
foto retirada de Sapo Desporto
Upa. Um festival de futebol ofensivo, com excelentes trocas de bola em progressão, constante foco na baliza adversária, um jogo vertical sem ser demasiado directo e controlado sem ser enfadonho. Grande noite no Dragão, com avançados eficazes, médios construtivos e trabalhadores, laterais agressivos e ofensivos e defesas rijos e práticos. Uma excelente forma de regressar às vitórias! Notas abaixo:

(+) “Vamo-nos vingar no próximo”. O FC Porto mostrou sempre a necessidade de se redimir da derrota de Leipzig perante o público e fê-lo de uma forma quase perfeita, com os jogadores a levarem pancada dos lenhadores de amarelo do início ao fim do jogo (vi mais puxões que numa linha de teste para elásticos) mas a levantarem-se para continuarem a lutar. Vi uma equipa unida ao contrário do que muita gente quer fazer acreditar. Vi um central a dominar, assentar e marcar; vi dois extremos cheios de vontade e espírito de luta; vi um médio que parecia renovado e a mostrar-se pronto para regressar à melhor forma; vi um lateral moderno, ofensivo e lutador; e vi Marega, que fez mais dois golos e teve um estádio inteiro a pedir o hat-trick, que não conseguiu por pouco. É uma equipa que vive um bom momento interno e que se mantiver este nível de vontade e garra, arruma com o campeonato com todo o mérito. Lá fora…é outra conversa, que não interessa para nada hoje.
(+) Ricardo Pereira. Se é este o Ricardo que nos prometeram quando chegou depois de dois anos em França, aceito! Impecável no arranque da partida com um golo, continuou a subir pelo flanco como uma gazela, a voar baixinho e rápido, aparecendo a combinar com extrema eficácia e delicadeza com Corona, cruzando com critério e assistindo Marega e Felipe de uma maneira tão elegante, tão prática, uma espécie do que Layún fez…há duas épocas atrás. Foi o melhor jogo que fez este ano.
(+) Corona. Que diferença que é ter duas opções para conseguirmos jogar em qualquer uma das alas sem ter de cansar Brahimi em demasia! Corona esteve muito bem hoje, mostrando sentido prático, vontade de jogar e capacidade de entrosamento com Ricardo e Marega, fazendo deste improvável flanco direito da equipa uma máquina que rebentou com um esfíncter pacense atrás do outro. Que continue assim!
(+) Brahimi. Fez o que quis do lateral do Paços, que ainda deve estar a tentar perceber como é que não levou pelo menos sete cartões amarelos, tantas foram as vezes que Brahimi lhe desfez os rins e voltou para mais. Rompeu como quis, entendeu-se bem com todos os colegas, soltou a bola quando foi preciso e agarrou-se a ela nas alturas certas. Só faltou um golo.

(-) Perdas de bola pelo centro. O golo do Paços, apesar de ser balázio de fora da área, foi quase uma repetição do segundo golo que o Leipzig nos enfiou a meio da semana e nasce de mais uma perda de bola no centro do terreno quando a equipa está a subir para a construção do ataque. E se eu fosse treinador do FC Porto e visse os meus rapazes a repetirem os mesmos erros em jogos consecutivos começava a ficar preocupado ou pelo menos pensaria que talvez fosse preciso repensar a forma de saída de bola a partir do meio-campo. A somar ao facto do Herrera ter de dar pelo menos uma volta ao Estádio por fora com o Marega às costas, pela parvoíce de tentar fazer um passe lateral quando pressionado, expondo a defesa ao possível remate de um gajo que só não faz lembrar mais o Hulk porque não usa o 12 nas costas.
Um regresso em grande ao campeonato, com a oitava vitória em nove jogos. Nada mau, rapazes.
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