Oh Arsénio…

Para aqueles que já não se lembram e que como Wenger se indignaram com o segundo golo de ontem, cá fica uma prova inequívoca da memória curta que como sempre vive no futebol, cortesia do MaisFutebol:

É tramado, não é, Arsénio? Em bom português, devo-te dizer, quem tem telhados de vidro não pode arremessar mísseis balísticos às janelas dos outros. Alimpa-te a este guardanapo.
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Baías e Baronis – FCP vs Arsenal


(foto retirada d’A Bola)

Quando estava a caminho do estádio, ontem aí pelas 18h, comecei a perceber que os sinais apontavam para uma noite de sorte. Não apanhei trânsito, estava céu quase limpo e descobri um único lugar para estacionar o bólide numa zona onde estava tudo cheio menos o espaço que aparentemente reservaram para mim. “Ah, pensei eu, hoje vai correr bem!”. E não podia estar mais perto da verdade: correu bem. Correu bem demais para a primeira parte medrosa e pouco agressiva que demonstrámos, correu impecavelmente bem para a débil forma física da equipa e correu muito bem para um ou dois jogadores do FC Porto, esses sim incansáveis e com a cabeça no sítio. Foi uma boa vitória, como as são todas a este nível, mas podia ter sido bem melhor. A notas:

BAÍAS
(+) Falcao. Claramente é melhor jogador do que pensei que fosse quando o vi a jogar pela primeira vez. Depois de mais entrosado e melhor integrado no tipo de jogo da equipa, é um lutador incansável durante todo o período que está em campo e a falta de rapidez que Lisandro tinha é compensada pela capacidade de jogar de costas para a baliza, do que dá muito jeito para entradas dos médios e desmarcações dos extremos. Cansa vê-lo a jogar e custa ainda mais ver árbitros, como ontem, a permitirem jogo bruto à vontade quando Falcao era puxado…e a marcarem logo falta quando ele próprio puxava os adversários. Muito bom.
(+) Fucile. Mais um que cansou ver jogar. Esteve em todo o lado, apoiou o ataque e regressava à defesa em correria louca, fazendo a espaços lembrar o grande João Pinto, tal era a abnegação em todos os lances que disputava. Apanhou várias vezes Fabregas pela frente e deu-lhe uma ou duas cacetadas valentes mas a maior parte das vezes manteve-se estóico e fez uma exibição que lhe valorizou o passe em mais um ou dois milhões de euros. Provou mais uma vez que quando quer e não inventa muito, é um excelente jogador.
(+) Helton. Deu a segurança que era preciso quando era preciso. Várias defesas simples no início do jogo e uma defesa para a fotografia depois de uma cabeçada de Bendtner somados a vários cruzamentos em que saiu a agarrar a bola com confiança e domínio pleno da área acabaram por marcar o regresso aos palcos europeus em grande para o nosso cada-vez-mais-titular defensor das redes. A falta de marcação dos defesas coloca Helton entre os não-culpados do golo sofrido.
(+) Esperteza. A forma rápida como marcamos o livre indirecto, com o beneplácito do anormal do árbitro, é um sinal de vontade, de garra e de querer ganhar como já não via há algum tempo. Depois da primeira parte com entrega mas com medo do adversário, a forma como entramos para a segunda-parte foi um sinal de que se queria virar um resultado adverso da melhor forma possível, com inteligência. Não foi um jogo brilhante mas foi o jogo possível frente a uma equipa que, ainda que desfalcada, tem muito futebol, mais que suficiente para nos vencer. Ainda assim mostrámos que não somos uma equipinha ridícula do sul da Europa e que nos batemos contra os grandes quando queremos. Pelo menos na primeira mão em casa…
BARONIS
(-) A primeira parte de Fernando e do resto do meio-campo foi atroz. A forma como a equipa recuava constantemente no terreno, fruto do intenso cagaço que tinha das trocas de bola entre Nasri, Fabregas, Rosicky, Denilson e Diaby (admita-se, quase de olhos fechados, qual deles o melhor…até Diaby me surpreendeu pela capacidade técnica), e deixava espaços tremendos à entrada da área que só não deu em remates de longe vá-se lá saber porquê. Fernando jogava colado aos centrais mas sempre de olho em Fabregas, abrindo uma cratera de espaço a 30 metros da baliza quando Bendtner era o único jogador que estava na zona, (coberto já por Rolando e Bruno Alves), o que ofereceu por completo o meio-terreno aos de Londres. Ruben e Meireles, ainda e compreensivelmente sem entrosamento, andavam meios perdidos nas trocas de posição constante dos adversários, Varela e Hulk tentavam recuar mas não muito, com as indicações que tinham para se colarem às costas dos laterais, e Falcao andava a ser empurrado por Vermaelen. Em suma, foi uma primeira-parte para esquecer e as alterações ao intervalo, com Fernando a fixar-se mais em Fabregas e a deixar Ruben e Meireles mais soltos para rodar a bola, acabaram por ditar que nos soltássemos mais para uma segunda-parte mais afoita e mais prática.
(-) Forma física. Correram muito, é verdade, esforçaram-se como poucas vezes esta época, mas que diabos, a equipa está estourada e espremida. Temos tido muitas lesões este ano e o plantel curto em termos de valia está a ficar com poucas reservas para os embates enormes que temos por aí, a continuar este Domingo frente ao Braga. Numa altura em que vai ser difícil rodar jogadores sob pena de hipotecar as chances no campeonato, temo pelas segundas-partes que vamos enfrentar a caminho.
(-) Fabianski. Ainda eu falo mal do Kralj e do Woskiak…porra, que frangueiro!
Não foi mau, mas não foi excelente. 2-1 é sempre um resultado instável nestas competições, e precisamos de um jogo como o de ano passado em Manchester para conseguirmos sacar no mínimo um empate. Vamos com alma e confiança e revejo-me nas declarações de Tomás Costa depois do jogo: “No nosso segundo golo aproveitámos bem uma distracção deles. Isso demostra que temos de estar 90 minutos concentrados.” É isso, Tomy, 90 minutos de garra, é o que precisamos!!!
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Novo blog portista


