Resultados da pesquisa por: fucilitar

Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Servette FC

foto retirada de www.servettefc.ch

Para primeiro treino de conjunto com equipamento oficial e público nas bancadas, depois de alguns dias com treinos duas vezes por dia debaixo de um calor do caraças e com jogadores que têm uma média de idade que não dá sequer para esperar que tenham um bigode incipiente…não foi mau. Gostei da entre-ajuda dos centrais, da calma de Lucho, da ordem imposta por Fernando, das corridas e fintas de Atsu (alguém viu aquela “coisa” que ele fez ao suíço na primeira parte?! era mesmo o Christian?!), a velocidade e empenho de Iturbe, a garra de Castro e o oportunismo de Kleber. Não se podem esperar milagres de um primeiro teste mas vi os rapazes a lutarem por um lugar, a tentarem chamar a atenção do treinador, cada um à sua imagem e estilo. As pernas podem fraquejar porque os treinos continuam rijos, mas a mentalidade parece estar em boa forma. Vamos aos primeiros B&Bs do ano:

 

(+) Atsu Parece que o rapaz está atento aos sócios, aos blogs e à massa adepta. A forma como se exibiu hoje em Genebra foi uma prova evidente que só sabe jogar a um ritmo: bem alto. Prático com a bola, rápido nas desmarcações e na forma como tenta constantemente fugir ao marcador directo, Atsu é mexido demais para não estar no nosso plantel e demonstra um talento natural para jogar encostado a uma das alas para funcionar como um dos principais municiadores do ataque pelos flancos. À antiga inglesa, como um Matthews africano, Christian está a conquistar os adeptos que já falavam nele como “the next big kid” há uns anos e parece que está a dar tudo o que tem para ser seleccionado. Não me parece que fuja do plantel.

(+) Kleber Continua a mostrar aqueles pequenos tiques que me enervam desde ano passado. É uma espécie de anti-Klose na medida em que desiste cedo demais das desmarcações e raramente tenta com empenho máximo chegar interceptar a bola na trajectória que leva, deixando que o defesa se antecipe mais depressa do que seria previsível. Mas há que lhe dar o mérito por fazer o que os pontas-de-lança são pagos para fazer: marcar golos. E hoje foram dois, um com o pé esquerdo e outro de cabeça em voo, a mostrar que está aqui para discutir o lugar com os dois colegas que, teoricamente, estão à frente na pecking order. Tem que continuar a trabalhar mas talvez não seja suficiente para ficar no plantel este ano…

(+) Otamendi+Maicon Mesmo com o regresso de Rolando e a vontade de Mangala, creio que a dupla de centrais para o arranque da temporada está já escolhida desde o fim da anterior. Entendem-se bem os dois, cada um com o seu estilo, com Otamendi mais pelo chão e Maicon a focar-se no jogo aéreo, complementando-se no passe e na anulação dos avançados contrários sem que se notem falhas. Hoje estiveram ambos impecáveis, apesar do pouco trabalho que tiveram.

 

(-) David na primeira parte e Sereno…em todo o jogo Não faria sentido dividir a nota em duas porque o texto se aplica aos dois. A primeira parte do texto, estranhamente relacionada com a mesma parte do jogo. Tanto um como outro estiveram absurdamente maus, tanto no passe como na colocação defensiva e no apoio ao ataque. E apesar das atenuantes derivadas da adaptação de ambos a posições que não lhes são naturais, a verdade é que foi fraco demais, mesmo tendo sido apenas o primeiro jogo. David melhorou bastante na segunda parte, colocado na sua posição original, o que me leva a crer que o rapaz não Fucilita como eu gostava. Mas este Fucilitar é do bom, não do outro.

(-) Kelvin Tu…tens…de…ter…calma…rapaz! Não é possível começares logo de início a tentar fintar meio mundo, romper pela área e avançar à doido contra quatro ou cinco defesas e esperar ter sorte! Há um lance que mostra tudo o que há a mostrar sobre Kelvin neste jogo: o “cristas” está com a bola no lado direito do ataque, passa a perna por cima da bola, uma, duas vezes, rompe para o centro, encara a baliza, vê que tem pelo menos seis pernas suíças à frente dele…e sai remate direitinho às protegidas tíbias dos oponentes. Fico a olhar para a televisão e a pensar que o rapaz não toma os calmantes há umas horas, é possível que esteja nervoso e tal…mas começo a acreditar que é crónico. Tem de melhorar bastante.

 

Noventa e dois minutos depois, já vimos…nada de novo, a não ser Atsu e Iturbe. No Sábado, contra o Evian, os automatismos da equipa manter-se-ão, com nomes diferentes, algumas jogadas novas mas pouco mais haverá a dizer. E é assim que se quer que uma equipa seja, coerente, constante, inteligente em posse e rápida na ruptura. Para primeiro jogo, não foi mau. E já estou à espera do próximo.

Link:

Perdi o meu Fuciletador


Não tenho filhos. O mais próximo que tive em termos de relações parentais teóricas foi com este fulano, pela forma como o tratei desde que apareceu no FC Porto num frio Janeiro no longínquo ano de 2007. Como um pai ausente que aparece em casa de semana a semana só para ver se os putos já têm dentes ou se a mais velha se está a dar bem no colégio, tratei-o como um filho. Gritei com ele quando fazia a sua habitual dose de parvoíces, elogiei-o quando era preciso e só me faltou coragem para o encontrar no fim de um treino, sentá-lo no meu colo de barriga para baixo e dar-lhe uns açoites bem dados no rabo. Sem qualquer tipo de perversão incestuosa homo-erótica, deixem-se lá disso. Por muito que já tenha ouvido aqui em casa a expressão: “Nem penses, eu não sou a mãe do Fucile!!!”, a verdade é que me sentia como tal. E tinha orgulho no meu rebento, porque afinal nestes últimos 5 anos, Jorge Fucile venceu 12 títulos com a nossa camisola, leva quatro Campeonatos no bucho, outras tantas Supertaças, mais três Taças e uma Liga Europa. É obra conquistada pelo meu homónimo. E eu babado.

No entanto, sai do FC Porto de uma forma inesperada para a sua valia e importância no plantel desde há tanto tempo, mas que todos pareciam ver como inevitável tendo em conta as últimas não-exibições que tinha vindo a demonstrar. Sempre foi um dos meus jogadores preferidos, nunca o escondi. E o rapaz tem vários parafusos fora do sítio (dentro de campo, pelo menos), nunca foi consistente nas exibições, os cruzamentos raramente saíam decentes e as correrias loucas pelo flanco, tanto o esquerdo como o direito, nem sempre eram produtivas. Metia-se em problemas com os adversários por ser raçudo, caía vezes demais em deserções tácticas e tinha aquele ar de puto reguila com um olhar de cima para baixo como quem diz: “Eu? Sim, sou melhor que tu, e então? Anda lá, corre, passa por mim, vê se eu deixo. Não vales nada, seu conas!”. E enfiava um pontapé para a atmosfera.

Jogou com vários colegas à sua frente no flanco. Fosse Quaresma, Lucho, Lisandro, Tarik, Mariano, Hulk, Cebola, Varela…se qualquer um desses olhasse para trás o normal era estar ali atrás o uruguaio tolinho que se ria para os adversários e enervava os adeptos. Não me esqueço de tantos jogos em que saltei da cadeira a aplaudi-lo, como também me ficam na cabeça outros tantos em que me pôs a roer os dedos e a clamar para que estivesse atento.

Perco um dos meus jogadores fetiche, não um daqueles que adoramos odiar ou detestamos adorar. Um que sinceramente me sentia bem em apoiar. Um moço que me dava alegria de ver a jogar e que, não sendo o melhor jogador do Mundo, era um dos “meus” meninos. Desejo-lhe sorte, sabendo no meu coração que não o vou ver de novo na Invicta. Raios te partam, Jorge.

Aqui fica um resumo das principais referências a Fucile no Porta19:

PS: Caso se confirme a saída de Fucile do plantel do FC Porto, é sinal que o fim de um ciclo está em marcha e o processo de renovação do plantel já vai a meio apesar de toda a gente (incluindo moi même) não se ter apercebido. Guarín e talvez Sapunaru podem estar de saída. Rodríguez idem. Do tempo vitorioso de Jesualdo ficam apenas Helton, Hulk, Rolando e Fernando. Curioso, mas nada inesperado. Afinal, três anos na vida do FC Porto parecem uma eternidade.

Link:

Ouve lá ó Fucile

Amigo Jorge,

Estou lixado contigo. Começaste mal a época e depois de no ano passado te teres estourado todo na Rússia, pensei que quando chegasse Agosto estivesses cheio de garra para jogar e com a cabecinha no sítio. Até agora, rapaz, o que tenho visto da tua parte é pouco mais do que mostraste em Londres naquele famoso jogo de Março de 2010, onde sozinho conseguiste juntar os talentos de Sonkaya, Quintana e Paulinho César num bolo de estupidez coberto por parvoíce. E eu, pá, que farto-me de te defender e já o fiz em tantas ocasiões diferentes, parte-se-me o coração ao ver-te a fazer jogos tão maus. Ou melhor, partiu-se-me o coração, porque estou convencido que agora que estás de volta aos treinos a sério, vais começar a atinar.

Tens aqui um teu criado para o bem e para o mal e tu sabes disso. Se tivesses a mona no sítio e decidisses de uma vez por todas que não vai de encontro aos teus melhores interesses começar a fintar o extremo adversário quando não há mais ninguém entre vocês e a baliza a não ser o Helton, ou se percebesses que a melhor maneira de cortar uma bola não é, por estranho que te pareça, usando as mãos, não me tinhas obrigado a inventar palavras novas e a arrancar metaforicamente os poucos cabelos que me sobram quando te vejo a fazer essas enormidades. Tu, que tens a fibra e a raça de um jogador à Porto, não percebo o porquê de andares constantemente a inventar e a perderes o sentido prático que devia estar gravado nessas trombas como uma dedicatória numa aliança.

O teu colega é um gajo porreiro e ele sabe que eu também não desgosto dele, mas tu tens mais talento. Ele também sabe disso. Mas o Sapu, ao contrário de ti, é um tipo que não se põe a brincar e perde bolas que não deve. Ele, ao que parece, enfrasca álcool a sério mas é depois do jogo e fora do campo, ao passo que tu parece que bebes uns shots de tequilla foleira antes de entrares prá relva e cá vai disto. Não pode ser, rapaz, depois perco a moral toda quando te elogio como quando mandaste aquela tacada ao jornalista depois do jogo de Braga no ano passado. Tens de ser melhor, Jorge, tens de te superar para voltares ao teu lugar, à titularidade que mereces pela tua qualidade mas que tens de mostrar em campo que és um gajo em quem podemos confiar.

Até lá vou estar à espera. Não desisto de ti, puto, volta a provar que mereces o meu elogio!

Um abraço aqui do teu homónimo,
Jorge

Link:

Ouve lá ó Mister – APOEL


Amigo Vítor,

Da última vez que a temática “APOEL” foi abordada aqui no Porta19, os tempos eram diferentes. Vivíamos no ano da graça de dois mil e nove, nos frios meses de Outubro (em casa) e Novembro (fora) e o timoneiro da nossa nau europeia era Jesualdo Ferreira, que comandava na altura um navio que se mantinha à tona por pouco, rodeada por tubarões esfomeados e ansiosos pela queda de algumas gotas de sangue. Na equipa pontificavam nomes como Bruno Alves, Raul Meireles, Mariano Gonzalez ou Radamel Falcao. Nenhum deles por cá anda neste momento, e até o treinador já foi trocado e retrocado. Quanto a mim, era um imberbe blogueiro há apenas 5 meses, ainda procurava a melhor forma de escrever assoberbado pela enorme quantidade de autores e opinadores de qualidade que grassava (e ainda persiste) na blogosfera azul-e-branca, tentando encontrar o meu espaço. Não existia ainda esta nossa conversa, os Baías e Baronis eram insípidos e aparentemente tinha-me esquecido de dar espaços entre as linhas. Uma bestinha, é o que eu era.

E os gajos lá da ilha deram-nos água p’la barba, Vitor, tanto em casa como fora, e não fossem uns golinhos do Radamel e tínhamo-nos chateado a sério. E o que me chateia é que apanhamos sempre este tipo de equipas chatas que se lembram de fazer a época da vida deles quando nos calham em sorte na Champions. Já o Artmedia foi o que foi e nem me lembres de Dínamos nem Rosenborgues, que até me chega a mostarda à penca. Mas falando um bocadinho mais a sério, que estes não serão nenhuns Pêros Pinheiros, é preciso ganhar o jogo. Por vários motivos, mas principalmente porque a derrota contra o Zenit veio atrapalhar um bocado as contas do grupo e a altura para facilitar (ou como aconteceu na Rússia, fucilitar) já passou e os Apoéis desta vida estão aqui para serem derrotados. Tenho muito respeito pelos portugueses que lá jog…olha, sabes que mais? Não tenho nada. Paulo Jorge, Nuno Morais, Hélio Pinto. Mais o Manduca e o Káká. Raios me partam se isto não é uma equipa qualquer da Académica ou do Setúbal que se cá jogassem não metiam medo a ninguém. Ah e tal mas têm experiência de Champions. Também nós, co’a breca!

Palavra que estou à espera de uma vitória. Não sei que jogadores vais escolher para titulares (esse meio-campo deve-te estar a dar boas dores de cabeça, lá isso deve) e não faço ideia que tipo de estratégia estás a preparar. Só sei que logo à noite, quando o shôr árbitro apitar para acabar o jogo, quero bater palmas e pensar: “Ah, muito bem. Assim sim, muito bem!”. Faz-me a vontade e manda estes gajos para casa pensar como é que conseguiram na vida deles empatar com o Shakhtar e ganhar ao Zenit. E põe-nos outra vez em primeiro do grupo, que já me dói o pescoço de olhar para cima.

Sou quem sabes,
Jorge

Link: