Leitura para uma sexta-feira tranquila

 

Link:

Não quero que vejas mais videos do Hugo Almeida, oh Nabil!

Só vi dois meios-jogos de Ghilas (que se pronuncia “giláss“, como o próprio indicou aos jornalistas, se bem que eu seja ceguinho e sportinguista se não vai aparecer meia-dúzia de imbecis a pronunciar “guiláss” num futuro bem próximo) e as primeiras indicações parecem boas. Especialmente porque já tive oportunidade de ver o argelino a jogar várias vezes na temporada passada e sempre me pareceu um jogador interessante. Creio que podemos ter mesmo contratado a melhor alternativa possível dentro do nosso campeonato que possa ser concorrente directo de Jackson e servir como alternativa em períodos de descanso e/ou menor produtividade do colombiano.

Mas há uma coisa que tenho vindo a reparar nestes primeiros jogos e que urge chamar a atenção para evitar males maiores daqui a algum tempo. A verdade, do pouco que tenho visto, é que o rapaz remata demais.

Não me pensem exagerado quando digo isto. Pode parecer uma idiotice ao nível das tiradas mais aberrantes de facebook, mas garanto-vos que não é. É uma preocupação muito à imagem da que tenho sempre que vejo um novo jogador a aparecer, tal como os inúmeros extremos que já passaram pelo plantel e que vieram todos dos nossos escalões de formação. E sei, por experiência ganha durante muitas horas nos Estádios das Antas e do Dragão, a ouvir e a acompanhar os pensamentos extravasados com tão intensa vontade e paixão por tantos colegas de bancada, que podem levar o rapaz a ficar “marcado” ao final de meia-dúzia de jogos. É uma espécie de controlo feito pelo novo-tribunal, agora espalhado por todo o recinto ao contrário do que acontecia em tempos idos, não está disposta a aturar gajos pouco controlados, impulsivos e pouco produtivos. Não estou a dizer que Ghilas vai ser um desses, mas temo que comece a ficar rotulado como tal por aquela massa de opinion-makers que me entedia tanto pela leviandade e flutuabilidade das opiniões mas parece captivar tantos outros.

O mesmo aconteceu a Hugo Almeida já há alguns anos. Em certa medida, um princípio idêntico também tramou Luís Fabiano, durante a fraca campanha de 2004/05 e numa dimensão diferente mas com o mesmo final, a Kleber desde há dois anos. Não estando em questão o valor do argelino, já deu para ver por esses e outros exemplos que o povo simplesmente não tem paciência para avançados que produzem pouco, quer chutem muito ou pouco, tenham sorte ou azar, sejam activos ou indolentes. Têm é de marcar, mais nada.

E do que tenho visto, Ghilas está a ir com muita sede ao pote para quem ainda não tem um cartel suficientemente elevado no nosso campeonato e muito menos no nosso clube. Tem de ter alguma calma, mostrando aos poucos o que pode, sabe e vale. Porque se começa a armar-se em Hugo Almeida, rematando mal recebe a bola e raramente acertando nas redes, vai-se ver muito à rasca para conseguir reunir apoio da malta do Dragão. Tem força, agressividade e talento. Só precisa de não ser pressionado.

Link:

Dragão escondido – Nº17 (RESPOSTA)

A resposta está abaixo:

Como já puderam perceber, quem está ali ao lado de Raul Meireles a celebrar um golaço de cabeça no centro da área era Ernesto “El Tecla” Farías, que jogou no FC Porto desde 2007 a 2010. Nem era particularmente difícil de adivinhar, especialmente para os habituées cá do burgo desde os primeiros tempos, já que foi esta a foto que usei no post do jogo em questão (Rio Ave 0-1 FC Porto, disputado a 10 de Abril de 2010 e que terminou com uma vitória nossa graças a um golo de…Farías – podem ver o vídeo aqui: http://www.zerozero.pt/video.php?id=60377). Na altura, sobre “El Tecla”, disse o seguinte:

Entrou e, como de costume, marcou. A produtividade do Ernesto é qualquer coisa que devia ser estudada por teóricos estatísticos, tal é a marca que atinge em termos de rácio golo/minutos de jogo. Continuo com a minha opinião bem vincada: Farías é esforçado mas até pode marcar 8 golos ao Barcelona em Nou Camp…continuo a dizer que não podemos depender dele como avançado principal para o nosso clube e é caro demais para estar ao banco. Ainda assim o golo foi bom e deu muito jeito!

