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Ouve lá ó Mister – Benfica

Señor Lopetegui,

Este é praí o oitavo “jogo do ano”, Julen. Começa a ser entediante a quantidade de “jogos do ano” que já houve durante esta temporada, mas a verdade é que todos eles foram importantes à sua maneira. No entanto, a nível da importância específica que um jogo pode ter, este é mais importante que uma eliminatória da Taça e bem mais que um jogo da fase de grupos da Champions. Há um travo amargo na nossa boca, um sabor a fel e urina e esperma e sei lá que mais líquidos cá entraram e que nos ficou aqui a trabalhar desde terça-feira…e não finjas que estás enojado porque todos nós saímos de Munique todos doridos e sem posição para nos conseguirmos sentar em condições.

E este jogo é mesmo importante. Já viveste um FC Porto vs Benfica e sabes o que dói apanhar na pá em casa. Todos ficamos a saber, mesmo tendo passado bastante tempo depois da última encavadela que levamos no nosso campo (a última daquelas que me doeu mesmo foi a que o Adriaanse levou e essa custou ainda mais por causa do Bruno Alves não ter estourado os dentes todos ao Nuno Gomes. se lhe vai dar uma tolada, ao menos que seja eficaz!), a verdade é que dói sempre. E naquela altura jogámos bastante bem mas não conseguimos dar cabo dos gajos. Eles foram melhores que nós, Julen, o JotaJota foi melhor que tu, foi mais esperto, mais rato, mais fuínha. Há que meter isso dentro da cabeça e deixar que germine, que crie a fúria que vão precisar para levar de vencida aqueles fulanos. Todo o trabalho de uma época pode ficar hoje por terra se não conseguirem vencer o jogo. E não chega vencer. É preciso vencer por dois. Feito complicado, não é? À partida parece que sim, mas eu sei que vocês têm aí dentro uma vontade enorme de pontapear a bola para a rede e fazer com que o país nos volte a respeitar. Que o país VOS volte a respeitar a todos.

Vocês precisam disto. Nós precisamos disto. Raios, nós merecemos isto! Vocês merecem! Mas têm de fazer por isso. Entrem em campo com espuma a sair por entre os dentes, com a vontade de empurrar os tipos para trás e dizer: “De retro, estupores! Ides cair como cães, ides lamber a relva e trincar o ar que passa pelas vossas ventas depois de passarmos por aí a voar. Sofrereis, vergar-vos-emos, pelo Porto, pela honra e pelo Pinto da Costa!!!”

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 0 Estoril

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Cincazero. Como é que um resultado que deveria elevar a alma, subindo ao zénite da emoção que sobe do coração para a cabeça, adormecendo os nervos e colocando os adeptos em estado de previsível euforia como o eterno resultado de 2010 pode ser transformado em algo tão banal, tão irrisório perante a qualidade de futebol praticado. Se o FC Porto consegue, com maior ou menor dificuldade, enfiar cinco golos no bucho de uma equipa que teve tanto de fraco como de amarelo na roupagem, continuo a questionar o porquê do nervosismo tão visível que se apodera dos nossos rapazes à medida que o jogo vai avançando. Confiança é coisa que não parece existir em grandes quantidades pelos lados do Dragão, diga o que disser o resultado. Vamos a notas:

(+) Quaresma. Enervas-me tanto, rapaz. Quando te pões com aquelas brincadeiras como fizeste depois do 3-0, em frente ao banco onde está o teu treinador a apreciar o teu talento e as tuas parvoíces. E só tu para esse tipo de jocosos malabarismos, porque marcas a diferença com o que fazes em campo, nem sempre bem mas com um empenho que nem pareces o mesmo Ricardo que daqui saiu em 2008, chateado com a vida. Mais que o penalty que marcaste e bem mais que o último golo, onde roubaste a bola ao parvinho do teu contrário e passando pelo guarda-redes a encostaste lá para dentro, mais que isso foi o sprint que deste com o resultado já feito, a pressionar um qualquer oponente no centro do terreno. Por essa até te perdoo os cantos mal marcados. Não totalmente, mas ajuda a atenuar, lá isso ajuda.

(+) Casemiro. O barbas lá de cima que me perdoe, mas nós precisávamos de mais meia-dúzia de Casemiros naquele campo porque foi dos poucos que nunca tremeu perante qualquer adversidade e ajudou a recuperar bolas atrás de bolas no sector central e se tivesse subido um pouco mais até podia ter criado perigo, tal a fraqueza do Estoril naquela zona. Perfeito a controlar a sua área de influência, continua em crescendo e acredito que vai acabar a época exausto mas em bom plano.

