Baías e Baronis – Naval vs FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

Um dos treinadores mais mediáticos em Inglaterra é Ian Holloway, actual líder do Blackpool, que chegou este ano à Premier League. Holloway é famoso não só pelo talento mas também pelas tiradas geniais com que presenteia os tele-espectadores. Uma vez, numa flash-interview após um jogo em tudo idêntico ao de hoje na Figueira da Foz, o então treinador do Plymouth disse qualquer coisa como isto: “Sabe, às vezes um gajo vai sair até um bar, começa a meter conversa com uma tipa, consegue metê-la num taxi e levá-la para casa. Ora a rapariga pode não ser a mais bonita do mundo, mas o gajo conseguiu enfiá-la no taxi e sempre compensa o café do dia seguinte. Às vezes uma vitória destas é exactamente isso: uma mulher não muito bonita.”
Este jogo foi um exemplo perfeito da metáfora noctívaga que chutei acima. Foi fraquinho, mas temos mais três pontos do que no início, e isso é que importa. Vamos a notas:

(+) Helton Não está a dar hipótese a nenhum dos colegas de posição neste início de temporada. Tem estado seguríssimo e hoje foi mais um desses jogos, em que impediu alguns golos e se mostrou perfeito nos cruzamentos. É um excelente tónico para os defesas que jogam directamente à sua frente saberem que têm um guarda-redes em grande forma e que lhes dá segurança. Espero que continue, porque não querendo ser pessimista, já todos vimos o que o brasileiro começa a fazer quando se sente com confiança a mais…

(+) Fernando Com o apagamento de Belluschi e Moutinho no meio-campo, que levou Villas-Boas e colocar lá mais um jogador, Fernando foi o único a dar força e agressividade à zona do terreno que ocupa e até um pouco mais à frente, onde o treinador quer que jogue. Impecável nas coberturas e na orientação dos colegas, por diversas vezes vi Fernando a apontar para pedir deslocações laterais dos companheiros de sector e dá-me confiança vê-lo a jogar. Só gostava que soubesse passar a bola para a frente tão bem quanto o faz para o lado, tem que melhorar nessa área.

(+) Hulk Tirar Hulk de campo é arriscar demais. Nunca se sabe quando sai uma arrancada que leva 2 ou 3 defesas à frente. É verdade que continua a falhar em momentos decisivos, com um aproveitamento quase sempre negativo nos remates, que tem tanto de força como de fraca direcção, mas é um perigo constante.

(+) Maicon Está mais confiante e mais seguro nos cortes e na forma como domina a bola para sair com ela controlada. Quando chegar outro central e Maicon invariavelmente encostar, vai ser um rude golpe para o rapaz tendo em conta a forma como tem jogado.

(+) Villas-Boas Se a mudança de atitude na equipa ao intervalo se deveu a Villas-Boas, os meus parabéns. Admito que a primeira parte foi horrível, cheia de passes falhados, alheamento táctico e uma incrível quantidade de desconcentrações defensivas. A tarefa do treinador ao intervalo envolve também perceber isso e fazer ver aos seus jogadores que não podem continuar a encarar o jogo da mesma forma. A alteração táctica foi o que a equipa precisava, na altura certa. E ganhou o jogo com isso.

(-) Álvaro Pereira A pior exibição de sempre com a nossa camisola. Uma primeira-parte atroz do uruguaio, com falhas atrás de incríveis falhas, desconcentrações, faltas escusadas (quando o jogador da Naval cai na área, fico com ideia que antes de tropeçar sozinho, Álvaro ainda lhe toca ligeiramente, mas tudo nasce de mais uma distracção) e uma atitude perante o jogo que não lhe é habitual. Jogou a meio da semana mas isso não explica tudo. Aos 10 minutos e com a Naval já com 4 cruzamentos perigosos a partir do seu flanco, sem que houvesse intervenção activa para tentar interceptar qualquer um deles, deu vontade de entrar em campo e dar-lhe um par de estalos para ver se acordava.

(-) Varela Cansado, pouco inspirado e nada eficiente. Esteve muito longe do que mostrou na semana passada e saiu muito bem quando Villas-Boas decidiu alterar a formação táctica da equipa.

(-) Belluschi Não sei se ficou nas nuvens com os elogios (merecidos) que tem recebido, mas o Belluschi que vi hoje foi o que vi vezes demais no ano passado. Perdido em campo, a falhar passes fáceis demais para falhar e a rematar para o céu. Será mais uma época de alguns altos e muitos baixos? Espero que não.

(-) Primeira part…zzzzzzz Se não tivéssemos ganho o jogo, todo o capital de confiança que a equipa tinha ganho com os adeptos ter-se-ia perdido depois da primeira parte. Muito amorfos, com falhas “à lá 2009/2010”, pouca pressão no meio-campo e Helton a intervir muito mais do que seria exigível. O problema deste ano está exactamente nesta flutuação de exibições que se os resultados forem negativos, acabará por ser passível de crítica por parte dos adeptos. As pessoas não admitem, com alguma normalidade, que uma equipa que joga de uma forma brilhante frente ao Benfica se possa apresentar uma semana depois desta maneira. A Naval não é o Benfica, mas os três pontos são importantes em toda e cada uma das 30 jornadas.

