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Baías e Baronis – Boavista 0 vs 2 FC Porto

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Para um observador imparcial, não-versado nestas andanças da bola, deve ser um espectáculo deprimente e/ou entusiasmante reparar nas reacções na forma como um homem adulto, pai, bem adaptado à vida moderna, pagador de impostos e fã de Pink Floyd vive um jogo de futebol deste nível. E este, que foi um derby com muito pouco de derby (já lá vamos), enervou-me tanto porque como todos os portistas que assistiram ao vivo aquele jogo pós-dilúvio que se disputou no Dragão há uns meses e que a meio da segunda parte da partida de hoje começou a pensar: “Queres ver que ainda vamos empatar outra vez a zero com este monte de gajos que ainda ano passado jogavam na terceira divisão da Liga do São José da Pila Murcha?!”. Foi por pouco e a culpa teria sido nossa. Vamos às notas:

(+) Ruben Neves. Perfeito no passe, duro nas bolas divididas e agressivo quando foi preciso. O trabalho de Ruben foi mais fino, mais elegante e bem mais eficaz que o que habitualmente pauta os desempenhos de Casemiro e apesar de não se ter destacado por nenhum lance individual, foi na forma pausada e inteligente com que rodou continuamente a bola entre os colegas, com passes laterais quando necessário e verticais com alguma audácia, que marcou a diferença em relação aos outros dois rapazes do meio-campo, pelo menos até à entrada de Evandro. Grande jogo.

(+) Tello. Se a entrada de Brahimi foi boa apesar de se ter perdido aqui e ali nas fintinhas do costume, a de Tello teve mais impacto. Hoje lutaste, minha motinha estuporada! Hoje, nos trinta e tal minutos que estiveste em campo, deste o litro todo pela causa e não te alheaste das bolas, não fugiste de nada e foste sempre até ao fim para tentar cruzar a bola para um colega e finalmente conseguiste! O mérito também é teu, carago, porque o Jackson ainda está a perceber onde bateu a bola antes de entrar mas se não fosses tu, a vitória podia ter fugido. Hoje lutaste, rapaz, por ti e por todos. Finalmente!

(+) Marcano. Continuo a dizer que gosto deste rapaz porque é rijo e tem aquela mentalidade “no-nonsense” que tanto gosto de ver num defesa central. Sim, eu sou da velha guarda e acho que centrais à David Luiz (ou o que quer que o Sergio Ramos seja, esse parvalhão) prejudicam mais a equipa do que a beneficiam e prefiro ver um gajo que não tem problemas em mandar a bola para a última fila de cadeiras em vez de ficar a brincar com ela como o seu colega do lado insiste em fazer jogo após enervante jogo. Simples, prático, bom toque de bola aplicado quando deve ser. Like.

(+) José Ángel, pela profundidade no ataque. Subiu impecavelmente pela linha e ajudou imenso quer Quaresma quer Hernani…quer Tello pela quantidade de vezes que apareceu em apoio ao extremo. Pecou um pouco pela falta de agressividade defensiva perante Uchebo, que usou quase sempre bem o corpo para o tirar da frente…e Ángel deixou. Não pode, nem que faça falta, o que aconteceu poucas vezes. Ainda assim um jogo muito positivo para o suplente de Alex Sandro, que se arrisca a ser titular para o próximo ano. Leram aqui pela primeira vez, não se esqueçam.

(-) Herrera O que é que eu te posso dizer que tu já não saibas, meu imbecil. Perdoa-me por falar assim contigo mas é o mais eufemístico dos nomes que te posso chamar hoje. É que não parecias estar em campo. Alheavas-te da bola e do terreno com uma facilidade tremenda, falhavas passes como o Maicon, tremias perante a pressão de um qualquer Idris (que nem Elba é, caramba!) e fugias do jogo como um ratinho amedrontado depois de sair do esgoto numa grande cidade. Foste fraco, Hector, foste o Herrera do ano passado e esse moço não tem lugar neste FC Porto. Mas tu tens e eu sei que tens, por isso vai dormir descansado que amanhã é outro dia. E não voltes a jogar como hoje, por favor.

