Ouve lá ó Mister – Leiria

Amigo Vítor,

Estamos de volta! Já fechou o mercado, as pechinchas já foram e vieram, despachámos alguns rapazes simpáticos e ficamos com outros para as encomendas, mas o que interessa é que acabou a folia e estamos prontos para continuar com as festividades a sério. E hoje é um dia grande.

É grande por três motivos, que passo a enumerar:

  • Tens a oportunidade de nos pôr outra vez na liderança;
  • Vais poder mostrar que o nosso plantel tem mais opções que no ano passado e que não precisamos de depender de algumas peças-chave para formar uma equipa que dê garantias;
  • É o primeiro jogo depois do mercado e das notícias todas que dizem que o day after está a ser caótico, e acredita que a resposta dentro de campo é bem mais importante que as frases bombásticas nas conferências de imprensa;
Para além disso vais apanhar uma equipa que arrasta tantos adeptos como o S.Pedro da Cova em dia de chuva. Juro que não percebo como é que estes tipos continuam ano após ano na primeira divisão, porque costuma dar para contar o número de pessoas naquelas bancadas do estádio onde costumam jogar. Hoje, ainda por cima, nem em casa jogam. É um jogo fora para ambas as equipas, a fazer lembrar aqueles jogos ridículos de algumas equipas que iam fazer o jogo em estádios maiores só para terem melhores bilheteiras…mas neste caso é ao contrário, que já nem surpreende.
No final do dia, o que interessa é ganhar. E continuar com cem por cento de vitórias, porque estes primeiros jogos do campeonato têm de ser despachados com paciência e nem me importo se não jogamos muito bem, o que interessa é ganhar. Já sabes que depois deste temos mais um jogo na sexta-feira e outro na terça, por isso vais precisar de gerir as pernas dos moços para não começares já a ter chatices com lesões. Por isso faz o que sabes, obriga-os a fazer o mesmo e a vitória sairá naturalmente. Porque para cada Hulk tem de haver um James, para cada Otamendi um Maicon, para cada Guarín um Belluschi. E tenho confiança que vais escolher os melhores.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ah, la jeunesse!

Publico um post a dizer que não há jogadores duros no plantel do FC Porto.

No mesmo dia, Mangala assenta uma bordoada de levantar estádio ao David Simão no amigável contra Portugal.

Mangala faz parte do plantel do FC Porto.

Ergo, Mangala não só lê o Porta19 como também concorda comigo.

 

Bienvenue, Eliaquim! Prepara-te para seres queimado em praça pública antes de poderes dizer: “Oh lá lá” ou qualquer cliché parvo do género.

 

PS: se alguém tiver um video do abalroamento, faça favor de me informar da sua localização. A gerência agradece.

PS2: o video está aqui. Obrigado, Miguel e João!

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Ui, partiu-lhe as pernas!

Onde estão os gajos duros da bola? No actual plantel do FC Porto não consigo vislumbrar um único jogador que me meta medo se fosse jogar contra ele. Sempre tivemos uma tradição de alinhar pelo menos com um ou dois gajos que assustam só de olhar para eles, como um Fernando Couto, um Jorge Costa ou um Paulinho Santos nos anos 90 e o Costinha ou o Bruno Alves (menos que os outros, já que este era mais bruto porque saltava muito mais que os outros. Não era nenhum menino mas não se comparava aos primeiros da lista, por muito que a imprensa e os adeptos adversários adorem dizer que sim e abanem todos com a cabecinha). O FC Porto que joga no futebol moderno, está cheio de gajos como o Materazzi, o Essien ou o Witsel (sim, porque o rapaz para além de saber jogar, sabe acertar e bem), parece ter abdicado deste tipo de jogadores em função de homens mais colectivos, mais pontualmente agressivos em vez de passarem o jogo todo a pensar na melhor forma de romper os gémeos do qualquer infeliz que se atravesse à sua frente. É verdade que qualquer equipa deve ter pelo menos um elemento que faz tremer o mais virtuoso dos avançados quando pensa no que será um simples treino confrontado com o que só pode ser visto como pura e inconfundível maldade. Hoje em dia, não o temos. E não vale a pena falar de algumas entradas rijas do Fernando ou do jogo de braços do Guarín, porque nenhum deles é um Roy Keane ou um Vinnie Jones. Nem perto.

É verdade que se torna um risco enorme ter um jogador deste calibre no onze, pela fácil constatação que esse mesmo onze se pode transformar num dez numa questão de segundos. Mas gajos como Souness, Gentile, Stiles, Montero ou Goikoetchea (“O carniceiro de Bilbau” não é uma alcunha derivada, estranhamente, do talento para desmanchar carnes verdes) foram vitais na ascensão das suas equipas ao zénite do futebol europeu noutros tempos. Hoje em dia é quase impensável assumir que há a necessidade de manter uma besta deste nível numa equipa de profissionais, mas admito com as bochechas ruborizadas que sinto algumas saudades de ver o medo nos olhos do jogador adversário que se vê envolvido numa entrada dividida contra o Paulinho Santos e que o faz pensar numa fracção de segundo em telefonar à seguradora e mandar uma carta aos pais a dizer que se calhar já não volta.

Gostava de rever algum tipo de jogador à imagem do que Bill Shankly, esse eminente poço de citações futebolísticas, disse uma vez de Tommy Smith, defesa do Liverpool nos anos 60/70: “Tommy Smith wasn’t born; he was quarried.”, que se traduz toscamente para qualquer coisa como: “Tommy Smith não nasceu: foi extraído de uma pedreira.”. E acho que não estava a falar do estádio do Braga.

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Na estante da Porta19 – Nº4

É até agora o melhor livro sobre futebol que já li e que me motivou ainda mais a procurar outros livros que estejam escritos com a mesma narrativa atraente, interessante e cheia de pequenos nuggets de criatividade e pequenas histórias do jogo dentro do jogo. “Inverting the Pyramid: A History of Football Tactics” é da autoria de Jonathan Wilson, um dos mais reputados jornalistas e cronistas desportivos da actualidade, uma espécie de Luís Freitas Lobo britânico com mais nome no mercado e bastante mais lirismo na prosa. Sim, eu disse “mais”, não me enganei. Ao longo de quase 400 agradáveis páginas o leitor é arrastado para o maravilhoso mundo das tácticas de futebol e da sua evolução ao longo dos tempos, desde o famoso W-M passando pela introdução do quarto defesa por Chapman, olhando para os quadros tácticos e pessoais de Herrera, Michels, Lobanovsky, Sacchi e de todos os grandes treinadores que através da sua visão estratégica ajudaram a moldar o que é actualmente o futebol moderno. Para amantes da modalidade, principalmente, mas acaba por ser material adequado a qualquer pessoa pela qualidade da escrita e pela facilidade com que se absorvem as histórias das personagens que todos conhecemos ou devíamos conhecer.

Sugestões de locais para compra:

 

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Leitura para um sábado tranquilo

Audespois da parvoíce do mercado de transferências, o fim-de-semana sem jogo do FC Porto é mais um deserto de futebol, por muito que os jogos das Selecções tenham um mínimo de interesse competitivo. Entretanto ficam alguns linques para o pessoal se ir entretendo:

  • “Aquela” jogada de Kleber na Supertaça é sintomática da pressão que o rapaz vai sentido, como se percebe neste artigo do Lateral Esquerdo;
  • Mário Fernando sobre o mercado e sobre o Carvalho-gate, no Jogo Jogado;
  • O Transfer Deadline Day seguido pelo Guardian é uma festa de especulação, desinformação e tabloidismo. Ver aqui: Parte 1, Parte 2 e Parte 3;
  • E para fazerem as contas, o TransferMarkt resume TODOS os nomes do mercado Português e não só;
  • Porque não optar por um esquema táctico deste género? Porque não somos o Barcelona, como ficou evidente no Mónaco. Ainda assim vale a pena ler: Paradigma Guardiola;
  • Os rapazes do Left back in the changing room abordam a temática do desaparecimento de duplas ofensivas (curiosamente como eu fiz aqui há uns dias, mas com mais nível);
  • Provando que “a conversar é que a gente se entende”, saúdo o regresso de João Paulo Meneses, jornalista da TSF e um dos bloggers mais interessados na contínua melhoria e evolução do seu clube, no Reis do Ave;
  • Reflexões sobre a globalização do futebol extraploadas do fenómeno Barcelona, no In Bed With Maradona;
  • O histórico When Saturday Comes dá a sua opinião sobre o evidente declínio do futebol escocês, particularmente depois da eliminação de Rangers, Celtic, Dundee United e Hearts nas elimninatórias europeias;
  • E se vos apetecer esquecer o futebol e ouvir boa música com a voz sempre agradável do grande Portista que é o Álvaro Costa, dêem um saltinho à secção de podcasts do Bons Rapazes;
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