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Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 Guimarães

 

foto retirada da conta do FC Porto no Twitter

Antes do jogo escrevi: “Ganhar. Gerir se possível, golear quando aplicável.”. E fico muito contente por ver que não só o treinador leu o meu texto (como aliás seria de esperar já que é dirigido a ele) mas também os jogadores, que fizeram exactamente o que eu pedi. E exactamente, presumo, o que o próprio treinador pediu, porque vimos uma exibição consistente, sem necessidade de grandes correrias mas com um equilíbrio quase perfeito entre controlo de jogo e posse de bola e ruptura no ataque. Ah, e as bolas paradas estão assim (clique feito com a língua no céu da boca, enquanto o polegar e o indicador da mão direita fazem um círculo no ar). Vamos a notas:

(+) Danilo. Um jogão. Esteve em todo o lado mas foi em particular pela forma como subiu com bola (aos 80 minutos estava a passar à minha frente a galopar pela relva acima, o doido!) e como se colocou sempre disponível para criar perigo com remates de longe (de pé esquerdo ou direito, credo!) ou pela maneira como aparece imponente nas bolas paradas ou a pressionar alto e a usar o corpo bem como barragem que impede o crescimento do adversário. Tremo a pensar o que nos acontece se Danilo não estiver disponível para jogar na Champions em Fevereiro, porque com Reyes a central…tremo, digo-vos!

(+) Herrera. Eu aplaudi o Herrera de pé no Dragão. É verdade. E estava completamente sóbrio, por isso podem perceber o que o homem jogou, tanto atrás como à frente, soltando a bola com inteligência e acima de tudo mantendo-a parada quando era necessário, pausando o jogo, acalmando a equipa e…pá, nem acredito nisto…liderando-a com inteligência. Uma inversão de opinião dá-se quando chegar aos 180 graus e eu já estou nos 140 e tais, porque este Herrera a jogar calmo, com confiança, está a quilómetros do tolinho que via a correr no ano passado.

(+) Bolas paradas. Há muitos anos que pedia trabalho específico nas bolas paradas e apesar de temer sempre que se passe do 0.08 para o 80 mil, não deixo de ficar muito satisfeito ao ver que estão a trabalhar nos treinos. Sabem, aqueles meses todos em que não se viam melhorias em lances de bola parada agora notam-se ao fim de dois ou três e isso, minha gente, vale pontos. Não quero depender delas, mas quero poder aproveitar ao máximo para ver um livre ou um canto a nosso favor e não pensar, como fazia antes: “bah, outro pontapé de baliza para eles”. Missa happy.

(+) “Ganhar. Gerir se possível, golear quando aplicável.” Sim, sei que estou a repetir o mesmo que disse no arranque do post, mas é exactamente esta máxima que temos de aplicar em todos os jogos em que defrontamos equipas que serão teoricamente inferiores à nossa. Se excluirmos os jogos contra Benfica e Sporting e um ou outro jogo fora de casa, a ideia tem sempre de ser uma vitória, tranquila ou não. Para a tornarmos tranquila, há que gerir bem e se gerirmos suficientemente bem e for possível subir mais um bocadinho, siga para marcar mais alguns. A pensar assim seremos campeões, a bem ou a mal.

(-) Dezasseis mil. Eu sei que estava frio, que o jogo dava na televisão e que as compras de Natal não se fazem sozinhas. Mas caramba, tão pouca gente no Dragão para os oitavos da Taça contra o Guimarães parece-me absurdo, mesmo contando com a valiosa participação da malta de Guimarães que lá veio A3 abaixo aos magotes, como sempre fazem e ainda bem. E se não conseguimos mais gente é também graças à hora do jogo e acima de tudo à calendarização, que com antecipação de jogos por causa do Mundial estão a estragar competições internas de vários países, onde a Taça é um bom exemplo disso. E espero pela Taça da Liga, no dia 21 de Dezembro à noite. Upa, é só motivos para sorrir, né?


Quartos da Taça. Simpático mesmo era calharmos contra o Farense, não só pela valia da equipa mas para dar um docinho ao Azul ao Sul e deixá-lo ver o FC Porto na zona dele!