Em dia grande para a nação portista, há que saudar a chegada de mais um blog ao nosso panorama. Chama-se Mística do Dragão e está disponível numa internet perto de si.

Os seus autores estão a apostar em conteúdos de opinião com cunho azul-e-branco bem vincado, aliados a uma estética acima da média do que se tem visto por aí fora nesta nossa bluegosfera.
Bem-vindos, rapazes! Levantem o nome do nosso clube ainda mais alto!
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Um Arsenal de hipóteses


Chegou a semana pela qual esperei desde Dezembro. Regressa a Liga dos Campeões, voltam os jogos de nível mundial, os confrontos de classe e as equipas que jogam a sério. Incluo o FC Porto neste grupo porque estamos lá com os 16 melhores da Europa, prontos para resgatar esta temporada com sangue na guelra, suor no rosto e a pele em campo. Para lá das metáforas bio-relacionadas, espera-nos como adversário nada mais nada menos que o Arsenal. Aqueles gajos com equipamento à Braga que têm tantos jogadores nacionais a jogar como o Nacional da Madeira sem o Ruben. Exacto, esses.

Decidi portanto tomar a minha posição na dianteira e ajudar Jesualdo a perceber como há-de dar a volta a este promontório e para evitar erros como os de ano passado em que saímos do Emirates Stadium com 4 na padiola e só não foram mais porque os meninos simpaticamente decidiram descansar para o bem-mais-importante jogo contra o Sunderland (que acabaram por empatar, agradeçam-nos, vizinhos do Norte!) e deixaram-nos a lamentar os erros próprios e chorar um resultado que não sendo efectivamente desastroso, acaba por marcar a primeira metade da época transacta.
Este ano, que temos vindo a jogar mais ou menos ao nível desses 0-4 em Londres, urge perceber se há forma de mandar estes tipos de volta com um ou dois golos no saco. Seria excelente para a moral da nossa equipa e acima de tudo para continuar a crescer o nosso prestígio europeu. Fazendo uma ronda pelos blogs da especialidade em Inglaterra, há diversos pontos em comum nas análises sobre o Arsenal efectuadas pelos blogueiros britânicos da bola que gostava de salientar:
  • Incapacidade de defender contra-ataques
Há alguma desorganização na linha defensiva do Arsenal que é colocada em causa com contra-ataques rápidos e com trocas de bola curtas e directas. Os centrais são lentos a recuperar e os laterais sofrem pela excessiva subida no terreno para desguarnecer a zona recuada ao ponto de abrir espaços. Tal pode ser aproveitado com avançados rápidos e transições lestas.
  • Caos nas bolas-paradas defensivas
Ora cá está um ponto em comum que DEVEMOS aproveitar. O Arsenal sofre muitos golos na sequência de livres e cantos do adversário e apesar da baixa estatura da nossa equipa temos de ser eficazes nas nossas tentativas de subida concertada no terreno, tentar marcar cantos e fazer cruzamentos para a área com um grau de perfeição bem acima do normal. Os homens que defendem são lentos e podemos ganhar em velocidade o que claramente perdemos em altura.
  • Desperdício de bolas-paradas ofensivas
Mais uma vez temos algo em comum com estes rapazes. Segundo as estatísticas vamos estar permanentemente a olhar para cantos e livres como futuros pontapés-de-baliza a curto prazo. Não me retira a confiança que Bendtner, Gallas e Vermaelen são perigosíssimos no jogo aéreo e as nossas marcações à zona me trazem uns suores frios que só visto, mas enfim, haja fé!
  • Ausências de peso
Tanto Arshavin como Van Persie estão de fora deste encontro da 1ª mão dos oitavos-de-final e isso só pode ser considerado como positivo para o FC Porto. Ambos são jogadores individualmente geniais, com uma capacidade técnica muito acima da média e que retiram enorme poder de fogo aos Gunners, que ficam com Bendtner como principal arma para o ataque (Reparou nas piadas? É só metáforas hoje, freguês!) e com um meio-campo criativo que será entregue a Fabregas ou Denilson.
Reparemos nas estatísticas propriamente ditas:
Tudo isto é muito bonito mas não passa de análise ao passado recente de uma equipa que está actualmente no 3º lugar da Premier League inglesa (como nós) e que tem um tipo de jogo antagónico ao nosso: nós sofremos menos e eles marcam mais. Arséne Wenger já veio dizer que não somos fáceis. Pode ser conversa mas era bonito mostrar-lhe que tem razão.
O que importa é encher o estádio e mostrar que somos grandes. O resto, vê-se em campo!
fontes:
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Baías e Baronis – Leixões vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