(+) Danilo. Havia, não duvido, quem acreditasse que o actual capitão começasse já a estagiar para a próxima época em Madrid. Nada disso. Danilo ajudou a equipa a encostar o Estoril à zona traseira e entendeu-se quase sempre bem com Quaresma para fazer as suas habituais diagonais de fora para dentro e abanar toda a defesa adversária. Marcou um belo golo na melhor jogada de todos os noventa minutos e mostrou aos adeptos que está cá até ao fim. Como seria de esperar.

(+) Os centrais. Certinhos, com Indi FINALMENTE a ganhar algumas bolas de cabeça e Marcano sempre a marcar a diferença pela forma prática com que intercepta, recebe e toca para o lado. O Estoril não lhes criou grandes dificuldades mas foi também por culpa deles que conseguimos subir de produção na segunda parte, pela forma como subiam no terreno quando era necessário criar desequilíbrios.

(-) Os nervos. É difícil ver o nosso meio-campo desde o jogo contra o Basileia. Lentos, demasiado presos em movimentações curtas sem que o harmónico que deveria pautar a organização colectiva se faça notar no terreno, com pouco apoio aos extremos e pouca decisão na melhor forma de furar pelo centro. E chegando aos últimos 33% do campo (especialmente antes do primeiro golo) houve tanta inconsequente cruzamento e tão pouca clarividência para tomar a melhor escolha para a baliza. Os cruzamentos saíam tortos, altos, longos, sem nexo nem causalidade. Poucos remates, medo no toque, a bola pica e os adeptos desesperam e os jogadores desesperam com eles e mais uma jogada se perde. Herrera perdia-se em mini-toques para o lado, Brahimi nos mesmos para a frente, Aboubakar galgava terreno em lateralizações desculpáveis mas sem progressão e Óliver caía e não se movimentava com a bola como queremos. Nervos, muitos nervos e muita falta de confiança que passa de dentro para fora e cria a medonha espiral que me assusta e só pode levar à queda. Talvez os cinco ajudem, mas os onze não parecem animados. Ansiosos, nervosos, à espera do apito que lhes termine o sofrimento. Sou eu que estou a ser pessimista?

(-) Fabiano no tiro aos defesas. Não te chegou mandares o Danilo para o hospital a pensar que era o Napoleão e agora acertas no Marcano? Homem, tem calma com as saídas e mede melhor a deslocação entre a baliza e a bola, porque estás a acertar nos azuis-e-brancos em vez de só naquela esfera de couro. Ainda precisamos de malta até ao fim do campeonato, tem lá calma contigo.

(-) Estoril. Perdemos dois pontos com estes fulanos na primeira volta. Estes mesmos que hoje mostraram que futebol é um conceito que parece afastado do dia-a-dia. Dois pontos que nos podem custar um campeonato. Contra este conjunto de pernetas. * suspiro *

(-) Os assobios a Tozé. Nem sei muito bem o que dizer. Não. Corrijo. Sei e soube porque mal comecei a ouvir o silvo da imbecilidade soltei um “assobiar ao caralho!”. É, o gajo que ouviram a gritar isso era eu. Porque não percebo o que passa pela cabeça dos idiotas que se põem a assobiar um profissional de futebol só porque marcou um golo contra a “sua” equipa. Se alguém me quiser explicar, esteja à vontade. Mas aviso desde já que vai ter um trabalho complicado, porque há muito tempo que deixei de tentar perceber a estupidez humana. Aceito-a como um facto mas não a entendo.


Mais três pontos e a equalização da goal difference com o Benfica. Cada vez dependemos mais só de nós para ganhar esta treta. Seremos capazes?

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Baías e Baronis – Moreirense 0 vs 2 FC Porto

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Um jogo com menos história que um pastor apanhado com as calças em baixo atrás de uma ovelha na borda de um precipício. A vitória nunca esteve em questão, e deu a ideia que mesmo que a equipa tivesse começado a jogar de samarra e de pantufas com cãezinhos peludos para se resguardar do fresquinho, um ou dois golos entravam lá para dentro com maior ou menos dificuldade. Houve vários destaques, mas mesmo entre o empenho de Quaresma e a qualidade de jogo colectivo de Casemiro, somados à solidez de Marcano e (finalmente!) ao bom jogo de Alex Sandro, a viagem a Moreira de Cónegos foi, numa palavra, olvidável. Vamos às notas:

(+) Casemiro. Um dos responsáveis pela quase completa ausência de jogo interior do Moreirense (o exterior também não foi nada que mereça um telefonema para a mamã, mas enfim…), porque o brasileiro esteve em todo o lado e recuperou montes de bolas na nossa zona defensiva. Um golo merecido pelo trabalho que fez durante a partida, pela forma como soube ser inteligente e usar o corpo para facilitar a sua própria tarefa. Sempre que Ruben Neves cresce num jogo, Casemiro aparece melhor no jogo seguinte. Não me parece coincidência.

