Ouve lá ó Mister – Portimonense

André, portista e campeão!

Mais uma semana europeia e mais uma barrigada, rapaz. Tem cuidado com isso que a malta começa-se a habituar a estes resultados e um dia destes ganha-se por 2 ou 3 e o povo diz logo que foi um resultado abaixo das expectativas. E vê lá se avisas o Falcao para não dar tanto nas vistas que nós queremos o gajo cá pró ano. A continuar a marcar golos da maneira que o puto tem feito ainda aparece aí o Xélsia ou o Baierne e levam-nos o Radamel. Não pode ser, tá lá atento a isso.

Pois o jogo de hoje é daqueles que não interessa ao Berlusconi nem que lhe ponhas umas mamas e digas que tem 17 anos. Os rapazes estão cansados e depois de quinta-feira termos enfiado cinco balas de boa bodka no bucho dos russos, já está tudo à espera da viagem a Moscovo e de receber o Sporting prá vingança da primeira volta e depois finalmente o Paços para vermos a entrega do troféu da Liga. Vai ser lindo…mas é só daqui a uma semana. Hoje há jogo e tens de arranjar maneira de motivar o povo. Ser campeão era o objectivo, tudo bem, mas sei que vais arranjar mais um ou outro ponto para que os teus meninos se entusiasmem. Acabar o campeonato sem derrotas era interessante, sem dúvida, e garantir que o Hulk limpa já o título de melhor marcador também. Mas é preciso descansar a malta, ainda que já não tens Fucile, Álvaro, Otamendi, Helton e Varela por isso se calhar não vale a pena estar a trocar muito mais gente. Talvez o Ruben a titular em vez do Moutinho, mas pouco mais. Vamos lá mas é ganhar isso que a viagem ainda é longa…se bem que quando comparada com a do meio da semana, é como ir à loja da esquina comprar tabaco.

Sou quem sabes,
Jorge

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Afinal é no último jogo

Parece que o preço dos bilhetes para o jogo contra o Sporting (alto, já que para o meu lugar são 25% mais caros que no jogo contra o Spartak, por exemplo), que para mim se deveu ao facto do troféu de campeão ser entregue nesse jogo, não tem a ver directamente com isso. O troféu vai ser entregue no último jogo, contra o Paços. No regulamento diz o seguinte:

Secção 2ª (Liga Sagres)
Artigo 88º


2.O troféu acima mencionado poderá ser entregue imediatamente a seguir ao final do jogo, no qual o Clube se
sagre campeão da competição, independentemente de esse ser ou não na última jornada do campeonato.

É suficientemente vago para que haja acordo com o clube vencedor no que diz respeito ao dia da entrega do bicho. Não dá para reclamar. Pronto, seja, desde que fique lá em casa e que não demorem um ano a esculpir, isso é que interessa.

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Onze

Se eu não soubesse que todos na Comissão de Disciplina são sérios, éticos e profissionais, diria que esta decisão cheira pior que as cuecas de um homem com problemas de flatulência depois de comer uma picante feijoada de gambas.

Ao invés de tecer considerações que só poderiam ser inferências quanto à postura moral dessa gente, remeto-vos para o artigo do Dragão Crónico sobre o assunto. É digno de ser lido, porque ao mesmo tempo que vão sorrir, uma pequena porção das vossas psíques, e diria até um bom número de estômagos, vão passar à fase de revulsa.

Tal como a nota de Duarte Gomes atribuída pelo observador Fernando Mateus, este castigo a Jesus é perfeito. Só não é, à semelhança dos elementos do Conselho de Disciplina e de Fernando Mateus, honesto.

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Baías e Baronis – FC Porto vs Spartak Moscovo

 

foto retirada de Record

 

Foram cinco batatas mas podiam ter sido muito mais. A segunda-parte do FC Porto, a somar a tantas outras, foi brilhante. Numa noite de calor no Dragão, o povo estava renitente ao intervalo, temendo que a equipa, que já mostrava que as pernas não estavam a funcionar como deviam, se fosse definitivamente abaixo das gâmbeas quando reentrasse para o relvado. Nada mais longe da verdade. Eu, semi-afónico, a rouquejar com uma voz digna de um jovem Plácido Domingo depois de levar um pontapé no testículo esquerdo, saltei como um louco com cada um dos nossos golos, com o excelente futebol que de novo mostrámos ao mundo, com uma nota de destaque: Falcao. O melhor ponta-de-lança a vestir a camisola do meu clube desde Big Jardas. Saí de barriga cheia (metaforicamente, porque na realidade saio sempre dessa forma) e com a convicção que podemos mesmo ganhar esta treta. Notas abaixo:

 

(+) Falcao Por onde começar? Três golos, qual deles o mais inteligente e oportunista, a somar a uma assistência, deliberada ou não, para Varela, nos quartos-de-final da Europa League, são a imagem de um jogador que está a um nível muito superior a qualquer outro que jogou naquela posição nos últimos 10 anos no FC Porto (Lisandro era um avançado móvel, não um ponta-de-lança, antes que comecem os insultos). É uma delícia observar a forma como se move na recepção e saída com a bola controlada, removendo da sua presença um qualquer defesa adversário como se fosse um jerrycan de gasoil e avançando vitoriosamente do duelo com leveza, noção estratégica e visão de jogo, sempre pronto a lançar um colega pelo flanco ou a rodar a bola para o médio mais próximo. Hoje fez o que quis dos centrais do Spartak e voltou a mostrar ao mundo que há mais um goleador latino em Portugal.

(+) Fernando Simples e prático, mais uma vez. Falhou um golo que faria um iniciado levar uma bela cachaçada depois do livre de Hulk à trave, mas cumpriu a principal função como de costume. Continua a melhorar na defesa e no controlo do 1v1, este rapaz que quando cá começou a jogar parecia um Zé-Sempre-No-Chão, tantas vezes caía nas fintas dos adversários. Está um jogador digno de jogar nos clubes de topo da Europa, talvez mais adaptado ao futebol italiano que a outras andanças, mas não fica a dever nada aos magotes de trincos que aparecem vindos sabe-se lá de onde. É actualmente indispensável no FC Porto.

(+) Guarín Foi dos poucos jogadores que não pareceu acusar alguma letargia inicial e não parou de correr durante 69 minutos. Para lá da produção que exibiu, que esteve um pouco abaixo do habitual, foi essencialmente o gajo que fazia os outros gajos correr. Lead by example, não é verdade, Fredy?

(+) Belluschi Jogou pouco, eu sei. Mas os 21 minutos que esteve em campo foram cheios de vivacidade, inteligência, talento e criatividade. Com a saída de Guarín temi que a equipa se pudesse desagregar fisicamente, mas Belluschi tratou de fazer com que o total domínio do meio-campo se mantivesse e que o FC Porto pudesse continuar a pressionar e brilhou com excelentes desmarcações e um remate estupendo com pouco ângulo que quase deu golo (pelo menos pareceu de onde estava sentado). Guarín tem o lugar seguro…mas há sempre Belluschi no banco para o chatear.

(+) Empatia com o público Falhou um passe? Palmas. Rematou por cima? Palmas. A intercepção correu mal? Suspiro, seguido de palmas. É incrível o que faz a vitória num campeonato à relação entre os adeptos e a equipa, mas o que é certo é que todos ficamos um pouco mais permissivos. Não creio que nos tenhamos tornado menos exigentes e ainda vivamos uma espécie de sonho em que flutuamos em tule, mas creio que a vitória do passado Domingo criou um escudo de protecção à volta das fraquezas pontuais e colectivas que nos habituámos a ver nestes rapazes. Todos sabem que Maicon inventa, que Belluschi falha passes, que Guarín remata torto e que Hulk finta demais. Mas hoje, naquele estádio, a malta não quis saber. Apoiou, gritou, saltou e felicitou. E era sempre assim que devia ser.

 

(-) Primeira-parte, por motivos diferentes dos habituais A palavra, em Inglês, é sluggish. Em Português, diria letárgico. Enquanto que a maior parte do pessoal à minha volta brincava com a hipótese da ressaca da festa do título se ter prolongado até hoje à noite, eu ria-me mas ia observando a movimentação dos jogadores. Moutinho parecia andar devagar a parado, Fucile não subia até à linha, Varela travava antes do tempo e Álvaro só subia quando Guarín descaía para aquele lado e ajudava a tapar o flanco. Estava a ser complicado sair da pressão dos russos e o meio-campo não conseguia criar o espaço necessário para trocar a bola no meio-campo adversário. O público, paciente, esperava melhores jogadas e o golo ajudou a acalmar os nervos, mas foi preciso ir buscar forças onde já não pareciam haver para lançar o ataque às meias-finais.

 

 

Não sei se foi o facto de ter passado no Café Bom Dia (que já reabriu, ficam a saber) antes do jogo que deu sorte. Nem tão pouco se foi uma bela duma bifana no Café Luís em frente ao antigo Matadouro de S.Roque que deu a fezada para o Radamel. Talvez a presença do senhor meu progenitor na cadeira do lado tenha feito com que os jogadores se soltassem e acelerassem para uma exibição de sonho na segunda-parte. Não sei se essas bruxas metafóricas existem, mas o que é certo é que os amuletos, voluntários ou não, funcionaram. Grande equipa, grande jogo, grande vitória!

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