Ouve lá ó Mister – Rio Ave

André, vingador renascido!

Parece que não saímos do Dragão nestes últimos tempos, homem! Não posso dizer que estou farto de lá ir porque estaria a mentir, é sempre um prazer subir as escadas a caminho do meu lugar cativo, conviver com os meus colegas de lugar e discutir as tuas escolhas. Uns concordam, outros nem tanto. Mas todos defendemos que o melhor para o clube é ganhar, já não é mau, certo?

Depois da não-noite de quarta-feira, já sabes que o pessoal que lá aparecer hoje ao fim da tarde está com vontade de ver sangue. É natural, pá, um gajo não pode passar muito tempo sem ver o clube a ganhar, porra, até parece mal! Toda a gente quer ir lá ver um bom jogo mas acima de tudo uma vitória. Manter os 11 pontos é essencial e nunca se sabe quando é que o Benfica vai fraquejar mas o que temos de esperar é que eles não vão perder mais nenhum ponto…tirando os três que lhes vamos tirar quando lá formos em Abril. E olha que esta de tirar os três era mesmo para ser mais que só uma menção à vitória que queremos, é mesmo para pensares em obrigar o Luisão a sentar-se numa bandeirola de canto para não sentir mais dor pelo resultado…mas divago, perdão, voltemos ao Rio Ave!

Já vi que estás a gostar de ter o Hulk no meio em vez de alguém que esteja habituado a lá jogar. Pá, tu é que sabes, eu tomaria outra decisão. Chama-me conservador mas gosto pouco de adaptações. Que queres que te diga, para mim quando não tenho salsa para cozinhar não vou lá colocar um cacto só porque é verde! Somos gajos diferentes, se calhar é por isso que estás aí e eu estou no sofá armado em parvo.

De qualquer forma, amanhã é para ganhar. Com ou sem Walter, com ou sem Belluschi, Álvaro, Falcao. É para ganhar e ponto+ponto+ponto!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Rio Ave vs FC Porto

Foto retirada do MaisFutebol

Não foi um jogo bonito, mas ganhámos com mérito e com valentia. A equipa jogou um futebol enfadonho, mas eficaz. Simples, mas prático. Pouco inteligente durante largos minutos, mas directo ao assunto e sem grandes invenções. Esteve aí a marca da diferença do FC Porto de Villas-Boas esta noite no Estádios dos Arcos, uma marca que se vai tornando notória à medida que os jogos vão decorrendo: estamos aqui para vencer, vamos vencer e quando fôr preciso, joga-se bonito, como no caso do segundo golo, uma obra de arte em forma de contra-ataque. Vamos a notas:

(+) Hulk Dois golos hoje e mais um no primeiro jogo colocam-no na liderança dos melhores marcadores. Hulk está em boa forma e isso reflecte-se na forma como joga. Apesar de continuar a enervar os adeptos quando por vezes parece “guloso” demais ao aparecer a rematar quando deve passar e vice-versa, é uma unidade que neste momento rende mais que vários Varelas a jogar em paralelo. É a força-motora da equipa, o homem que pega na bola e arranca para o ataque, quer venha da ala ou do centro do terreno, substituindo muitas vezes os médios criativos, já que hoje nem Moutinho nem Belluschi estiveram nos seus melhores dias. É actualmente insubstituível no FC Porto.

(+) Rolando+Maicon Depois da miserável exibição frente ao Genk, a dupla de centrais redimiu-se hoje, principalmente Rolando, bem mais activo e alerta, a sair a jogar e a interceptar bola atrás de bola que chegavam perto de si. Maicon, por outro lado, foi prático e não inventou nada. Deve ter ouvido das boas do André quando chegou ao balneário no final do jogo contra os belgas, deve…

(+) Sapunaru Foi (mais) um jogo esforçado do nosso bebedolas, que lutou contra um adversário muito complicado como é Bruno Gama e safou-se muito bem. Depois dos primeiros 5 minutos em que pensei que se fosse ver à rasca para parar o nosso ex-extremo, conseguiu limpar o flanco quase sempre com facilidade e até aparecer a ajudar o ataque. Teve azar na lesão e pode ter dado o lugar a Fucile…se este não sair até terça-feira.

