O peso do ponta-de-lança (não é piada ao Walter, garanto)

Aqui há uns tempos (que é como quem diz há mais de dois anos atrás), dispus-me a analisar a influência de um jogador como Falcao na manobra ofensiva da equipa, com particular ênfase na capacidade produtiva em campo e nos golos que aponta, pesado contra o número de golos apontados pela equipa nessa mesma temporada. Reaproveito esse trabalho e adiciono-lhe mais algumas temporadas para dar uma imagem mais adequada do que pode valer um rapaz como Jackson Martinez. Algumas conclusões interessantes:

  • Jackson tem um peso na equipa acima do que tinha Falcao, muito por culpa sua mas também pela ausência de um jogador como Hulk que não funciona como contra-balanceador dos golos apontados pelo colombiano. O mesmo sucede noutras épocas, com Domingos/Kostadinov/Timofte, Deco/Postiga, Lucho/Lisandro, entre outros.
  • As épocas de Jardel foram uma anormalidade estatística. Para aqueles valores poderem acontecer de uma forma recorrente só podem indicar uma de duas coisas: ou a equipa é muito defensiva e só o melhor jogador marca em contra-ataque…ou então o jogador é mesmo muito bom. Antes que comecem a pensar muito…a segunda opção é a verdadeira.
  • Em 1991/92, 2002/03 e 2005/06, o melhor marcador terminou com…13 golos. É um excelente exemplo da forma como um plantel nem sempre tem de depender de um ou dois homens para encostarem a bola na baliza.
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Baías e Baronis – MVV Maastricht 0 vs 6 FC Porto

foto retirada de record.pt

Para primeiro jogo, contra um grupo de rapazes que provavelmente se veriam à rasca para vencer o Valadares, não foi mau. Foi o que todos esperávamos, ver os rapazes a correr um bocadinho, sem exageros nem abusos porque os treinos são puxados e o que se quer nestes jogos é que o treinador vá passando as suas ideias à equipa. Já valeu a pena ver os moços a tentarem uma ou outra jogada combinada e deu para perceber um maior ênfase num jogo mais concentrado pelo centro, sempre em posse e com espírito de participação conjunta que me agradou. Foi o primeiro jogo, estou moderadamente entusiasmado, pronto. E não levem a mal haver tanto Baías como Baronis. São B&Bs de preparação, tal como a pseudo-crónica. Afinal ainda estou em pré-época, tal como os jogadores. Vamos a notas, curtinhas como os índices físicos da equipa:

(+) Josué. Não teve medo de vir atrás pegar na bola, com personalidade, espírito de luta e inteligência.

(+) Alex Sandro. Subiu bem pelo flanco, especialmente na primeira parte.

(+) Izmailov. Tem uns pezinhos este russo…se tivesse pernas para os acompanhar…

(+) Tiago Rodrigues. Inteligente, bons pés, excelente visão de jogo.

(+) Defour. Não sabe jogar devagar e parece já estar num nível fisicamente superior aos colegas.

(+) Jackson. Ainda vai dar jogador, este rapazola. Bom golo.

(+) Ghilas. Mexido, lutador, com olhos na baliza. Um golo e uma assistência são sempre positivos.

(-) Danilo. Continua a chatear-me a cabeça com muitas falhas no passe para a tabela que lhe permita subir no terreno.

(-) Licá. Muito nervoso o Jonas Gutiérrez luso. Tem de ter mais calma e mais confiança.

(-) Carlos Eduardo. Pareceu-me muito lento.


Seis golinhos para começar. Venha o Marselha.

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Ouve lá ó Mister – MVV Maastricht


Mister Paulo,

Ainda não nos conhecemos e falta-me ainda uma apresentação formal para que possamos começar o contacto que será quase semanal e com elevada intimidade, dentro do género. Mas hoje, neste prélio em que arrancamos para o primeiro encontro da temporada com camisolas que não as de treino, venho-te dar uma espécie de boas-vindas informais. Hoje é jogo para experiências, para que possas pôr em campo vinte e tal jogadores naquele típico passeio de pré-época que habitualmente fazemos no centro da Europa, já há vários anos. Não faço sequer a menor ideia de quem vai avançar para o teu primeiro onze, nem estou minimamente preocupado acerca de deambulações tácticas, esquemas alinhados em 4-3-3 ou 2-5-3 ou um ousadíssimo 1-8-1. O que quero ver é os teus novos meninos em campo que já me começam a dar umas saudades que nem te falo.

Assim sendo, que sejas bem vindo, Paulo. Um destes dias falamos mais a sério. Hoje, é para suar, para treinar, para te habituares ao posto e para que os rapazes façam o mesmo. Escolhe bem, analisa bem, percebe bem quem são os que vão dar mais garantias. Cansa-os, sem exageros mas com exigência. E a malta agradecer-te-á o trabalho daqui a uns meses.

Sou quem sabes,
Jorge

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Adicionando ao arquivo…

…fica mais uma colecção de livros sobre o FC Porto, saídos no longínquo ano de 2004, numa altura em que poucos imaginavam que no final da temporada viriam a ver Jorge Costa a levantar a “orelhas”…

Porque a nossa história tem de ser lida, conhecida, estimada e guardada para transmitir às novas gerações. Para que saibam que o FC Porto não é feito só de pipocas no Dragão, cartazes ou cânticos para jogadores que chegaram ao clube há 20 minutos ou patrocinadores mais ou menos obscuros nas bordas das camisolas. É a alma de Monteiro da Costa, a liderança de Nicolau d’Almeida, a vida de Barrigana, a morte de Pavão e o golo de Ademir. É o Campo da Constituição e do Lima, as Antas e o Americo de Sá, o Dragão grande e o Dragãozinho. É a história de um clube mais velho que todos nós e que vai ficar por cá depois de todos nós termos partido.

Leiam sobre o vosso clube. Aprendam-no, cultivem-no nas vossas almas e corações. Vivam-no para que através dele consigam também vocês viver um pouquinho mais.

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