Aquela carraça que não pára durante o jogo voltou em Guimarães, parecendo mais magro e mais disposto a correr. Continua a ser pouco eficaz no que produz, com poucos cruzamentos e poucos remates, mas o golo que marcou, apesar de ter sido bastante consentido, acaba por premiar um bom jogo e um regresso do Rodríguez que precisamos. A questão é se foi para ficar ou se vamos ter o uruguaio gordinho para a semana.
BARONIS
(-) Hulk está claramente a justificar o porquê de Jesualdo o colocar no banco. Não é mais-valia, perde-se em fintas inócuas e não apresenta (quase) nada de positivo para conseguir voltar à titularidade. Continuo a achar que não vai ser convocado para o Brasil em condições normais, então a jogar assim bem vai ver o Mundial pelo proverbial canudo.
(-) Não gostei de Fucile. Foi o espelho do que tem sido, com muitas falhas, demasiado facilitismo e algum desinteresse pelo apoio ao extremo. Espero que tenha sido apenas um mau jogo, porque a equipa precisa dele e o uruguaio acaba por ser uma espécie de pêndulo da equipa, o que neste jogo se aplicou exactamente ao contrário.
(-) Rolando continua em mau momento de forma. Muito hesitante e com pouca segurança no que faz, está a pôr em causa o (quase sempre) bom trabalho do companheiro. Tem de se acalmar e de jogar com mais tranquilidade e cabe ao treinador fazê-lo ver isso.
(-) Apesar de compreensível, o abaixamento de ritmo no início da segunda parte podia-nos ter custado o jogo, não fosse Helton estar atento e os de branco estarem perdulários. Fernando e Meireles tinham já visto amarelos (o de Fernando desculpa-se, o de Meireles não) e notou-se que a subida do Guimarães, moralizados pelo golo, mexeu com a estrutura táctica da equipa, que pressionava menos e permitia muito espaço para Nuno Assis, bem, romper por ali fora como um sabre em brasa a cortar margarina. Não podemos continuar a ter momentos de relaxamento deste género, pois se o Vitória não aproveitou…vem aí o Benfica e esses já se sabe que pressionam o jogo todo.
(-) Um Baroni para Nuno Assis. É um insurrectozinho talentoso que enquanto está em campo faz tudo o que quer aos adversários quando tem a bola…e quando não a tem. Com a bola nos pés é rápido, passa bem e cria perigo. Sem ela é um cotovelador e um brutinho que parece ter um lobby de influência sobre os árbitros ao nível do David Luíz, acertando em tudo o que mexe e caindo como uma flor delicada quando o vento sussura perto do seu ouvido. Yuck.
Um bom jogo, bem disputado e com um resultado que é excelente para moralizar a equipa. Espero que Jesualdo convoque o Yero e o Sérgio Oliveira e o resto dos sub-19 para jogar em Madrid, para que a equipa descanse para jogar no Domingo frente ao Setúbal. Vem aí o Benfica e esse sim vai ser um jogo de extraordinária intensidade, por todos os motivos conhecidos. Parecemos estar em crescendo de forma, com mais garra e mais entusiasmo. Palavra de honra que espero não engolir as palavras, mas parece que foi desta que arrancamos para a época…
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