Sai um comentador, sai um espectador

Desde terça-feira à noite, muita gente tem questionado as razões que me levaram a abandonar o programa Trio d’Ataque. Há quem julgue, até, que fugi ou que me procurei esquivar à discussão. A gravação do programa está disponível na internet, e poderão verificar que, antes de me levantar, disse tudo o que tinha a dizer. Não pactuo com a porcaria, com a canalhice e com a insídia. Não serei cúmplice de um sistema em que aqueles que são condenados pelos tribunais são, depois, inocentados em programas de televisão ao passo que aqueles que são absolvidos pelos tribunais são depois sujeitos a julgamentos sumários. Comigo não contam para ser juiz, verdugo ou testemunha em autos de fé.

Rui Moreira, em “A Bola”

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Rui Moreira ou a nobre arte de mandar pró caralho

Desde que comecei a ver o Trio de Ataque, Rui Moreira ganhou a minha simpatia pela forma educada e correcta com que analisava as ocorrências semanais no mundo da bola, usando retórica pouco usual nos mediáticos comentadores portistas (Francisco José Viegas e Miguel Guedes aparte, ambos bem mais suaves e anti-confrontacionais do que a velha guarda de Guilherme Aguiar, Pôncio Monteiro ou Manuel Serrão) e sempre estranhei as críticas que lhe eram feitas por muitos elementos da nossa comunidade. Foi uma lufada de ar fresco na defesa dos nossos interesses e quase sempre que o ouvia a falar, admitindo lances como verdadeiros contra as nossas cores como uma pessoa normal, em vez de defender com ataques, lançando-se quixotescamente em perseguição de moínhos de vento inexistentes, como alguns dos seus colegas noutros programas.

Ontem, Rui Moreira saiu do programa em directo, deixando António-Pedro Vasconcellos a falar sozinho. A atitude foi nobre/covarde, ousada/irracional e digna/ridícula, dependendo das fontes que estiverem a ler serem portistas/não-portistas. Mas este tipo de atitudes tende a ser sobre-polarizada perante a preferência clubística do indivíduo e extrapola-se demais. É portista, fez bem; não é, fez mal.

Sou portista e fiquei ambíguo. Por um lado não gostei da explosão. Era o único programa de análise de futebol que via regularmente e os motivos que tinha para voltar a ver esfumam-se se Rui Moreira sair. Não há pachorra para as fugas para diante de Guilherme Aguiar nem o exagero anedótico de Pôncio Monteiro e era exactamente aí que Rui Moreira vingava. Ouvia-se bem, escutava-se com atenção e havia conteúdo, substância no seu discurso. Dizia o que era preciso dizer nos olhos, sem problemas de consciência e sem proverbiais papas na língua. Não se prendia em legalês nem em metáforas arcaicas, era directo, conciso e azul-e-branco.

Por outro lado, ouvir o Vasconcellos a debitar ódio, pegando novamente em assuntos judicialmente encerrados para achincalhar nomes e instituições…ainda me convence mais da correcção de Rui Moreira. Sair do programa naquele momento foi a melhor maneira de insultar o seu colega de programa e manifestar a sua indignação ao que nas suas palavras se estava a transformar num “auto de fé”.

Foi soft. Se fosse eu provavelmente não me continha e muito provavelmente tirava cá para fora a cobra zarolha e procedia a urinar para cima do realizador enquanto cantava o hino do FC Porto.

Se calhar é por isso que não me convidam para falar na televisão. Mas espero que convidem Rui Moreira para voltar. Sem ele, o plano é triste e ainda mais inclinado.

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Pimba.



“Você tem a mania de usar essa frase feita que nem foi você que a fez.”

Dias Ferreira em resposta a mais uma imbecilidade de Rui Gomes da Silva, n’O Dia Seguinte de ontem.

A maior parte das vezes que o ouço, Dias Ferreira parece um velho senil daqueles que se vêem nas cidades americanas, a gesticular em cima de uma caixa de cartão clamando pela chegada do Apocalipse.

Mas, muito de vez em quando, aparece uma pérola destas. Genial.

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