Ouve lá ó Mister – Benfica

André, Montgomery luso!

O que dizer sobre este jogo? Mais, o que TE dizer sobre este jogo? Já vamos para a terceira partida contra o gigante vermelho nesta temporada e até agora saímos sempre limpinhos. A grande diferença é que este parece que vai ser um jogo um pouco diferente dos outros, na virtude em que não vamos ganhar nada, mas podemos perder muito. A Supertaça? Ganhámos, troféu para cá. O jogo para o campeonato? Vitória, ainda faltam muitos mais jogos para acabar o torneio e muita volta ainda pode dar esta tômbola da bola.

Mas a Taça? Aqui pia-se mais fininho e não estou a falar da voz do Carlos Martins. Aqui um golo sofrido pode significar uma mudança radical na eliminatória com um pequeno azar no jogo da segunda mão. Até podemos estar a ganhar por 2-0, tudo descansadinho…e depois uma falha, uma desconcentração, uma leviandade…e pumba, está o caldo não só entornado como em chamas. Por isso muito cuidadinho com a defesa.

Não sei se já sabes mas o Carlos Martins ficou de fora. Em nome dos adeptos Portistas, é um motivo de regozijo, porque ver aquele caga-tacos a correr no nosso belo relvado é tão motivador e interessante como observar o delicado obrar de um labrador na barragem de Crestuma. Mas isso também significa que vão encher o meio-campo com mais um talentoso e cuidadoso distribuidor de lenha para tentar a todo o custo arrancar as pernas do Moutinho pela raíz ou serrar os joelhos ao Hulk. Por isso muito cuidadinho com o meio-campo.

E na nossa frente (equivalente às traseiras deles), diz ao Hulk para não inventar. Que corra, que deslize como o vento e que olhe bem para o Falcao para lhe passar a bola. Espera lá, o Falcao vai jogar, pois vai? Diz-me que sim, André, não nos faças a desfeita de convocar o rapaz e depois mandá-lo para a bancada VIP para perto dos tótós todos que não pagam bilhete! Nem que o rapaz tenha de jogar de muletas, é para estar lá dentro!!!

É para ganhar, como todos os clássicos. Mas este em particular, é para ganhar sem sofrer golos. O resto…lá para Abril tratamos disso.

Sou quem sabes,
Jorge

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Dicas rápidas para ganhar ao Benfica

Este ano temos um score perfeito contra o actual campeão nacional. Dois jogos, duas vitórias, 7 golos marcados e zero sofridos. Responsáveis por estes números foram duas exibições quase perfeitas, de raça e vontade, com índices de concretização e concentração excelentes. Mas este jogo será um pouco diferente, seja pelas circunstâncias das lesões do nosso lado ou pela boa forma do lado contrário, quer-me parecer que este jogo vai ser mais complicado de vencer. Podem dizer que é o meu lado pessimista a vir ao de cima, mas trata-se de uma pura análise estratégica das forças morais que têm regido os dois lados da barricada. Assim sendo, quais serão as nossas melhores hipóteses para levar de vencida aquela que será a principal oponente à vitória nesta competição? Ficam as dicas:

  • Aproveitar os flancos…
Não é segredo nenhum que a grande força do FC Porto está na construção de jogadas ofensivas, particularmente com o uso dos dois extremos em apoio ao ponta-de-lança. Sejam eles Varela, Hulk ou James (já que Mariano e Cristian Rodriguez parecem arredados de uma contribuição de valor acrescentado), qualquer um deles pode virar o jogo para o nosso lado. Partindo do pressuposto que Falcao será utilizado e Hulk terá Coentrão pela frente, o papel do outro extremo torna-se ainda mais importante, porque Maxi é um defesa rijo que joga no limiar da violência, contando com a permissividade de muito bom árbitro ao bom estilo Luiziano. Assim sendo é ainda mais importante ter o apoio do lateral (Fucile, presumo) para criar situações de 2×1.

  • e tapar os flancos.
Ao mesmo tempo que devemos avançar com os nossos rapazes pelas alas, também temos de ter algum cuidado com a rapidez dos extremos deles. Gaitán mas principalmente Sálvio (não por ser um jogador genial, que não é, mas por ser rápido e saber bem o que fazer com a bola) vão explorar qualquer oportunidade de ruptura pelas alas, apoiados sempre por Coentrão e Maxi que já são nossos velhos conhecidos. Tanto Sapunaru como Fucile têm de estar precavidos contra subidas exageradas sem cobertura e Fernando vai ter de estar muito atento (com Guarín o fez no 5-0) para tapar as subidas dos nossos laterais.
  • Pausar o jogo sempre que fôr preciso
Moutinho e Belluschi. Duas faces da mesma moeda, a cabeça e o irreverente, a calma e a loucura, a pausa e a aceleração. Por estes rapazes, marcados de perto por Javi Garcia e talvez Airton, vão estar sempre no centro da acção. Têm de arranjar maneira de acalmar o jogo, de recuar quando fôr necessário para evitar a pressão de um meio-campo defensivo do Benfica que é forte e rijo e que vai obrigar a encontrar espaços não só para a frente mas também pela rotação da bola por zonas mais recuadas. Habituem-se e parem de assobiar.
  • Atenção à cobertura no contra-ataque
Guarín teve a sua oportunidade e agarrou-a bem. Fez um jogo muito bom no 5-0 mas foi já re-substituído por Fernando, um jogador com mais talento natural para aquela posição. Fernando tem de se entender muito bem com os laterais e com o central mais adiantado (que será, salvo erro, Otamendi) para cobrir a “terra de ninguém” que Aimar e Saviola sabem aproveitar muito bem.
  • Pressão sobre o colega de Luisão
Sem David Luiz o Benfica fica mais fraco. Não vale a pena lembrarem que o Hulk lhe desfez os rins no 5-0 porque esse foi um jogo atípico, até porque o rapaz valia muito mais que aquilo que mostrou, especialmente quando jogava no centro da defesa. Assim sendo, e pressupondo que Jesus não vai inventar como fez (mal) no passado, o lugar ao lado de Luisão será ocupado por Sidnei ou (vá-se lá saber porquê) Roderick. Qualquer um desses dois tem de ser pressionado para falhar, porque não tenham dúvidas: quem quer que seja o rapaz, vai estar nervoso.
Muito mais haverá a dizer sobre as previsíveis nuances tácticas do jogo desta quarta-feira. Destaquei estas três porque o FC Porto tem de dominar o jogo, não só de o controlar. Tem de marcar e evitar sofrer, porque numa eliminatória com dois jogos em que os golos fora contam a dobrar (ver regulamento aqui) não se podem correr riscos. Muito menos contra o Benfica.
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Baías e Baronis – Gil Vicente vs FC Porto