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Baías e Baronis – Aves 1 vs 1 FC Porto

foto retirada do zerozero

Uma das coisas que distingue um wannabe de alguém que de facto consegue alguma coisa é a capacidade de aguentar a pressão e de produzir mesmo quando a sofre. E nós, com a imagem que deixamos hoje nas Aves, falhamos de uma forma óbvia e preocupante num jogo que não podíamos falhar, algo que foi notado por todo o mundo e mais sete ou oito jornais marcianos. Hoje não jogámos bem. Hoje não defendemos bem. Hoje não atacámos bem. Hoje fizemo-nos em trampa perante um adversário que não vale o suficiente para sequer nos termos de preocupar com eles. E se ficamos nervosos perante o Aves, imagino como será na próxima sexta-feira. Notas abaixo:

(+) Danilo. O único homem que esteve sempre a gritar para os colegas, a orientar a equipa em campo, a tentar com todas as forças levar o FC Porto à vitória e subir no terreno para o conseguir. Não fez um jogo perfeito mas foi o melhor jogador em campo de camisola azul às costas e continua a mostrar a vontade que tem em ganhar todos os jogos em que sobe ao relvado, dando o exemplo a todos os companheiros de luta que por vezes cedem demasiado rápido à pressão e desorientam-se em campo (ver abaixo). Bom jogo, não merecia perder pontos hoje.

(+) Ricardo Pereira. Bom golo (excelente passe do Soares, já agora) e algumas boas incursões, num jogo conseguido apesar de pouco dinâmico na segunda parte, em grande parte pela necessidade de manter o flanco mais tapado. Foi dos poucos que se safou com nota positiva.

(+) Sá. Muito rápido a sair da baliza, salvou a equipa depois de mais uma imbecilidade nascida do nervosismo quando saiu aos pés do tipo do Aves e conseguiu depois agarrar o ressalto. Nada a fazer no golo, foi ainda importante para segurar alguns cruzamentos perigosos do Aves, especialmente na segunda parte.

(-) Ceder à pressão. Tremideira da boa. A equipa não está num bom momento a nível da construção de jogo, demasiado sôfrega a tentar colocar bolas na frente, despachar os resultados e acabar com o jogo rapidinho. Não parece estar, ao contrário do que aconteceu durante várias semanas consecutivas, a gostar do que faz. Houve várias jornadas em que a equipa estava bem e sorria a jogar, trocava a bola com entusiasmo, independentemente da forma de jogar, dos jogadores que lá estavam na relva ou fora dela e da facilidade com que marcavam, driblavam ou rematavam. Entretanto algo mudou, não sei se pela classificação, pelo ruído em torno de Casillas ou Óliver ou seja lá quem for o próximo “gate” que vão criar, a equipa parece tensa em campo, pronta a liquefazer-se em fezes pouco consistentes ao primeiro sinal de perigo. É uma equipa que está a ceder à pressão de uma forma preocupante e fá-lo num momento muito complicado e no meio de um ciclo que exigia mais calma, muito mais descanso mental e confiança. Há que recuperar esse espírito, caso contrário temo que possamos vir a passar momentos muito complicados num futuro bem próximo.

(-) Felipe. Rapaz, temos de falar porque esta merda não está a funcionar. Tínhamos uma relação porreira e tal, havia aqui empatia, carinho, respeito e admiração que só não eram mútuas porque tu não fazes a menor ideia quem eu sou. Mas aquele Felipe devorador de virgens, esbofeteador de funcionários das finanças e degolador de prepúcios, onde está? Desapareceu para outra dimensão e deixamos de o poder ver? É que este Felipe que tenho visto a jogar é bem mais próximo de um Maicon e isso é algo que não só não preciso como dispenso com fervor. VÊ LÁ SE ATINAS, PÁ, QUE ESTOU FARTO DE TE VER A FAZER CAGADA ATRÁS DE CAGADA!!!

(-) Herrera. O único jogador do meio-campo. Ponto final. Porque o outro jovem que lá andou mais valia vestir uma camisola vermelha e branca com riscas verticais, tal foi a quantidade de vezes que estragou em vez de construir. Distraído, lento, sem a capacidade prática dos últimos jogos, foi uma exibição daquelas que vi durante anos e que me fez querer que fosse despachado para muito longe daqui. Esteve exactamente ao contrário do que tinha feito em vários jogos consecutivos este ano e confirma que está no pior período da época. Mesmo antes do jogo contra o Benfica. Lovely.

(-) Arbitragem. Os amarelos a Corona até se entendem e chateia-me sempre a coisa do “o árbitro podia poupar o jogador por ser o segundo”. Tretas. Mas…e há um grande “mas”, os outros rapazes não têm o mesmo tratamento? Ou o mesmo Corona que leva um pisão do Defendi na primeira parte, não merecia o mesmo amarelo? Ora lá está. E o penalty, que o árbitro pode ou não ter visto, é evidente para toda a gente que viu na televisão e como tal deveria ter sido evidente para o video-árbitro. E foi, mas ao contrário. Porque não quis ver, não vejo outra forma de dizer isto. Porque viu e optou por não ver, numa espécie de falácia em forma humana que dá pelo nome de Bruno Esteves. Vão lá ver a lista dos “padres”. Pois. É fodido, não é?


Podíamos chegar ao jogo contra o Benfica com a moral em alta? Podíamos. Mas parece que já não sabemos viver à grande. Ou ainda? Tenho de perceber isso ao longo dos próximos meses…

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 2 Portimonense

imagem retirada do zerozero

Desde o início do jogo que me pareceu que a equipa não estava muito interessada em vencer o jogo. E foi uma pena, porque acabamos por arriscar ser eliminados da Taça. Em casa. Frente a uma equipa que nos é inferior e que mostrou que esteve em campo com muito mais vontade de jogar, ganhar e passar a eliminatória do que nós. Safámo-nos pelas pontinhas de uns pentelhinhos que por lá passaram, graças à capacidade e eficácia de dois dos jogadores que estão a ser dos mais importantes da época e tudo aponta para que continuem assim. Ufa. Vamos a notas:

(+) Danilo. Ah e tal porque está cansado e porque foi o gajo mais utilizado na Selecção e estourou-se todo e é uma vergonha, yadda yadda. O que eu vi foi um Danilo cheio de força. Um Danilo com garra e vontade de jogar. Um Danilo que se entregou à luta sem problemas físicos. Um Danilo que comandou a equipa bem mais que Óliver e muito mais que André. Um Danilo que podia perfeitamente ser o capitão desta equipa pelo que mostra em campo e pela forma como leva a equipa às costas. Um grande Danilo, foi o que vi.

(+) A vontade na segunda parte. A vontade que faltou na primeira apareceu na segunda e mesmo com um futebol fraquito, a equipa mostrou outra cara depois do intervalo. Sim, fomos trapalhões, pouco rematadores (muitos dos remates surgiram depois de bolas paradas) e individualistas nalguns lances, mas lutámos muito e quase compensávamos o que não lutamos na primeira.

(+) Iker a liderar a roda depois do jogo. Depois de toda a conversa, foi estupendo ver Iker Casillas a liderar o grupo depois da expulsão de Sérgio Conceição. Nada mais a dizer sobre isto, nem aqui nem fora daqui.

(+) André Pereira. Ao contrário do que aconteceu com Galeno na pré-época e vários outros jogadores que foram aparecendo episodicamente ao longo dos anos vindo das equipas secundárias, pareceu não acusar a pressão e entrou em campo para ajudar a equipa, independentemente do nome ou número que tem nas costas. Lutou, entranhou antes quase de ter tempo para estranhar e fez uma boa estreia na primeira equipa.

(-) A falta de vontade na primeira parte. Assim não, meninos. Alguns jogadores ainda quase não tinham tocado na bola e a equipa já estava a vencer, o que pode ter ajudado a que estivessem quase toda a primeira parte, em bom vernáculo, “a cagar para o jogo”. Não contesto a valia do Portimonense, que teve uma postura estupenda e um sentido prático, mas é impossível de justificar com cara séria uma exibição destas. Em particular na defesa, porque se formos a comparar as performances defensivas de ambas as equipas podemos perceber que o Portimonense defendeu mal porque não sabe mais; nós fizemo-lo porque não nos apetecia fazer mais. E isso chateia-me muito.

(-) Hernâni. Dude. DUDE! Estás a tentar fazer com que o pessoal não goste de ti ou é mesmo só isto que tu consegues dar à equipa? Não acredito em nenhuma das opções, mas a verdade é que começa a ser complicado apoiar a tua presença mais assídua no onze titular, especialmente porque este tipo de exibições não ajudam nada a acreditar que podes fazer a diferença pela positiva. Tem lá calma, pensa no que vais fazer e não esperes que a sorte te caia do céu.

(-) André². Meh. É isto que André traz à equipa: meh. Não remata, não faz grandes passes, raramente faz passes razoáveis e não marca a diferença. Nem pela positiva nem pela negativa, é neutro. É pouco para ser titular no FC Porto e quem me dera que houvesse aí opção para o substituir. Ah, espera…


E a sequência que agora começa e que vai em crescendo até o jogo contra o Benfica ia arrancando da pior maneira. Vamos ver como continua já na terça-feira.

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 RB Leipzig

Não sei que tipo de portal para um universo paralelo é que atravessei hoje à noite antes de entrar no Dragão, mas no final do jogo apercebi-me que tinha aplaudido Marega de pé, Herrera de pé e aos gritos e Maxi Pereira de pé, aos gritos e a abraçar três amigos ao mesmo tempo. Porque o futebol, ao contrário do que diz o Shankly, não é mais importante que a vida ou a morte. O futebol agrega e separa, une e afasta, mas é sempre, sempre, um desporto de emoção. E hoje, no Dragão, vivi mais uma bela noite, onde comecei a sorrir, passei da euforia à fúria e acabei como comecei, a sorrir. Gotta love this game! Vamos a notas:

(+) O espírito de luta. Não há dúvida para ninguém que tenha visto este Leipzig a jogar que os rapazes são bons. Para além de trocarem bem a bola, são fortes, largos, rápidos e cobrem mais terreno que nós em menos tempo. São uma equipa habituada a jogar contra Bayerns e Borussias, trabalham muito bem e valem o que recebem. Mas nós sempre mostramos que estávamos cá para ganhar o jogo e muito embora a estratégia inicial tivesse sido audaz, a lesão de Marega podia ter servido para abanar a equipa. A malta levantou-se e marcou logo de seguida. Impecável. Segue-se cachaçada pujante pelos alemães durante trinta minutos consecutivos de posse de bola, trocas rápidas e criação de perigo com remates de longe e incursões pela área com alguma facilidade, com o FC Porto sempre a lutar mas quase sempre a dar a bola ao adversário, o que parecia deliberado apesar de não poder contar com Marega para romper em velocidade e com Brahimi a complicar um pouco. Marcaram então os alemães no início da segunda parte, talvez na única falha defensiva grave durante todo o jogo. A equipa foi abaixo? Nem pensar, levantou-se de novo e começou a jogar. A jogar com calma, com a cabeça que parecia ter faltado quando a bola tinha estado nos nossos pés. E lutou. Trabalhou. Tapou. Limpou. Salvou. Rebentou. E alguns minutos depois marcou. E acalmou. E controlou. E celebrou. E sentiu que todos à volta celebraram com eles, porque o estádio ficou a aplaudir bem depois do jogo ter terminado, em simbiose com a equipa e a agradecer a bela noite que todos tínhamos vivido. Foi como se o estádio estivesse todo na relva, ao lado deles. E que bem que soube.

(+) Corona. MVP da partida, para mim. Foi um Corona prático, útil, aguerrido na defesa e entusiasmante no ataque, sempre à procura da melhor opção e, ao contrário do que fez em tantos outros jogos, a tomar uma opção antes de estar tudo pesado na sua cabeça. Esse, que é o grande defeito de Corona – a busca incessante da jogada perfeita que raramente aparece – foi hoje colocado em prática de uma forma tão simples e tão directa no melhor que podia ter feito para ajudar a equipa: colaborar com o colega que joga atrás dele e integrar-se no ataque com o resto da equipa, jogando para ela em vez de apenas para si. Foi dos melhores jogos que vi dele e saiu exausto, quiçá lesionado. Faço votos para que banhos, massagens e um ou outro handjob cheguem para o rapaz recuperar para sábado.