A foto que escolhi estaria de acordo com o jogo se as personagens estivessem ao contrário. O jogador do Leixões no chão e o do FC Porto a tentar jogar à bola. Foi o anti-jogo que já temos encontrado noutros encontros e que para além de transformar o jogo numa soneira acaba por enervar os meninos de azul-e-branco, incapazes de dar a volta a esta situação recorrente e que acaba por tramar os “grandes” que não têm estaleca para o assumir. Perdemos dois pontos e acima de tudo perdemos a embalagem que vínhamos a ganhar nos últimos jogos. Notas abaixo:

BAÍAS
(+) Helton. O zero que está do lado do Leixões deve-se em grande parte ao brasileiro que nos guarda as redes. Esteve impecável, seguríssimo e imperial durante todo o jogo, com defesas calmas e saídas imponentes dos postes, a dar confiança à defesa e a garantir a força da linha mais recuada.
(+) Ruben. O nosso futebol com ele é melhor, mais simples apesar de mais lento, os passes saem melhor e com mais precisão, as jogadas desenrolam-se com maior certeza e com um semblante de fio condutor que até faz acreditar no melhor. Tivesse ele companheiros no meio-campo à altura e não precisávamos de lamentar a falta de golos. Levou um amarelo incompreensível e o mesmo se pode dizer do penalti sobre ele que ficou por marcar, só se entendendo porque os 3 metros a que Bruno Paixão se encontrava não lhe permitiram vislumbrar a falta. Otário.
BARONIS
(-) Falta de eficácia. Todas as situações contabilizadas, a culpa deste empate tem claramente de ser atribuída aos avançados do FC Porto. Varela, Belluschi e até Falcao falharam golos que não se podem falhar a este nível e em particular quando se disputam pontos vitais para o campeonato. De notar que estas falhas são individuais e não colectivas, porque a equipa, para além de alguma falta de agressividade inicial, compensada especialmente depois da entrada de Tomás Costa, acaba por não ter influência directa no resultado, ou neste caso, na ausência dele.
(-) Belluschi. Mais um jogo perdido por parte do argentino. Sem falar na absurda fantasia capilar que o rapaz ostenta no escalpe, foram passes falhados, falta de pressão no meio-campo e criatividade quase nula na frente de ataque. Safou-se um remate à trave que não passou disso: um esporádico remate à trave e um deserto de ideias durante os minutos em que esteve em campo. É óbvio que é uma aposta furada e está a convencer os adeptos que não merece estar no plantel.
(-) Varela. Não pelo que fez, mas pelo que não fez. Não marcou, não conseguiu ser o Varela do costume e mostrou que quando está nervoso ainda é mais trapalhão que o normal. Teve algum azar mas isso não explica tudo.
(-) Anti-jogo. Eu sei, eu sei, as equipas pequenas têm de usar as armas que estão ao seu alcance. Mas valha-me Santo Gregório de Albergaria, era preciso atirarem-se para o chão constantemente durante a segunda parte do jogo? Começava a ser ridículo ver os rapazes a tombar, fosse com câimbras ou com outras maleitas inventadas…
O que mais incomoda é que depois de ver um jogo fraquinho do Benfica contra o Belenenses, os da Luz acabam por vencer com um singelo golo e não criarem grandes oportunidades extra para aumentar o marcador. Nós, com várias chances, zero. Eles à frente e nós em terceiro. Tem sido esta a história desta época…
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