(-) Muita posse de bola, pouco perigo. Cento e quarenta por cento de posse de bola. Contei eu, não é engano. Ou pelo menos foi a imagem que me ficou do jogo, depois de oitenta e tal minutos em que o Boavista saiu daquela zona do Petit (afinal era ali que o rapaz trabalhava) aí umas duas ou três vezes, bem contadas. E o que fizemos nós durante esses oitenta minutos? Pouco, muito pouco. Sim, as trocas de bola foram decentes e o jogo foi completamente dominado. Mas criámos pouco perigo, excessivamente pouco perigo, de tal forma que os próprios jogadores se começaram a enervar em crescendo e só o golo de Jackson ajudou a acalmar o povo. Há que ser mais incisivo na criação de lances de perigo para as balizas contrárias, mesmo que tenham emparedado as mesmas.

(-) Derby só em nome, por agora. Este não é o Boavista. “Isto” não é o Boavista. Por muito que tenhamos estado tempo demais a tentar desatar aquele nó górdio (sem piadinhas aos Silvas, o Elpídio e o Ricardo, bons espécimens de pançudos que por lá passaram) do Bessa, a verdade é que não houve alma nem saber nem grande capacidade para nos fazer frente ou pelo menos para mostrar que queriam mais que uma merdice dum ponto contra o FC Porto. Um derby não é isto, Petit, um derby joga-se como tu jogavas, de presas e pitões afiados, a querer ganhar mais que o outro sem medo do que possa acontecer se não conseguirem. É que se queres ser um treinador de merda como o homem que sempre mostraste ser perante nós, vais pelo bom caminho para te juntares aos Ulisses e Motas desta vida. E já agora, nem meia-dúzia de picardias entre os jogadores para amostra. Afonso Figueiredo, o novo Briguel, ainda tentou, mas ninguém lhe deu troco. Já não se fazem derbies da Invicta como antigamente, carago.


Mais três pontos num relvado difícil (literalmente) mas acima de tudo a confirmação que a equipa não desiste até conseguir o objectivo. Pode demorar tempo suficiente para mandar pavimentar a Índia de ponta a ponta, mas não desiste. O que já não é nada mau.

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Ouve lá ó Mister – Boavista

Señor Lopetegui,

Saudades, caríssimo, saudades de visitar aquele estádio onde já tive um arraial de emoções tão grande que a minha juventude passou por tudo. Alegria, nervosismo, medo, prisão de ventre, soltura…se fizer número na tradicional panóplia do sentimento humano, já passei por isso no Bessa. E garanto que não fui lá mais que meia-dúzia de vezes, mas houve sempre tanto para contar que enchia aqui umas páginas e tu tinhas uma manhã chatita a ler sobre as minhas desventuras em vez de estares a mentalizar o Herrera que não deve deixar parar o cérebro depois de receber a bola nos pés. E hoje vai ser bem necessário enfiares alguns conceitos na mona do nosso povo, porque os rapazes devem estar desmoralizados…senão repara:

  • Danilo, Alex Sandro, Casemiro estão de fora, castigados num jogo em que três dos nossos jogadores levaram amarelo. Guess who? Yup, eles.
  • Óliver re-estourou o ombro na Suíça e fica de fora mais dias do que devia. Devia ficar zero. Fica muitos.
  • É um derby e os gajos vão estar motivados para ver se nos lixam mais dois ou três pontos.
  • O Benfica ganhou o jogo esta semana com mais uma bela arbitragem.
  • Vão jogar num relvado sintético, que é giro para amigos aos sábados de manhã mas não é nada agradável para jogar à bola em condições.
  • O outro treinador é um dos mais feios da Liga e gosta tanto do FC Porto como o Rui Santos. Talvez menos.

Ou seja, está tudo contra nós. Se tudo correr mal, o Tello vai andar atrás da bola a pinchar como louca, o Quaresma vai levar uma ou oito charutadas nos primeiros 10 minutos e não vai resistir a dar uma de volta, o Jackson vai ser ensanduichado tantas vezes que vai mudar o nome para Jackson Mortadelinez, o Ruben vai ficar com as coxas em sangue depois de se raspar pela enésima vez à procura de cortar mais uma bola dividida no meio-campo e o resto…sei lá, Julen, só sei que não tenho um feeling muito bom para o jogo de hoje.

