Baías e Baronis – Sporting 0 vs 0 FC Porto

foto retirada do zerozero

Fomos melhores. Fomos muito melhores e merecíamos ter saído de Alvalade com todos os pontos no nosso saco. Faltou um bom naco de eficácia na linha da frente porque a equipa criou oportunidades suficientes para vencer o jogo com alguma facilidade. Se somarmos a isso o facto do adversário ter sido o Sporting, actual segundo classificado, podemos estar satisfeitos com a exibição e resultado. Não eufóricos, mas satisfeitos. Sigam as notas:

(+) A primeira parte. Já não me lembrava de ver um FC Porto assim. Há vários anos que não via o FC Porto a entrar num estádio difícil contra um dos adversários mais fortes no campeonato, de uma forma tão rija, voluntariosa e audaz, com vontade de vencer e de mostrar que estamos aqui para ganhar. Este FC Porto, que vence as segundas bolas, que aperta e sufoca o adversário na frente, que anima e arma o jogo de uma forma tão limpa e solidária, com centrais práticos e laterais subidos, com médios valentes e lutadores, extremos rápidos e desequilibradores e avançados empenhados. O Sporting não apareceu na área do FC Porto em condições durante toda a primeira parte e não foi por não ter talento ou qualidade para isso, mas pela nossa forma compacta de jogar que incapacitou o adversário na sua própria casa, na casa de um candidato ao título. Que orgulho por te ter de volta, FC Porto!

(+) Brahimi. Saiu exausto depois de ter levado a equipa ao colo mais uma vez, pela tremenda forma como serpenteou durante todo o jogo, desfazendo os rins a Piccini várias vezes, arrastando a equipa pela relva com dribles curtos e práticos, rodando quando era preciso rodar e passando na altura certa…enquanto teve pernas. Faltou apenas activar o modo “boost” para o remate e não conseguiu marcar um golo que passou o jogo a procurar.

(+) Liderança. É só isto:

(-) Ineficácia. O grande problema do jogo foi este. Para lá da presença tremenda de Rui Patrício (que podia bem merecer um Baía no jogo de hoje), os avançados do FC Porto nem sempre tomaram as piores decisões possíveis quando estavam perto da área ou mesmo dentro dela mas o resultado foi negativo em quase todas as acções. Desde o contra-ataque perfeito conduzido por Herrera para acabar num remate para as nuvens aos remates ao lado ou à figura de Aboubakar, passando pela fraca colocação dos remates de Brahimi ou por outras jogadas bem criadas mas mal concluídas, tudo foram pequanos gestos que fizeram com que não se conseguisse enfiar uma bolinha lá dentro. E foi pena.

(-) A quebra física. Compreendo que Sérgio tenha tentado manter o onze o máximo de tempo possível em campo mas acabou por não conseguir manter em ritmo elevado do início ao fim. Também era complicado retirar dois ou três rapazes do relvado ao mesmo tempo, já que Brahimi e Marega estavam cansados mas Aboubakar e também Herrera já deitavam a língua fora da boquinha a pedir para descansar um bocado. Sérgio apostou que ambas as equipas estiveram cansadas e acabou por exigir o suficiente aos seus jogadores para se manterem em campo com a força que tinham, mas não ajudou a manter o jogo ao mesmo nível numa altura em que a entrada de um ou outro jogadores poderia abanar a equipa e fazer com que a estratégia deixasse de funcionar. No fundo foi uma estratégia de baixo risco num jogo de alto risco. Não o censuro.


Primeiros pontos perdidos mas nenhum perdido para os rivais directos. Uma boa jornada, meus amigos, e que a pausa não traga lesões!

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Ouve lá ó Mister – Sporting

Camarada Sérgio,

Estamos todos com o peito bem cheio depois do jogo no Mónaco e toda a gente confirmou que tu és inovador ao mesmo tempo que humilde para admitir que é preciso mudar; as pessoas viram que sabes gerir um grupo e ao mesmo tempo incentivar os melhores a serem isso mesmo, melhores; vimos que temos treinador e mesmo os que mais duvidavam das tuas capacidades terão agora de admitir que és um gajo com qualidade para ocupares o lugar que ocupas. Mas sabes o que pode acontecer quando se está com o peito cheio e o olhar fixo no horizonte? Levar um murro na pança que nos tira o ar todo e nos deixa a cuspir sangue. E é o que nos costuma acontecer em Alvalade, esse mítico campo onde havemos de ser roubados todos os anos quer queiramos quer não.

Chegamos aqui com percurso imaculado e quero continuar assim. Ganhar é muito difícil mas também era complicado ganhar no Mónaco e conseguimos. Nada está fora do alcance com as equipas que vais defrontar até ao final da época (se passarmos a fase de grupos a conversa pode ser um bocadinho diferente…) e uma vitória em Alvalade não é impossível. Difícil mas não impossível.

E acredito que o consigas fazer, Sérgio. Acredito mesmo que consegues, rapaz. E vou continuar a acreditar até ao último segundo!

Sou quem sabes,
Jorge

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A Culpa é do Cavani – Jornada Especial Champions 2017/18 #2 – Je Suis Silva

Depois de um excelente triunfo no terreno do Mónaco, os Cavanis analisam, escalpelizam e partem aos pedacinhos o jogo e a forma como Sérgio geriu a equipa, o plantel, a profundidade e a estratégia. Foco nos nossos ex-moços, nos actuais moços, nos novos moços e nos que pensávamos que ainda eram moços. Este episódio é ainda notável pela mudança de paradigma no pessimismo Vassálico que está transformado em optimismo Sílvico, o homem que adivinhou que o Layún iria colocar o seu nome na lista dos marcadores. Ainda houve tempo para antecipar o jogo grande de Domingo em Alvalade e para mais um rant do Vassalo contra a merda dos media.


Quem quiser continuar a ouvir pelo site, tranquilo, é só usar o leitor que está embutido no post de cada episódio. Quem ouvir usando uma app, seja iTunes, Podcast Addict, Pocket Casts, Podcast Republic ou tantas outras que por aí andam, pode encontrar o Cavani aqui:

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Jornada Especial Champions 2017/18 #2 – Je Suis Silva

Depois de um excelente triunfo no terreno do Mónaco, os Cavanis analisam, escalpelizam e partem aos pedacinhos o jogo e a forma como Sérgio geriu a equipa, o plantel, a profundidade e a estratégia. Foco nos nossos ex-moços, nos actuais moços, nos novos moços e nos que pensávamos que ainda eram moços. Este episódio é ainda notável pela mudança de paradigma no pessimismo Vassálico que está transformado em optimismo Sílvico, o homem que adivinhou que o Layún iria colocar o seu nome na lista dos marcadores. Ainda houve tempo para antecipar o jogo grande de Domingo em Alvalade e para mais um rant do Vassalo contra a merda dos media.


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Baías e Baronis – AS Monaco 0 vs 3 FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

Acabei de comer uma fartura, porque se há dia em que posso esquecer um pouco as dietas e as restrições é hoje. É uma boa noite, é uma excelente noite, é uma noite em que o FC Porto se engrandeceu perante um adversário valioso, em que num jogo em que era necessário lutar, correr, suar mas acima de tudo ser inteligente e eficaz, a equipa saiu com o peito cheio e um sorriso enorme, mesmo que a língua esteja de fora. Foram bons, bravos, brilhantes e bencedores (não me lixem que eu não conseguia estragar a aliteração). Hoje os B&Bs são todos em formato semelhante, com ênfase particular nas duplas, vamos a isso:

(+) A dupla da frente. Não há muito a dizer sobre o jogo destes dois rapazes, que são claramente os reforços do ano para a equipa e que não contavam para o treinador anterior. Shame. E shame também para mim, por não perceber nada de bola, porque se Aboubakar já tinha mostrado que tinha qualidade para este nível, também Marega se junta a ele numa simbiose que não só sentou Soares no banco como parece ir melhorando a cada jogo que passa. Não se pode pedir a Marega que faça coisas que não sabe (seria tão cruel pedir-lhe que controle uma bola aérea com os pés como dizer ao Otávio para ganhar um ressalto ao LeBron James), mas o grande Moussa faz duas assistências para golo depois de olhar para o jogo e ver a posição do colega (como me disse um amigo depois do jogo, rematando com um sintomático “oh meu deus”) para lhe colocar a bola na perfeição. Enquanto durar a onda louca de produtividade destes dois moços, podem ficar em campo até apagarem as luzes.

(+) A dupla de trás. Um jogo quase impecável dos centrais pela maneira prática e rija com que encararam os lances, especialmente tendo em conta que Falcao teve apenas duas oportunidades de golo durante todo o jogo. Felipe melhor que em jogos passados, mais prático e menos brincalhão, ao passo que Marcano mostrou a tranquilidade do costume, atirando para longe as bolas perigosas com tolerância zero ao quadrado para parvoíces.

(+) A dupla de Sérgios. Oliveira pelo que fez, Conceição pelo que o pôs a fazer. Surpreendeu-me a entrada do 27 no onze, como terá surpreendido toda a gente que viu a equipa inicial, até porque decerto terá trazido memórias de tempos passados, como Oliveira a introduzir o novato Costa em Old Trafford ou Jesualdo a adaptar Nuno André Coelho em Londres frente ao Arsenal. Deve haver qualquer coisa com médios centros portugueses que faz com que os treinadores tomem essa opção com tal frequência, mas adiante. Surpreendeu-me ainda mais a mudança de estratégia porque, por preconceito ou cinismo, assumi que Sérgio Conceição iria manter a ideia do 4-4-2 mesmo na Europa. Mas provou que consegue adaptar o seu conceito e assim privilegiar o esquema em detrimento dos nomes, fazendo com que jogadores diferentes consigam ocupar as posições necessárias sem que se notasse decréscimo de qualidade, desde que conseguissem identificar-se bem com as ideias. E Sérgio Oliveira, contra todas as minhas expectativas, conseguiu-o bem, jogando simples, rodando a bola com critério e quase assistindo Marega para golo num passe a quarenta metros e quase marcando outro num remate à entrada da área. Gosto que a estratégia vença e os jogadores sirvam para a cumprir, mesmo que não ache o futebol mais bonito de sempre. Mas está a conseguir resultados e isso é o mais importante.

(-) A dupla substituição. Imediatamente depois do maravilhoso segundo golo e daquela jogadona 100% africana, Sérgio opta por tirar dois dos jogadores mais importantes até então (o motor e o marcador) e mete em campo outros dois rapazes, mudando algumas posições e introduzindo frescura na equipa. Mas pareceu-me ter sido precipitada tendo em conta a vontade com que o Mónaco rompeu pelo nosso meio-campo e se aproximou da área de uma forma consecutiva sem que tivéssemos tido grande tempo para respirar, especialmente com dois homens com vontade mas ainda sem o ritmo de jogo impresso no cérebro. Podem dizer que é uma prova de confiança total nos jogadores que entraram, mas eu digo que teria sido melhor esperar um ou dois minutos e começar as substituições com calma. Bastava um golo naquela altura e a equipa podia ter sofrido bem mais do que sofreu.


Nada está ganho mas deixou de estar tudo perdido. O próximo jogo na Alemanha é tão ou mais importante que este e há que ter a mesma atitude e o mesmo empenho porque esses, tais como os franceses, vão ter de dar tudo o que têm. E nós também.

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