(+) Quaresma. Decalco com algumas alterações, o que escrevi sobre ele no jogo contra o Marítimo: “Foi inconformado com o resultado do início ao fim e nunca deixou de tentar furar a barreira defensiva do Marítimo Moreirense pelo ar ou pela relva. Nem sempre bem na decisão final dos lances, foi pelos seus pés que nasceram algumas das mais perigosas jogadas de ataque e só por algum azar (e um excelente dia de Salin) (e a insistência nas trivelas) não conseguiu marcar assistir pelo menos um golo.”

(+) Maicon e Marcano. O espanhol raramente concedeu um milímetro pelo ar e foi sempre um jogador firme e seguro na intercepção de bolas potencialmente perigosas para Fabiano. Já o brasileiro pareceu bem melhor que noutros jogos com o mesmo coeficiente de dificuldade (ou seja, quase nulo) e soltou a bola com maior assertividade, menos brincadeira e maior sentido prático. Não sei se a dupla se vai manter durante muitas semanas, mas gostei do entendimento entre os dois.

(+) Alex Sandro. Firme na subida pelo flanco, fez um jogo bem acima do colega do outro flanco, que parece estar num imenso decréscimo de forma nos últimos jogos. Apoiou sempre bem Quaresma ou Tello (ou Óliver ou Brahimi…) e nunca baixando o nível físico e de arrogância positiva, foi um dos elementos mais em destaque. Tenho saudades de ver um remate dele à baliza.

(-) Chuta…oh pá, chuta…CHUTA A BOLA! Brahimi, que não é conhecido pela sua simplicidade de processos e sentido prático, aí dois segundos e meio depois de ter entrado em campo estava a mandar uma biqueirada para ver se conseguia marcar. Entretanto, já Herrera e Tello tinham desperdiçado oportunidades de remate em posições que podiam dar golo, optando sempre por fintar mais uma vez ou por procurar lateralizar quando a baliza estava ali prontinha para receber uma bolinha de couro nas redes. Acontece tantas vezes que começo a achar que os rapazes não cortam as unhas dos pés e têm medo de as partir se rematarem muitas vezes em força.

(-) Passes longos, mais uma vez. Devemos ser a única equipa do mundo com simultaneamente mais posse de bola e maior número de passes longos. Não entendo a quantidade de passes longos que se continuam a ver nos jogos do FC Porto. E se percebo a necessidade de o fazer quando o jogador está apertado e em risco de a perder, custa-me mais assistir a estas inglesices quando há jogadores no meio-campo que podem continuar a jogada com a bola na relva e a transição com menos velocidade mas mais precisão. Espanta-me como Óliver e Herrera optaram várias vezes por essa alternativa (falhando alguns dos passes longos que tentaram), se têm terreno à sua frente para onde podem progredir. Podem achar que é uma forma de variar o tipo de jogo e de criar desequilíbrios rápidos. Eu chamo-lhe preguiça.


Três pontos, mais algum tempo para descansar e um domingo para ver o derby lá de baixo no sofá. Vitória para o Benfica é mau. Empate é meh. Vitória do Sporting é jeitosa. Lagartagem, vamos lá ser amigos cá do povo!

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Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 0 Paços de Ferreira

20150201 - FC PORTO - FC PAÇOS FERREIRA

Mas que bela noite se passou no Dragão neste frio e primeiro Domingo de Fevereiro! Bom futebol, troca de bola com elevado critério, algum jogo entre-linhas (algo que não se via de uma forma consistente desde os tempos de Vitor Pereira), alguns bons golos e uma equipa do FC Porto à procura de um resultado que desse o suficiente retorno a uma moral que se quer sempre melhor e que o jogo da Madeira acabou por atirar ao Atlântico. Vamos a notas:

(+) Quaresma. Um jogo muito positivo, mais uma vez, a entender-se bem com Danilo e com Herrera (quando o mexicano aparecia a apoiar os colegas do flanco) e em constante movimentação para receber a bola e agir como um jogador do seu nível deve fazer: pôr o talento em campo sem esquecer a equipa. Mas o momento alto (altíssimo, raios, everéstico!) foi o seu segundo golo, que me deixou de braços erguidos para o céu como uma espécie de Cristo-Rei preso a uma corda de roupa. Levantei-os e não os baixei até que pudesse gritar o nome do cigano que tem tanto de enervante como de genial (como todos os génios, diria), mas que hoje colocou vinte e tal milhares de almas em êxtase com aquele monumento. Golo do ano. E se fosse o Ronaldo a marcá-lo, amanhã abria os telejornais.

