Porta19 entrevista Danny Pugsley (www.bitterandblue.com)

Com o jogo do Manchester City cada vez mais próximo na agenda, parti de microfone em riste (ou melhor, mandei um e-mail, que vai dar ao mesmo) para terras mancunianas e o meu convite foi aceite pelo gestor de um dos sites não-oficiais mais importantes do nosso adversário de amanhã, o Bitter and Blue, gerido por Danny Pugsley, ele próprio autor de um livro sobre a história do Manchester City. Uma espécie de versão anglicana do nosso próprio Júlio Magalhães, sem canais de televisão à mistura. Assim sendo, passemos à conversa:

 

Porta19: Tem sido uma época bastante boa a nível interno para o City. No topo da Premier League e nas meias-finais da Carling Cup. O sucesso nas competições europeias é lidado com o mesmo entusiasmo como a perspectiva de vencer a Premiership?

Danny Pugsley: Curto e grosso: não. As eliminações das Taças no último mês viraram as nossas atenções quase completamente para a Premier League – algo que só tende a intensificar à medida que nos encaminhamos para a fase decisiva da temporada. Agora é possível que pudesse haver mais entusiasmo europeu caso o City tivesse conseguido ficar na Champions League, mas a Europa League é tratada como um “nice to have” e não como algo que a equipa está desesperadamente à procura de vencer.

 

Porta19: Mas esta ideia já passou pela cabeça de qualquer adepto: vencer a Europa League. Consegues ver o City a ultrapassar o FC Porto, os actuais detentores do troféu, com relativa facilidade?

Danny Pugsley: Não creio que nenhum adepto do City acredite que a tarefa vá ser fácil. Longe disso, ambos os clubes parecem estar bem cientes da ameaça que é colocada pelo outro. Não parecem haver diferenças muito grandes entre as duas equipas mas a vantagem pode estar ligeiramente do lado do City – dependendo do resultado da primeira mão – por ter a segunda mão em casa.

 

Porta19: Mancini é a pessoa certa para levar o City novamente à conquista de troféus?

Danny Pugsley: Diria que sim. Continua a haver dúvidas acerca da capacidade de ir longe numa competição europeia que vai ser determinante a partir da próxima temporada, mas está a fazer um trabalho notável em circunstâncias muito complicadas e ganhou a oportunidade para trazer o título (e mais) para o City.

 

 

Porta19: Sinceramente, acreditas que jogadores como Aguero, Silva, Dzeko, Touré, Balotelli ou Nasri estarão minimamente intimidados por jogarem contra Hulk, Moutinho, Defour, James Rodriguez, Belluschi ou Álvaro Pereira? Haverá algum facilitismo?

Danny Pugsley: Não estarão intimidados mas não creio que tenha a ver com facilitismo, talvez com a confiança nos próprios talentos. O City tem perfeita noção da qualidade da equipa do Porto e que há um perigo real de serem eliminados da competição numa fase tão prematura.

 

Porta19: Conheces bem a equipa do FC Porto? Há alguns jogadores nossos que conseguisses ver a entrar na primeira equipa do City?

Danny Pugsley: Não os conheço muito bem mas há alguns nomes bastante familiares que serão sempre uma ameaça – especialmente no ataque. Quanto a entrarem directamente na equipa do City? É difícil porque o City conseguiu juntar um plantel que consegue rivalizar directamente com grandes equipas mundiais e para adicionar algum jogador à equipa terá de ser de nível elevado. Talvez haja alguns jovens jogadores com talento que já estejam a ser observados.

 

Porta19: Ambos os clubes beneficiaram da regra que faz com que equipas colocadas no terceiro lugar da Champions League sejam enviadas para a Europa League. Concordas com esta regra?

Danny Pugsley: Definitivamente não. Chama-me tradicionalista mas eu acho que as duas competições devem ser estanques entre si e esta regra do terceiro classificado desvaloriza a competição.

 

 

Porta19: Há algum plano para substituir o “Poznan” por um “Porto”?

Danny Pugsley: O Poznan parece estar numa curva descendente de popularidade nos últimos tempos e não creio que haja uma grande pressa em criar outra celebração tão cedo!

 

 

 

 

 

Um pequeno esclarecimento: podem ter notado algum anacronismo nas perguntas (já que o Manchester City foi já eliminado da Carling Cup pelo Liverpool e o Belluschi já zarpou para Génova, mas na altura que se iniciou a troca de emails…ainda lá estavam. Agradeço ao Danny as respostas e a simpatia e creio que continua a valer a pena conversar com malta que gosta do clube deles como eu gosto do meu. A entrevista vale pelo conteúdo e pela forma como um adversário de um clube forte vê o nosso FC Porto como próximo gigante a eliminar. Espero que não o consigam.

Link:

Ideias para resolver este problema?