Foto retirada de desporto.sapo.pt

Se analisarmos o jogo pelo jogo, pelo espectáculo de futebol que se praticou hoje no Estádio Cidade de Barcelos, a jogatana foi interessante. Uma equipa de uma divisão inferior conseguiu submeter o líder do campeonato do nível superior a um empate que foi pouco mais que infeliz. A nossa equipa, teoricamente mais forte, não conseguiu impôr o futebol que deveria ser mais forte, mais prático, numa palavra: melhor. Não conseguiu. O pior é que tentou. E o simples facto de o ter feito, de ter atirado o que tinha para cima do adversário na busca da vitória e essa mesma vitória não ter sido alcançada é motivo para preocupação. Notas abaixo:

(+) A genial assistência de Guarín É um momento para ver e rever. Quando Guarín recebe a bola no centro, pronto para rebentar uma bojarda colombiana daquelas que metade das vezes vai acertar num pano da claque e o resto das vezes acerta no interior das redes…eis senão quando Fredy, o nosso Fredy, apercebe-se que Rafa está à sua esquerda e coloca-lhe a bola limpinha e prontinha para marcar um bom golo. Foi um momento mágico, uma inspiração momentânea que faz do futebol o melhor desporto do mundo. Parabéns, Guarín!

(+) Rafa (a marcar)  Segundo golo pelo FC Porto, segundo golo na Taça da Liga. Sobe bem e parece estar muito mais motivado para surgir no ataque em apoio ao extremo à sua frente e o facto de surgir na área em posição de remate faz dele um elemento útil até ao final da época, especialmente quando foi pré-convocado por Paulo Bento para a Selecção. Ah, esperem, a época de Emídio Rafael terminou hoje em Barcelos. Porra.

(+) Sereno  É difícil escolher um bom elemento no jogo de hoje. Tendo em conta o meu histórico de críticas ao rapaz, é ainda mais complicado conseguir dizer bem dele, mas é merecido. Foi dos poucos que tentou remar para a frente com garra suficiente para investir pelo flanco dele (pelo esquerdo na primeira parte, no direito na segunda) e arriscar o que era preciso para arrastar o jogo para o meio-campo do Gil Vicente. Não foi muito produtivo mas gostei de o ver a tentar.

(-) A lesão de Rafa  Desde o Alverca vs FC Porto que não via uma lesão tão grave a resultar de um lance tão inocente. Quando vi Anderson a ser ceifado por Katsouranis, percebi que tinha sido grave. Quando vi Jorge Costa a tentar torcer-se para acompanhar Owen num FC Porto vs Liverpool, reparei na gravidade da torsão do joelho. Hoje, quando Rafa “dobrou” o pé, o meu cunhado só olhou e disse: “ei. foda-se.” Chegou para perceber. Custou ver e deve ter custado muito mais ao rapaz. As melhoras, puto.

(-) Passividade  A infeliz lesão que sofreu não o salva da crítica. O segundo golo do Gil é culpa quase completa da passividade da defesa. Desde Maicon até Rafa, passando por um meio-campo que deveria ter mais consciência da equipa que lhes dá a oportunidade de ostentar as suas cores, toda a equipa mostrou uma passividade que não se pode admitir ao nível que estamos. Compreendo Villas-Boas quando faz alinhar uma equipa secundária, mas como Jesualdo contra o Fátima, apesar do resultado deste não interessar quando comparado com o outro, continuo a achar que as segundas escolhas só se conseguem integrar na equipa quando introduzidos em pequenas quantidades e não em granel à força. O que me custa mais é ver que há esforço mas não há talento. E isso ainda me preocupa mais.

(-) Frente de ataque inoperante  Creio que a partir deste jogo não haverá mais ninguém que diga que é melhor jogar com Walter ao meio em vez de adaptar Hulk à posição de ponta-de-lança. Walter e os esforçados mas pouco produtivos Rodríguez e Mariano nunca conseguiram mostrar o porquê de serem elementos do plantel do (que esperamos vir a ser) futuro campeão nacional. Fracos, ineficazes, parvos, sem chama, sem talento. Mau demais.

Perdemos, pelo quarto ano consecutivo, a oportunidade de vencer a Taça da Liga. Desde o Fátima, passando pelo Sporting e pelo Benfica, foram quatro troféus que desperdiçámos e que nos atrasam na estatística desta competição. Se nenhum portista prima pelo amor a esta Taça, ninguém desdenharia um triunfo na mesma, por muito que a menosprezem quando perdemos. Não foi para este ano. Será para o próximo! Agora…venha a outra Taça. Para lá do troféu, o que conta na meia-final que aí vem é o prestígio mesmo.

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