Baías e Baronis – Gil Vicente vs FC Porto

Foto retirada de desporto.sapo.pt

Se analisarmos o jogo pelo jogo, pelo espectáculo de futebol que se praticou hoje no Estádio Cidade de Barcelos, a jogatana foi interessante. Uma equipa de uma divisão inferior conseguiu submeter o líder do campeonato do nível superior a um empate que foi pouco mais que infeliz. A nossa equipa, teoricamente mais forte, não conseguiu impôr o futebol que deveria ser mais forte, mais prático, numa palavra: melhor. Não conseguiu. O pior é que tentou. E o simples facto de o ter feito, de ter atirado o que tinha para cima do adversário na busca da vitória e essa mesma vitória não ter sido alcançada é motivo para preocupação. Notas abaixo:

(+) A genial assistência de Guarín É um momento para ver e rever. Quando Guarín recebe a bola no centro, pronto para rebentar uma bojarda colombiana daquelas que metade das vezes vai acertar num pano da claque e o resto das vezes acerta no interior das redes…eis senão quando Fredy, o nosso Fredy, apercebe-se que Rafa está à sua esquerda e coloca-lhe a bola limpinha e prontinha para marcar um bom golo. Foi um momento mágico, uma inspiração momentânea que faz do futebol o melhor desporto do mundo. Parabéns, Guarín!

(+) Rafa (a marcar)  Segundo golo pelo FC Porto, segundo golo na Taça da Liga. Sobe bem e parece estar muito mais motivado para surgir no ataque em apoio ao extremo à sua frente e o facto de surgir na área em posição de remate faz dele um elemento útil até ao final da época, especialmente quando foi pré-convocado por Paulo Bento para a Selecção. Ah, esperem, a época de Emídio Rafael terminou hoje em Barcelos. Porra.

(+) Sereno  É difícil escolher um bom elemento no jogo de hoje. Tendo em conta o meu histórico de críticas ao rapaz, é ainda mais complicado conseguir dizer bem dele, mas é merecido. Foi dos poucos que tentou remar para a frente com garra suficiente para investir pelo flanco dele (pelo esquerdo na primeira parte, no direito na segunda) e arriscar o que era preciso para arrastar o jogo para o meio-campo do Gil Vicente. Não foi muito produtivo mas gostei de o ver a tentar.

(-) A lesão de Rafa  Desde o Alverca vs FC Porto que não via uma lesão tão grave a resultar de um lance tão inocente. Quando vi Anderson a ser ceifado por Katsouranis, percebi que tinha sido grave. Quando vi Jorge Costa a tentar torcer-se para acompanhar Owen num FC Porto vs Liverpool, reparei na gravidade da torsão do joelho. Hoje, quando Rafa “dobrou” o pé, o meu cunhado só olhou e disse: “ei. foda-se.” Chegou para perceber. Custou ver e deve ter custado muito mais ao rapaz. As melhoras, puto.

(-) Passividade  A infeliz lesão que sofreu não o salva da crítica. O segundo golo do Gil é culpa quase completa da passividade da defesa. Desde Maicon até Rafa, passando por um meio-campo que deveria ter mais consciência da equipa que lhes dá a oportunidade de ostentar as suas cores, toda a equipa mostrou uma passividade que não se pode admitir ao nível que estamos. Compreendo Villas-Boas quando faz alinhar uma equipa secundária, mas como Jesualdo contra o Fátima, apesar do resultado deste não interessar quando comparado com o outro, continuo a achar que as segundas escolhas só se conseguem integrar na equipa quando introduzidos em pequenas quantidades e não em granel à força. O que me custa mais é ver que há esforço mas não há talento. E isso ainda me preocupa mais.

(-) Frente de ataque inoperante  Creio que a partir deste jogo não haverá mais ninguém que diga que é melhor jogar com Walter ao meio em vez de adaptar Hulk à posição de ponta-de-lança. Walter e os esforçados mas pouco produtivos Rodríguez e Mariano nunca conseguiram mostrar o porquê de serem elementos do plantel do (que esperamos vir a ser) futuro campeão nacional. Fracos, ineficazes, parvos, sem chama, sem talento. Mau demais.

Perdemos, pelo quarto ano consecutivo, a oportunidade de vencer a Taça da Liga. Desde o Fátima, passando pelo Sporting e pelo Benfica, foram quatro troféus que desperdiçámos e que nos atrasam na estatística desta competição. Se nenhum portista prima pelo amor a esta Taça, ninguém desdenharia um triunfo na mesma, por muito que a menosprezem quando perdemos. Não foi para este ano. Será para o próximo! Agora…venha a outra Taça. Para lá do troféu, o que conta na meia-final que aí vem é o prestígio mesmo.

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Ouve lá ó Mister – Gil Vicente

André, orientador de mentes jovens!

Acho que não há nenhum adepto do FC Porto que esteja a vibrar intensamente com o jogo de hoje e sabes disso. Cada jogo é um jogo e cada oportunidade de ver a nossa equipa em campo é mais uma chance de a apoiar e de tentar vencer a competição em questão.

Mas…este jogo é diferente por causa do próximo. É uma parvoíce, certo? Não, não é. A probabilidade de sairmos destes noventa minutos em Barcelos com o bilhete para as meias-finais da Taça da Liga é tão alta como o Rui Barros e mesmo sabendo que vais poupar alguns titulares, se calhar era boa ideia fazeres o mesmo com mais um ou dois. Assim de cabeça estou-me a lembrar do Hulk e do Moutinho, pronto. É que por muito que a Bíuíne Cup nos custe abandonar pelo quarto ano consecutivo sem a vencermos, se calhar é mais proveitoso pensar em impedir os rapazes de se enervarem (no caso do Hulk) ou de se lesionarem (no caso do Moutinho) e depois não poderem jogar contra a vermelhada na quarta-feira.

Tu é que sabes, claro, é para isso que ganhas o teu carcanhol. Mas fica o conselho: não vale a pena um gajo matar-se neste jogo para morrer no próximo.

Sou quem sabes,
Jorge

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Apenas sensatez

“A Comissão Disciplinar da Liga abriu um inquérito aos incidentes na Luz. Normal. Depois do país inteiro constatar em direto , na televisão , o que aconteceu entre Jorge Jesus e Luis Alberto , seria um ato de completa irresponsabilidade não instaurar um inquérito para se deliberar sobre o que fazer.

É claro que , durante um ou dois meses , vamos assistir àquilo que já aqui referi na noite dos acontecimentos , ou seja , de um lado , os que vão exigir uma “punição exemplar” e , do outro , os que vão sustentar que isto “são coisas normais” no futebol. Nada que não conheçamos de estórias anteriores. Quando , o que se passa , é que não estamos perante algo que justifique uma “punição exemplar” , nem que seja “uma coisa normal” no futebol.”

Mário Fernando in Jogo Jogado

Cada vez tenho mais respeito pelo Mário Fernando. Não sei de que clube é, nem me interessa muito, só sei que gosto do que escreve.

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