Dragão escondido – Nº15

As minhas desculpas pela falta de qualidade da fotografia, o scanner deve estar a dar as últimas. De qualquer forma, a Red Fraggle está a esconder um fulano que deve estar bastante bem disposto tendo em conta a alegria dos companheiros a seu lado. Quem é ele?

 

Força na caixa de comentários com as vossas “zandinguices”!

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O tédio de uma paragem para jogos internacionais

Esta época já é a segunda vez que isto acontece. Entre o jogo com o Olhanense e a viagem até Zagreb houve duas semanas de aborrecimento não-clubístico com alguns pós de futebol internacional com maior ou menor intensidade e sofrimento. Estes jogos de selecções já não me conseguem motivar  o suficiente no meio de tantas jornadas de futebol de clubes, os jogos que de facto me provocam alterações de horários, mudanças de hábitos, adiamento de deslocações…os jogos da selecção já não entusiasmam um pobre coitado para que ganhem um mínimo de emoção com este tipo de tretas. Começo a perder o gosto e só o recupero nas fases finais. Diz muito sobre um gajo quando se preocupa mais com o clube do que com o próprio país, sabem, mas não me chateia.

Entretanto vou olhando para o estrangeiro e vejo os resumos da Colômbia e do Gana, deixo de sofrer com os destinos do Uruguai e abraço o apoio aos belgas, torço de novo pelo Brasil e alheio-me da Argentina. Torço pelos nossos, pelos nomes que vejo de azul-e-branco e assisto lá fora a brilhar com a camisola dos países deles. E vejo os nossos também, não estou desfazado de todo do que fazemos por cá. Moutinho e Varela ainda por lá andam e vão jogando, mas sabem que mais? Fico mais chateado quando se magoam do que quando falham um remate ou o cruzamento sai para a bancada. Vibro pouco quando os vejo noutra camisola, pelo menos por agora. Sinal dos tempos, talvez, mas também um excelente avaliador do interesse que eu e muitos outros adeptos temos por estes jogos da selecção, em que semi-enchem estádios com fair-weather fans, onde os jogos são aborrecidos e entediantes, com poucos motivos de interesse para lá de ver alguns dos nomes grandes do futebol do nosso país a jogarem juntos e tentar perceber se nos jogos realizados no nosso país haverá lugar a elogios vindos da bancada ou a críticas pela camisola semanal que usam no corpo.

Mais ano menos ano e as propostas que já vieram a público de fazer com que as fases de apuramento para as competições internacionais de futebol se venham a efectuar todas em seguida e perto do próprio campeonato. É que assim, da maneira que está, já começo a ter pouca pachorra.

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Leitura para um fim-de-semana tranquilo

  • A análise táctica do último jogo do FC Porto contra o Sporting, no A Bola do Vasco;
  • Alguém me explica porque é que ainda não se começaram a pôr as meninas a fazer isto em vez de simplesmente entrar em campo ao lado dos árbitos? Pode ser com esta ou outra música qualquer! Vejam no Off the Post;
  • O Tribuna Portista tenta perceber se James é de facto um número dez ou um extremo subaproveitado;
  • O PortuGOAL fala com as caras na frente do Football Pacific, dois empresários de futebol sediados do Porto que olham para a China como o seu mercado principal. Melhor que o Futre, espero;
  • O grande Armando Pinto, no Memória Portista, faz a devida homenagem a Armando, recém-aniversariante e antigo guarda-redes do FC Porto e do Sporting de Braga;
  • No I Wish I Was a Geordie analisa a situação curiosa e potencialmente disruptiva dos jogadores muçulmanos do Newcastle que terão reservas quando ao novo patrocinador;
  • Miguel Lourenço Pereira olha para a China e a Índia com os seus óculos-côr-de-futebol, no Futebol Magazine;
  • E para terminar John Terry e o seu alegado racismo estão em análise no CFCNet, um blog afecto ao seu próprio clube;
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Se querem 10, tenham paciência com eles

James já fez alguns jogos a jogar na posição “dez”. De início ou porque Vitor Pereira assim o colocou durante a partida. E o que fez nesses jogos foi bastante acima da média, com passes a rasgar, desmarcações quase perfeitas, dando mobilidade e clarividência ofeniva a um meio-campo que peca por vezes por excesso de contenção e com poucos rasgos individuais, privilegiando a posse em detrimento da irreverência. Nada contra a primeira ou a segunda, desde que tragam resultados. Mesmo com James a jogar na linha, é frequente vermos o colombiano a vir atrás recolher a bola, criando jogadas ofensivas através da rotação para o flanco oposto, por combinações com Lucho e/ou Moutinho, integrando-se na manobra imaginativa da equipa e transfigurando em grande parte o jogo que é por si movimentado e dinamizado.

Tudo muito bem. Mas, e há sempre um “mas”, o que vai acontecer quando as coisas correrem mal? Assim mal, mesmo mal? Quando não sair um passe em condições porque ficam muito curtos ou longos demais, ou quando o relvado fôr difícil de combater ou o adversário rijo demais para contornar ou ultrapassar? Quando passar um jogo inteiro a procurar espaços na armadura contrária sem os descobrir? Quando o ponta-de-lança disser alhos quando o prato do dia eram bugalhos?

James vai sofrer, garanto. Vai carregar aos ombros o peso que Deco, Hagi, Laudrup, Sócrates, Rui Costa, Zidane e tantos outros tiveram de carregar. A desventura de uma noite em que nada parece fazer o “click” certo para a exibição ser positiva. Aqueles jogos em que por muito talento que o rapaz tenha nos pés e na cabeça (e tem, é certo), por muito esforço que coloque em campo, nenhum pontapé vai ser produtivo, nenhum lance vai ter bom resultado, nenhuma tentativa vai ser bem sucedida. E sei, porque a experiência já mo mostrou muitas vezes em muitos jogos, nem sempre o artista encontra compreensão por parte do público que exige dele o que já viu um dia a fazer, noutro tempo ou noutro local. E temos de nos habituar a que nem sempre acontece o que queremos e temos um excelente exemplo em Belluschi, onde a regularidade competitiva era tão ausente que ninguém sabia muito bem o que esperar dele, mas quase todos tinham a certeza que não podíamos contar com três ou quatro jogos seguidos em alto nível porque nunca aconteceu. Um número dez é isso, um dependente da inspiração momentânea, um mago que transforma uma jogada perdida numa assistência para golo, um génio que consegue fazer em dois toques e outros tantos segundos o que outros não conseguem numa vida inteira de treino e expectativas consistentemente frustradas. Falha passes porque os tenta, pede a bola porque quer tentar de novo e se falhar de novo, logo se reinicia o ciclo e se procura outra vez arrastar a nora para que o grão seja moído com o tamanho certo para a altura certa.

E a natureza humana diz-me que até um bom número dez é quase impossível de tolerar durante muito tempo caso não tenha o rendimento que todos esperam dele…a não ser que os adeptos estejam treinados para o fazer. E o mais provável é que o FC Porto não está pronto para ter um “dez” se a vida não lhe correr bem durante alguns jogos consecutivos. Dou a palavra aos adeptos. Provem que estou enganado.

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