Aqui estão alguns dos problemas que vamos enfrentar na quinta-feira:

 

Há várias formas:

  • Evitar ceder cantos por qualquer meio necessário, com pontapés para a bancada pela linha lateral;
  • Pressão alta pelas laterais do meio-campo para evitar que os alas consigam colocar a bola na área com facilidade;
  • Manter a bola na nossa posse o máximo de tempo possível;
Em alternativa:
  • Um sniper com uma espingarda de pressão de ar num dos topos do estádio;
  • Elevar um colega com as mãos como se fazia para ir buscar a bola a uma árvore;
  • Dar-lhes a provar uma francesinha e enchê-la com picante de tal maneira que lhes dê soltura mal pensem em saltar;
  • Esperar que coloquem tantos gajos na nossa área que eles próprios se atrapalhem com a facilidade em chegar à bola;

Se conseguirmos colmatar os problemas que sabemos sentir em bolas paradas defensivas e bolas bombeadas para a nossa área, para continuar a combatê-los só precisamos de parar o jogo pela relva. Ênfase no uso da expressão “só”.

Link:

Os clubes são geridos de dentro para fora e não de fora para dentro, carago!

Esta gestão à Gil y Gil é tão ridícula como o Polga. O homem está lá há meia-dúzia de meses, apanha uma equipa toda remodelada e cheia de gajos como o João Pereira e o Polga e que parece que se torcem todos quando mudam uma lâmpada em casa e despedem o tipo depois de alguns maus jogos porque tiveram medo de dez ou vinte marmanjos das claques com a inteligência combinada igual à de um rinoceronte no cio? Não entendo.

E não venham para cá com histerias sobre o Domingos no Dragão já prá semana ou um triunvirato de Villas-Boas/Domingos/Vitor Pereira para o ano que vem. Se querem um clube que funcione dessa maneira, vão até Alvalade e filiem-se lá. Aposto que vão ter muito para conversar.

Link:

Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 União Leiria

Eu e mais 28 mil bravos portistas decidiram enfrentar o frio que se sentia na Invicta para estar uma hora e meia a ver futebol. Dá uma certa espécie de sentido de união, de alinhamento conjunto para combater as contínuas adversidades que continuam a ser colocadas pelos adversários mas também pelos nossos próprios jogadores. Numa fase onde se nota que os elementos novos e os antigos ainda precisam de tempo para criar novas sinergias (peço desculpa pelo uso de uma das palavras mais nojentas da lusa língua) dentro da equipa. Os números foram gordos, ao nível dos concorrentes daquele concurso ridículo do Gôdo mais Fóti ou Fóti mais Gôdo ou sei lá como se chama aquela treta, mas não espelham as dificuldades que tivemos em conseguir construir jogadas de perigo para a baliza de um miúdo que se continuar assim…ainda vai parar de volta ao Benfica. Acima de tudo fica a vitória que nos mantém a cinco pontos do primeiro lugar. E era tudo que se pedia. Vamos a notas:

 

(+) James Não me junto à brigada de linchamento de Vitor Pereira quando não colocou James a jogar de início porque Varela tinha vindo a subir de produção e com dois alas podíamos abrir o jogo melhor do que jogar com um falso “10”. Mas a verdade é que mal James entrou no jogo para o lugar do nosso 17 o impacto fez-se sentir quase de imediato, com passes certos, boas desmarcações para Álvaro que finalmente conseguiu ter um ponto de enfoque para o “passe-e-corta” até ao cruzamento final. Acima de tudo trouxe inteligência e domínio da bola de uma forma que Varela nunca conseguiu (alguma vez consegue?) e empurrou a equipa para a troca da bola à entrada da área, algo que até aí pouco se tinha visto. Se ao menos James conseguisse ser mais consistente nas exibições…

(+) Maicon e Mangala Certinhos, rápidos, interventivos no momento certo e com timing acertado. Não estarei muito enganado ao dizer que Mangala é um rapaz com futuro e Maicon está cada vez melhor quando joga a central depois da sua aventura no flanco direito ter terminado em crescendo, para além de ser o único jogador que causa perigo em bolas paradas ofensivas. O regresso de Rolando ao onze parece-me certo, mas não tenho tanta certeza quando falo de Nico Otamendi, porque as últimas exibições não foram nada para escrever no diário e um destes Émes pode tirar o lugar ao argentino, especialmente na quinta-feira onde um certo senhor Dzeko pode estar a jogar na nossa área…

(+) Álvaro Houve uma certa altura em que pensei que o Palito estava obcecado por marcar um golo, praí para dedicar à namorada ou mulher ou quenga ou sei lá o que o rapaz tem como companhia feminina, transitória ou permanente. Esteve quase sempre bem a romper pelo flanco como de costume e não fosse a não-presença de um certo Sr.Silvestre ao seu lado para uma eventual tabelinha e a grande parte das jogadas teriam tido um melhor fim. Marcou um golo com um excelente toque de primeira e esteve perto pelo menos mais duas vezes de facturar. Para um defesa esquerdo não é nada mau.

