De volta…para um mundo ao contrário

Entrei de férias numa altura em que o mercado fervilhava de especulação, com os jornais a despacharem nomes atrás de nomes como maus cruzamentos do Mariano (ah, que saudades, rapaz!), havendo poucas certezas acerca do futuro de boa parte dos jogadores do plantel azul-e-branco para 2010/2011. Saí do país compenetrado em me divertir e a afastar-me temporariamente dos destinos Portistas durante uma semaninha, um singelo período de 8 dias em que me alhearia de tudo a não ser de boa comida, boas vistas e ainda melhor companhia.

Passam-se os 8 dias (durante os quais Portugal acaba por ser eliminado do Mundial com toda a justiça por uma Espanha mais…tudo, perfeitamente confirmado pelos camelos dos castelhanos que celebravam efusivamente no bar onde vi o jogo e que depois do mesmo ainda me vieram cumprimentar com o tradicional “para la próxima vez, quizás, nó?, merecendo uma resposta de “ouve lá oh ‘panhol, e se fosses mas é levar no riego, sí?”) e o mundo implode. James Rodríguez, Walter, Kléber (todos a confirmar), Kieszek (já confirmado) e…Moutinho.

Em jeito de balanço do até agora agitadíssimo defeso, devo dizer que conheço Kieszek do Braga e principalmente do Setúbal e não me parecendo mau guarda-redes, estranho optar vir para ser terceira opção. A não ser que saia um dos dois “titulares ex-aequo”, acho pouco provável que venha a acumular minutos a não ser na Taça da Liga. A ver vamos.

Quanto a Walter e Kléber, não teço comentários. Já Rodríguez me parece caro mas como já conheço o rapaz de algumas imagens quando o Banfield foi campeão da Argentina, cheira-me que vem aí um jogador com bom futuro e que, se bem trabalhado, pode vir a ser uma bela duma contratação. Aguardo confirmação dos três nomes.

Agora o Moutinho

No sábado fui avisado por sms por mais que um amigo (rapazes, obrigado por se lembrarem de mim mesmo quando estou longe) que o capitão do Sporting ia assinar por 4 anos pelo meu clube. Admito que hesitei quando li as mensagens, tal era a inverosimilidade da transferência, mas acabo de a confirmar depois do comunicado do FC Porto à CMVM.

Quanto ao negócio em si, é caro. Porra, é muito caro. 11 milhões de euros é caro, não me venham com tretas, seja ele que jogador fôr. A cedência de Nuno André Coelho também não me agrada, porque tinha-o em conta para esta temporada, assustando-me ainda mais o possível regresso de Stepanov. Mas…neste caso até nem será assim tão mau. Quando contratamos um jogador como Moutinho, que servirá previsivelmente para ser alternativa a Raul Meireles, precisaríamos de cumprir vários requisitos:

  • um talento provado … confere!
  • adaptado ou facilmente adaptável ao nosso futebol … confere!
  • boa técnica individual … confere!
  • mostrar-se no panorama nacional e internacional … confere!
  • servir como alternativa noutras posições no meio-campo … confere!

A nível pessoal, sempre gostei de Moutinho e acho que foi sub-aproveitado no Sporting. Não é 10 nem é 6, joga bem melhor na cobertura e a criar espaços para o criativo (seja um trequartista, extremo de raíz ou um número 10 à antiga), só tem o defeito de não ser muito alto, mas se olharmos para o caso do David Pizarro que joga na Roma, ou se nos lembrarmos do grande Alenitchev, rapidamente verificamos que a falta de estatura física pode ser compensada com outros atributos que Moutinho definitivamente possui.

Assim sendo, gostei da contratação. É caro, sim senhor, mas antes um João Moutinho por 11 milhões que 11 Valeris por 1 milhão cada.

Bem-vindo, rapaz. Cá estarei para te apoiar.

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