(+) Herrera. Mais um excelente jogo de Herrera. Eh pá, eu sei, mas que querem, o homem parece que está determinado em provar que estou errado em relação a ele e eu fico muito contente ao vê-lo a tomar essa atitude, porque Herrera está a conseguir mostrar que é um jogador essencial do ponto de vista táctico e que a sua versatilidade e capacidade de pautar o jogo faz com que o FC Porto consiga ter mais opções no meio-camop do que pensei no início do ano. E agora só falta marcares um hat-trick ao Benfica. Aposto que não consegues, Hector, és um merdas e uma besta e um imbecil. Vá, prova que estou errado como tens feito até agora, eu que já te chamei tantos nomes e agora faço um acto de contrição semanal com as tuas exibições. Seu…seu…capitão!

(+) Os laterais. Muito em jogo a tentar tapar tudo que aparecia pelos flancos, tanto Ricardo como Telles fizeram um bom trabalho defensivo e ainda conseguiram ajudar na frente sempre que foi necessário. Curiosa a opção de Sérgio a manter Ricardo como defesa direito e Maxi a jogar como ala (tão curiosa como acertada, pelo terceiro golo) mas durante todo o jogo foram os principais garantes que a bola iria ser solta para a frente com algum critério. O termo é mesmo esse: soltar a bola, porque houve largos minutos em que era preciso atirar a bola para a frente com tanta vontade que sempre que um homem nosso pegava na bola…eram momentos de angústia para as bancadas. Ambos ajudaram a que essa angústia fosse reduzida e estiveram bem durante todo o jogo.

(-) André na primeira parte. É verdade que entrou a frio e substituir Marega – pelo tipo de futebol físico que dá opções de criação à equipa que mais nenhum consegue dar – não é fácil, especialmente se pensarmos que Moussa é uma montanha de força e envergadura física ao passo que AA é uma espécie de Tyrion Lannister com calvície precoce. Mas AA ficou tempo demais na terra de ninguém, acabando por não funcionar como segundo avançado porque não conseguiu receber a bola e criar espaços no ataque e pior ainda em trabalho defensivo, já que ao entregar a bola aos alemães a equipa dependia dele para a primeira linha de pressão aos centrais adversários e AA nunca conseguiu fazer em condições, ficando sempre num limbo de posição que prejudicou e muito o trabalho dos colegas do meio-campo. Sérgio Conceição ainda trocou a posição dele com a de Herrera nos últimos minutos da primeira parte para forçar a subida mais pressionante da equipa, mas foi na segunda parte que AA conseguiu finalmente soltar-se um pouco, protegendo melhor a bola e trabalhando bem para ajudar a equipa a recuperar a vantagem e a mantê-la.


Uma espécie de normalidade foi hoje reposta, que é como quem diz: é como se tivéssemos vencido os jogos em casa e perdido os que disputamos fora. E agora, há que inverter a tendência na Turquia!

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Baías e Baronis – Braga 0 vs 1 FC Porto

Ganhamos. E ganhamos bem por uma série de motivos. Porque o Braga raramente criou perigo suficiente para sequer pensar em justificar outro resultado. Porque marcamos um e podíamos (perdão, devíamos) ter marcado mais uns quatro ou cinco. Porque fomos bravos e rijos mas também calmos e inteligentes quando foi preciso. Mas arriscamos mais do que seria necessário e temi que uma bola aleatória entrasse na baliza nos últimos minutos e me fizesse lembrar daquele famoso jogo contra o Benfica no ano passado (onde foi NES que o perdeu, não o Herrera). No final, uma vitória merecida e doze pontos em doze possíveis antes da paragem. Goody. Sigam as notas:

(+) Danilo. Que parvoíce de jogo, rapaz. Impecável na cobertura, rijo na marcação e a subir com a bola, foi o bloqueio que precisávamos para conseguirmos arrancar as bolas no meio-campo e rodá-las rapidamente para as laterais, já que Óliver esteve muitas vezes preso por Fransérgio e Vukcevic, ao passo que os extremos inclinavam para o centro e precisavam da linha de passe. E quem a recebia? Danilo, pois claro. Foi o elemento mais constante num dia em que todos estiveram em boa forma e com espírito de luta. E quem vê esta equipa a jogar assim e a viu no ano passado…nem é bom pensar.

(+) Marega. Espero mesmo que não leiam esta frase com qualquer conotação racista, mas eu não resisto: o Marega é uma preview do que acontecerá quando o Bolt for jogar futebol. Corre imenso, joga razoavelmente bem mas esforça-se tanto que mesmo quando não marca golos não consigo criticar o rapaz. E é complicado não criticar porque pode parecer que estou satisfeito “só” com um Marega, até porque tenho a certeza que vai encostar quando o Soares estiver de volta, mas a verdade é que Marega está a fazer tudo para que o Sérgio tenha grandes dúvidas em tirá-lo da equipa. E nada mais lhe posso pedir.

(+) O golo de Corona. A meio da semana vaticinei numa conversa com amigos que íamos vencer o jogo com um golo de Corona. Juro que é verdade. Também disse que ia ser na segunda parte em contra-ataque, mas não nos foquemos nos falhanços e louvemos não só a minha visão oracular mas também o estupendo trabalho do único mexicano que ainda conta para alguma coisa e fiquemos maravilhados com aquele picar de bola por cima do adversário e o míssil que fez com que a bola passasse pelas coxas do Matheus e nos sacasse os três pontinhos que procurávamos. Corona está cheio de vontade e se continuar a fazer coisinhas destas tem lugar no onze de caras.

(+) Telles (especialmente a defender). Safou várias vezes a equipa com cortes fundamentais a cruzamentos largos ou a ajudar a tapar quando Brahimi já estava sem pernas. Não esteve tão interventivo na frente apesar daquele remate cruzado que Matheus, mais uma vez, defendeu para o poste. Está em grande forma e há que sugar o rapaz até ao tutano. Ou não, já que alternativas não abundam…

(-) Xistra. É impossível jogar assim. É impossível estar constantemente a levar pancada e sermos os primeiros a levar um cartão amarelo. É impossível assistir a um jogo em que o adversário tem muito mais corda solta para poder usar a expressão “canela até ao pescoço” sem qualquer problema e usar os braços como se estivesse a pregar ao Santo Adelino dos Barrotes no Esfíncter. Xistra permitiu tudo isto e mais, com Fransérgio a ficar mais de meia-hora em campo a merecer não dois mas pelo menos três cartões amarelos, com Ricardo a levar um cartão amarelo igual ao que não foi dado VÁRIAS VEZES a Fábio Martins, com Sequeira a entrar a varrer de pés juntos, com pés levantados até ao céu durante todo o jogo, mais puxões que uma Black Friday no Nebraska. Aliás, se o Benfica empatou em Vila do Conde à custa daquele…pá, chamemos-lhe “Jonalty”, hoje tinha havido trinta Jonalties a nosso favor. Foi o Xistra do costume contra a equipa do costume. Nem sei porque é que espero outra coisa.

(-) Felipe. Não anda bem, este maravilhoso estupor. Nem é tanto nas falhas quando é obrigado a fazer um jogo vertical positivo (que é como quem diz mandar a bola para a frente), é mesmo na temporização da abordagem aos lances e na maneira infantil como se deixa “comer” pelos avançados em alturas que tem de proteger a bola e obrigar o adversário a fazer uma falta do tamanho de seis Maregas para lha tirar. E Felipe não anda a fazer nada do que fez quando cá chegou. Nem auto-golos (felizmente) nem cortes para a bancada (infelizmente). Assim não gosto, rapaz.

(-) 4-4-2 para 4-3-3 para 4-5-1 para… . Lembro-me bem de NES a tirar Corona e a meter o Ruben. E a fazer o mesmo com Óliver para entrar Layún. E depois Herrera no lugar de Jota. Lembro-me bem porque fui ver ao zerozero já que a minha memória tem capacidade equivalente a um ZX Spectrum. Partido. Anyway, tive um arrepio quando me apercebi que podia acontecer o mesmo e quando vi as três primeiras intervenções de Herrera depois de entrar…assustei-me mesmo (para memória futura, foram: a) tentar desviar a bola com grande intensidade oftalmológica, b) hesitar entre andar ou enveredar numa carreira de homem-estátua e c) tocar na bola com o braço cedendo um livre perigoso because why the fuck not). O final do jogo acalmou-me pela forma mais inteligente como gerimos o tempo e apesar de ser um jogo fora num dos estádios mais complicados, o que até justifica a atitude, é preciso ter cuidado para não perdermos a vontade de ganhar e eventualmente ganhemos a vontade de não perder.


Mais importante que termos vencido o jogo é o facto do Benfica ter perdido pontos e termos conseguido aproveitar isso. Há quanto tempo não acontecia? Depois não querem que um gajo fique com moral…

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