Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 1 Shakhtar Donetsk

 

Quem só costuma ir ao Dragão para ver jogos do campeonato fica a perder. Estou convencido que uma única partida da Champions’ League paga sem problema quatro ou cinco jogos do nosso torneio doméstico, a vários níveis. A qualidade dos adversários, o ritmo de jogo imposto, a emotividade dos lances, a tensão no estádio e todo o ambiente à volta. É, numa palavra, diferente. E exactamente por ser tão diferente dos joguinhos de canteiro a que estamos infelizmente habituados, a forma de encarar estes encontros tem forçosamente de ser díspar da que usamos para despachar muitos dos clubes cá do sítio. Este Shakhtar deu-nos água p’la barba mas conseguimos mostrar que esta equipa aguenta bem a pressão e começa a surgir a um nível superior e mais estabilizada para confrontos contra equipas matreiras, rápidas e bem organizadas como os ucranianos hoje se apresentaram no Dragão. Antigamente jogava-se muito bem e perdia-se. Hoje em dia é preciso pensar mais, jogar mais certo e com menos improviso, mas sempre com os pés bem assentes na relva, porque a vitória é o que mais interessa. Vamos a notas:

 

(+) James Convenceste-me, homem. Sim, chamo-te homem porque o que vi hoje no Dragão foi um homem com a bola e sem ela, ao deambulares por entre os adultos que apanhaste pela frente. Tens vinte anos de vida mas já pareces um maduro homem de meia-idade, com a experiência de uma vida bem vivida mas sempre com aqueles lampejos de genialidade que pareces querer mostrar vez após vez após saborosa vez. Aquela jogada para o segundo golo, meu menino…perdão, meu caro senhor, é uma beleza. Aquele que sentaste é um homem com experiência como poucos e o facto de apenas ter uma vogal para quatro letras no nome só te deu para rir. Riste-te quando o viste a passar para o lado, não foi? Eu sei que foi. E viste o Kleber, lá ao fundo, prontinho a encostar a redondinha para a rede e soube-te bem quando ele a encostou lá dentro. É disto que vives, James, e nós agradecemos que vivas muito e vivas bem. Com jogadores como este a criar jogadas de perigo…quem é que precisa de um ponta-de-lança de classe mundial?!

(+) Defour Estou a gostar muito deste rapaz. Dá uma profundidade ao jogo de passe curto do meio-campo que Guarín nunca pôde nem nunca dará, porque simplesmente não sabe. É um “all-rounder”, porque tanto pode jogar numa posição recuada ao lado de Moutinho como se viu quando Vitor Pereira colocou “James e os Três Anões” (JTA) no terreno, mas surpreende pela facilidade de passe simples e fácil de controlar como este jogo mais rendilhado exige. Com ele temos um centro do terreno mais versátil e mais prático, mais curto mas ao mesmo tempo mais simples para rodar a bola. Não será sempre titular porque em determinado tipo de jogos é preciso alguém exactamente como Guarín ou Belluschi que arraste jogo para a frente com a bola colada aos pés, mas a partir do momento em que a táctica passa para o JTA, o lugar é dele.

(+) Hulk Falhou um penalty. Sofreu outro que não foi marcado. Marcou um golo num tiro que o guarda-redes defendeu para dentro. Fez mais meia-dúzia de arranques pelo flanco. Factos. Mas foi a capacidade de limpar a mente das falhas e começar de novo. É muito difícil para um rapaz temperamental (como ele é e sempre foi) esquecer-se de momentos marcantes como a falha do penalty e aguentar um árbitro que o mandava levantar quando era empurrado ao mesmo tempo que marcava todos os mergulhos dos compatriotas de laranja e preto para continuar a jogar a alto nível como fez hoje. Saiu esgotado e levou as palmas que mereceu.

(+) Inteligência na posse de bola É verdade, dir-me-ão, que podíamos ter ido para cima deles com tudo depois do 2-1 e quando estávamos a jogar com mais um. Com mais dois então é que era! Mas não me importei de ver os jogadores a trocarem a bola em segurança, sem inventar passes loucos e sem entrar em correrias malucas pelo flanco. Álvaro para Defour, para Belluschi que tabela com Moutinho, roda para Otamendi que desvia para Fucile, siga para Varela que roda para trás, Fucile dobra para Moutinho que faz a bola chegar a James e este entrega a Álvaro, back to square one e os outros ainda estão lá atrás, deixem-nos estar que nós temos tempo. Lembram-se dos jogos de Mourinho em que aos 80 minutos o central simplesmente parava com a bola nos pés à espera que o adversário a viesse tirar? Pois é, e esse moço ainda parece que treina por aí. É assim que se ganham jogos, é assim que nos temos de comportar contra boas equipas, sendo práticos e eficazes. Se conseguirmos fazer isso em frente à baliza, ainda melhor.

 

(-) Fucile Decepcionou-me a defender, porque os cruzamentos no ataque já se sabe que raramente saem decentes. Willian fazia o que lhe apetecia sem pressão contrária porque Fucile com um misto de cagaço e pouca agressividade dava tempo e espaço em demasia ao brasileiro que tem bons pés e excelente arranque, deixando o nosso treze para trás em jogadas consecutivas. Melhorou na segunda parte mas continuou a levar alguns nós do adversário. Ainda bem que não lhe cravou os pitões nas coxas, valha-nos isso.

(-) Ineficácia no ataque Kleber ainda está verdinho para estas andanças e continuará dessa forma durante alguns tempos, como será expectável. A questão é que as jogadas são criadas mas raramente saem com perigo para a baliza, por muito que os remates surjam para cima ou para o lado das redes. Não questiono a maneira como a bola é rodada entre os nossos médios e avançados, porque gosto do estilo de jogo, mas hoje houve dois vectores de falhanço quase completo: os remates de longe sem preparação e o excesso de adorno. A primeira porque vá-se lá saber porquê, alguns jogadores inventam uma espécie de regra de jogo passivo e depois de boas trocas de bola a procurar espaços para furar, lá se lembram de estourar uma pazada numa direcção qualquer, sem o mínimo de preparação nem afinco técnico. A segunda porque as tabelinhas são bonitas e tal como a canção do beijinho, faz mais uma e depois faz outra e ora faz mais uma que só dois são poucas…e ninguém se lembra de rematar quando está quase na pequena área. A melhorar.

(-) Bolas paradas defensivas Cada vez que a bola era colocada no quarto-de-círculo com a bandeira ao lado…era um abanão mental que os adeptos recebiam. Cantos e cruzamentos têm sido até agora uma tarefa quase impossível de defender porque o posicionamento zonal não está a funcionar. Maicon e companhia estão quase sempre presos à relva por um qualquer íman que atrai lentidão e a bola aparece sempre perfeitinha para a cabeça de um jogador contrário que parece surpreendido pelas facilidades que lhe são dadas. A rever, urgentemente.

(-) Helton Custa mas tem de ser. Até agora tem sido quase perfeito em todos os jogos mas até os grandes guarda-redes têm falhas e hoje o nosso capitão teve uma em grande, como Guarín no Mónaco, Bruno Alves em Manchester ou Secretário em Alvalade (sim, sim). Nestes jogos este tipo de azares têm consequências graves e tem de agradecer aos colegas a capacidade de elevar o nível de jogo e conseguir a vitória. Esquece isso agora, rapáis, já passô!

 

Ninguém pensava que ia ser um jogo fácil. Talvez meia-dúzia de adeptos que não conheciam o Shakhtar (a melhor equipa brasileira, como já ouvi dizer) poderiam imaginar que eram só mais uns gajos com nomes acabados em -inksi que vinham cá passear num final de tarde quente e que não liga nada a fases de grupos da Champions. Pois bem, foi preciso jogar a sério e com toda a calma, inteligência e capacidade de sofrimento, para que pudéssemos sair do Dragão com os três pontos na mala. Tramados, os laranjinhas, com trocas de bola prática e talento individual para mostrar e vender por muitos milhões, só com nove em campo deixaram de criar perigo para Helton, mas há que salientar a forma como o FC Porto conseguiu dar a volta a uma situação negativa depois de confirmar a sina que nos apanha sempre em jogos europeus: quando se falha, sofre-se. E tem sido sempre assim, há anos e anos. Mérito então para os rapazes que conseguiram levantar a cabeça depois de um penalty ao poste e um golo sofrido com azar e seguiram para cima dos ucranianos até passar para a frente…e depois descansar, com o trabalho completo.

Link:

Ouve lá ó Mister – Shakhtar Donetsk

Amigo Vítor,

Estamos todos impressionados. A segunda parte contra o Setúbal parecia tirada do “Manual de Bem Atacar com Bola” e estava entusiasmado a ver o jogo. Gostaste do “James e os Três Anões”? Acho que me saiu bem, pá, vou usar essa outra vez no futuro se me deres hipótese para tal.

Mas este jogo não vai ser igual ao de sexta-feira, pelo contrário. Vamos esquecer por agora os Necas, Hugos Leais, Brunos Amaros e Pitbúis e focar no Jádson, Willian, Fernandinho e Srna. E mais alguns que jogam com muita cabeça mas que aguentam noventa minutos ali a correr muito e pelos sítios certos. São gajos experientes e tens de lhes acertar como o bom jogador de sueca que nunca deixa entender que mão está a segurar (sim, sueca, nem todos se venderam ao poker) para poder depois agredi-los com um valete de espadas onde mais dói. Exactamente, no bolso. E sei que gostaste de ver Defour-Moutinho-Belluschi no meio campo mas se calhar pode não ser boa ideia começar por aí. Se fosse a ti punha o Fernando para arrancar as hostilidades e depois…vês no que dá. É que estes jogos são tramados, qualquer falha na defesa e vem por aí fora uma horda de brasileiros para o contra-ataque e está o caldo entornado. Somos bons, mas eles também são.

E acima de tudo, Vítor, é jogo de Champions’. O teu desfloramento nestas coisas de jogos europeus e aposto que como todos nós na bancada vais sentir aquele arrepio quando começares a ouvir a música a ecoar no Dragão. É lindo ver o estádio cheio de estrelas porque a Liga Europa é muito gira mas não é a mesma coisa e a malta sabe que é aqui que quer estar todos os anos. Lembra-te do ano passado, com equipas como o Besiktas, o Rapid Viena e o CSKA de Sófia. Este ano apanhamos três campeões, que só nós e o…Barcelona se podem gabar de ter no grupo como cabeças-de-série. É bonito estar aqui, homem, é muito bonito. Mas ainda mais gostoso é começar esta primeira série de seis jogos com uma vitória. Conto contigo.

Sou quem sabes,
Jorge

Link:

Porta19 entrevista Oleg (http://light-fans.ru)

Retomando as entrevistas aos nossos adversários e aproveitando o arranque da Champions’, “falei” com Oleg do site Light-Fans, a representação online de uma das principais claques de apoio ao Shakhtar Donetsk e presença permanente nos jogos em casa e fora do clube. Funciona muito como uma família, um grupo unido que se junta para gritar pelo clube.

 

Porta19: O FC Porto fez o último jogo oficial contra o Shakhtar na Taça das Taças em 1983 (ganhou 4-3 no conjunto das duas mãos depois de empatar em Donetsk e vencer no Porto por 3-2) e não enfrenta uma equipa ucraniana desde o Dínamo Kiev em 2008. Como é que o futebol evoluiu na Ucrânia nos últimos anos?

Oleg (Light Fans): Para responder a esta pergunta temos de voltar atrás na História. Desde os primeiros tempos da história do futebol na Ucrânia só houve uma equipa – o Dínamo (Kiev). O resto das equipas não conseguiam rivalizar e criar uma oposição competitiva. Desde 1996, quando Akhmetov foi eleito presidente, teve início uma nova fase da história do Shakhtar. O Dínamo era uma equipa poderosa naquela altura, mas o Shakhtar fez tudo o que pôde para se tornar num rival ao nível deles, ao passo que o resto das equipas mantiveram o seu nível que não pode ser considerado acima de mediano. Anos mais tarde, o Shakhtar tornou-se mais forte e venceu vários campeonatos. Nas últimas três temporadas estamos a passar por uma grande transformação, particularmente no nível do campeonato nacional. As pessoas que gostam de futebol (entre outros motivos :) ) começaram a investir enormes quantidades de dinheiro nos seus clubes e como consequência o nível do campeonato atingiu novos patamares. Hoje em dia quase todas as equipas conseguem competir pela liderança e clubes como o FC Metallist ou o FC Dnipro têm possibilidades de interferir na corrida para o campeonato ou pelo menos para o segundo lugar. A somar a isso, nos últimos anos graças ao Shakhtar começámos a ser conhecidos na Europa (pelo menos esperamos que sim) e jogadores de bom nível já não têm problemas em vir jogar para a Ucrânia. O crescimento do nosso campeonato levou também a uma evolução muito positiva do nível de jogo das equipas (do nosso ponto de vista). As equipas do leste da Europa eram vistas como “parentes pobres” pelo resto do continente mas o Shakhtar conseguiu chegar aos quartos-de-final da Champions’ League e não estamos à espera que nos subestimem desta vez.