(+) Fucile Há grandes diferenças entre Fucile e Sapunaru, como é óbvio para quem vê os jogos do FC Porto. Fucile é ofensivo, acelerador, inteligente e espalhafatoso. Sapunaru é calmo, defensivo e parece estar sempre preocupado com o que vem aí pelo flanco dele “ai senhores que o gajo sabe fintar, deixa-me recuar para ver se ele não me ultrapassa já e…pronto, já cá está a bola!”. Mas para grandes equipas, Sapunaru, apesar de não ser mau jogador, é limitado, arrisca pouco e perde em relação a um Fucile em forma. É que dá gosto ver o uruguaio, tirando o ridículo penacho louro no cabelo, a correr pelo flanco fora em auxílio do ataque, e faz falta vê-lo na posição dele. Se sair é uma perda muito grande para a equipa.

(-) Varela Não dá, rapaz. Assim não dá. Continua com medo de meter o pé à bola e temo que regresse da Selecção ainda com mais medo. Apesar de ter feito a assistência para o segundo golo e ter estado envolvido no primeiro, durante o resto dos minutos que esteve em campo andou a passear sem lutar muito com os adversários, fugindo do choque como um gótico de água fresca e deixou várias vezes Álvaro Pereira à rasca com dois gajos pela frente. Não está a merecer a titularidade.

(-) Álvaro Pereira Já no jogo contra a Naval “deu” um penalty aos adversários que não foi assinalado e hoje em Vila do Conde mais uma vez fiquei com a impressão que fez falta sobre Tarantini dentro da área. Felizmente o árbitro achou que tinha sido simulação do vilacondense e Álvaro safou-se mais uma vez. Mas tem de ter calma com os carrinhos, um dia destes vai sofrer com isso e arrasta a equipa com ele. Para além disso continua muito distraído na defesa e não pode continuar a falhar como tem falhado.

Chegamos à primeira paragem do campeonato em primeiro lugar com três vitórias em três jogos. Podemos não estar a ofuscar as outras equipas com a qualidade do nosso futebol, mas acima de tudo estamos a ser práticos e eficazes. É isso que se pede a uma equipa que está em construção, que vá ganhando para continuar a crescer e a melhorar o entrosamento entre elementos e sectores. Vamos pelo bom caminho e os sócios começam a ganhar alguma fé na equipa. Espero que a paragem não traga lesões e que consigamos manter o mesmo nível depois dos rapazes regressarem dos jogos pelas selecções. Ah, e já agora, que se feche o mercado rapidamente…

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Porta19 entrevista João Paulo Meneses (reisdoave.blogspot.com)

Continuando a rubrica que abri aqui com a entrevista a Wim Nijst, em antecipação do próximo Rio Ave vs FC Porto coloquei algumas perguntas ao co-autor do blog Reis do Ave, o blog mais representativo da malta adepta do maior clube de Vila do Conde. Jornalista na TSF, onde apresenta a conhecida rubrica “Mais Cedo ou Mais Tarde“, também consultável como blog aqui, João Paulo Meneses acedeu a tirar algum tempo da sua preenchida agenda para responder a meia-dúzia de perguntas. Cá estão elas:

Porta19: O Rio Ave está a jogar bem, com garra e empenho mas até agora os resultados não têm sido positivos e ainda não marcou um golo. Com o FC Porto em crescendo de forma, há esperança de parar o Dragão nos Arcos?

João Paulo Meneses: Claro que sim. O Rio Ave nunca entra em campo derrotado. E o nosso treinador é a imagem disso mesmo.

Porta19: Quem são os jogadores de maior potencial no plantel do Rio Ave para 2010/2011? Há mais um Vítor Gomes ou um Sílvio na calha?

João Paulo Meneses: Temos bons jogadores, desde Joao Tomás (há poucos no futebol português como ele) a Bruno China; de Saulo, bom extremo, a Bruno Gama, no outro lado. Mário Felgueiras é um optimo guarda-redes. Atenção ao central Jeferson.

Porta19: Carlos Brito é um treinador que deixou uma imagem de marca ofensiva quando apareceu no nosso futebol mas que parece ter evoluído para um resultadista nos últimos tempos. Que abordagem prefere?

João Paulo Meneses: Brito joga sempre em 4-3-3, na Luz ou em Vila do Conde. Mas um empate é melhor do que uma derrota…


Porta19: Com a imprensa tão tri-polarizada em Portugal, como é que vê o desprezo a que são votadas as equipas de dimensão mais pequena?

João Paulo Meneses: Com (quase) normalidade (afinal eu proprio sou jornalista e trabalhei no jornalismo desportivo). Tentamos contornar.

Porta19: O Reis do Ave é um blog que marca pontos pela diferença por ser mais que um replicador de notícias sobre o clube mas também por manifestar opiniões livres sobre o seu clube. De onde vem a motivação para escrever depois de um dia de trabalho?