É ainda muito cedo para tirar conclusões acerca da forma como a época vai decorrer. Disse esta mesma frase depois do jogo contra o Benfica e re-afirmo o que disse. Uma coisa é certa, Villas-Boas conseguiu virar o jogo ao intervalo mas aparentemente não o conseguiu fazer desde o início. Algum cansaço, muita desinspiração mas acima de tudo pareceu-me que a equipa sofreu bastante perante uma equipa igual a muitas outras que vamos apanhar no decorrer do campeonato. E é contra essas que se ganha uma prova de regularidade. Há que melhorar, só precisamos de saber olhar para dentro e continuar a trabalhar para evoluir.

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Entrevista de Pinto da Costa à revista Única

Com a devida vénia ao blog fromPorto, fica o link para o post deles onde se pode ler a entrevista de Pinto da Costa ao Expresso.

Só vou citar o primeiro parágrafo para dar uma ideia do que vos espera:

Chama o elevador para o relvado, entra e não resiste: “Este é o elevador Santana Lopes. Porque uma vez ficámos fechados aqui dentro e ele ficou aflito, a pedir-me para arrombar as portas”.

Qualquer entrevista que comece com o Santana a fazer figura de parvo só pode valer a pena.

Siga.

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Leonor, esse gajo porreiro

“HONESTAMENTE, nada tenho a censurar aos jogadores do Benfica na final da Supertaça no que diz respeito ao pouco entusiasmo e à reduzidíssima capacidade de concentração que exibiram no sábado passado em Aveiro. Eu própria, só mesmo à hora do jogo é que me lembrei que havia futebol e que o Benfica ia jogar. Isto para verem como uma pessoa pode desconcentrar-se facilmente em certos momentos que deviam exigir maior acuidade e empenho. Presumo que aos jogadores do Benfica tenha acontecido precisamente a mesma coisa. Pronto, passaram um sábado distraído e quando deram pela coisa já não havia nada a fazer. É normal, ao fim e ao cabo. A Supertaça não nos diz muito. O Benfica entrou em campo no sábado com um registo de 9-1 em finais perdidas para o FC Porto. Valeria a pena tentar reduzir para 9-2? Não, de modo algum, até parecia mal. Pessoalmente, prefiro 10-1 a 9-2, tem mais dignidade. 10-1 em finais da Supertaça perdidas para o FC Porto não é nenhum desastre. É apenas um depoimento sobre a dita competição, uma espécie de tese de pedantismo levado ao extremo.”

Leonor Pinhão, in “A Bola”

Li e não fiquei surpreendido. Ou melhor, estranhei o uso do género feminino como “Eu própria”, mas presumo que com as modernices que para aí vão, até os híbridos gostam de escolher de vez em quando um dos sexos. A parte do “Pessoalmente” também me fez alguma espécie pois parece referir-se a uma pessoa, vulgo humano, já que qualquer coisa como “Simiamente” parece fazer mais sentido.

Quanto ao conteúdo, é mais do mesmo. Estou a ponderar uma louca teoria em que afirmo que Leonor Pinhão é o nome artístico de Rui Gomes da Silva. Se o homem trocasse o fato por um outfit de lésbica pós-apocalíptica, aporcalhasse o cabelo e engrossasse a voz, estava lá certinho direitinho.

Como diz a minha cara-metade (que, não desfazendo o Pinhão, tem muito bom aspecto): “Quando o Benfica vence a Taça de Portugal, é a prova-raínha, caso contrário é só um mau adorno de sala de jantar”.

E olhem que ela é benfiquista, tal como o Pinhão. A diferença é que pensa e usa os polegares, ao contrário do Pinhão.

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SWOT – 2010/2011

A estreia no campeonato está a 2 dias de distância e por isso urge fazer uma análise do estado do plantel para este início de temporada. Anda meio mundo a tentar adivinhar quem será o central que vem “substituir” Bruno Alves e quem será a futura alternativa a Falcao e Walter na frente de ataque. Apesar da época ser claramente de reconstrução e de novas metodologias, o plantel ainda não está fechado.

Estamos em várias competições e é preciso atacar em várias frentes, por isso vamos ver, através de uma analise SWOT (ou FFOA em Português, cuja ilegibilidade explica o uso do anglicanismo), que estranhamente não quer dizer “Sensible World of Tennis” mas sim “Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats”, ou seja, “Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças”. Sim, em inglês fica bem melhor:

Há muito trabalho pela frente, as bases não são particularmente sólidas, por isso a motivação terá que ser o factor dominante. Há que integrar rapidamente os jogadores novos e tirar o melhor partido dos que cá estão. Villas-Boas sabe disso e sabe também que os adeptos estão confiantes numa boa época mas terão de estar cientes que vai ser um percurso ascendente com dificuldades, perigos e desafios permanentes. Vamos a isso!

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Priceless

Controvérsias da Selecção aparte, é também por estas coisas simples, directas e tão típicas da minha região, com o sentido de humor que era necessário, que a esmagadora maioria dos adeptos do FC Porto gostam de Pinto da Costa. E os adeptos dos outros clubes, os que são espertos, também acham piada. Até podem não gostar do homem e da figura, mas com estas tiradas é impossível não esboçar no mínimo um sorriso.

via (Pronúncia do Dragão)

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