“Sou a favor da identidade. Se o F.C. Porto está em Portugal, devia jogar com jogadores portugueses, em vez de comprar jogadores de outros países”
O que mais me incomoda nestas declarações, para além da pessoa que as profere ser um demagogo incorrigível e uma pessoa que, aposto, não consegue passar mais de dez minutos sem se espumar por dinheiro, é a incongruência. Um homem que atribui a final da Champions de 2013 para Wembley porque a FA inglesa faz 150 anos (duas temporadas depois da final se ter realizado no mesmo estádio) é claramente um digno e honesto representante do futebol europeu, uma pessoa íntegra e com bons princípios, atenta aos fenómenos da globalização mundial e da sociologia de massas, que defende acima de tudo o futebol (principalmente aquele que é jogado pelo Arsenal – com um jogador inglês no onze, quando o tem – ou o Inter – com um jogador italiano no onze, quando o tem – ou qualquer outro clube europeu que chega a fases avançadas de competições europeias com a maioria de jogadores do seu país e que levou…zero críticas deste fulano) e de toda a sua componente ética e de defesa dos interesses próprios de cada um. Devemos, portanto, ouvir tudo o que diz com redobrada atenção, não vá sair uma tirada ao nível do “O Varela deixou o pé para trás, por isso é que foi pontapeado pelo Javi Garcia!” do Rui Gomes da Silva.
Descobri uma palavra nova: platinizar. Usem-na quando quiserem chamar hipócrita a alguém. Vão ver que a malta percebe.