Apostaria numa equipa de combate, eu que sou medroso. Defesa com Ricardo, Indi, Maicon e Marcano. Meio-campo com Ruben, Herrera e Evandro, ataque com Brahimi, Quaresma e Aboubakar. Deixar os gajos cansados, dar a estocada nas alturas certas e esperar que comecem a stickar o nosso pobo. E depois…aplaudir os adeptos visitantes e sair pelo túnel, satisfeitos por um trabalho bem feito.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Guimarães

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Eu bem digo que estes jogos contra o Guimarães têm qualquer coisa de diferente. Seja pela corja que aparece a invadir as nossas bancadas ou pela feroz sub-competição no relvado em que uns se tentam ultrapassar aos outros com tudo o que arranjam ao alcance e que possa servir como aríete para mandar abaixo mais um adversário, a verdade é que estes jogos tem aquele “it” que faz com que o estádio pareça outro, mesmo a uma sexta-feira à noite. E hoje tivemos um FC Porto dominador na primeira parte e trapalhão na segunda, com a única constante a ser a interminável quantidade de golos falhados que deixaram o povo à beira de um ataquinho. E uso o diminutivo porque raramente houve perigo para a nossa baliza…mas se tivesse havido qualquer azar, estaríamos agora a lamentar todas as oportunidades desperdiçadas. Enfim. A notas:

(+) Jackson. Dizia-me o meu colega do lado: “este gajo deixou de ser apenas um poacher e agora é um avançado completo”. Metáforas Footballmanagerianas aparte, tem toda a razão. Jackson tem os timings certos para a libertação da bola, um controlo do seu espaço e do espaço dos outros acima da média, excelente noção de passe e desmarcação e ajuda mais a equipa que se lá puséssemos doze Aboubakares. Estarei talvez a ser um pouco injusto para com o camaronês, mas é impossível que pense sequer em roubar a titularidade a Jackson enquanto o colombiano se mantiver a este nível. Mesmo sem golos.

(+) Marcano. Firme, seguro na defesa, prático e assertivo. Sem problemas em mandar a bola para longe e até a subir um pouco com a bola controlada. Nunca será um central genial mas é daqueles tipos que dá sempre jeito ter no plantel porque é certinho e inventa pouco. Terá roubado o lugar a Indi devido a estas características? Só Lopetegui pode responder.

(+) Casemiro. O saco de porrada preferido dos rapazes da terra do Afonso, esteve bem em todos os lances em que se viu envolvido e só não conseguiu fazer mais porque estava a ser tantas vezes calcado e pontapeado que pouco havia mais para fazer senão cair e queixar-se. Já deu muitas este ano mas ao longo de vários jogos e hoje foi um homem sacrificado mas nunca deixou de colocar o corpo e os tornozelos em prol da equipa.

(-) Tanto golo desperdiçado…outra vez. No jogo contra o Paços escrevi: “Aos vinte minutos, o meu colega do lado abriu a mão em cima da minha perna. Sem tocar, acalmem-se. Apenas quis mostrar com aquele gesto que já tínhamos suficientes oportunidades falhadas para que o resultado que acabou por ser o final já o pudesse ser por aquela altura.“. Mais um jogo, mais uma lista de lances que entram direitinho para o livro ilustrado que se transformou esta temporada de 2014/2015 em relação ao desperdício na frente de ataque. Hoje, com a ajuda de Assis (mas é possível apanharmos um guarda-redes pateiro do outro lado nalgum jogo este ano?! Vamos andar a pagar o karma da exibição do Helton em Braga até quando, meu Deus?!) mas acima de tudo com a inépcia de tantos nomes que até custa iterar por eles. Jackson, Danilo, Óliver, Herrera, Maicon ou Hernâni, todos eles falharam golos que podiam ter custado caro. E tantas oportunidades criadas para apenas um golo lá dentro e um sofrimento tramado na segunda parte é uma infelicidade que começa a ser difícil de aguentar.

(-) A segunda parte, especialmente depois da primeira. Uma primeira parte interessante, intensa, com bom entrosamento entre sectores, mais de 70% de posse de bola, (apenas) um golo e futebol agradável. Começa a segunda e eis que volta o FC Porto ausente, indolente, a pensar que tudo está resolvido e que diabo, são só 45 minutinhos que não custam nada a passar. Não é? Não, não é. E já aconteceu em várias ocasiões este ano vermos a equipa lentamente a desagregar-se após uma ou duas falhas que servem como catalisador da desunião da equipa e a partir das quais raramente se consegue juntar o Humpty-Dumpty com todas as suas peças. Desligando a cabeça, as pernas logo se seguem e o caldo está entornado já já a seguir. Quaresma, que vinha a fazer um jogo medíocre, ainda conseguiu piorar; Herrera cortou a energia para os hidráulicos e acabou-se bem antes dos 65 minutos que esteve em campo; Óliver não acertava a movimentação no terreno, Alex Sandro começou a facilitar, Danilo deixou de subir, Brahimi desapareceu do jogo e Jackson teve, mais uma vez, de recuar para trás da linha do meio-campo. É um caso de estudo, sem dúvida, a forma como a equipa se começa a encolher quando os adversários são mais físicos e mais agressivos sobre a bola, especialmente em jogos disputados antes de outros desafios importantes. Ou talvez não seja assim tão complicado de perceber. De qualquer forma, somem um árbitro permissivo para com o adversário (a sério, caríssimo, não acha que pelo menos o Cafú e o Bernard deviam estar já de banho tomado e fato vestido quando apitasse para o final do jogo?) e um jogo importante a meio da próxima semana e temos aí uma receita para um potencial desastre. Outra vez.

(-) Lances de treino técnico muito mal trabalhados. Cruzamentos. Pontapés de canto. Lançamentos laterais. Há no FC Porto uma espécie de desaprendizagem tremenda em tantos lances que exigem dos jogadores treino contínuo, que parecem fazer com que um rapaz que até tem talento comece a parecer um João Pereira quando pega na bola e segue pela linha pronto a cruzar uma bola para o avançado que a espera ansiosamente na área. O talento não se treina: estes lances sim. E se do ano passado para este crescemos em termos de talento individual (a prova está nas estupendas mudanças de flanco de Óliver ou Ruben Neves ou no controlo de bola de Brahimi ou Quaresma, para dar breves exemplos), continuamos a falhar nestes pormaiores que por vezes dão vitórias que não se conseguem de outra forma. Modo demagógico ligado: mas ninguém treina isto!?

(-) Vitória Lenhadores Clube. Eu sei que o Casemiro não é nenhum anjo, longe disso. Oferece, completamente grátis, a sua quota parte de pancada em todos os jogos e é imprudente nos lances que disputa. Mas quando enfrenta uma equipa que fazem Casemiro parecer um Tello, não há grande hipótese de brilhar, nem a esse nem a nenhum nível. E hoje vimos uma equipa de malta cheia de fibra, na flor da juventude e com sangue na guelra suficiente para encher sete aquários. Ou, se quiserem ver as coisas sem lirismos, foi uma horda huna que pôs as putas das patas no relvado do Dragão e que desatou a pontapear tudo que via à primeira oportunidade que conseguiu. E conseguiu tantas e tantas vezes, com total compreensão do árbitro que deu amarelo a tudo que era portista e que fazia uma ou outra falta (bem menos duras, ainda que posicionalmente diferentes) mas abdicou dos vermelhos para Cafú ou Bernard…ou Bouba ou “gajo-aleatório-de-cinza-e-preto” porque coiso. Assim vale a pena ir jogar a um estádio bonito. E faltou André^2, que devia estar com as mãos firmes num comando de Playstation a comandar os substitutos. Repito: é fácil parar o FC Porto à força. Não devia ser era permitido fazê-lo fora da lei.


O primeiro de seis jogos tramados já lá vai e três pontos já cá estão. Segue-se o Boavista no Bessa. Boy, does this bring back the memories…

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Baías e Baronis – Moreirense 0 vs 2 FC Porto

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Um jogo com menos história que um pastor apanhado com as calças em baixo atrás de uma ovelha na borda de um precipício. A vitória nunca esteve em questão, e deu a ideia que mesmo que a equipa tivesse começado a jogar de samarra e de pantufas com cãezinhos peludos para se resguardar do fresquinho, um ou dois golos entravam lá para dentro com maior ou menos dificuldade. Houve vários destaques, mas mesmo entre o empenho de Quaresma e a qualidade de jogo colectivo de Casemiro, somados à solidez de Marcano e (finalmente!) ao bom jogo de Alex Sandro, a viagem a Moreira de Cónegos foi, numa palavra, olvidável. Vamos às notas:

(+) Casemiro. Um dos responsáveis pela quase completa ausência de jogo interior do Moreirense (o exterior também não foi nada que mereça um telefonema para a mamã, mas enfim…), porque o brasileiro esteve em todo o lado e recuperou montes de bolas na nossa zona defensiva. Um golo merecido pelo trabalho que fez durante a partida, pela forma como soube ser inteligente e usar o corpo para facilitar a sua própria tarefa. Sempre que Ruben Neves cresce num jogo, Casemiro aparece melhor no jogo seguinte. Não me parece coincidência.

(+) Quaresma. Decalco com algumas alterações, o que escrevi sobre ele no jogo contra o Marítimo: “Foi inconformado com o resultado do início ao fim e nunca deixou de tentar furar a barreira defensiva do Marítimo Moreirense pelo ar ou pela relva. Nem sempre bem na decisão final dos lances, foi pelos seus pés que nasceram algumas das mais perigosas jogadas de ataque e só por algum azar (e um excelente dia de Salin) (e a insistência nas trivelas) não conseguiu marcar assistir pelo menos um golo.”

(+) Maicon e Marcano. O espanhol raramente concedeu um milímetro pelo ar e foi sempre um jogador firme e seguro na intercepção de bolas potencialmente perigosas para Fabiano. Já o brasileiro pareceu bem melhor que noutros jogos com o mesmo coeficiente de dificuldade (ou seja, quase nulo) e soltou a bola com maior assertividade, menos brincadeira e maior sentido prático. Não sei se a dupla se vai manter durante muitas semanas, mas gostei do entendimento entre os dois.

(+) Alex Sandro. Firme na subida pelo flanco, fez um jogo bem acima do colega do outro flanco, que parece estar num imenso decréscimo de forma nos últimos jogos. Apoiou sempre bem Quaresma ou Tello (ou Óliver ou Brahimi…) e nunca baixando o nível físico e de arrogância positiva, foi um dos elementos mais em destaque. Tenho saudades de ver um remate dele à baliza.

(-) Chuta…oh pá, chuta…CHUTA A BOLA! Brahimi, que não é conhecido pela sua simplicidade de processos e sentido prático, aí dois segundos e meio depois de ter entrado em campo estava a mandar uma biqueirada para ver se conseguia marcar. Entretanto, já Herrera e Tello tinham desperdiçado oportunidades de remate em posições que podiam dar golo, optando sempre por fintar mais uma vez ou por procurar lateralizar quando a baliza estava ali prontinha para receber uma bolinha de couro nas redes. Acontece tantas vezes que começo a achar que os rapazes não cortam as unhas dos pés e têm medo de as partir se rematarem muitas vezes em força.

(-) Passes longos, mais uma vez. Devemos ser a única equipa do mundo com simultaneamente mais posse de bola e maior número de passes longos. Não entendo a quantidade de passes longos que se continuam a ver nos jogos do FC Porto. E se percebo a necessidade de o fazer quando o jogador está apertado e em risco de a perder, custa-me mais assistir a estas inglesices quando há jogadores no meio-campo que podem continuar a jogada com a bola na relva e a transição com menos velocidade mas mais precisão. Espanta-me como Óliver e Herrera optaram várias vezes por essa alternativa (falhando alguns dos passes longos que tentaram), se têm terreno à sua frente para onde podem progredir. Podem achar que é uma forma de variar o tipo de jogo e de criar desequilíbrios rápidos. Eu chamo-lhe preguiça.


Três pontos, mais algum tempo para descansar e um domingo para ver o derby lá de baixo no sofá. Vitória para o Benfica é mau. Empate é meh. Vitória do Sporting é jeitosa. Lagartagem, vamos lá ser amigos cá do povo!

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Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 0 Paços de Ferreira

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Mas que bela noite se passou no Dragão neste frio e primeiro Domingo de Fevereiro! Bom futebol, troca de bola com elevado critério, algum jogo entre-linhas (algo que não se via de uma forma consistente desde os tempos de Vitor Pereira), alguns bons golos e uma equipa do FC Porto à procura de um resultado que desse o suficiente retorno a uma moral que se quer sempre melhor e que o jogo da Madeira acabou por atirar ao Atlântico. Vamos a notas:

(+) Quaresma. Um jogo muito positivo, mais uma vez, a entender-se bem com Danilo e com Herrera (quando o mexicano aparecia a apoiar os colegas do flanco) e em constante movimentação para receber a bola e agir como um jogador do seu nível deve fazer: pôr o talento em campo sem esquecer a equipa. Mas o momento alto (altíssimo, raios, everéstico!) foi o seu segundo golo, que me deixou de braços erguidos para o céu como uma espécie de Cristo-Rei preso a uma corda de roupa. Levantei-os e não os baixei até que pudesse gritar o nome do cigano que tem tanto de enervante como de genial (como todos os génios, diria), mas que hoje colocou vinte e tal milhares de almas em êxtase com aquele monumento. Golo do ano. E se fosse o Ronaldo a marcá-lo, amanhã abria os telejornais.

(+) Óliver. Corriam aí 80 e poucos minutos e se alguém tirasse uma fotografia ao relvado com a objectiva exposta durante algum tempo, via poucos traços de movimento com nuances azuis-e-brancas. Mas veria com toda a certeza um pequeno trilho de luz e cor a voar no flanco esquerdo do nosso ataque. Óliver Torres, que depois de uma primeira parte menos exuberante entrou para a segunda com autoridade e um espírito de trabalho e pressão alta como poucos têm vindo a mostrar. E lembro, para os menos atentos, que este rapaz é o tal que está emprestado e que não temos hipótese nenhuma de o comprar a não ser que o Atlético de Madrid o queira vender a preço de saldo. O que parece tão provável como o Maicon aprender a jogar simples (ver abaixo).

(+) A pressão alta. O que mais notei na forma como o FC Porto tem vindo a encarar os últimos jogos é a simplicidade de movimentos no ataque. Bola para o lateral, sobe para o extremo, espera pelo overlap, chega? não chega? volta para trás, roda para o meio, segue do outro lado. Não me incomoda que demorem algum tempo a executar ou que haja poucos remates à entrada da área (talvez devesse haver menos aversão ao risco nessa zona, mas isso é outra conversa), só quero que tenhamos a bola e descansemos com ela controlada. Mas agradou-me imenso, quando perdíamos a bola, ver o meio-campo a subir para pressionar os jogadores contrários, desde os médios aos defesas e incluindo o guarda-redes, com a força de várias unidades a juntar-se num colectivo que obrigou o Paços a cometer muitos erros não-forçados (ah, ténis, nunca me abandonas) e a projectar a tremideira nas decisões que tomava. É assim que se arruma um jogo destes logo desde início, porque quando se rouba a bola ao adversário…há menos hipótese de sermos surpreendidos, não há?

(+) O livre de Tello. UM GOLO, RAPAZ!!! UM GOLO, RAPAZ!!!!!!!!! Parabéns, muito bem marcado, excelente! Agora de bola corrida, fazes favor. Obrigados.

(-) Tanto golo desperdiçado. Aos vinte minutos, o meu colega do lado abriu a mão em cima da minha perna. Sem tocar, acalmem-se. Apenas quis mostrar com aquele gesto que já tínhamos suficientes oportunidades falhadas para que o resultado que acabou por ser o final já o pudesse ser por aquela altura. Entre os centros de Quaresma, hesitações de Herrera e remates de Jackson, só por mérito da equipa em nunca desistir até chegar a um valor decente no algarismo por baixo do nosso logotipo no écran gigante é que conseguimos atingir o objectivo. E os golos que se falham podem ser tão importantes noutras alturas, contra equipas mais inteligentes e bem mais eficazes…como o jogo contra o Benfica mostrou aqui há uns meses. Ou já se esqueceram disso?

(-) Maicon. Insiste, como um adolescente de uma família democrata-cristã que decide tatuar “Hasta la victoria, siempre!” no peito, em fazer com que os adeptos o odeiem só por ser como é. E jogo após jogo vêem-se as idiotices e as displicências que não consegue sacudir porque é mais forte que ele. Não dá para apenas cortar a bola, tem de a picar por cima do avançado; não consegue aliviar um lance perigoso, tem de sair a jogar com a bola controlada; não sabe ser prático, tem de ser bonito. E esquece-se que ninguém precisa que seja um galã de filmes dos anos 50. Bastava que fosse um Van Damme. Nunca vai conseguir ter o apoio incondicional dos adeptos se persistir nestas falhas.


Com a Argélia eliminada teremos Brahimi de volta na próxima partida. E agora, quem sai do onze?

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