(+) Óliver. Corriam aí 80 e poucos minutos e se alguém tirasse uma fotografia ao relvado com a objectiva exposta durante algum tempo, via poucos traços de movimento com nuances azuis-e-brancas. Mas veria com toda a certeza um pequeno trilho de luz e cor a voar no flanco esquerdo do nosso ataque. Óliver Torres, que depois de uma primeira parte menos exuberante entrou para a segunda com autoridade e um espírito de trabalho e pressão alta como poucos têm vindo a mostrar. E lembro, para os menos atentos, que este rapaz é o tal que está emprestado e que não temos hipótese nenhuma de o comprar a não ser que o Atlético de Madrid o queira vender a preço de saldo. O que parece tão provável como o Maicon aprender a jogar simples (ver abaixo).

(+) A pressão alta. O que mais notei na forma como o FC Porto tem vindo a encarar os últimos jogos é a simplicidade de movimentos no ataque. Bola para o lateral, sobe para o extremo, espera pelo overlap, chega? não chega? volta para trás, roda para o meio, segue do outro lado. Não me incomoda que demorem algum tempo a executar ou que haja poucos remates à entrada da área (talvez devesse haver menos aversão ao risco nessa zona, mas isso é outra conversa), só quero que tenhamos a bola e descansemos com ela controlada. Mas agradou-me imenso, quando perdíamos a bola, ver o meio-campo a subir para pressionar os jogadores contrários, desde os médios aos defesas e incluindo o guarda-redes, com a força de várias unidades a juntar-se num colectivo que obrigou o Paços a cometer muitos erros não-forçados (ah, ténis, nunca me abandonas) e a projectar a tremideira nas decisões que tomava. É assim que se arruma um jogo destes logo desde início, porque quando se rouba a bola ao adversário…há menos hipótese de sermos surpreendidos, não há?

(+) O livre de Tello. UM GOLO, RAPAZ!!! UM GOLO, RAPAZ!!!!!!!!! Parabéns, muito bem marcado, excelente! Agora de bola corrida, fazes favor. Obrigados.

(-) Tanto golo desperdiçado. Aos vinte minutos, o meu colega do lado abriu a mão em cima da minha perna. Sem tocar, acalmem-se. Apenas quis mostrar com aquele gesto que já tínhamos suficientes oportunidades falhadas para que o resultado que acabou por ser o final já o pudesse ser por aquela altura. Entre os centros de Quaresma, hesitações de Herrera e remates de Jackson, só por mérito da equipa em nunca desistir até chegar a um valor decente no algarismo por baixo do nosso logotipo no écran gigante é que conseguimos atingir o objectivo. E os golos que se falham podem ser tão importantes noutras alturas, contra equipas mais inteligentes e bem mais eficazes…como o jogo contra o Benfica mostrou aqui há uns meses. Ou já se esqueceram disso?

(-) Maicon. Insiste, como um adolescente de uma família democrata-cristã que decide tatuar “Hasta la victoria, siempre!” no peito, em fazer com que os adeptos o odeiem só por ser como é. E jogo após jogo vêem-se as idiotices e as displicências que não consegue sacudir porque é mais forte que ele. Não dá para apenas cortar a bola, tem de a picar por cima do avançado; não consegue aliviar um lance perigoso, tem de sair a jogar com a bola controlada; não sabe ser prático, tem de ser bonito. E esquece-se que ninguém precisa que seja um galã de filmes dos anos 50. Bastava que fosse um Van Damme. Nunca vai conseguir ter o apoio incondicional dos adeptos se persistir nestas falhas.


Com a Argélia eliminada teremos Brahimi de volta na próxima partida. E agora, quem sai do onze?

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Baías e Baronis – Marítimo 1 vs 0 FC Porto

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Às vezes há jogos destes. Uma equipa passa 5000% do tempo a atacar, tem montanhas de oportunidades para marcar um golo mas é incapaz de atravessar aquela barreira para registar um miserável golinho que possa fazer com que a fortuna deixe de ter alguma coisa a ver com os destinos que se criam e se fazem do rolar de um esférico de couro numa superfície de relva. E a outra equipa, tolhida e recolhida numa falange grega, aparece do outro lado uma única vez e marca. Eficácia quase perfeita. Mas a culpa do resultado ter sido aquele que vêem em cima não é de mais ninguém senão nossa. Vamos a notas:

(+) Quaresma. Foi inconformado com o resultado do início ao fim e nunca deixou de tentar furar a barreira defensiva do Marítimo pelo ar ou pela relva. Nem sempre bem na decisão final dos lances, foi pelos seus pés que nasceram algumas das mais perigosas jogadas de ataque e só por algum azar (e um excelente dia de Salin) não conseguiu marcar pelo menos um golo.

(+) Ruben Neves. Depois do que o vi a fazer contra o Braga na quarta-feira, vê-lo a fazer meia-hora de alta intensidade, aparecendo em zonas adiantadas enquanto segurava o meio-campo (apenas com Óliver ao lado) e tentando o remate que o fizesse repetir o que tinha feito na primeira jornada do campeonato quando marcou ao Marítimo na estreia na Liga…foi mais que evidente que não fosse a maior fisicalidade de Casemiro e Ruben seria titular de caras no FC Porto. Pecou na finalização, infelizmente.

(-) Os golos falhados. Houve tantas oportunidades de engatar para um jogo de goleada que nem faz bem começar a lembrar as bolas que podíamos ter enfiado lá para dentro. Várias defesas de Salin com diversos graus de dificuldade, mas a mais fácil de todas foi uma em que a minha filha, olhando para o guarda-redes do Marítimo no chão depois de agarrar a espécie de remate a metro e meio que Martins Indi executou, com a bola a sair à velocidade de uma tartaruga tetraplégica, disse em voz alta: “nanar!”. Sim, filha, o guarda-redes podia estar a dormir que até assim agarrava aquilo. Unbefuckinglievable.

(-) A construção de jogo demasiado lenta. A opção por Quintero no flanco fez com que Óliver desaparecesse do jogo durante toda a primeira parte e só a entrada de Tello fez com que o espanhol começasse a ter alguma influência na partida. Mas para lá dessa infeliz opção de Lopetegui, que privilegiou a criatividade de dois elementos que flectissem para o centro desde as posições de falsos-extremos, foi na lentidão da construção que começámos a perder o jogo. Uma primeira parte passada em ritmo de treino, com muita bola trocada de lado para lado e pouca incisividade no ataque à baliza. Sabem porque é que o Benfica venceu por quatro e nós não conseguimos sequer lá meter um? Sim, para lá do absurdo guarda-redes do Marítimo que jogou contra eles. É que a forma como o ataque surge rápido e a movimentação dos jogadores se mostra perante uma defesa cheia de pernas com outras pernas em constante movimento e na velocidade do desenrolar das jogadas. Já não é o primeiro jogo em que se nota que há muita posse de bola, muito controlo do meio-campo mas muito poucas iniciativas de ataque vertical com critério de socar a baliza, de a agredir com as forças que todos querem ter e raramente mostram em termos de sentido prático e eficiente. Houve demasiados passes laterais, excessivas brincadeiras com a bola, incessantes pausas para reposicionamento e poucos, muito poucos remates em condições. Aquela frase a que me referi depois do jogo contra o Belenenses, em que um ou outro remate à entrada da área podiam dar em golo, não entrou na cabeça dos jogadores. E o problema é que raramente foi tentado.

(-) Os desnecessários passes longos. Estou a ver o jogo e começo a sentir veias a pulsar no pescoço. Mais uma vez, pela ridícula enésima+1 vez, lá vai Maicon ou Casemiro puxar a culatra atrás e sacar de um passe de 50 ou 60 metros, just for the sake of it. Não percebo se são indicações de Lopetegui, para que uma equipa que quer construir lentamente consiga de um momento para o outro criar um desequilíbrio rápido numa mudança de flanco, mas os actores que desempenham esse papel são de terceira linha porque a bola muito ocasionalmente faz o trajecto adequado e chega ao destino de uma forma correcta. É enervante, palavra.


O campeonato estava tramado e agora ficou pior, independentemente do resultado que o Benfica consiga em Paços de Ferreira. Seis pontos são tramados de recuperar e nove são muito mais difíceis de roubar. Hélas, não podemos culpar ninguém senão os nossos próprios peitos.

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