Alegadamente

Gostava de falar com o alegado jornalista do alegado portal de alegadas notícias que alegadamente produziu este último parágrafo. Só para lhe perguntar se ele alega que não percebeu que os termos que usou são notoriamente venenosos ou apenas se é, alegadamente, um “merdas”.

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Os (vis) cronistas da nossa praça: Manuel dos Santos

Ontem ao fim da tarde, enquanto batalhava para combater o tédio de mais uma jornada trabalho/casa, enfrentando as amarguras de uma estrada fria e escura polvilhada pela chuva que caía inclemente sobre os carros que atravessavam as artérias de acesso aos subúrbios da Invicta com o vagar que lhes é permitido, sintonizei a Antena 1 na telefonia sem fios do meu automóvel e ouvi a edição desta semana dos Grandes Adeptos.

Nela, como de costume, assistem-se a três posturas diferentes que se assemelham em muito ao que sucede no Trio de Ataque, com Vasconcellos a atacar porque sim, Guedes a ter de se defender todas as semanas das acusações (verdadeiras ou não, mas o que é que isso interessa?) de que é alvo e Oliveira e Costa a lamentar a má forma do Sporting. Nada fora do comum, portanto. A única diferença está em Manuel dos Santos, que tendo mais saber e eloquência bacoca que o realizador, acaba por monopolizar o discurso de uma forma que torna o diálogo impossível.

Ontem, cuspindo fel por todos os poros, Manuel dos Santos continuou com o seu estilo particular, semelhante a um velho alcoólico numa taverna, associando todos os males do mundo ao FC Porto, ao seu Presidente, à instituição, a tudo o que se pudesse remotamente ligar ao nosso clube. É já um hábito ouvi-lo a espumar naquele seu jeito tão comum noutros cronistas desta nossa garbosa praça, que acham tão giro dizer mal da maneira mais vil que imaginam, criando teorias, confirmando factos por si manufacturados, ocultando as verdades que não interessam e exacerbando as que lhes dizem respeito e acima de tudo enfiando na cabeça de muitos incautos ouvintes que nunca questionam (Céus, a heresia!!!) os comentários lavados a vermelho que proferem. É tal masturbação intelectual que aposto que relêem o que escreveram em frente ao espelho, talvez com uma balaclava na cabeça e uma fotografia do Saviola em frente, com o hino a tocar e a mão na ferramenta.

Manuel dos Santos é mais um desses geniais exemplos. Um deputado socialista que chegou a ser Vice-Presidente do Parlamento Europeu e Secretário de Estado do Comércio de Guterres, mentor da lei que impedia as grandes superfícies comerciais de abrirem aos Domingos, é uma figura respeitada no nosso país extra-futebol. Até o gosto de ouvir falar sem ser sobre bola, vejam lá. Mas ontem, mais uma vez branqueando o que deveriam ter sido expulsões de jogadores do seu clube, dizendo coisas como “tenho aqui todos os jornais desportivos e nenhum fala disso que o Miguel (Guedes) está a dizer“, quando sabe perfeitamente que mente (ver aqui), ou então comprou a Marca, jornal mais próxima da sua cor e de editorial semelhante.

Já li muitos benfiquistas dizerem que o triunvirato de cronistas benfiquistas deveria ser composto por Ricardo Araújo Pereira, Leonor Pinhão e Manuel dos Santos. Se juntarmos a esses três rapazes outros nomes como Miguel Góis, Domingos Amaral, Fernando Guerra, António-Pedro Vasconcellos ou Rui Gomes da Silva, podemos juntar todos num saco e compôr um conjunto que me merece, a nível futebolístico, o respeito que reservo para as fezes de rato.

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Votação: Mercado de Inverno: reforços?

Esta é uma altura sempre mais ridícula do que devia ser. Os nomes aparecem na imprensa como contactos de massagens exóticas no Record, cada um deles apregoado como o salvador da pátria mais próxima e contentores de brasileiros aparecem vindos de equipas como o Ichupeguaçú ou o Garatinguetaguá para tirar o lugar aos outros brasileiros que tinham chegado no início da época. Enfim, é uma parvoíce. Mas compreendo que as equipas precisem de reajustar alguns nomes e aproveitar para dispensar o bêbado que chega sempre tarde aos treinos ou o gordo que insiste que “feijoada é saudável” e assim sendo convém saber, para além dos jornalistas, que sector é que a malta acha que devíamos reforçar. Mais de 400 pessoas votaram assim:

  • Guarda-redes: 1%
  • Defesa: 13%
  • Meio-campo: 2%
  • Ataque: 53%
  • Não é preciso: 27%

Quanto vejo tantos votos para o ataque não posso deixar de pensar que a maior parte da malta se refere em particular ao centro do ataque, já que as alas estão com gente a mais e ainda que Mariano só agora volte e tanto o Ukra como o Cebola estão a defraudar expectativas, a zona que poderia precisar de mais um rapaz seria a da área. Falcao está cansado e Walter é o único que sobra, por isso ainda podemos ver entradas para esse sector até ao final de Janeiro. Para além disso sinceramente não vejo necessidade de retoques…

Próxima votação: Liga Europa: vamos passar frente ao Sevilha?

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Baías e Baronis – FC Porto vs Nacional

A primeira frase que tem de ser dita sobre este jogo é que perdemos mal. Quem viu o jogo percebeu que só uma equipa trabalhou para tentar ganhar, ainda que tenha sido um esforço fraco e sem a garra e agressividade que um confronto contra uma equipa como o Nacional exigia. Houve falhas a mais na rectaguarda, a começar pelo infeliz guarda-redes e continuando pela permissividade da defesa e da incrível porosidade do meio-campo, que foram incapazes de controlar uma equipa que se resguardou bem na zona defensiva, empilhando jogadores atrás de jogadores em zonas recuadas e que jogou sempre com uma agressividade bem acima da nossa média. Não há grandes pontos positivos a tirar deste jogo a não ser o facto da derrota que já se anunciava há vários meses não ter acontecido num jogo do campeonato. Mas uma derrota é uma derrota e uma equipa como a nossa não pode de forma nenhuma perder um jogo em casa, ainda que numa competição inferior, e não tentar a todo o custo recuperar moralmente de uma pressão que sofreram mas à qual não mostravam querer soçobrar. Perdemos. Siga a rusga:

(+) Guarín  Foi o menos mau dos rapazes de azul-e-branco vestido que alinharam na noite fria do Dragão. Talvez pelo recuo das linhas madeirenses, o colombiano jogou na posição 6 mas foi bem mais subido no terreno que alinhou em quase todo o jogo, arrastando jogo para a frente e apenas ficando a perder na não-cobertura da sua posição defensiva pela parte dos seus colegas. Nem Moutinho nem Ruben conseguiram recuar o suficiente para tapar os contra-ataques que eram invariavelmente conduzidos pela zona central, onde Guarín não estava, compreensivelmente. Usou muitas vezes o corpo para combater a fúria adversária, na maior parte das vezes com sucesso.

(+) João Moutinho  A nível ofensivo foi o melhor, juntamente com Guarín. Não conseguiu a habitual rotação de jogo com que pauta a organização da equipa mas foi dos poucos jogadores clarividentes do nosso lado, como de costume.

(+) Rolando  É complicado jogar bem quando se está a tentar tapar as falhas do colega do lado, mas Rolando conseguiu-o, tal como tinha feito ano passado quando Bruno Alves estava naqueles dias difíceis em que parecia alvejar mais pescoços que bolas. Foi prático e simples e era o que pedia. Tem de ser um pouco mais patrão e exigir dos colegas a atenção e a concentração com que tem encarado os jogos.

(-) Falta de agressividade  Não é o primeiro jogo que o FC Porto trava o ritmo deliberadamente para tentar encontrar espaços numa carapaça contrária que parece imune aos rasgões de Hulk ou à subida dos laterais. A alternativa natural é rodar a bola entre os jogadores do meio-campo e esperar por uma falha da defesa. Quando essa rotação é, como hoje, feita a um ritmo de treino, é menos provável que o adversário facilite e abra espaços e hoje exibimos uma falta de ritmo que foi por vezes incomportável para uma equipa que quer ganhar esta competição, como acredito que aconteça. Villas-Boas berrava e gesticulava para dentro de campo mas nada fez os seus meninos mexerem-se de uma forma que convencesse os adeptos que havia vontade de vencer sendo melhor que o adversário e não apenas com lances fortuitos. Fomos fracos fisica e mentalmente e não conseguimos mudar a maneira de agir durante os 90 minutos.

(-) Sereno  Foi o único, juntamente com Guarín, que usou o corpo para lutar contra a maior força e intensidade de jogo do adversário. Quando digo “corpo”, refiro-me aos pitões, aos ombros e aos braços. Estou à espera que alguém faça um estudo estatístico para contabilizar a quantidade de vezes que Sereno se aproxima de um adversário sem fazer falta, seja ou não marcada pelo árbitro. Aposto que a percentagem se aproxima dos 0%. Falhou consistentemente hoje à noite e incomoda-me saber que pode ser opção para jogar na equipa titular. E já agora, alguém me explica porque é que André Pinto está emprestado e temos este rapaz no plantel?

(-) Walter  Lento, incapaz de se soltar para rematar e com decisões que ninguém percebe, Walter é definitivamente um ponto de interrogação em termos da necessidade do FC Porto entrar no mercado de inverno. Não o vejo neste momento como alternativa a Falcao no onze titular e apesar de parecer ter potencial, não me parece uma solução a curto prazo que seja suficientemente produtivo para nos tornar uma equipa tão eficaz e mortífera em frente à baliza como o trio do início da temporada o foi.

(-) Hulk  Tem de render mais. Prendeu-se em demasia à bola e parecia insistir sempre em jogadas individuais em vez de jogar simples e passar a bola para o lado. Com James apagado e Walter totalmente perdido, compreendo que recaia em si a responsabilidade de rasgar as defesas, mas deve aprender um pouco com Moutinho: quando não dá para furar, tem de se parar e rodar a bola.

(-) Emídio Rafael  Preocupa-me as consecutivas falhas técnicas e de posicionamento do moço. Aparece muitas vezes a apoiar o ataque, quase sempre bem colocado para receber a bola, mas quando a recebe habitualmente não sabe o que fazer com ela, e quando a perde parece hesitar entre a pressão rápida e o recuo estratégico no terreno. É confrangedor ver a incapacidade de comunicação com os centrais.

(-) Kieszek  Seria fácil crucificar o polaco. Apesar de tudo teve culpas evidentes no primeiro golo, mas o que fez não foi nada que Helton ou Vítor Baía não tivessem feito no passado. Ainda assim é uma falha tremenda que levou a que uma exibição que até aí não estava a ser beliscada acabasse por se tornar num pesadelo com falhas constantes que decorreram do nervosismo que se apoderou dele. Esquece este jogo, rapaz, e continua a trabalhar como dantes.

Não é o fim do mundo mas é um bom aviso. Nunca alinho nas tretas das equipas invencíveis porque o trajecto é bom mas não é o que interessa mais. Perder não me custa, perder muito é que chateia. Villas-Boas sabe isso e sabe também que vai ter de distribuir umas estaladas metafóricas nalguns rapazes e fazê-los perceber que não se pode facilitar e que é preciso continuar a trabalhar e a jogar no mesmo ritmo rijo e intenso que impusémos na segunda metade de 2010. Só assim podemos libertar-nos da histeria em que a imprensa vai en
trar e da pressão que vamos sofrer para não perder de novo, especialmente para o campeonato. É que se isso acontece…começamos a perder mais que a vantagem pontual, perdemos a credibilidade e a união entre os adeptos e a equipa. Não nos podemos dar ao luxo de assumir que este foi nada mais nada menos que um jogo mau que perdemos com algum azar e bastante azelhice.

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