Ainda hoje mantenho a opinião sobre ele, mesmo depois de Kleber, Janko e Liedson terem por cá passado sem grande sucesso. Farías era uma opção curiosa porque quase só marcava golos fáceis e quando a equipa já estava em vantagem. Ainda assim foi um jogador útil e ajudou a vencer dois campeonatos, pelo que fica na memória de todos os portistas…pelo menos nos livros.

Entre as diversas tentativas menos acertadas para atingir a mouche:

  • Álvaro Pereira – Esteve no jogo em questão e olhando para o que escrevi na altura, fez uma partida fraquinha. ;
  • Belluschi – Apesar de haver malta que tenha visto as rastas dele na foto (one sees what one wants to see!), não era ele. Mas podia bem ser, porque entrou aos 69 minutos para o lugar de Ruben Micael e o corpo parece idêntico. Era 50/50, realmente;
  • Cristián Rodriguez – Estava lesionado e não fez parte do jogo, mas a ausência de protuberância abdominal excluía-o imediatamente do concurso!;
  • Falcao – Foi titular e tendo em conta que a imagem parece indicar festejos depois de um golo, podia e estatisticamente devia ser o colombiano. Mas se fosse…talvez fosse óbvio demais para esta rubrica…não acham? *wink wink*;
  • Lisandro Lopez – Já andava a marcar golos (e muitos!) no Stade Gerland…;
  • Mariano González – Ah, o grande Mariano estava lesionado desde Março até ao final da temporada e não viajou até Vila do Conde. Lugar-comum, perdão. Não jogou em Vila do Conde, até podia ter viajado com a equipa, sei lá eu…;
  • Ricardo Quaresma – Mais ou menos à hora deste jogo, o cigano pisava o relvado do Artemio Franchi em Florença para render Cambiasso e jogar três minutos do empate do Internazionale a dois golos…;
  • Tomás Costa – Também foi titular na partida e jogou os noventa minutos. A ausência de fisicalidade exterior fazia com que fosse mais provável que pudesse ser outro argentino;

O primeiro a adivinhar desta vez foi o Miguel, apenas às 11h41! É verdade que foi mais complicado, por isso segue a minha salva de palmas para este rapaz que conheço bem e que é dos meus principais críticos, com toda a agressividade de um Paulinho Santos a anfetaminas. Parabéns, rapaz!

Link:

Dragão escondido – Nº17

Ah, as saudades que esta rubrica trazem a toda a malta…quem é o rapaz de garboso equipamento laranja que está ao lado do Meireles, com a fronha convenientemente escondida pela da Pantera Cor-de-Rosa?

Força na caixa de comentários! E não vale andar a procurar a imagem na internet, todos o podem fazer e tira a pica à brincadeira toda…torna-se fácil demais, não acham? Batota não entra!

Link:

Baías e Baronis – Olympique Marseille 0 vs 3 FC Porto

retirada de om.net

Um jogo mais a sério contra um adversário que pareceu gostar tanto de bater como de não jogar em condições, estragado pela expulsão de um anormal que acabou por fazer com que se tornasse um treino mais fácil do que se esperava. Ficou na memória o golo de Iturbe, a facilidade de processos de Defour e Josué, a velocidade de Kelvin e a firmeza de opções na rectaguarda. Gostei do que vi, francamente. Vamos a notas, novamente não muito longas:

(+) Kelvin. Pareceu mais rápido, mais inteligente e acima de tudo a perceber que tem ali um lateral que o pode ajudar imenso na definição de lances decisivos, como aconteceu várias vezes com bom entendimento na ala com Fucile. Um excelente remate que deu origem ao primeiro golo mas acima de tudo aquela “jinga” e o jogo de pés que o caracteriza parecem mais incisivos, mais práticos, mais produtivos. Podemos ter nele uma excelente opção para abanar um jogo morto.

(+) O golo de Iturbe. Damn, son! Que tiro! Só falta saber se consegue continuar em jogo colectivo o que parece conseguir fazer individualmente, mas tenho poucas esperanças que permaneça no plantel…espero, para bem dele e da equipa, estar enganado.

(+) Defour. Se Fernando sair, é a opção mais forte para jogar a “6” num meio-campo com um vértice recuado, mas será igualmente uma excelente escolha no caso de Paulo Fonseca optar, como parece ser o caso, por ter duas peças a jogar atrás de um putativo “10”. Eficaz, sem inventar, com técnica simples mas eficiente, continua lutador e esclarecido com a bola nos pés, juntando a isso um sentido táctico acima da média e o espírito de sacrifício do costume. Grande assistência para o golo de Jackson.

(+) Fucile. Que saudades tinha eu de ver “the last of the uruguayans” a subir pelo flanco e a lutar por todas as bolas como aconteceu no lance em que provocou a expulsão do anormal francês, que não percebeu que Fucile só é Jorginho em tamanho mas é Jorjão em espírito. E eu sei que Jorjão parece um porn-name, mas insisto nele. Esteve muito bem tanto numa ala como na outra e provou que continua a ser um jogador a garra que todos conhecemos. Vai ser muito útil durante a época, não duvido, desde que se mantenha com a cabeça no sítio.

(+) Os diversos triângulos no meio-campo. Fernando, Josué, Lucho. Defour, Herrera, Lucho. Defour, Castro, Lucho. Castro, Josué, Herrera. Fernando, Herrera, Lucho. E ainda posso adicionar Carlos Eduardo, Tiago Rodrigues e Quintero, todos eles a partirem de posições diferentes na luta pela titularidade mas um pouco atrás de todos os outros. Há muitas opções, muitas variantes mas acima de tudo muito talento no nosso meio-campo 2013/14.

(-) A atitude do Marselha. Até posso compreender a virilidade excessiva de tanto jogador francês que colocou em campo um onze de pancada, tão habitual nos inícios de época gauleses. E o Marselha nunca fugiu à responsabilidade de imprimir os pitões nas pernas dos nossos rapazes, o que até foi um excelente indicador do que se avizinha por aí tanto no nosso campeonato como na Europa. Mas houve lances rijos em demasia e acima de tudo aquela expulsão que merecia que o jogador que deu aquela biqueirada na bola para acertar em Fucile fosse imediatamente obrigado a soprar ao balão. É que só um bêbado faria uma parvoíce daquelas num jogo de preparação durante uma fase de treino e de estudo táctico e técnico. Se fosse treinador dele punha-o a fazer funções de aguadeiro durante duas semanas.

(-) Livres, cantos e cruzamentos. Não estão a funcionar, tanto os cruzamentos em jogo corrido como os lances de bola-parada. É também esta componente técnica que tem de merecer atenção especial de Paulo Fonseca durante a pré-época e atrevo-me a dizer que tem de ser uma constante durante toda a temporada, porque desperdiçamos demasiadas oportunidades claras de criar perigo com a inépcia dos cruzamentos e da marcação de livres e cantos. Não é um problema novo, mas vejo que a maioria dos novos já parece abdicar do treino e persiste nos mesmos erros. Treino específico, por favor?


Ainda não deu para perceber o que valemos em circunstâncias complicadas, mas a tarefa parece difícil para Paulo Fonseca: quem escolher deste meio-campo para ficar (e jogar) ou sair? Ainda há muitos jogos na pré-época (pelo menos mais 5, três deles previsivelmente complicados, o que é óptimo) e é cedo para tomar decisões…mas depois da ausência de opções credíveis no ano passado…quantidade há que chegue. Qualidade e talento também. Mas serão suficientes para tapar a saída de Moutinho e James. Os próximos jogos vão ajudar a perceber.

Link: