A vez de Tomy

Tomás Costa é um nome que não consegue reunir consenso entre os adeptos portistas. Ao passo que muitos consideram que o jovem argentino como um joker, um utilitário faz-tudo que pode servir para jogar em várias posições do meio-campo para trás. Já o vimos a jogar como lateral direito em diversas ocasiões, a lateral esquerdo noutras, a trinco, médio de cobertura, interior direito…enfim, uma panóplia de opções tácticas que Tomy pode cobrir, com resultados nem sempre muito animadores, ao contrário de um certo jogador que o precedeu aqui há uns anos e que envergava o mesmo número na camisola (qualquer coisa Santos). À imagem do seu antecessor, Tomás Costa não é genial mas é agressivo, por vezes um pouco demais, rápido sobre a bola, de passe curto e simples, sempre passando o protagonismo para os outros e jogando só para a equipa.

Lá para o meio da época transacta, quando Lucho estava lesionado e Mariano se chegou à frente para ocupar o lugar do compatriota, Tomás Costa ficou como uma segunda opção para poder ser utilizado em qualquer lugar que tivesse de ser ocupado por um ser humano que pudesse dar o seu contributo à equipa. Sempre com Guarín ao lado como termo de comparação, os adeptos começaram a tomar os dois como padrão de inadaptação, a par o já mencionado Mariano, esse então num nível diferente, nem superior nem inferior, apenas diferente.
Na temporada passada, Guarín começou a ganhar pontos, Tomás Costa recuperou e terminou a temporada como uma boa alternativa teórica a Fernando e a Meireles, para as faixas laterais da defesa ou até, com uma mudança táctica, para jogar como médio-ala direito, algo que provavelmente agradaria ao argentino dado ser essa a posição onde mais frequentemente era utilizado no Rosário Central, o seu anterior clube.
Este ano, Tomás Costa e Guarín estão a inverter papéis. Tomy está a recuar em termos de performance e de empatia com os adeptos, tem desaproveitado as poucas oportunidades que vai tendo e perdeu claramente o lugar para Guarín tanto no banco como na posição de 13º/14º jogador. Apesar de menos versátil, o colombiano é mais forte e mais prático para levar a bola para a frente, o que parece agradar a Jesualdo.
Amanhã, frente ao Paços de Ferreira, muito provavelmente iremos ver Tomás Costa a alinhar na posição do castigado Fernando, já que Prediger não parece recolher as preferências de Jesualdo. Poderá ser uma das últimas oportunidades que Tomás Costa vai ter para provar que tem valia para ser opção (alternativa, entenda-se) a algumas das figuras principais do FC Porto. Para bem dele, e para bem da equipa, espero que mostre serviço.
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Baías e Baronis – Académica vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

Mais um jogo para uma competição menor, mais uma exibição medíocre, mais uma imagem triste e fraca que se passa para o exterior, comprovando que as segundas linhas não têm capacidade para lutar com as opções principais. Para as notas que se faz tarde e as pessoas têm de trabalhar:

BAÍAS
(+) O centro da defesa safou-se razoavelmente bem, particularmente na segunda parte. Maicon e Nuno André Coelho (mais o luso que o brasileiro) estiveram em bom plano, entenderam-se bem nas dobras e não deram grandes hipóteses aos avançados da Académica, que se limitavam a estourar para a baliza quando tinham espaço, quase sempre mal.
(+) Fucile. Com um adversário muito complicado pela rapidez que mostra em todas as jogadas, esteve bem na marcação e acabou por mostrar, contra o meu habitual julgamento de ser um jogador pouco motivado para jogos inócuos, que é o único que jogou ontem a titular que terá hipótese de ser titular na equipa principal. Sem dúvida. Miguel Lopes não esteve mal, mas nota-se que precisa de estar mais calmo, o que só se ganha com mais jogos.
(+) Mariano não esteve mal, tendo em conta as limitações que todos lhe reconhecem. Lutou muito, conseguiu passar uma ou duas vezes por mais que um adversário na mesma jogada, e não fosse o facto de ter os pés virados para Meca e não conseguir fazer um passe de morte correcto se a vida dele depender disso…e até podia ser uma boa opção.
BARONIS
(-) Compreendo que não é por enfiar 11 gajos dentro de campo que se pode dizer que temos uma equipa. Ainda assim, é frustrante ver noventa minutos de um jogo fraco, com poucas oportunidades de jogo, a contar para uma competição que ninguém quer, a horas que ninguém gosta e com um relvado quase impraticável. Esta Taça da Liga é um horror.
(-) Farías. Sempre lento, nunca se conseguia antecipar aos adversários e perdia constantemente a bola para os centrais. Fraco, como sempre, e continuo a não perceber o porquê de se falar em renovação…
(-) Tomás Costa. Não é um jogador calmo e pelos vistos nunca vai ser. Sempre que toca na bola e a perde, tenho a ideia que vai dar uma troçada no rapaz que lhe retirou a redonda e vai ser expulso com todas as regalias que tal acto oferece. Se tiver de optar por um substituto a Fernando, pensava várias vezes antes de escolher Tomás Costa. Não está a evoluir, ao contrário de Guarín, que apesar de não ter a maior clarividência quando tem a bola nos pés, ao menos ainda faz alguma coisa com ela.
(-) Valeri. Continua a queimar oportunidades de mostrar serviço, rapaz, vais longe…não é que tenhas sapatos grandes para calçar, o teu número nem era assim tão importante para a equipa nos anos anteriores…
Fraco, feio ou horrível? Escolham, porque uma destas palavras qualifica o jogo de ontem. Se quiserem escolher as três, ninguém se opõe…
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Defesa