(+) Oblak Se este blog fosse pertença de um benfi…benf…de um senhor apoiante do clube da águia, estaria a cantar ainda mais as glórias do moço. Mas a Oblak o que é de Oblak, e o rapaz que tem um nome que soa como se estivéssemos a chamar um amigo à razão (“Oblá(k), tem juízo!”) fez um jogaço hoje no Dragão. O tipo de verde na baliza do Leiria defendeu quase tudo o que lhe puseram pela frente, lançou-se como um louco para cima de Janko e lixou montes de jogadas de ataque do FC Porto que em situação normal – leia-se, com um guarda-redes sem o grau de inspiração Beethovenesca do esloveno – tinham ido parar ao fundo das redes. Enfim, apanhou quatro batatas mas não teve culpa em nenhuma. Parabéns.

 

(-) Os dois Vs Varela e Vitor Pereira por não tirar Varela de campo. Posso ser daqueles fulanos que tem a mania que sabe tudo e que se arma em treinador de bancada (afinal escrevo um blog sobre futebol, alguma arrogância tinha de vir cá para fora), mas ao ver a inepta exibição de Varela que o fez regredir alguns meses no espaço de quarenta e cinco minutos, não resistia a tirá-lo de campo ao intervalo e deixava-o no balneário a limpar as latrinas. E se não houvesse lá latrinas, mandava-as instalar só para que ele pudesse ir lá limpá-las. Foi tão pouco, Silvestre, tão pouco e tão mau que o meu próprio compincha da bola há tantos anos se virou para mim e disse: “Se eu estou aqui a desejar que entre o Djalma para sair o Varela, o que é que isso diz do Varela?”. Diz muito, rapaz.

(-) Bolas paradas, tanto ofensivas como defensivas Começa a ser patético, francamente. A maior parte dos cantos são marcados com a bola a pingar para a área e tão fáceis de interceptar pelos defesas como se lhes fosse arremessado um quilograma de algodão-em-rama com toda a força de uma anta tuberculosa. E os lances em que temos de defender a nossa própria baliza são ainda piores porque basta o adversário colocar um ou dois homens na área e é logo um número-de-Pena que se gera na nossa área. Não se consegue treinar estes lances em condições para que não tenhamos todos o coração, fígado e pâncreas nas mãos sempre que a bola para lá vai pelo ar?!

 

É verdade que os jogos parecem lamacentos, travados por nervosismo, falta de confiança e uma tremenda incapacidade de impôr velocidade quando a partida parece tremida. E a somar a esses pouco conseguidos elementos de jogo, a ansiedade que se apodera dos adeptos quando vêem os minutos a passar e agarrados a exibições brilhantes da época passada não conseguem perceber porque é que estes rapazes não conseguem jogar ao nível dos outros, eles que são tão parecidos à primeira vista. Mas não são. Porque na defesa houve mudanças, o meio-campo está com uma dinâmica alterada e o ataque oferece alternativas radicalmente diferentes das que tínhamos no ano passado. É preciso começarmos a ver os jogos com alguma distância emocional e perceber que este FC Porto da segunda metade da época tem tudo para ter sucesso. Mas não será com duas ou três semanas que vamos conseguir chegar ao nível que a malta pede…e quinta-feira, por esses motivos, é uma enorme incógnita.

Link:

Ouve lá ó Mister – Leiria


Amigo Vítor,

Agora é a sério. Já sei que me vais dizer que a Taça da Liga também é séria e coiso e tal, porque é uma competição que o FC Porto entra para ganhar, yadda yadda, mas não me interessa tanto, nem a mim nem a milhões de Portistas. Este jogo de hoje e ESTA competição é que conta. Estamos muitos pontos atrás da vermelhidão e agora todos os jogos são ainda mais decisivos.

Já vi que temos alguns gajos no estaleiro e outros na bancada por causa dos cartões. A experiência contra o Setúbal de colocar o Maicon e o Mangala lado-a-lado pode ter corrido bem mas este jogo é diferente por vários motivos: o jogo conta para o campeonato e o Leiria não se importa nada de sacar um pontinho…mas importa-se ainda menos se conseguir tirar-nos os três. Salvo seja, claro. Ainda assim tem cuidado e manda os moços estarem atentos às correrias dos outros.

E o Hulk, é desta que volta? Admito que estou muito curioso para ver o que é que o rapaz pode fazer com o Janko na frente e o Lucho ao lado. Ui! E do outro lado? James com Álvaro a voar-lhe pelas costas? E no meio se o Fernando estiver em condições ao lado do Moutinho…pá, tens jogadores que chegue para ganhar o jogo num instantinho e acabar com esta treta rapidamente e começar a pensar no jogo de quinta-feira. Mas antes…temos três pontos para ganhar, um estádio bem composto para agradar e um belo dum briol para aguentar. Foca-te nos primeiros dois.

Sou quem sabes,
Jorge

 

APOSTAS PARA HOJE NA DHOZE:

Link: