Baías e Baronis – Rio Ave vs FCP








(foto retirada do MaisFutebol)


Num dia em que o futebol jogado dentro das quatro linhas quase ia passando despercebido, tal foi o reboliço com os ex-castigos de Hulk e Sapunaru, o FC Porto deu um passo importante para disputar a final da Taça de Portugal, no Jamor. Com todas as ausências que se conhecem, entramos com força e com uma dinâmica curiosa no meio-campo, fruto de inúmeras jogadas de entendimento de Ruben e Meireles, que mais pareciam irmãos que jogavam juntos desde sempre. Onde estava esse entendimento nas últimas semanas?…Enfim, o jogo foi disputado a um nível muito acima do habitual desta época, com boas jogadas ofensivas, poucas falhas na defesa e um sentimento no final da partida que há muito não tinha: ganhámos bem.

BAÍAS
(+) Ruben. Um golo e duas assistências. Só estas estatísticas comprovam a influência que o madeirense teve hoje na equipa do FC Porto. O golo foi mais que merecido, especialmente por ser o primeiro de azul-e-branco vestido, mas o que mais impressiona no jogo de Ruben é a constante vontade de jogar futebol, de criar jogo ofensivo, de pautar as movimentações dos colegas, arquitectando jogadas de ataque que passam todas pelos seus pés. Excelente a combinar com Meireles hoje, muito melhor que em outros jogos, e pareceu gostar de jogar na táctica que Jesualdo hoje “inventou”.
(+) Meireles. Onde andava este Meireles? Heim? Raúl? Come out, come out, wherever you are! É este o Meireles que nos habituamos a ver, é este espírito, esta entrega, esta garra a jogar que tanta falta nos tem feito este ano. Marcou um golo importante que nos recolocou na vantagem e acima de tudo foi um elemento chave no meio-campo de 4 (por vezes 5) elementos de hoje. Tal como Ruben, pareceu adaptar-se bem ao esquema com um centro de terreno mais povoado.
(+) Fernando. A diferença vê-se nos pequenos detalhes. Onde Tomás Costa desliza, Fernando não mexe. Quando Guarín falha, Fernando acerta. É titularíssimo, só precisava de estar em melhor forma física para aguentar 90 minutos a sério.
(+) Beto. Esteve muito seguro na baliza, sem culpas no tento do Rio Ave. Defendeu vários remates de longe, incluindo um corte traiçoeiro de Álvaro que ia dando em auto-golo, que palmou para canto, lesionando-se no processo. Gostei da confiança.

(+) Jesualdo. Convenhamos que a tarefa era complicada. Sem Hulk, Varela, Rodríguez e Mariano, com Farías no banco para fazer número e mais alguns rapazes bem cansados, Jesualdo era forçado a inventar uma táctica para acomodar os onze que iam entrar em campo. Fê-lo bem, com uma espécie de 4-1-4-1 que foi enchendo o meio-campo e impedindo ataques pelo centro (a não ser pelo ar), basculando os jogadores para as alas quando era preciso. Muito bem a experimentar quando colocou Miguel Lopes no lado direito do ataque para testar alternativas. O plantel é infelizmente curto em qualidade e ele sabe disso, daí entenderem-se os testes em diferentes posições.

BARONIS
(-) Fucile. Notou-se que está com pouca confiança e não é o Fucile que já foi esta época. Precisava de férias mas como ainda tem alguns meses de competição (e depois o Mundial), lá vai ter de engolir os sapos da sua própria consciência e voltar à luta. Continua a ter entradas arriscadas que lhe valem cartões a mais.
(-) Falcao. Não é uma nota negativa pelo esforço, mas sim pela falta de produtividade quase total, para lá da assistência no primeiro golo. Vê-se que está cansado (pudera!) e começa a notar-se ainda mais no campo, quando já não tem forças para lutar como fazia há um mês atrás.

(-) Belluschi. O argentino não engata. Com o toque de bola que tem acaba sempre por tentar fazer mais do que é preciso e raramente consegue criar perigo, perdendo muitas bolas de uma maneira infantil, quase ridícula para um jogador com alguma experiência. Não entrou mal no jogo mas cedo percebi que ia ser o costume, com muitas falhas e pouco sumo.



Um bom resultado, acima de tudo, porque vencer fora é sempre agradável, mas acima de tudo uma boa exibição. Teve os seus altos e baixos mas em nenhuma altura pensei que não conseguíssemos ganhar o jogo. Está tudo pronto para fazermos um jogo tranquilo no Dragão e passarmos à Final!
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Baías e Baronis – FCP vs Rio Ave


(foto retirada d’A Bola)

Não tive hipótese de ver o jogo ao vivo no Dragão porque me encontrava na altura aos saltos como um louco no Pavilhão Atlântico a ver os Muse (obrigado, foi excelente!) e apenas vi o jogo quando cheguei a casa, por volta das 3 da manhã, o que leva a que a minha percepção do que se passou em campo possa estar um pouco torcida. Ainda assim, vamos lá à escalpelização dos factos…e olhem que escrever isto direitinho com 3 horas de sono não é fácil. Onward:

BAÍAS
(+) Varela. É quase impossível não gostar do rapaz, especialmente quando pega na bola vindo de trás e arranca por lá fora, tentando não driblar muitos defesas mas sim passar por eles em velocidade. É rápido, é agressivo e é um jogador para ser titular, por muito que custe aos outros dois avançados que jogam nas alas, eles que também estão a subir de forma. Varela pode ser uma das pedras-chave para o regresso do nosso clube ao lugar que se espera meritório mas que, por agora, nos contentamos que seja apenas estatístico.
(+) Notei algo de diferente na equipa, particularmente após a entrada de Varela. Houve maior agressividade, maior empenho em cada um dos lances disputados e uma tentativa de fazer mais e melhor. Gostei de Hulk e de Rodríguez a lutarem pela bola, gostei de Meireles menos esticado no terreno e gostei de ver a equipa como um todo a rodar a bola cada vez mais em cima do adversário.
(+) Fucile esteve bem, apesar do penalty ter sido absurdamente marcado pelo árbitro. A forma como sobe desinibido pelo flanco dá muito apoio ao ataque, fazendo constantes overlaps de posição com Hulk e terminando as jogadas sempre em cima dos adversários. É este Fucile que queremos!!!
(+) Estou a começar a gostar de Beto. Ontem, com a relva molhada, a ser pressionado por constantes cruzamentos e remates traiçoeiros do Rio Ave, esteve impecável. Sem culpa no golo (onde andavam os centrais?), o nosso Pimparel esteve em todas, defendeu algumas complicadas e muitas simples, sempre a agarrar a bola com segurança e a lançar imediatamente o ataque…com certeza no envio da bola, não me lembro de o ver a fazer como Helton, que normalmente lança a bola com a mão para 50 metros longe da baliza…só para a bola ir para fora. É assim que um guarda-redes deve lançar os ataques, pelo chão, para os pés dos jogadores, tal como Baía fazia na era Mourinho.
BARONIS
(-) Chuva + vento + frio + Domingo + 20h15 = Pior assistência da época. Estavam à espera de quê?!
(-) Belluschi. Entrou muito bem em jogo, mas não me dá grande hipótese de louvar a capacidade técnica quando se afasta da partida durante tantos minutos e quando aparece acaba por falhar passes fáceis e não criar os desiquilíbrios que se esperam dele. Ainda não chega, miúdo.
(-) Fernando ontem foi o exemplo paradigmático das falhas técnicas da equipa. Finta quando não deve fintar, falha passes fáceis e só sabe jogar para o lado. Teve um mau jogo e espero que não volte a acontecer.
(-) Hesitei em dar um Baroni a Maicon e decidi que tenho de o fazer. O rapaz não esteve mal de todo mas é demasiadamente lento. Falhou um passe absurdo quando tentou mudar de flanco em frente a João Tomás (se não estou em erro, o que é possível) e quase dava o golo do avançado do Rio Ave. Mediano tecnicamente, esteve em falha no golo do adversário, bem como Bruno Alves. Não me venham dizer que é o Fucile que está responsável por marcar Tarantini. O rapaz bem saltou…
(-) Continua a mediocridade técnica. Com todo o respeito que Jesualdo me merece, se o treinador fosse Sir Bobby, no final das partidas lá iam todos de volta para o campo, o Rui Barros espalhava uns pinos pela relva fora e punham-se todos a tentar acertar nos mecos a 20 metros de distância. Quem falhasse tinha de dar uma volta ao campo a sprintar. Era ver o Fernando e o Álvaro a deitarem os bofes de fora ao fim de 15 minutos…ou seja, 15 voltas…
Como disse no início, ver o jogo na TV é diferente de o ver ao vivo, e por isso preferiria não embandeirar em arco e pensar que a equipa está a crescer de produção, apesar de ainda longe do desejável e exigível. Mas pode ser que (mais) este pequeno susto tenha ajudado…
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