João Paulo Meneses: Ajudar a fazer do Rio Ave um Clube maior (em todos os aspectos) é a nossa motivação.

Porta19: Ainda há esperança para a maioria dos blogs Portugueses de futebol ou a inspiração está a definhar em função das redes sociais e dos fóruns de discussão?

João Paulo Meneses: São modas. Os blogues viram para ficar, com este ou outro nome.


Porta19: Para concluir, um pedido: são capazes de calafetar o Estádio dos Arcos para não estar sempre tanto vento? ;)

João Paulo Meneses: Já tentámos, mas o toldo voou, com as nortadas!!!

Aproveito para agradecer ao João Paulo pela disponibilidade. Não se esqueçam de sintonizar a TSF para ouvirem o excelente programa que ele apresenta. Quem sabe, pode ser que ouçam alguma coisa que daqui a uns tempos vai ser notícia no mundo todo e já podem dizer aos amigos: “Oh, já sei disto há tanto tempo, vocês são uns incultos, só falam de futebol!”. Fica sempre bem.

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Baías e Baronis – FCP vs Rio Ave








(foto retirada do MaisFutebol)


Passei pelo Dragão a caminho de casa e fiquei na dúvida se o jogo seria cá ou em Vila do Conde. Afinal parece que era mesmo na Invicta e o ambiente é que era fraquinho. Tal como o jogo. Apesar da falta de interesse (incluo-me nas pessoas que optaram por não ver o jogo ao vivo) que esta 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal despertou, acabamos por ter algumas notas positivas no meio do habitual aborrecimento que é ver o actual FC Porto jogar. Siga para notas:

BAÍAS



(+) Valeri. Entrou muito bem no jogo e continuou bem na 2ª parte. Pareceu ocupar confortavelmente o espaço habitual de Raul Meireles mas ainda terá de trabalhar muito mais para conquistar um lugar na equipa. Com notícias que ficará mais um ano ligado ao FC Porto, fico à espera para ver mais do argentino.
(+) Addy. É aquilo que estava à espera. Com vontade de jogar e fazer as coisas simples, é o típico lateral africano, com velocidade e empenho, a atacar bem melhor que a defender, mostrou que precisa de mais ritmo e mais minutos nas pernas para se aperceber da melhor forma de jogar em campeonatos que exijam um pouco mais que o dinamarquês. Cresceu durante o jogo, fez o público gostar dele (o que, convenhamos, não é fácil de conseguir no Dragão) e pode ser um bom jogador para o futuro.




(+) Beto. Esteve muito seguro na baliza, com várias defesas e saídas a cruzamentos que deram segurança ao sector defensivo. Questiono-me se ainda terá hipótese de fazer parte da convocatória de Queiroz para o Mundial, não como primeira escolha mas como credível alternativa a Eduardo.




(+) Guarín. É raro “Baiar” este rapaz, mas hoje mereceu, em exclusivo pelo golo que marcou, já que nos 20 minutos que esteve em campo pouco mais fez para merecer nota acima da média. Mas o remate com que fez o 2-0 foi simplesmente extraordinário, digno de figurar no filme com os melhores golos do ano. Se ao menos fizesse outras coisas com o mesmo nível…


(+) Falcao. Comparar Falcao com Farías, como fiz no início da temporada, é uma parvoíce. No pouco tempo que esteve em campo, apesar de alguns passes falhados, mostrou o que deve ser um ponta-de-lança a sério, a aparecer nos locais exactos para finalizar e a criar espaço para dominar a bola e arrastar os defesas. Excelente.

BARONIS

(-) Ritmo do jogo. Sei que era um jogo que se previa tranquilo e que o resultado da primeira mão quase decidiu a eliminatória a meio, mas os primeiros 45 minutos foram lentos e relaxados em demasia. Para os adeptos que lá foram deve ter sido uma bela duma seca, não fosse a chuva que ia caindo.

(-) Hulk. Assim não, Givanildo! A malta enerva-se contigo, Givanildo! Então um gajo elogia-te durante tanto tempo e depois entras em campo a olhar para baixo e a tentar fintar o relvado? Não pode ser, rapaz, é pouco para o que vales, é pouco para o que já mostraste e é pouco para o que exigimos de ti.

(-) Farías. Grandes penalidades falhadas são (quase) sempre culpa do jogador que a aponta.


Um jogo que deu pouco trabalho e que mostrou que o FC Porto pode ser eficaz quando quer. Os últimos 20 minutos foram bem jogados, com o Rio Ave a tentar atacar para marcar um golinho e o FC Porto a marcar em quase todas as vezes que chegou perto da baliza adversária. Que seja um resultado idêntico contra o Chaves na final da Taça!

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Baías e Baronis – Rio Ave vs FCP






(foto retirada do MaisFutebol)


Quando saí de casa ontem pelas 20h30, deixei o jogo a gravar para ver quando chegasse. A noite estava excelente, quente e convidativa, e quem tinnha planos extra-futebol decerto não lamentou a opção. Ainda assim, quando regressei ao conforto do lar pus-me a ver o jogo, já sabendo o resultado final. O sacrifício que fiz para aguentar 90 minutos da miséria futebolística que teve lugar ontem em Vila do Conde, meus amigos, foi grande. O FC Porto jogou mais uma vez sem grande discernimento, com empenho mas pouca inteligência, fruto de, creio, alguma desmotivação (incompreensível) e de um jogo extra-agressivo da parte dos jogadores do Rio Ave. Siga para notas:

BAÍAS
(+) Helton. E lá vai o terceiro Baía para Helton, o homem que ontem garantiu pontos para o FC Porto. Digo pontos porque o Rio Ave teve mais que uma oportunidade clara de golo que o brasileiro negou com classe e elasticidade, sempre mantendo a defesa segura e as redes invioláveis. Excelente numa defesa na relva, com uma estirada providencial.
(+) Farías. Entrou e, como de costume, marcou. A produtividade do Ernesto é qualquer coisa que devia ser estudada por teóricos estatísticos, tal é a marca que atinge em termos de rácio golo/minutos de jogo. Continuo com a minha opinião bem vincada: Farías é esforçado mas até pode marcar 8 golos ao Barcelona em Nou Camp…continuo a dizer que não podemos depender dele como avançado principal para o nosso clube e é caro demais para estar ao banco. Ainda assim o golo foi bom e deu muito jeito!
(+) Hulk. Não estando ao nível dos últimos dois jogos, provavelmente pela lesão que sofreu no aquecimento, louvo a capacidade de se manter calmo e não-confrontacional perante as entradas muito duras que ia sofrendo consecutivamente por parte dos jogadores do Rio Ave. Manteve a calma durante o jogo todo, quase que marcava na melhor jogada do encontro depois de se entender bem com Meireles (ou Ruben, lá está uma desvantagem de ver o jogo às quatro da manhã…) e foi de uma forma geral o melhor jogador do meio-campo para a frente.

BARONIS

(-) Laterais do FC Porto. Um jogo para esquecer tanto para Miguel Lopes, de regresso aos Arcos, e para Álvaro Pereira. Estiveram todo o jogo distraídos, com pouca concentração nas tarefas defensivas e pouco eficazes no ataque. Miguel Lopes continua a ser agressivo em demasia quando não tem necessidade de o fazer, e Álvaro podia ter originado dois golos depois de falhas defensivas intoleráveis.

(-) Cobertura do meio-campo defensivo. Mais uma vez conseguimos ver a equipa adversária a subir no terreno como quer sem encontrar problemas da nossa parte. Acho fantástico como é que os jogadores do FCP se “cravam” no terreno, fixando posição em vez de rodar numa cobertura zonal, fazendo pressão quando a bola entra na área que estão a tentar defender. É confrangedor.


(-) Agressividade exagerada. Hulk levou, sem exagero, 4 patadas nos pés, todas elas sem dúvida deliberadamente para acertar no avançado do FC Porto. Não me parece que as entradas fossem totalmente orientadas a lesionar o rapaz, mas que levavam um selo intimidatório do estilo “vê lá se não corres muito senão apanhas com o pitãozinho no ossinho”, lá isso levavam. O árbitro deu alguns amarelos mas houve lá algumas que mereciam um bocadinho mais.


Não há muito mais a dizer sobre este jogo, muito longe de ter sido memorável. Foi fraco demais, mal jogado, com trocas de bola desinteressantes, poucos lances de perigo e, no fundo, safou-se o resultado. São 3 pontos, sempre positivos quando o adversário directo ganhou os mesmos pontos, e a recuperação de Farías pode dar jeito no final da temporada, já que creio que o rapaz terá mais 5 jogos (a correr bem, 6) para mostrar serviço. Quarta-feira apanhamos o Rio Ave de novo, desta vez no Dragão. Cheira-me a poupança…

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