Golos sofridos a meio do campeonato 2009/10…13
Golos sofridos em todo o campeonato 2007/08…13.
O sector defensivo, baluarte do FC Porto desde que me conheço, está a fraquejar. E uma equipa que não sabe defender raramente consegue ganhar campeonatos.
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Votação: Jogador dos sub-19 a promover?



Jesualdo tem vindo a experimentar alguns jogadores da nossa “cauntera” (à Porto, carago) nas competições menores do nosso calendário, e há já sectores da massa associativa a reclamar mais utilização destes putos noutras andanças mais importantes. Depois de vermos estes miúdos a jogar, fiquei curioso quanto às preferências da malta, daí o inquérito: Quem merece uma hipótese no plantel? As respostas foram:
  • Yero: 5%
  • Sérgio Oliveira: 90%
  • Abdoulaye: 0%
  • Alex: 5%
  • Dias: 0%
Não comento porque não vi nenhum deles ao vivo. Do que vi pela têvê, Sérgio Oliveira pareceu mostrar potencial e não pode ser pior que Tomás Costa ou Prediger. Já Yero faz lembrar uma mistura de Vinha e Quinzinho, com uma pitada de Lee Stringfellow. São novos e têm muito por onde evoluir, mas continuo a acreditar que há talento nestes rapazes, bem como em alguns dos que temos emprestados por esse mundo fora com Castro e Diogo Viana à cabeça.
Próxima votação: Alternativa a Fernando?
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Baías e Baronis – FCP vs Leiria


(foto retirada de fcporto.pt)

A noite estava fria e a chuva, ligeira mas constante, caía sobre as nossas cabeças como um prenúncio de soturnidade que não assentava bem no espírito Natalício que acabava de expirar. Eis senão quando, do meio de nada, numa altura em que as almas já repousavam em descanso depois de um fim-de-semana retemperador, ainda que frio, aparece um jogo que, nada fazendo prever, acabou por se transformar num quasi-épico para terminar em grande a primeira volta deste nosso campeonato da bola. Foi, como tem sido infelizmente habitual este ano, um jogo de parvoíces. Siga para notas:

BAÍAS
(+) Varela, mais uma vez. Num deserto de ideias e capacidade criativa para um ataque minimamente condizente com os nossos pergaminhos, temos em Varela o único fogacho ciente do papel que ocupa e da vontade que tem de mostrar serviço e de produzir qualquer coisa mais que uma corrida pela linha e um cruzamento para a bancada. Este ano tem sido um dos poucos elementos que consegue ostentar a camisola que tem ao corpo com algum orgulho pelo trabalho realizado. Merece.
(+) Álvaro Pereira. Depois de várias experiências falhadas e uma semi-acertada (tendo em conta o pouco tempo que cá passou, Cissokho foi melhor que todos os outros juntos), o uruguaio está de pedra, cal e cimento no lugar. Tal como Varela não é genial mas acaba por ser um elemento sempre muito interventivo nas manobras ofensivas da equipa, apoiando o flanco e regressando para a defesa a alta velocidade. É jeitoso e pode vir a ser um excelente investimento, basta aprender a centrar uma bola em condições.
(+) Falcao. Não nos iludamos, o colombiano não é Lisandro nem Jardel. É um meio termo, com o oportunismo do brasileiro e a luta do argentino, pecando apenas pela lentidão que não consegue sacudir, mas que pode ainda ser trabalhada para pior. Ou seja, para ser menos lento. Domina bem a bola no meio dos centrais e abre bem para os extremos/interiores que o acaompanham no ataque. Marcou dois golos, já vai em 10 no campeonato e é uma das figuras da equipa, pelo menos até vir outro ponta-de-lança ou até Orlando Sá mostrar o porquê da sua contratação ao Braga, já que não vejo Farías a tirar-lhe o lugar.
(+) Helton. Que o rapaz era capaz do melhor e do pior, todos os portistas o sabiam. Agora que conseguia ir das profundezas de um inferno dantesco até às portas celestiais no decorrer de um único jogo, já ninguém esperava. Defender um penalty é sempre bom. Aos 92 minutos, ainda melhor. Quando o resultado está 2-2, upa upa. E depois de sofrer um frango enorme (ver Baroni abaixo), conseguir recuperar mentalmente de forma a ter a presença de espírito para marcar a diferença, é obra. Safou-se de boa.
BARONIS
(-) Há uma intensa previsibilidade no jogo criativo da nossa equipa que assusta os adeptos. Todo o estádio já viu as subidas de Álvaro sem ninguém pela frente, atrasando para Rodríguez que tenta fintar um ou dois, deixando para Meireles quando invariavelmente não passa pelos oponentes, ao passo que Meireles vai rodar quase sempre para Fernando ou Bruno Alves, que passa para o lateral direito…e recomeça o ciclo no flanco contrário, com os mesmos trejeitos e infelizes decisões, só mudando os nomes nas camisolas. É tudo muito “pastoso”, lento, arrastado e previsível. As equipas que aparecem para jogar no Dragão já conhecem o estilo há que tempos e já sabem a melhor maneira para o contrariar. Resta-nos sempre um ou dois ressaltos na área e uma ou outra arrancada do Varela. E pouco mais temos.
(-) Outra coisa que tenho reparado acaba por ser a contínua estagnação (peço desculpa pela redundância semântica) da qualidade de jogo da equipa. Semana após semana vemos os mesmos jogadores tristes, sem grande motivação, com algum empenho mas pouca concentração, com medo do adversário, seja ele quem fôr, e uma gritante incapacidade de controlar um jogo que não pode fugir do seu alcance. Ontem veio ao Dragão uma equipa que está e estará no máximo a meio da tabela no final do campeonato. Marcou dois golos porque fez dois remates (pronto, um, o primeiro não conta) e ainda teve mais algumas semi-oportunidades. Cada um dos golos surge depois de nos colocarmos em vantagem e não a conseguirmos segurar. Chegou ao ponto em que qualquer equipa pode dar cá um salto e sacar uns pontinhos, seja ela o Benfica ou o Olhanense. Estamos a transmitir um espírito de equipa pequena.
(-) Fernando esteve mais uma vez mal. É frustrante olhar para o campo e ver que um dos melhores jogadores da equipa tem por vezes algumas atitudes infantis que o colocam no lote dos demais quando claramente tem qualidade para estar no topo. A forma como nos últimos jogos tem vindo a reclamar de TODAS as bolas em que o árbitro lhe aponta uma falta é sintomática da instabilidade competitiva que a equipa atravessa desde Agosto. Terá de crescer ainda um pouco mais.
(-) Helton. “É sempre a mesma merda, põe as putas das mãos em frente à bola e espera que ela pare!“, dizia um colega da Porta19 ontem após o primeiro golo dos visitantes. Com as devidas desculpas pelo vernáculo algo exagerado, mas a frase faz todo o sentido. Helton que este ano até estava bem mais estável que em tempos idos, acaba sempre por trazer ao de cima o excesso de confiança com que entra em campo, tal como aconteceu, apesar de menos exuberantemente, em Braga. Safou-se de boa, como disse acima, ao defender o penalty, mas a imagem do rapaz vestido de laranja, com as mãos perpendiculares ao relvado e a bola a passar-lhe por cima…fica na memória.
Começa a s
er entediante escrever quase sempre a mesma coisa, mas cá vai: foi pouco, mas chegou. No final de uma primeira volta bem abaixo do que os adeptos desejam, fica a sensação que não há muito mais a fazer para melhorar as exibições que temos visto. 4 pontos de diferença são perfeitamente recuperáveis e podemos chegar ao final da Liga em primeiro lugar! Mas se me perguntarem se estamos a fazer o suficiente para isso acontecer…
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