 

Porta19: O Shakhtar conquistou a Premier League da Ucrânia no ano passado. Quais são as expectativas para esta época?

Oleg (Light Fans): No fundo, as mesmas. O Shakhtar actualmente domina o futebol ucraniano apesar dos esforços do resto dos clubes. O único problema está na motivação, porque se perdermos é exclusivamente por culpa própria. Infelizmente podemos trazer muitos problemas a nós mesmos.

 

Porta19: O que é que o FC Porto pode esperar quando visitar a Donbass Arena? Como vai ser o ambiente dentro e fora do estádio?

Oleg (Light Fans): O nosso novo estádio está situado na parte central da cidade e a atmosfera do estádio é acolhedora e amigável. Muitas crianças assistem a todos os jogos do Shakhtar com as suas famílias. Há também uma certa diferença entre os jogos do nosso campeonato nacional e os da Champions’ League. É hábito para os jogos do campeonato haver uma “sector escolar” onde os nossos adeptos mais jovens podem apoiar a equipa. Nos jogos europeus a presença da juventude não é tão óbvia. Vendemos cerca de 35 mil lugares anuais e o clube tomou a decisão de deixar de os vender, com o intuito de possibilitar que todos os fãs possam comprar bilhete para os jogos. Há uma divisão entre três categorias de adeptos dentro do estádio:


Porta19: Quem são as principais armas do Shakhtar para abater o FC Porto? Jádson? Willian? Srna? Eduardo?

Oleg (Light Fans): Nem sei o que te dizer. Vou ser claro: todos os jogadores do meio-campo são perigosos. Qualquer jogador da nossa equipa pode trazer problemas mas a principal ameaça está no centro do terreno.

Porta19: Conheces os jogadores do FC Porto? Quem é que admiras e quem é que te assusta?

Oleg (Light Fans): Hulk – sem dúvida. Muito perigoso.

 

Porta19: Porque tens um site de apoio ao Shakhtar? Por amor ao clube, pelo gosto da intervenção na web ou simplesmente como uma forma de organizar o clube de fãs?

Oleg (Light Fans): Posso contabilizar todas as razões que avançaste mas devo dizer que em primeiro lugar está o amor pelo clube e só depois virá a discussão e comunicação entre os adeptos. De website para website os objectivos podem ser diferentes mas não muito. Há muitos fãs do Shakhtar em Donetsk e pela Ucrânia fora, por isso criamos o grupo “Light Fans” para integrar todas essas pessoas. Queremos que a nossa equipa mostre um elevado patamar futebolístico e os nossos fãs façam o mesmo a nível do apoio que dão à equipa. O nosso objectivo é conseguir ter um estádio inteiro a cantar pelo nosso amado Shakhtar. Queremos envolver tantas pessoas quanto fôr possível como adeptos activos para que o público da Donbass-Arena se envolva no ambiente do jogo como nos melhores estádios da Europa.

 

 

Resumindo, esperamos jogos muito difíceis mas a maior parte das pessoas aqui estão à espera que as nossas equipas se qualifiquem para a próxima fase. A questão é: “Que lugar é que cada uma vai ocupar?”. E é certo que esperamos que ambas as equipas mostrem um excelente futebol (apesar do facto do Shakhtar deverá jogar um pouco melhor) e ficamos à espera da vingança. Mas vamos ver, como sabes o futebol é um jogo em que nunca se sabe o que vai acontecer. Sobre o Zenit, a opinião é simples: uma equipa muito boa que com um bocado de sorte pode rivalizar com qualquer uma das nossas equipas.

 

 

 


 

 

É sempre curioso o contacto com outros adeptos por esse mundo fora e este não foi excepção. Obrigado ao Oleg e ao resto dos adeptos do Donetsk!

Link:

Wait and ye shall…wait again.

Se Alex Sandro era expectável que ficasse de fora (estrangeiro, a recuperar de lesão e só disponível lá para Outubro…), Walter e Iturbe foram surpresas. Walter porque só teremos um avançado “de área”, o que leva a pensar que Hulk pode ser atirado lá para o centro, deixando espaço para…outro fazer o lugar dele. Mas mais uma vez, é estrangeiro e não formado no clube, o que limita as oportunidades que poderá vir a ter na Europa, o que é mau para o jogador e para o clube.

Já a situação de Iturbe deixa-me desiludido. Não sei se nos virá a fazer falta na Champions’ porque ainda é muito novo e provavelmente terá de se adaptar a um estilo muito diferente do que vinha habituado, mas estava à espera que o rapaz por lá pudesse andar para ir ganhando calo. A questão que já li a ser comentada em vários sites em que muitos afirmam que a idade lhe permite ser inscrito pela Lista B, pelo que vejo nos regulamentos está posta de parte.

Reparem no que diz a alínea 18.17 do Regulamento da Champions’ League 2011/2012:

Conditions for registration: List B

18.16 Each club is entitled to register an unlimited number of players on List B during the season. The list must be submitted by no later than 24.00 CET on the day before the match in question.
18.17 A player may be registered on List B if he is born on or after 1 January 1990 and has been eligible to play for the club concerned for any uninterrupted period of two years since his 15th birthday by the time he is registered with UEFA. Players aged 16 may be registered on List B if they have been registered with the participating club for the previous two years without interruption.

Ora estas condições não se aplicam a Iturbe, que apenas foi contratado este ano. Já Tiago Ferreira ou alguns outros júniores que pertençam aos quadros do FC Porto desde 2009/2010, pelas minhas contas, podem ser inscritos na Lista B até ao dia anterior ao jogo.

Todos os elementos que estão à frente do FC Porto sabem destas regras, como é evidente, por isso a não-aposta em Iturbe foi pensada. É evidente que todos temos esperança de o ver a jogar (e muito, e bem), mas achou-se que terá de esperar. A possível convocatória para os Jogos Pan-Americanos pode estar relacionada com a escolha, mas é sobre os ombros de Vítor Pereira que recai a selecção dos jogadores. Selecção essa que é sempre limitada por regras de mercado, mas a pressão para uma boa Champions’ (leia-se “passar a fase de grupos”) é intensa e qualquer resultado abaixo disso vai colocar em cheque qualquer naipe de jogadores que fossem ou não seleccionados.

Não quero começar a contestar políticas de gestão de plantel ou de activos quando ainda não vejo os resultados concretos, mas uma coisa é certa: estamos a ficar limitados nas escolhas que fazemos para compôr uma equipa de sucesso.

PS: Já agora, e Danilo? Entra para a lista quando chegar em Janeiro? Se sim, quem sai?

Link:

Pseudo-twitadas sobre o sorteio

FC PORTO
Shakhtar Donetsk
Zenit St.Petersburg
APOEL

  • Podia ter sido pior, como mencionei no post pré-sorteio. Não foi mau, mas também não foi muito bom. O grupo A (se em vez do Bayern fôssemos nós com Villarreal, Manchester City e Nápoles) era muito mais tramado mas o H (tirem o Barcelona e ponham-nos contra Milan, BATE e Plzen) era mais fácil.
  • O normal nestas coisas costuma ser estarmos no pote 2, apanharmos um tubarão do caraças vindo do pote 1, uma equipa razoável saída do pote 3 que está ao nosso alcance se jogarmos benzinho e um saco de pancada no pote 4. Tem sido assim desde o início dos tempos, aleluia aleluia. Desta vez ficamos no pote 1 (oh glória fugidia) e apanhamos duas equipas equivalentes às antigas do pote 3 e outra que em princípio será mais fraquita. O problema é que não podemos pensar: “oh, contra os grandalhões já não temos grande hipótese, mas temos mesmo de ganhar aos outros para ficarmos em segundo. Este ano temos de fazer isso…duas vezes.
  • Em Outubro e início de Novembro, o calendário inclui os jogos “fáceis” contra o APOEL, depois de viagens pelas selecções para meia equipa, somando mais umas jornadas de campeonato. É duro, mas as equipas que querem ser campeãs têm de apanhar com estes calendários e este não é diferente de outros anos.
  • Estou em dúvida para saber se o Bruno Alves vai ser recebido no Dragão com assobios ou aplausos. Inclino-me para os aplausos…até ao primeiro salto por cima do nosso ponta-de-lança.
  • Ir à Rússia em final de Setembro é simpático. Ir à Ucrânia em final de Novembro nem por isso.

Enough. Venha o Barça.

Link: